Nara Leão

NARA LOFEGO LEÃO DIEGUES
(47 anos)
Cantora

☼ Vitória, ES (19/01/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/1989)

Nara Leão era filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego Leão. Nasceu em Vitória, ES, e mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um 1 ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão.

Durante a infância, Nara Leão teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo Os Oito Batutas de Pixinguinha.

Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara Leão tornou-se professora da academia.

Musa da Bossa Nova

A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli.

No fim dos anos 50, Nara Leão foi repórter do jornal Última Hora, onde Ronaldo Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara Leão, Danuza Leão.

O namoro com Ronaldo Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara Leão se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Ronaldo Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda.

Iniciou um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casou com ele um tempo depois. Nessa época passou a se interessar pelo samba de morro.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia "Pobre Menina Rica" (1963). O título de Musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorreu após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar.

Maria Bethânia, por sua vez, a substituiu no ano seguinte, interpretando "Carcará", pois Nara Leão precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 60.

De Musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Embora os Centro Popular de Cultura (CPC) já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo "Opinião" tem forte influência do espírito cepecista.

Em 1966, interpretou a canção "A Banda", de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre suas interpretações mais conhecidas, destacam-se "O Barquinho""A Banda" e "Com Açúcar e Com Afeto", feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

Nara Leão também aderiu ao Movimento Tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - "Tropicália" ou "Panis et Circensis", lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.

Vida Pessoal

Já separada alguns anos do marido Ruy Guerra, de quem não teve filhos, Nara Leão casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco.

No fim dos anos 60, mudou-se para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, em Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.

No começo dos anos 70, ela voltou para o Brasil grávida e nasceu no Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decidiu estudar psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

De fato, Nara Leão planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar dela amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.

Morte

Nara Leão morreu na manhã de 07/06/1989 vítima de um tumor cerebral inoperável, aos 47 anos. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada. Sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical.

O último disco foi "My Foolish Heart", lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.

Após a Morte

Em 2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra 1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre sua biografia. Mesmo depois de ter morrido há anos, suas músicas ainda eram sucesso, como até hoje são.

Discografia

  • 1964 - Nara
  • 1964 - Opinião de Nara
  • 1965 - O Canto Livre de Nara
  • 1965 - Cinco na Bossa
  • 1965 - Show Opinião
  • 1966 - Nara Pede Passagem
  • 1966 - Manhã de Liberdade
  • 1966 - Liberdade, Liberdade
  • 1967 - Nara
  • 1967 - Vento de Maio
  • 1968 - Nara Leão
  • 1969 - Coisas do Mundo
  • 1971 - Dez Anos Depois
  • 1974 - Meu Primeiro Amor
  • 1977 - Meus Amigos São Um Barato
  • 1978 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
  • 1979 - Nara Canta en Castellano
  • 1980 - Com Açúcar, Com Afeto
  • 1981 - Romance Popular
  • 1982 - Nasci Para Bailar
  • 1983 - Meu Samba Encabulado
  • 1984 - Abraços E Beijinhos e Carinhos Sem Ter Fim… Nara
  • 1985 - Nara e Menescal - Um Cantinho, Um Violão
  • 1986 - Garota de Ipanema
  • 1987 - Meus Sonhos Dourados
  • 1989 - My Foolish Heart

Fonte: Wikipédia

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