Marcelo Déda

MARCELO DÉDA CHAGAS
(53 anos)
Político

* Simão Dias, SE (11/03/1960)
+ São Paulo, SP (02/12/2013)

Marcelo Déda Chagas foi um advogado e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Com carreira política em seu estado natal, Sergipe, ele foi deputado estadual e federal. Em 2000 foi eleito prefeito de Aracaju, cargo que ocupou de 2001 até 2006, quando renunciou para disputar o governo estadual. Elegeu-se governador de Sergipe naquele ano e foi reeleito em 2010, cargo que ocupou até sua morte.


Família, Infância e Juventude

Marcelo Déda Chagas nasceu no município de Simão Dias, extremo oeste do estado de Sergipe, em 11/03/1960. Era o caçula dos cinco filhos do casal Manoel Celestino Chagas e Zilda Déda Chagas.

De origem humilde, o pai de Marcelo saiu de sua terra natal Paripiranga, na Bahia, para se estabelecer na cidade vizinha de Simão Dias, já em território sergipano. Assumiu a função de soldado antes de conhecer Zilda Déda, "filha mais velha de José de Carvalho Déda, homem de classe média, sem fazenda e sem propriedades, mas um pai da década de 1940, que não queria a filha casada com um soldado de polícia".

Essa falta de apoio do pai de Zilda não impediu a concretização do casamento. Antes, Manoel Celestino, que havia concluído apenas o curso primário, ingressou no serviço público e passou a ser funcionário do fisco estadual. Morava e trabalhava numa pequena casa à beira da rodovia, próximo à divisa entre Sergipe e Bahia, onde "tomava conta de corrente nos postos de fronteira" para controlar a passagem de veículos.

Seus primeiros estudos se dão no Grupo Escolar Fausto Cardoso, em Simão Dias, sua terra natal.

Em 1973 sua família mudou-se para Aracaju onde instalou-se no tradicional bairro São José. No mesmo bairro matriculou-se no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, formador de vários intelectuais e personalidades de Sergipe. Sua militância política teve início no Movimento Secundarista.

Em 1980 ingressou no curso de Direito da Universidade Federal de Sergipe, onde se formou quatro anos depois. O primeiro contato com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Sergipe foi feito na época de existência do grupo político estudantil de esquerda na Universidade chamado "Atuação". Marcelo Déda acompanhou no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe a primeira greve universitária e seu interesse pelas causas esquerdistas atraíram a atenção da militância política.


Carreira Política

Deputado Estadual e Federal

Em 1982, na primeira eleição do Partido dos Trabalhadores, Marcelo Déda foi lançado candidato a deputado estadual. Estava com 22 anos e obteve apenas 300 votos.

Foi eleito, em 1986, deputado estadual com a maior votação de sua legislatura. Seus mais de trinta mil votos foram tão significativos, que elegeram, também, um outro correligionário, o médico Marcelo Ribeiro, que teve pouco mais de mil votos.

Disputou, em 1990, a reeleição para a assembléia, mas foi derrotado obtendo pouco mais de 10% da votação anterior. Quatro anos depois em 1994, candidatou-se à Câmara Federal, sendo eleito deputado federal com a maior votação do estado.

Representou Sergipe, chegando à liderança do Partido dos Trabalhadores. Na sequência, em 1998, foi reeleito deputado federal, mas renunciou para assumir a prefeitura da capital sergipana.

Prefeito de Aracaju

Em 1985, acontecem as eleições para prefeito em Aracaju após a redemocratização e o governador à época saiu candidato. A campanha decolou e Marcelo Déda conquistou o segundo lugar nas urnas com aproximadamente 19 mil votos, perdendo para Jackson Barreto do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Tentando reobter o sucesso da eleição de 1986, em que fora eleito deputado estadual, lançou-se novamente em 1988 como candidato à Prefeitura de Aracaju, mas terminou em terceiro lugar, atrás de Wellington Paixão do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Lauro Maia do Partido da Frente Liberal (PFL), respectivamente primeiro e segundo colocado.

Em 26/05/2000, Marcelo Déda, na época um dos mais atuantes deputados federais do Brasil, ingressou no processo eleitoral como candidato a prefeito de Aracaju, sendo um dos últimos colocados nas pesquisas. Durante os três meses de campanha, Marcelo Déda começou a colecionar saltos nas pesquisas, ganhando a eleição ainda no primeiro turno, com 52,80% dos votos válidos, ao lado do então vice-prefeito Edvaldo Nogueira.

Em 2004, Marcelo Déda foi reeleito prefeito de Aracaju com 71,38% dos votos válidos.

Governador de Sergipe

Em 31/03/2006, Marcelo Déda renunciou ao mandato de prefeito de Aracaju para encarar a disputa pelo governo do Estado. Em vitória histórica, que simbolizou uma mudança no cenário político sergipano, Marcelo Déda foi eleito governador com 52,48% dos votos, ao lado do vice-governador Belivaldo Chagas, também natural de Simão Dias. Marcelo Déda foi eleito vencendo João Alves Filho ainda no primeiro turno.

Em 2010, Marcelo Déda venceu João Alves Filho novamente no primeiro turno, ainda que numa eleição mais disputada: 52% dos votos válidos levaram Marcelo Déda a reeleição no dia 03 de outubro, ao lado do vice Jackson Barreto.


Destaques de Sua Carreira Política

Sua trajetória política tem como pontos marcantes a sua candidatura a prefeito de Aracaju em 1985. Na época, ainda na casa dos vinte e poucos anos, desafiou nomes fortes da política sergipana, como Jackson Barreto e Gilton Garcia. Ficou em segundo lugar, mas se credenciou para a disputa de uma vaga na assembléia legislativa do estado, pouco depois.

Na prefeitura de Aracaju, revitalizou toda a cidade, construiu e reformou vários postos de saúde, criou dois novos hospitais, construiu várias novas avenidas, o bairro Santa Maria, antiga Terra Dura, e planejou a construção do novo viaduto do DIA, uma grande obra de integração de vários bairros de Aracaju, além de transformar o Forró Caju em um dos maiores festejos juninos do país.

Durante seu governo, Aracaju, foi considerada a capital com a melhor qualidade de vida do país, superando até Curitiba, que tinha até então, o título de melhor cidade do Brasil junto com Brasília.

Já no Governo de Sergipe, desenvolveu importantes projetos para o Estado, como a construção de dois novos hospitais regionais e de cerca de outros 12 hospitais municipais, com o objetivo de desafogar o atendimento calamitoso do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). Conseguiu recentemente, junto ao Governo Federal, a ordem de implantação de um campus de saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em Lagarto, fato inédito, já que o curso de medicina só é disponibilizado em todo o estado, na Universidade Federal de Sergipe de São Cristovão.

Aliado ao deputado Jackson Barreto e ao senador Valadares, conterrâneo e amigo, Marcelo Déda apoiou a reeleição do sucessor na Prefeitura de Aracaju, Edvaldo Nogueira do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e saiu vitorioso do pleito já em primeiro turno, elegendo também, mais de 60 prefeitos dos 75 possíveis em todo o estado, mostrando ser um exímio estrategista político e o grande favorito a vitória ao governo do estado em 2010, com índices que ultrapassam os 70% nas primeiras pesquisas realizadas e cidades do interior do estado.

Em 2010 foram realizadas as eleições para o governo do estado de Sergipe, sendo Marcelo Déda o ganhador com aproximadamente 52% dos votos válidos contra o principal adversário o ex governador João Alves Filho, que somou aproximadamente 45% dos votos válidos.

O Ministério Público Eleitoral pediu em dezembro de 2011 sua cassação por abuso de poder. Segundo a ação, Marcelo Déda e seu vice teriam divulgado publicidade institucional nos três meses anteriores ao pleito, em pelo menos três locais públicos, com o símbolo característico da administração estadual, e utilizado a residência oficial do governador em almoço pago com recursos públicos para cerca de 300 convidados, a maioria líderes políticos do Estado, em que Marcelo Déda teria confirmado sua candidatura à reeleição.

Em fevereiro de 2012 rompeu relações políticas com o senador Eduardo Amorim do Partido Social Cristão (PSC), que fez parte de seu agrupamento nas eleições de 2010 devido à antecipação da eleição da mesa diretora da Assembléia Legislativa de Sergipe pela deputada estadual Angélica Guimarães, aliada do senador Amorim e que obteve a reeleição da presidência da casa.


Vida Pessoal e Morte

Marcelo Déda casou-se duas vezes. De sua primeira esposa, Márcia, tem três filhas: MarcellaYasmim e Luísa. De sua atual esposa, Eliane Aquino, tem dois filhos: João Marcelo e Mateus.

Em outubro de 2009, Marcelo Déda retirou um nódulo benigno no pâncreas no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Exatos três anos depois é diagnosticado câncer no sistema gastrointestinal, sendo submetido a partir de então de tratamento quimioterápico no mesmo Hospital Sírio-Libanês.

O governador de Sergipe, Marcelo Déda, de 53 anos, morreu às 4:45 hs de segunda-feira, 02/12/2013,  no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado para tratar de problemas decorrentes de um câncer no estômago e no pâncreas. Ele lutava contra a doença havia quatro anos. A informação foi confirmada pelo hospital.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fadinha Veras

Petrônio Corrêa

PETRÔNIO CORRÊA
(84 anos)
Publicitário

* São Sepé, RS (28/12/1929)
+ São Paulo, SP (01/12/2013)

Petrônio Corrêa foi um publicitário brasileiro, fundador da MPM Propaganda e considerado um dos mais importantes nomes da publicidade brasileira.

Petrônio Corrêa teve seu primeiro emprego no mercado de comunicação aos 20 anos, como redator do jornal A Nação, de Porto Alegre. Sua entrada para o setor de agências se deu em 1954, como gerente da filial gaúcha da Grant Advertising.

Em 1957, ao lado dos sócios Luiz Macedo e Antonio Mafuz, Petrônio Corrêa fundou a MPM Propaganda, que ganhou fôlego no Sul, transferiu sua sede para São Paulo em 1965 e, uma década depois, tornou-se a maior agência do país, liderando o ranking brasileiro por 15 anos. Depois disso, em 1991, a MPM Propaganda foi vendida para o Grupo Interpublic, que a fundiu com a Lintas. Nos anos 90, a marca deixou de existir.

No início dos anos 2000, já não usada mais pelo Interpublic, a marca MPM foi comprada pelo Grupo ABC, como parte do projeto do chairman Nizan Guanaes, que queria reeditar os anos de glória em uma nova operação com capilaridade nacional.

Petrônio Corrêa e Júlio Ribeiro
Em 2003, o Grupo ABC lançou a MPM, presidida pela empresária Bia Aydar. Em 2009, a holding nacional resolveu fundir a MPM com a Loducca. Inicialmente, a agência adotou o nome Loducca MPM, mas as três letras de Macedo, Petrônio e Mafuz foram aposentadas alguns meses depois. Atualmente a marca MPM não é mais usada pela Loducca.

Gaúcho da cidade de São Sepé, Petrônio Corrêa presidiu Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) entre 1979 e 1981, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) entre 1981 e 1988 e atuava no Conselho Executivo das Normas-Padrão da Atividade Publicitária (CENP) desde 1998. Em agosto de 2013, ele se desligou do Conselho Executivo das Normas-Padrão da Atividade Publicitária, instância que presidia desde dezembro de 2009, quando passou a presidência executiva a Caio Barsotti, atual ocupante do cargo.

Em 2010, Petrônio Corrêa recebeu uma homenagem especial do Prêmio Caboré, por sua contribuição ao mercado brasileiro. Em 2012, Petrônio Corrêa teve sua biografia narrada no livro "No Centro do Poder", da jornalista Regina Augusto, diretora-editorial de Meio & Mensagem, lançado pela Editora Livros de Safra.

O nome do publicitário está ligado a importantes iniciativas em defesa de sua profissão e da liberdade de anunciar.


No Centro do Poder

Se a publicidade brasileira atingiu reconhecimento mundial e estágio quase tão elevado como nosso futebol e nossa música, o P da antiga MPM, maior agência nos anos 1980, tem um papel fundamental nisso.

Petrônio Corrêa, diferente de outras estrelas da profissão, não se destacou criando anúncios e se achando, ou declarando-se, genial. Mas, além de obter o primeiro lugar no ranking com filiais por várias cidades do Brasil e de conviver muito próximo a empresários e ao governo, conseguiu se reinventar depois de vender a empresas para a multinacional Lintas. A marca era tão emblemática que Nizan Guanaes resolveu comprá-la quase uma década depois, pagando 1 milhão de dólares pelas três letras.

O forte do Petrônio Corrêa sempre foi sua capacidade de articulação, de juntar as partes. E fez isso de forma magistral, no que deveria ser a aposentadoria de um bem-sucedido homem de negócios. Sem ele, o Conar teria um peso muito menor, a regulamentação do mercado publicitário estaria muito diferente e todos estariam ganhando menos dinheiro. Também depois de se beneficiar muito da proximidade com o governo, assumida no livro, ajudou a regulamentar, de forma bastante profissional, a relação das agências com a máquina pública.

O texto de Regina Augusto é primoroso, fluido e com a responsabilidade de manter sua marca de jornalista isenta. Ou seja, é uma biografia que não se exime de por o dedo em várias feridas.

Regina Augusto e Petrônio Corrêa
Morte

Petrônio Corrêa morreu no domingo, 01/12/2013, em São Paulo, SP, aos 84 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele faria 85 anos no próximo dia 28/12/2013.

Segundo o filho Petrônio Filho, o publicitário sentiu uma forte dor no peito na manhã de domingo e foi levado ao Hospital Oswaldo Cruz, onde morreu às 12:12 hs. O filho diz que o pai sofreu uma queda há dois meses, quebrou uma costela e teve algumas complicações de saúde.

O corpo de Corrêa será velado na segunda-feira, 02/12/2013, no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo, SP, a partir das 7:00 hs. O enterro será às 17:00 hs.

Fonte: G1 e Meio e Mensagem
Indicação: Miguel Sampaio e Neyde Almeida