Mateus Caramelo

MATEUS LUCENA DOS SANTOS
(22 anos)
Jogador de Futebol

☼ Araçatuba, SP (30/08/1994)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Mateus Lucena dos Santos, conhecido como Mateus Caramelo, ou simplesmente Caramelo, foi um jogador de futebol brasileiro que atuou como lateral-direito, nascido em Araçatuba, SP, no dia 30/08/1994.

Mogi Mirim

Mateus Caramelo destacou-se pelo Mogi Mirim no Campeonato Paulista de 2013. Morando no alojamento do clube, a revelação fez sua estreia na vitória diante do São Paulo, pela última rodada, e foi o titular nas duas partidas que o Mogi Mirim faria pelo mata-mata da competição.

Seu apelido chamou a atenção de torcedores e imprensa: devido à música "Camaro Amarelo", da dupla sertaneja Munhoz & Mariano, em que os intérpretes cantam "Agora fiquei doce igual Caramelo, tô tirando onda de Camaro Amarelo", e a brincadeira com a composição foi inevitável. O próprio atleta dizia desconhecer a origem da alcunha.

São Paulo

Após as eliminações do São Paulo no Campeonato Paulista e na Libertadores na mesma semana, o presidente Juvenal Juvêncio fez uma reformulação no elenco, afastando sete atletas e contratando outros três, incluindo Mateus Caramelo e Roni, do Mogi Mirim.

Mateus Caramelo estreou cinco dias depois, em um amistoso contra o Londrina, mas, em jogos oficiais, teve de esperar até setembro, quando ganhou uma chance contra a Ponte Preta no primeiro jogo de Muricy Ramalho em sua última passagem como técnico do time. Mateus Caramelo atuaria apenas mais uma vez no ano, contra o Fluminense, entrando no segundo tempo, e acabou emprestado no início do ano seguinte, para adquirir experiência.

Atlético Goianiense

Em 17/01/2014, foi anunciado seu empréstimo ao Atlético Goianiense, com contrato até o fim da temporada. Mateus Caramelo ficou na reserva durante quase todo o período, mas lá marcou o único gol de sua carreira profissional, contra o América Mineiro. Nessa passagem, fez parte do elenco campeão goiano.

Chapecoense

Após voltar do empréstimo e seguir sem espaço no São Paulo, Mateus Caramelo foi novamente emprestado, até o fim de 2015, para a Chapecoense. Assim como no empréstimo anterior, também ficou na reserva na maior parte dos jogos, mas, mesmo assim, o clube catarinense queria estender o empréstimo.

Quando seu empréstimo à Chapecoense venceu, o São Paulo deu uma chance para Mateus Caramelo mostrar seu valor ao recém-chegado técnico Edgardo Bauza, no início de 2016. Ele foi aprovado por Edgardo Bauza e inscrito para a Libertadores, o que foi considerado uma surpresa.

Após a contratação do lateral argentino Buffarini e más atuações em jogos importantes, como um clássico contra o Santos Futebol Clube onde o São Paulo jogou com um time reserva, Mateus Caramelo perdeu espaço e foi procurado pelo Sport e Chapecoense.

No Morumbi, era visto como uma promessa. Alguém em quem o clube confiava para o futuro. Um jogador de muita força, profissional, sereno e bom de grupo. As duas temporadas por empréstimo na Chapecoense, 2015 e 2016, serviriam como amadurecimento para retornar e ser aproveitado.

Morte

Mateus Caramelo faleceu aos 22 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Títulos

Chapecoense
  • 2016 - Copa Sul-Americana

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #MateusCaramelo

Marcelo

MARCELO AUGUSTO MATHIAS DA SILVA
(25 anos)
Jogador de Futebol

☼ Juiz de Fora, MG (26/08/1991)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Marcelo Augusto Mathias da Silva, mais conhecido como Marcelo, foi um jogador de futebol brasileiro que atuou como zagueiro, nascido em Juiz de Fora, MG, no dia 26/08/1991.

Aos 19 anos, Marcelo viu a fome de perto quando jogava nas categorias de base do Macaé Esporte Futebol Clube e ouvia promessas não cumpridas dos dirigentes. Certa vez, segundo ele, ficou sem janta e precisou caminhar na praia para passar o tempo até o café da manhã. Descobriu por terceiros que seria dispensado do clube, assim como todos os outros jogadores dos juniores.

Com uma pubalgia, se desiludiu e decidiu abandonar o futebol. De volta a sua cidade, Juiz de Fora, Marcelo, precisou trabalhar um tempo como marceneiro. Mas Paulo, seu pai, não se conformava em ver o filho desistir do sonho e o convenceu a aceitar um convite do Volta Redonda Futebol Clube para conversar.
"Ele arrumou um carro de um amigo e me levou. Chegamos lá, eu não acreditava muito no que me prometiam. Estava desiludido, parecia tudo muito fácil do jeito que falavam. Não queria mais sofrer. Ele se sentou atrás de uma caçamba de entulho, me chamou e disse que eu deveria aceitar. Que Deus havia me colocado naquele caminho. Começou a chorar. Não tive como recusar. Fiquei e hoje sou muito grato ao Volta Redonda"
Volta Redonda

Marcelo foi contratado pelo Volta Redonda antes do início da Copa Rio de 2013 e foi um dos principais responsáveis pela defesa titular do Volta Redonda não levar gols durante dez jogos seguidos na competição. Nesta competição, Marcelo esteve presente em 14 dos 16 jogos do Volta Redonda e a equipe sofreu apenas cinco gols na Copa Rio nas partidas em que ele atuou.

No ano seguinte se destacou no Campeonato Carioca de 2014. O defensor jogou em 14 dos 15 jogos do Volta Redonda, que teve a sexta melhor defesa da competição, com 19 gols sofridos, e fez um gol.

Suas boas atuações chamaram a atenção do Fluminense. O Volta Redonda não fez boa campanha, terminando na 11ª colocação, mas o zagueiro chamou a atenção em pelo menos três jogos contra equipes grandes e outras partidas do torneio, mostrando segurança, poder de antecipação e eficiência no jogo aéreo, após boas partidas contra Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo, quando deu um belo chapéu no centroavante Ferreyra.

No total, Marcelo atuou em 28 jogos com a camisa do Volta Redonda, fez um gol, levou seis cartões amarelos e nos jogos em que esteve em campo, a equipe sofreu 23 gols.

Cianorte

Marcelo deixou o Volta Redonda tendo parte dos direitos econômicos adquirida por investidores e foi vinculado ao Cianorte, do Paraná. O valor pago ao clube da Cidade do Aço girou na casa de R$ 500 mil.

Flamengo

O Flamengo encaminhou a contratação de Marcelo, que foi chamado de "Novo Dedé", em 17/04/2014. A contratação, por empréstimo, com opção de compra, foi finalizada em 23/04/2014, onde Marcelo foi novamente chamado de "Novo Dedé". Foi apresentado oficialmente com a camisa rubro-negra em 26/04/2014, junto com o atacante Arthur.
"É um motivo de alegria vestir a camisa do Flamengo. É o sonho de qualquer atleta. Cheguei com o intuito de vencer e ajudar o clube em qualquer situação. Pretendo fazer o meu melhor, o Flamengo merece. Lutei bastante para estar aqui. Se cheguei aqui, acredito que estou preparado. Vou buscar o meu espaço, correr pelas pontas, respeitar meus companheiros e fazer o melhor para o Flamengo!"
Foi regularizado em 30/04/2014 e realizou sua estreia pelo Rubro-Negro no clássico contra o Botafogo no Maracanã, jogando como titular. Estava fazendo uma boa partida quando, perto do fim do jogo, ele acabou cometendo um erro em que perdeu a bola e quase resultou no gol de empate do Botafogo, mas o Flamengo venceu o rival por 1x0.

Em seu quinto jogo com a camisa do Flamengo, ele entrou pela primeira vez na Seleção da Rodada do Campeonato Brasileiro, feita pelo GloboEsporte.com, após fazer uma grande partida contra o Coritiba, ajudando a equipe a conquistar a primeira vitória fora de casa.

No dia 31/08/2014, no jogo contra o Vitória, no Barradão, seu oitavo jogo pelo clube, ele marcou, de cabeça, o seu primeiro gol com a camisa rubro-negra, após cobrança de escanteio batida pelo Everton. Por conta de sua atuação, ele entrou novamente na Seleção da Rodada do site GloboEsporte.com.

Marcelo terminou o primeiro turno o brasileirão com a melhor média entre os zagueiros, no Troféu Armando Nogueira, do SporTV.

Também ficou marcado por protagonizar uma entrevista polêmica, onde afirmava que tinha a "total dúvida" que o time estava de parabéns, pois o Flamengo havia vencido o jogo com sobras.

Chapecoense

Após não renovar com o Flamengo, Marcelo foi anunciado como reforço da Chapecoense para a temporada de 2016.

Morte

Marcelo faleceu aos 25 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Títulos

Flamengo
  • 2015 - Torneio Super Series

Chapecoense
  • 2016 - Campeonato Catarinense
  • 2016 - Copa Sul-Americana

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Marcelo

Aparício Basílio

APARÍCIO ANTÔNIO BASÍLIO DA SILVA
(56 anos)
Empresário, Escultor e Estilista

☼ Itajaí, SC (Novembro de 1936)
┼ São Paulo, SP (19/10/1992)

Aparício Antonio Basílio da Silva foi um empresário brasileiro nascido em Itajaí, SC, em novembro de 1936.

Aparício Basílio veio com a família para São Paulo ainda criança, de Itajaí, SC. Nos anos 50, estudou pintura, mas desistiu da carreira quando viu artistas como Di Cavalcanti e Aldemir Martins passando dificuldades financeiras.

Mais tarde, cercou-se de obras de arte, colecionando telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Carlos Prado e outros. Tornou-se comerciante, industrial e, em 1981, inaugurou uma exposição de 23 esculturas e 78 múltiplos (esculturas reproduzidas mais de uma vez) numa galeria de New York.

Escultor, estilista, ex-presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo e empresário de sucesso, tendo sido responsável pela criação da linha de perfumes Rastro, a segunda perfumaria nacional, logo depois da Phebo. Aparício Basílio era frequentador assíduo da alta sociedade paulista, sua vaidade se refletia na vestimenta, possuindo mais de 200 camisas, 240 pares de meia e 60 pares de sapato. Era capaz de reunir em poucos minutos um dos grupos mais animados da cidade para uma festa e contar histórias que deixavam indiferentemente bem ou mal as mais conhecidas figuras do país.


Em 1978, ele fez uma incursão no campo teatral, tornando-se produtor da peça "Chuva", de Somerset Maugham, protagonizada por Consuelo Leandro, Sergio Mambert e Raul Cortez, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Ouviu críticas da classe teatral que o recebeu como um intruso no meio.

Sua perfumaria nasceu no fundo de um quintal de uma loja de presentes com o mesmo nome, Rastro, na Rua Augusta, em 1956, que veio a ser a primeira butique da cidade. Ali, em sociedade com uma amiga, ele começou vendendo praticamente tudo na área de roupas e adereços, e acabou desenhando moda para as clientes.

Em 1960, com o irmão João Carlos, químico, começou a fazer a colônia Rastro. O sucesso foi imediato. Depois de algum tempo, a colônia, num conjunto que também compunha sabonete e desodorante, tornou-se um negócio mais importante do que a loja que lhe dera origem, colocando-se bem num mercado altamente competitivo.

Em 1978, quando vigorava o autoritarismo, uma campanha publicitária lançada para promover o perfume Rastro, aconselhava sugestivamente para todos os contatos irresistíveis de primeiro, segundo, terceiro ou qualquer grau. Emoldurando a peça, três fotografias eram apresentadas: a de um elegante casal, a de uma cena de carícia entre duas mulheres e a de um jovem e um homem de meia-idade posando juntos.


Um dos mais bem sucedidos Self Made Man do país, Aparício Basílio comercializava também louças sob a marca Faiança, tecidos sob a marca Trama, bijuterias finas com pedras brasileiras e sachês, tudo encomendado a terceiros.

Escreveu também um livro em inglês "A Romantic Is Born" e outro em francês "Moi Tout Nu Ou Presque Nu". Em 1989 escreveu o livro de crônicas "Escritos Visantes".

Muito antes das celebridades tomarem conta das badalações, das revistas especializadas e dos programas de TV, Aparício Basílio já se comportava como uma celebridade. Ia a tantos eventos da noite paulistana que tinha até um lema: "O segredo é surgir, sorrir e sumir!".

Ele reinou por mais de três décadas, do início dos anos 1960 até 1992, quando teve uma morte trágica, aos 56 anos em 19/10/1992.

Morte

Aparício Basílio foi brutalmente assassinado com 97 perfurações, a maioria no peito, rosto e pescoço, provocadas por uma tesoura, no dia 19/10/1992, aos 56 anos, no bairro de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, SP, região do ABCD.

Na noite fatídica, Aparício Basílio, havia conhecido um rapaz chamado Arlindo na boate Rave Dinner Club, na Rua Bela Cintra, uma das únicas boates gays da cidade naquela época, sem imaginar que ele era um criminoso à espreita de uma vítima. Na saída, esse bandido e um casal de comparsas entraram com Aparício Basílio em seu Fiat Tempra. Eles mataram o empresário e roubaram o seu carro. O corpo foi encontrado em uma vala à beira de uma represa.

Segundo a polícia, é provável que a vítima tenha reagido à tentativa de roubo, como mostrou uma reportagem da revista na época. Os assaltantes foram condenados por latrocínio. Cada um deles ficou 11 anos na cadeia.

A Condenação dos Assassinos

Os assassinos do empresário Aparício Antonio Basílio da Silva foram condenados no dia 23/05/1994 a penas que variaram de 27 a 29 anos e meio de reclusão em regime fechado.

A sentença foi dada pela juíza Sandra Regina Nostre Marques, da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Os assassinos foram Arlindo Cajazeira de Carvalho, 21 anos, Alexandre Santamaria Mendes, 22 anos, e Kátia Valéria Moretto Mello, 23 anos.

Arlindo Cajazeira de Carvalho foi condenado a 29 anos e seis meses de reclusão e seus cúmplices a 27 anos.

A juíza baseou-se na Lei dos Crimes Hediondos, que torna mais grave as penas e retira benefícios para quem comete os seguintes delitos: tráfico de drogas, estupro, atentando violento ao pudor, sequestro e latrocínio (roubo seguido de morte).

Na sentença, a juíza negou a possibilidade de os condenados apelarem em liberdade.

Com base na lei, as penas deverão ser cumpridas em presídio (regime fechado). Os condenados não poderão gozar de benefícios como liberdade condicional ou prisão agrícola.

Fonte: Wikipédia e Grisalhos  e Folha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #AparicioBasilio

Wilson das Neves

WILSON DAS NEVES
(81 anos)
Cantor, Compositor e Baterista

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/06/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/08/2017)

Wilson das Neves foi um cantor, compositor e baterista brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 14/06/1936.

Wilson das Neves  estudou música com Joaquim Naegele e logo depois com Darci Barbosa. Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o Bituca, tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, deu início a sua carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.

Entre 1957 e 1968, Wilson das Neves acompanhou a pianista Carolina Cardoso de Menezes, foi membro do conjunto de Ubirajara Silva, estreou como músico de estúdio na Copacabana Discos, se integrou em conjuntos como o de Steve Bernard e o de Ed Lincoln.

Tocou com o flautista Copinha, com o pianista Eumir Deodato no conjunto Os Catedráticos, e com Eumir e Durval Ferreira no grupo Os Gatos.

Wilson das Neves fez parte da orquestra de Astor Silva, da orquestra da TV Globo e da orquestra da TV Tupi de São Paulo, liderada pelo maestro Cipó.

Em 1965, participou da gravação do disco "Coisas" do mastro e compositor Moacir Santos, tocando bateria em todas as faixas do álbum. Além disso, gravou com Elza Soares, o disco "Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves" e formou seu conjunto, registrando o LP "Juventude 2000".


Em 1969 gravou pela Polydor seu segundo disco, "Som Quente é o das Neves" e, no ano seguinte, o LP "Samba Tropi - Até Aí Morreu Neves", desta vez pelo selo Elenco/Philips. Estes dois trabalhos tiveram arranjos de Erlon Chaves. Desse período até 1973, acompanhou artistas como Elis Regina, Egberto Gismonti, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Roberto Carlos, Francis Hime, Taiguara e Sérgio Sampaio.

Em 1975 participou da gravação dos discos "Lugar Comum", do músico João Donato e "Meu Primeiro Amor", da cantora Nara Leão. Em 1976 ano tocou timbales no clássico "África Brasil", de Jorge Ben.

Tempos depois fez o terceiro disco com o seu conjunto, o LP "O Som Quente é o das Neves". Nesse trabalho, lançado pela gravadora Underground/Copacabana, Wilson das Neves estreou como cantor e compositor. Os arranjos foram feitos por João Donato e pelo tecladista Sérgio Carvalho.

Figura presente no samba, Wilson das Neves tocou ao lado de grandes nomes do gênero como João Nogueira, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila e muitos outros.

Wilson das Neves foi ritmista na escola de samba Império Serrano, onde tocava tamborim.

Como compositor, era parceiro de Aldir Blanc, Paulo Cesar Pinheiro, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Claudio Jorge, Marcelo Amorim, Moacyr Luz e Chico Buarque, com quem tocava desde 1982.

Gravou em 1996 o disco "O Som Sagrado de Wilson das Neves", lançado pela CID com participações de Paulo César Pinheiro e Chico Buarque, agraciado com o Prêmio Sharp.


Em 2001 participou do CD "O Quintal do Pagodinho", idealizado por Zeca Pagodinho e produzido por Rildo Hora.

Desde 2003 era integrante do combo carioca Orquestra Imperial, sendo cantor e compositor parceiro dos jovens integrantes do grupo.

Em 2004 lançou o CD "Brasão de Orfeu" no Centro Cultural Carioca, onde também foi apresentado o curta-metragem "O Samba é Meu Dom", no qual o compositor contou detalhes de sua vida.

Em 2006 atuou no filme "Noel - Poeta da Vila", no papel do motorista e cantor Papagaio.

Em 2011, Wilson das Neves lançou, no Brasil e Europa, seu terceiro CD como cantor e compositor, "Pra Gente Fazer Mais Um Samba". Indicado melhor cantor pelo Prêmio da Música Brasileira 2011 e vencedor como melhor álbum de samba.

Em 2013 fez uma participação na música "Trepadeira", do CD "O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui", do rapper Emicida.

Em 2016 participou da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro.

Em mais de 50 anos de carreira como baterista, participou de mais de 600 gravações e acompanhou Carlos Lyra, Ney Matogrosso, João Bosco, Maria Bethânia, Gal Costa, Emílio Santiago, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alcione, Tom Jobim, Miucha, entre vários outros artistas da MPB, além de internacionais como Michel Legrand, Toots Thielemans, Sarah Vaughan e Sean Lennon.

Morte

Wilson das Neves morreu na noite de sábado, 26/08/2017, aos 81 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Ele lutava contra um câncer e estava internado em um hospital na Ilha do Governador.

A informação foi confirmada pela página oficial do sambista no Facebook e no no Instagram:
"É com grande pesar que comunicamos a todos a partida do nosso grande mestre que foi tocar suas baquetas do outro lado. Ficaremos com as boas lembranças"

(Escrito em sua página no Facebook)

O corpo de Wilson das Neves foi sepultado por volta das 10h50 de segunda-feira, 28/08/2017, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Representantes de velhas guardas de várias escolas de samba foram prestar a última homenagem ao artista, que foi sepultado sob aplausos, ao som da música "O Samba é Meu Dom" e do surdo de marcação da sua escola de coração, a Império Serrano.

Discografia
  • 1968 - Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves
  • 1968 - Juventude 2000 - Wilson das Neves e Seu Conjunto
  • 1969 - Som Quente é o das Neves - Wilson das Neves e seu Conjunto
  • 1970 - Samba Tropi - Até Aí Morreu Neves - Wilson das Neves e Seu Conjunto
  • 1976 - O Som Quente é o Das Neves - Wilson das Neves e Seu Conjunto
  • 1996 - O Som Sagrado de Wilson das Neves
  • 2004 - Brasão de Orfeu
  • 2006 - Samba de Gringo 2
  • 2010 - Pra Gente Fazer Mais Um Samba
  • 2013 - Se Me Chamar, Ô SorteFonte: Wikipédia

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #WilsonDasNeves

Cesar Mata Pires

CESAR DE ARAÚJO MATA PIRES
(67 anos)
Empresário

☼ Salvador, BA (19/01/1950)
┼ São Paulo, SP (22/08/2017)

Cesar de Araújo Mata Pires foi um empresário e engenheiro civil brasileiro, fundador da empreiteira OAS. Cesar Mata Pires era o maior acionista do grupo OAS, com 80% do capital social.

Casou-se com Tereza Magalhães, filha do então governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães. Teve três filhos: Cesar Mata Pires Filho, Antonio Carlos Mata Pires e Fernanda Mata Pires Morari.

Graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1971, Cesar Mata Pires trabalhou na construtora Ordebrecht antes de fundar a OAS, em 1976, ao lado dos empresários Carlos Suarez e Durval Olivieri. Atualmente era presidente do Conselho de Administração da construtora.

A OAS, segundo seu próprio site, foi criada em 1976, na Bahia, com atuação no setor de engenharia e infraestrutura. Hoje, é um conglomerado multinacional brasileiro, de capital privado, que reúne empresas presentes em território nacional e em mais de 20 países.

Poucos anos depois de sua fundação, a OAS passou participar de obras públicas federais e tornou-se uma das maiores empreiteiras do país.

Após a morte do deputado Luís Eduardo Magalhães, em 1998, filho de Antônio Carlos Magalhães, a relação de Cesar Mata Pires com o sogro ficou conturbada. Ambos tinham personalidade forte, temperamento explosivo e brigavam com frequência.

Fizeram as pazes em 2007, quando Antônio Carlos Magalhães já estava hospitalizado. Após a morte de Antônio Carlos Magalhães, o empresário brigou com os demais herdeiros da família Magalhães.

Em 2008, iniciou uma briga judicial pelo espólio de Antônio Carlos Magalhães. Oficiais de Justiça, acompanhados de policiais militares, fizeram arrolamento de bens e obras de arte que integram uma coleção deixada pelo senador. Eles recorreram a um chaveiro para entrar no apartamento onde mora a
viúva de Antônio Carlos Magalhães, Arlette Magalhães.

Na época, o empresário Antônio Carlos Magalhães Júnior, que sucedeu o pai no Senado, afirmou que Cesar Mata Pires era o mentor do litígio familiar. "Ele não está brigando por dinheiro, até porque tem muito. Ele quer poder, quer ter o poder que o meu pai teve sem ser político!"

Cesar Mata Pires ainda tentou obter o controle da Rede Bahia, afiliada da Rede Globo da qual sua mulher detinha um terço das ações. Em 2013, acabou cedendo e vendeu a participação da emissora para a empresa paulista EPTV, encerrando a situação difícil com a família.

No campo político, Cesar Mata Pires aproximou-se de adversários de Antônio Carlos Magalhães como o petista Jaques Wagner, para qual a OAS fez doações nas campanhas para o governo da Bahia.

No governo de Jaques Wagner, a OAS tocou grandes obras como a Via Expressa, avenida que liga o porto à BR-324 e a construção da Avenida 29 de Março.

Léo Pinheiro
Operação Lava Jato

A partir de 2014, o grupo OAS, passou a ser investigado pela Operação Lava Jato e Cesar Mata Pires negociava acordo delação premiada no âmbito da operação. 

Nos últimos três anos Cesar Mata Pires andava preocupado com o avanço da Operação Lava Jato sobre a empresa da família. Léo Pinheiro, acionista e ex-presidente da OAS, foi preso duas vezes pelo
juiz federal Sergio Moro.

Léo Pinheiro tentou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em 2016, mas a negociação foi interrompida por conta do vazamento de um dos temas conversados com os procuradores.

Neste ano, 2017, as tratativas retomaram e agora executivos e acionistas da empreiteira estão próximos de fechar acordo com os procuradores da Lava Jato. Cerca de 20 candidatos a delatores já entregaram documentos com histórias de corrupção protagonizadas pela OAS e o próximo passo é discutir as penas dos executivos. Porém, a morte de Cesar Mata Pires deve atrasar a assinatura do acordo.

Entre os colaboradores estão os herdeiros Cesar Mata Pires Filho e Antônio Carlos Mata Pires.

Cesar Mata Pires não estava entre os que negociavam com o Ministério Público Federal.

Fortuna

Cesar Mata Pires acumulou uma das maiores fortunas do Brasil. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a fortuna de Cesar Mata Pires acumulou construindo estádios para a Copa do Mundo no Brasil, plataformas de petróleo e rodovias, do Haiti à Angola. No auge, em 2014, seu patrimônio líquido chegou a US$ 7 bilhões. Em 2015, após a operação Lava Jato, a fortuna encolheu para US$ 1 bilhão.

Em 2014, a Polícia Federal realizou buscas na sede paulistana de sua empresa, a OAS. Prendeu vários executivos por uma suposta participação em um cartel que pagava funcionários da Petrobras para fraudar o processo licitatório e obter contratos.

Antônio Carlos Magalhães

Cesar Mata Pires era casado com Tereza, filha de um dos principais políticos da história da Bahia, o ex-senador e ex-governador do estado Antônio Carlos Magalhães. O crescimento da empresa acompanhou a ascensão de Antônio Carlos Magalhães. Foi, inclusive, durante uma das gestões do político na chefia do Executivo Estadual que a OAS alavancou seu patrimônio.

Na década de 1970, a empreiteira reformou o Aeroporto 2 de Julho, de Salvador, recentemente batizado de Deputado Luís Eduardo Magalhães, o que multiplicou o faturamento da construtora. À época, Antônio Carlos Magalhães governava a Bahia.

Já na década de 1990, o político e o genro se desentenderam diversas vezes. Antônio Carlos Magalhães, então senador, inclusive, teria pedido ao Executivo baiano a suspensão de pagamentos devidos à OAS, como retaliação.

Apesar da troca de favores entre OAS e o político, Antônio Carlos Magalhães negava participação na empresa. Em entrevista à revista Istoé, em 1999, ele minimizou a relação com a construtora:
"Tenho é alguns problemas pessoais com o dono de lá, mas eu não tenho nada com a OAS, nem com os seus êxitos nem com seus possíveis fracassos. A não ser que o presidente da OAS é casado com a minha filha!"
Em 2016, Cesar Mata Pires foi internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Morte

Cesar Mata Pires morreu na manhã de terça-feira, 22/08/2017, em São Paulo, SP, aos 67 anos. Ele sofreu um infarto enquanto caminhava no bairro do Pacaembu, Zona Oeste de São Paulo, às 9h30. Cesar Mata Pires foi socorrido por pessoas que frequentavam o local e levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

Cesar Mata Pires morava nos Jardins, Zona Oeste de São Paulo, mas costumava caminhar no parque
Ibirapuera e nos arredores do Estádio do Pacaembu. A caminhada foi um hábito adquirido depois de ter sofrido, no passado, problemas no coração.

Indicação: Fadinha Veras
#FamososQuePartiram #CesarMataPires

Maria D’Apparecida

MARIA D'APPARECIDA MARQUES
(82 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (17/01/1935)
┼ Paris, França (04/07/2017)

Maria D’Apparecida cantou uma única vez no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1965. Aqui esteve com o elenco da Ópera de Paris. Na época era a melhor Carmen da França. Foi o que ela cantou aqui, além de "O Diálogo das Carmelitas" (Francis Poulenc), sob a batuta de Jacques Pernoo e a direção de Henry Doublier. A crítica não gostou, boa parte do público torceu o nariz, por causa disso ou daquilo. Até o governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, O Corvo, resolveu dar pitaco: "Nunca vi um soprano cantando um papel de meio soprano".

Experto e ladino em política, ignorante em ópera. Mas ele entendeu que devia entrar no coro de maledicências. Apesar desses resmungos, foram necessárias duas récitas extras para atender ao público que fazia fila nas bilheterias. Foram cinco récitas ao invés das três inicialmente previstas, com teatro lotado em todas.

Maria D’Apparecida não era uma cantora excepcional, e tinha consciência disso. Mas era excelente atriz. Carmen é uma personagem cobiçada por praticamente todas as cantoras, um desafio verdadeiro. Grandes cantoras se aventuraram na Carmen e foram por ela engolidas. Maria Callas, que tinha voz perfeita para o papel, gravou a ópera em estúdio, mas sabia que no palco a história seria outra e não ousou, respeitou Carmen.

No entanto, outras cantoras, com muito menos recursos vocais e teatrais foram felizes cantando a Carmen. A francesa Geneviève Vix, soprano de voz insinuante e grande presença cênica, foi um exemplo da primeira metade do século passado. Muito bonita e sedutora ela entendia a Carmen.  

Maria D’Apparecida é outro exemplo. Foi uma aparição fulgurante na França dos anos 70. Mostrou aos franceses uma Carmen que eles não conheciam. Sensual, provocante, atrevida. Arretada! Uma Carmem que continha a negritude da mulher brasileira, e particularmente, da mulher carioca.


A entrada em cena de Maria D’Apparecida foi com as mãos nas cadeiras, olhando e sorrindo para os homens, mas altiva, não de forma vulgar. Lembro que a voz soou com menos volume do que o desejável. Mas ela, ainda assim, ficou senhora do palco. Era uma Carmen negra e Maria d’Apparecida se orgulhava de ser negra, algo que os patetas racistas não entendiam.

Por sua Carmen recebeu um Orphée d’Or em 1967.

Em 1974, Maria D’Apparecida, sofreu grave acidente automobilístico, o que a obrigou a abandonar o canto lírico. Passou a se dedicar à divulgação da Música Popular Brasileira (MPB). Fez shows e gravou muito. Seu disco mais conhecido é "Maria D’Apparecida Et Baden Powell", de 1977. 

Voltou poucas vezes ao Brasil e jamais foi chamada para cantar.

A exceção foi em 1965, com o elenco da Opera de Paris. Houve quem quisesse barrá-la, mas o então diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Murilo Miranda, garantiu sua presença. Quando ele saiu, Maria D’Apparecida foi para o índex.

Os franceses voltaram ao Rio de Janeiro nos anos seguintes, mas ela não estava no elenco.
"A direção do teatro decidiu me barrar, é exatamente isso que quero dizer!"
(Afirmou Maria D’Apparecida sem papas na língua numa entrevista)

Maria D’Apparecida "Carmen", Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1965.
Maria D’Apparecida tinha um temperamento doce e amável, mas que ninguém ousasse pisar em seus pés.

No final de sua estreia no Rio de Janeiro, na "Carmen", meu pai e eu, que tinha 15 anos, fomos ao palco. Naquela época isso era permitido. Meu pai já a conhecia e se corresponderam por algum tempo até sua morte, em 1969. Ele me apresentou.

- Esse aqui é meu filho.
- Oh! Très charmant! - Exclamou sorridente e arrematou com beijos nas minhas bochechas.

Quase caí sentado, bem ali onde o otário do Don Jose acabara de assassinar "Carmen"

Ela era linda! Não sabia se olhava para os lados, se procurava algo inexistente nos bolsos, se estancava a incômoda revolução dos hormônios ou se tentava um olhar mais atento no ousadíssimo decote a dois palmos do meu nariz. Ah, os 15 anos...

Maria D’Apparecida era mulher espiritualizada, com grande senso de humanidade. Uma alma grande, bonita, inteligente e corajosa. Fez muito pela cultura do Brasil e não teve o reconhecimento que lhe é devido.

Nosso maior poeta dedicou-lhe versos. E Carlos Drummond de Andrade não escrevia versos para qualquer um. Poucos conhecem ou deram atenção.

No início dos anos 90 e na década seguinte estava em plena atividade. Participou de shows em favor da luta contra a AIDS e outras causas humanitárias. Dedicava-se ainda ao apoio a crianças autistas na França.

Baden Powell e Maria D’Apparecida
Morte

Maria d'Apparecida Marques faleceu no dia 04/07/2017, aos 82 anos, em Paris, onde morava desde os anos 1960. Seu corpo foi encontrado por vizinhos duas semanas depois, já em estado de decomposição. O corpo ficou por mais de 30 dias no Instituto Médico Legal de Paris à espera dos parentes.

O Consulado Geral do Brasil em Paris tentou contato com familiares sem sucesso e, por fim, o Itamaraty acionou a Polícia Federal, que localizou um sobrinho por afinidade. Ela não tinha irmãos. Ficou decidido, então, que o corpo seria cremado e as cinzas, trazidas para o Brasil.

"Tua voz, D’Apparecida, é aparição
Fulgurante, sensitiva, dramática
E vem do fundo negroluminoso dos nossos corações
E vai e volta e vai
Maria D'Apparecida do Brasil,
Aparecedoramente cantaril."

(Carlos Drummond de Andrade)

Texto: Henrique Marques Porto
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #MariaDApparecida

Paulo Silvino

PAULO RICARDO CAMPOS SILVINO
(78 anos)
Ator, Humorista, Compositor e Cantor

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/07/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/08/2017)

Paulo Ricardo Campos Silvino, mais conhecido por Paulo Silvino, foi um ator, humorista e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/07/1939.

Filho de Silvino Netto e Naja Silvino, não tardou a despontar para a carreira artística. Com 20 anos, ao lado de nomes como Altamiro Carrilho, Durval Ferreira e Eumir Deodato, lançou o LP "Nova Geração Em Ritmo de Samba", compondo e interpretando com sua voz abaritonada a maioria das canções, ainda sob o nome de Silvino Júnior.

Durante as décadas de 1960 e 1970, ampliou sua produção musical e teatral, escrevendo e atuando em peças e filmes. Passou pelas extintas TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior.

Paulo Silvino estreou na TV Globo em 1967, em "TV Ó - Canal Zero" e ganhou dois prêmios como o melhor comediante de televisão do ano. Desde então, apresentou e foi destaque em diversos programas de humor da TV Globo: "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Satiricom", "Planeta dos Homens", "Balança Mas Não Cai", "Viva o Gordo" e "Brasil Pandeiro".

Em 1988, Paulo Silvino comandou inúmeras vezes o "Cassino do Chacrinha", substituindo o Velho Guerreiro, Chacrinha.

Paulo Silvino no programa "Satiricom", 1974
Paulo Silvino esteve no SBT de 1989 a 1992, onde atuou em "A Praça é Nossa" e na "Escolinha do Golias", ao lado de Ronald Golias.

Participou da "Escolinha do Professor Raimundo", entre 1993 e 1995, na TV Globo, e da "Escolinha do Barulho" (1999), na TV Record.

De volta à TV Globo, participou do programa "Zorra Total", onde já fez muitos personagens, mas atualmente interpretava o mulherengo Alceu.

O humor de Paulo Silvino é fortemente baseado em bordões e piadas de duplo sentido. É, portanto, típico daquele que fez escola nos programas no qual atuou nos anos 60 e 70. São memoráveis o bordão do policial Fonseca, em quadro no qual contracenava com Jô Soares ("Guenta, doutor, ele gueeeeenta!"), e, do porteiro Severino ("Isso é uma tremenda bichona, seu diretor!" e "Cara, crachá! Cara, crachá!").

Paulo Silvino sempre buscou a piada simples, mas de gosto popular, ao criar seus tipos, popularizando assim os bordões de seus personagens.

No cinema, participou de "Um Edifício Chamado 200" (1973), "Com a Cama na Cabeça" (1973), "O Rei da Pilantragem" (1968), "Minha Sogra é da Policia" (1958) e "Sherlock de Araque" (1957).

Paulo Silvino é pai de três filhos: Flávio Silvino, João Paulo Silvino e Isabela Silvino.


Após gravar seu primeiro LP e atuar em algumas novelas da TV Globo, Flávio Silvino teve sua carreira parcialmente interrompida em 02/11/1993 ao sofrer um grave acidente de carro que lhe causou danos cerebrais ao deixá-lo em coma durante 3 meses e meio.

Paulo Silvino fazia parte do elenco de "Zorra Total" com seu personagem Severino, que participava do Strip Trem Quiz, e o Senador ("Eu quero é mamar!"). Com a mudança no "Zorra Total", Paulo Silvino integrou o novo elenco do programa que tem pelo nome de "Zorra" apenas. Em 2017 deixou o programa.

Paulo Silvino descobriu em julho de 2016 que tinha um endocarcinoma, câncer de estomago. Foi operado com sucesso total pelo cirurgião oncologista Drº Leonaldson Castro e, desde o início de setembro de 2016, fazia sessões de quimioterapia para a remissão da enfermidade.
"Só faltam quatro sessões e Paulo Silvino está ótimo! A intenção é voltar logo para a telinha mas antes disso estaria lançando, em março de 2017, seu livro-vídeo 'As Aventuras do Papaceta'"
"Quero morrer na ativa, trabalhando na minha querida TV Globo", contou certa vez. Paulo Silvino esteve na emissora desde 1966. Nesses 50 anos de casa, participou de diversos programas humorísticos, apresentou-se no programa de auditório "Porque Hoje é Sábado", foi redator do "Domingão do Faustão" e chegou a narrar uma novela, "O Pulo do Gato" (1978).

Morte

Paulo Silvino morreu na manhã de quinta-feira, 17/08/2017, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um câncer no estômago. Segundo a Central Globo de Comunicação, o humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no início da manhã.

Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo Silvino, lamentou a morte do pai:
"Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado!"
Segundo a família, Paulo Silvino chegou a ser submetido a uma cirurgia em 2016, mas o câncer se espalhou e a opção da família foi que ele fizesse o tratamento em casa. A filha de Paulo Silvino, Isabela Silvino, também usou as redes sociais para falar sobre a morte do pai:
"Amigos, obrigada por todas as mensagens. Ainda estou naquele processar isso tudo. Mas posso dizer que ele foi bem. Sem sofrer!"

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Valmir Bonvenuto e Miguel Sampaio e Fadinha Veras
#FamososQuePartiram #PauloSilvino

Luiz Melodia

LUIZ CARLOS DOS SANTOS
(66 anos)
Cantor, Compositor e Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (07/01/1951)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/08/2017)

Luiz Carlos dos Santos, mais conhecido como Luiz Melodia, foi um ator, cantor e compositor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 07/01/1951. Era filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico.

Luiz Melodia nasceu no Morro do Estácio, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Filho de Oswaldo e Eurídice, descobriu a música ao ver o pai tocando em casa:
"Fui pegando a viola dele, tirando uns acordes, observando. Ele não deixava eu pegar a viola de 4 cordas que era uma relíquia, muito bonita, onde eu aprendi a tocar umas coisas!"
Apesar da precoce afinidade com a música, Luiz Melodia acabou contrariando seu pai, que sonhava vê-lo um "doutor" formado:
"Ele não apoiava, não adiantou coisíssima alguma, até porque as coisas foram acontecendo. Depois ele veio a curtir para caramba, quando ele faleceu, perdi um grande fã!"
Luiz Melodia começou sua carreira musical em 1963 com o cantor Mizinho, ao mesmo tempo em que trabalhava como tipógrafo, vendedor, caixeiro e músico em bares noturnos.

Em 1964 formou o conjunto musical Os Instantâneos, com Manoel, Nazareno e Mizinho.

Depois de abandonar o ginásio Luiz Melodia  passou a adolescência compondo e tocando sucessos da Jovem Guarda e bossa nova, com o grupo Instantâneos formado com amigos. Essa experiência, juntamente com a atmosfera em que vivia, do tradicional samba dos morros cariocas, resultaram em uma mescla de influências que renderam a Luiz Melodia um estilo único. Logo acabou por chamar atenção de um assíduo frequentador do Morro do Estácio, o poeta Waly Salomão e de Torquato Neto.


Através de Waly Salomão, Gal Costa acabou conhecendo um de seus compositores prediletos, resultando na gravação de "Pérola Negra" no disco "Gal a Todo Vapor" (1972). Pouco depois era vez de "Estácio, Holly Estácio", ganhar sua interpretação na voz de Maria Bethânia. Foi nesta época que o artista assumiu então o nome de Luiz Melodia, apropriando o sobrenome artístico de seu pai Oswaldo, e lançou no ano seguinte , 1973, seu primeiro e antológico disco "Pérola Negra".

Sua postura porém, mantinha a mesma irreverência e inquietude, do garoto que tocava Iê-Iê-Iê nos berços de samba carioca, que lhe rendeu um estilo musical inconfundível, assim como críticas que o consideravam um artista "maldito", ao lado de nomes como Fagner e João Bosco, por exemplo.
"Não éramos pessoas que obedeciam. Burlávamos, pode-se dizer assim, todas as ordens da casa, da gravadora. Rompíamos com situações que não nos convinham. Sempre acreditei naquilo que fiz e faço!"
(Luiz Melodia)

Sua carreira acabou por consolidar-se no disco seguinte, "Maravilhas Contemporâneas" (1976), popularizado pela canção "Mico de Circo", que seria gravado em seu retorno ao Rio de Janeiro.

Nas décadas seguintes, Luiz Melodia lançou diversos álbuns e realizou shows, inclusive internacionais.

Em 1987 apresentou-se em Chateauvallon, na França e em Berna, Suíça, além de participar em 1992 do III Festival de Música de Folcalquier, na França, e em 2004 do Festival de Jazz de Montreux à beira do lago Lemán, onde se apresentou no auditório Stravinski, palco principal do festival.

Já conhecido do público e tendo alcançado seu espaço no cenário da Música Popular Brasileira, Luiz Melodia lançou "Nós" (1980), incluindo "Codinome Beija-Flor".

No disco seguinte, "Relíquias" (1985), fez uma releitura com novos arranjos para sucessos como "Ébano" "Subanormal".

No registro intimista intenso de "Acústico - Ao Vivo" (1999), em que Luiz Melodia passeia novamente por sua obra, agora através da espontaneidade de um disco gravado ao vivo durante sua turnê nacional, considerado sucesso de público e crítica.

Década de 70

Em 1972, sua música "Pérola Negra" foi gravada por Gal Costa no LP "Gal a Todo Vapor", através dos poetas-compositores Waly Salomão e de Torquato Neto, que o ouviram no bairro carioca do Estácio, onde morava o compositor. Nesse mesmo ano, Maria Bethânia gravou sua composição "Estácio, Holly Estácio"

Em 1973, lançou o primeiro LP, "Pérola Negra", registrando suas composições "Magrelinha", "Estácio, Holly Estácio", "Vale Quanto Pesa""Farrapo Humano", entre outras.

Dois anos depois, em 1975, foi finalista do Festival Abertura, da TV Globo, com a música "Ébano".

Em 1976 sua música "Juventude Transviada" foi incluída na trilha sonora da novela "Pecado Capital" da TV Globo e gravada no seu LP "Maravilhas Contemporâneas".

Ainda nos anos 1970, quando começou a ser mais conhecido, participou do Projeto Pixinguinha, dividindo o palco com Zezé Motta.

No ano de 1978 gravou o LP "Mico de Circo".

Décadas de 80 e 90

Na década de 80 lançou os LPs "Nós" (1980), "Felino" (1983), "Claro" (1985) e "Pintando o Sete" (1989). Este último incluiu um de seus maiores sucessos, "Codinome Beija-Flor" (Cazuza, Ezequiel Neves e Reinaldo Arias.

Em 1991, gravou "Codinome Beija-Flor" para a trilha sonora de "O Dono do Mundo", novela da TV Globo.

No ano de 1995 lançou o CD "Relíquias", e fez participação especial no CD "Guitarra Brasileira", de Renato Piau, no qual interpretou "Me Beija" (Luiz Melodia, Renato Piau e Tureko). No disco também interpretou "Fadas" (Luiz Melodia).

Em 1997 lançou o CD "14 Quilates".

Em 1998, participou do disco-homenagem "Balaio do Sampaio", de Sérgio Sampaio, produzido por Sérgio Natureza, no qual interpretou a faixa "Cruel" (Sérgio Sampaio).

Em 1999, lançou "Luiz Melodia: Acústico, Ao Vivo", gravado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, com a participação de Renato Piau (violão de aço e náilon) e Perinho Santana (violão de náilon e guitarra). Interpretou também músicas de outros compositores, como Zé Kéti e Hortêncio Rocha na faixa "Diz Que Fui Por Aí".

2000 - 2006

No ano 2000 realizou o mesmo show no Garden Hall, no Rio de Janeiro.

Em 2001, lançou o CD "Retrato do Artista Quando Coisa", com arranjos de cordas e sopros. O disco, produzido pelo guitarrista Perinho Santana, com arranjos sofisticados de sopros e cordas na maioria das faixas, contou com a participação de Ricardo Silveira (guitarra) e Luiz Alves (baixo acústico). No repertório incluiu suas composições "Feeling da Música" (Luiz Melodia, Ricardo Augusto e Hyldon), "Gotas de Saudade" (Luiz Melodia e Perinho Santana), "Lorena" (Luiz Melodia, Renato Piau e Mahal), que contou com a participação de seu filho Mahal, "Brinde" (Luiz Melodia e Ricardo Augusto), "Esse Filme Eu Já Vi" (Luiz Melodia e Renato Piau), "Perdido" (Luiz Melodia e Cara Feia), "Boa Atmosfera" (Luiz Melodia e Cara Feia), "Quizumba" (Luiz Melodia e Cara Feia), e a faixa-título, sobre versos de Manoel de Barros, além de "Otimismo" (Célio José e Marize Santos), "Levanta a Cabeça" (Ivan Nascimento e Osvaldo Nunes), "Sempre Comigo" (William Duba e Anísio Silva) e "Poderoso Gangster" (Guida Moira).

Lançou no ano de 2002 o CD e o DVD "Luiz Melodia Convida - Ao Vivo", gravado no Pólo Cine Vídeo, no Rio de Janeiro, com a participação de Zeca Pagodinho, Zezé Motta e Luciana Mello, entre outros artistas. O CD ganhou como faixa bônus "Presente Cotidiano", dueto com Gal Costa gravado em estúdio.

Apresentou-se, em 2005 no Parque dos Patins, no Rio de Janeiro, dentro do projeto Vivo na Lagoa. Neste mesmo ano participou do CD "Um Pouco de Mim - Sérgio Natureza e Amigos", no qual interpretou "Vela no Breu" (Paulinho da Viola e Sérgio Natureza).

Em 2006, apresentou-se no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro e foi capa da revista Carioquice, editada pelo Instituto Cultural Cravo Albin. Neste mesmo ano, ao lado de Eudes Fraga, Wanda Sá e Claudia Telles, participou do CD "Par ou Ímpar", de Marcelo Lessa e Paulinho Tapajós, no qual interpretou a faixa "Veludo Azul".

MTV 2008 - Estação Melodia MTV

Há sete anos, Luiz Melodia acalentava a ideia de um projeto sobre samba. Paralelo a isso, em meados de 2006, o cantor foi convidado para fazer um show especial em comemoração aos 70 anos do Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Focado em sambas de várias épocas, o espetáculo seria o embrião, por assim dizer, do disco "Estação Melodia", cujo repertório é a base do espetáculo que originou estes CD, DVD e programa Especial MTV.

No carnaval de 2016, o repertório foi fechado e um desejo antigo começava a se delinear. Assim, cinco anos depois de seu último CD em estúdio, Luiz Melodia voltava à cena com um trabalho de interpretação, que não deixa, em última instância, de ser também de composição: a assinatura que o cantor imprime às canções é tão particular, que perpassa a nítida impressão de co-autoria.

Álbum Zerima (2014)

Em 2011 participou do quarto disco solo do titã Sérgio Britto, lançado em setembro de 2011, "Purabossanova".

Em 2013 apresentou-se no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, foi lançada a caixa "Três Tons de Luiz Melodia", contendo três álbuns gravados pelo cantor em três décadas diferentes: "Pérola Negra" (1973), "Felino" (1983) e "Pintando o Sete" (1991).

Em 2014 lançou em show no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro, o CD "Zerima", seu 13º disco solo. Há 13 anos sem um disco de inéditas, Luiz Melodia voltou ao seu típico gênero musical. O samba e outras bossas, ouvido nas 14 faixas é tão pessoal e intransferível quanto sua ótima qualidade vocal.

Cheio da classe e do suingue habituais, Luiz Melodia apresenta novas composições como "Cheia de graça" (Luiz Melodia), cujos versos "o desejo é fera que devora" dão a tônica amorosa que perpassa o trabalho. Um amor dolente com jeito de fossa, como em "Dor de Carnaval" (Luiz Melodia), que conta com a participação especial da cantora e compositora paulista Céu.

Prêmios

Em 2015 ganhou o Prêmio Música Popular Brasileira na Categoria MPB - Canção Popular - Melhor Cantor pelo disco "Zerima". Neste mesmo ano fez turnê de lançamento do CD "Zerima", por Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, em show no Circo Voador, na Lapa, zona boêmia da cidade.

Morte

Luiz Melodia morreu na madrugada de sexta-feira, 04/08/2017, por volta das 5h00, aos 66 anos. Luiz Melodia lutava contra um câncer na medula. Ele chegou a ser submetido a um transplante. O câncer voltou e o estado de saúde do cantor se agravou bastante na última quinta-feira, 03/08/2017.

O hospital Hospital Quinta D'Or em que Luiz Melodia faleceu informou através de uma nota:
"A direção do Hospital Quinta D'Or informa que Luiz Carlos dos Santos, o cantor Luiz Melodia, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 04/08 em decorrência do agravamento do câncer de medula óssea, que estava em tratamento no Centro de Oncologia da unidade"
O velório ocorrerá na sexta-feira, 04/08/2017, a partir das 18h00, aberto ao público, na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá, na Cidade Nova, Zona Central do Rio de Janeiro. O sepultamento acontecerá às 10h00 de sábado, 05/08/2017, no Cemitério do Catumbi, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Luiz Melodia foi casado com a cantora, compositora e produtora Jane Reis de 1977 até sua morte, e era pai do rapper Mahal Reis.

Discografia
  • 1973 - Pérola Negra
  • 1976 - Maravilhas Contemporâneas
  • 1978 - Mico de Circo
  • 1980 - Nós
  • 1983 - Felino
  • 1987 - Decisão
  • 1988 - Claro
  • 1991 - Pintando o Sete
  • 1995 - Relíquias
  • 1997 - 14 Quilates
  • 1999 - Acústico ao Vivo
  • 2001 - Retrato do Artista Quando Coisa
  • 2003 - Luiz Melodia Convida
  • 2007 - Estação Melodia
  • 2008 - Especial MTV - Estação Melodia Ao Vivo
  • 2014 - Zerima

Fonte: Wikipédia e Veja
Indicação: Miguel Sampaio, Valmir BonvenutoJoão Veras e Neyde Veras
#FamososQuePartiram #LuizMelodia