Fausto Fanti

FAUSTO FANTI JASMIN
(35 anos)
Humorista

* Petrópolis, RJ (20/10/1978)
+ São Paulo, SP (30/07/2014)

Fausto Fanti Jasmin foi um comediante brasileiro que começou a sua carreira artística na MTV, com o programa "Hermes & Renato". Foi casado com Karla Peixoto Sento Sé, atualmente estavam separados e tinha uma filha de 8 anos chamada Nina.

"Hermes & Renato" foi criado na cidade de Petrópolis, RJ em 1990. 

Era conhecido por ter criado, participado e dirigido o programa "Hermes & Renato" que ficou no ar durante 10 anos, de 1999 a 2009, na emissora MTV Brasil. Era um programa de humor escrachado com paródias de programas de TV e outras esquetes.

O quadro "Hermes & Renato", que batizou o programa, era inspirado em pornochanchadas dos anos 70. Outros personagens famosos foram o Palhaço Gozo, Boça e Joselito. Eles também fizeram clipes que caçoavam de estilos musicais como metal (Massacration), indie (Também Sou Hype), axé (Coração Melão) e gospel (Padre Gato).

Fausto Fanti (à direita), em episódio do programa humorístico Hermes & Renato
Um de seus personagens bastante conhecido era o Filho do Capeta, um dos quadros mais engraçados de "Hermes & Renato" intitulado "Padre Quemedo e o Filho do Capeta". Além do Filho do Capeta, o humorista interpretava Renato e outros personagens, como Padre Gato, Claudio Ricardo, Palhaço Gozo, Bandido da Luz Vermelha e Blondie Hammet.

Após a passagem pela MTV, o grupo foi trabalhar no "Legendários" de Marcos Mion em 2010. Como os direitos do nome "Hermes & Renato" eram da MTV, os humoristas usaram o nome "Banana Mecânica".

Fausto Fanti também dirigiu o seriado "Sinhá Boça" e o programa "Tela Class".

Em 2013, eles voltaram à MTV Brasil e em 2014 estrearam no FX Brasil, onde exibiram vinhetas humorísticas durante a Copa do Mundo e se preparavam para lançar um novo programa em março de 2015. O grupo era formado, além de Fausto e Adriano, por Marco Antônio Alves, Bruno Sutter e Felipe Torres. Segundo a emissora de TV por assinatura, o grupo havia gravado apenas pílulas da série que iria ao ar no Canal FX em 2015.

Os humoristas também integravam a banda de heavy metal Massacration, que surgiu no programa e ganhou vida própria, com discos lançados e participações em festivais.

Morte

Fausto Fanti foi encontrado morto em seu apartamento em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, na quarta-feira, 30/07/2014. O corpo de Fausto Fanti, que tinha 35 anos, foi encontrado pelo amigo Adriano Silva, que interpretava o Joselito. Segundo a Polícia Civil, o corpo tinha um cinto no pescoço. No boletim de ocorrência, registrada às 16:56 hs, na 23ª Delegacia de São Paulo, a morte foi tratada inicialmente como suicídio. O investigador disse que o comediante estava se separando da mulher e tinha uma filha de oito anos.

Segundo a polícia, a mulher do humorista, Karla Peixoto Sento Sé, estranhou quando descobriu que Fausto Fanti não havia ido buscar a filha do casal, Nina, na escola. Ela tentou falar com o marido por telefone, mas não conseguiu e pediu a Adriano Silva, que mora perto da família, verificar o que havia acontecido. Após não ser atendido, Adriano Silva chamou o síndico do prédio e pediu ajuda. Ao entrar no apartamento encontrou, segundo a Polícia, Fausto Fanti morto com um cinto no pescoço.

O corpo do humorista foi retirado do apartamento às 21:40 hs e seguiu para o IML. Por volta das 23:00 hs, Marco Antônio Alves, Adriano Silva e Felipe Torres, os outros integrantes do "Hermes & Renato", deixaram o apartamento de Fausto Fanti e seguiram para a casa de Adriano, que mora em frente. Muito abalados, eles evitaram conversar com a imprensa.

A atriz Tatá Werneck, o apresentador Marcos Mion entre outros artistas lamentaram a morte do humorista no Twitter. "Nossa... o Fausto. Um gênio... que tristeza... Hermes e Renato é um mito", escreveu Tatá Werneck.

Elza Laranjeira

ELZA LARANJEIRA
(61 anos)
Cantora

* Bauru, SP (16/06/1925)
+ São Paulo, SP (22/07/1986)


Elza Laranjeira foi esposa do também cantor, Agostinho dos Santos e era uma exímia intérprete de samba-canção e também uma das maiores cantoras ao interpretar as músicas de Dolores Duran.

Ela cantou na Rádio Clube de Bauru, muito novinha, ainda aos 10 anos de idade. Formou-se educadora pela Escola Normal de Bauru e lecionou em escola pública antes de dar início à sua grande carreira artística. Ela foi uma das cantoras mais importantes e requisitadas da radiofonia paulistana.

Um dos seus maiores êxitos, foi em 1963, ano em que lançou o LP "A Música de Tom e Vinicius". Nesse disco cantou "Só Danço Samba", "Sem Você", "Por Toda Minha Vida", "Serenata do Adeus" e "Derradeira Primavera". Por um tempo, se afastou da vida artística e só retornou em 1975.

Iniciou sua carreira artística na década de 40, substituindo Leny Eversong no programa de Blota Júnior, transmitido pela Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1945, transferiu-se com Blota Júnior para a Rádio Record de São Paulo.

Em 1951, fez suas primeiras gravações pelo selo Star, lançando quase simultaneamente dois discos, com os sambas "Foi Sem Querer" (Enrico Simoneti e Maragliano) e "Quando Eu Era Pequenina" (Enrico Simoneti e Donato), e, as canções "Poema Das Duas Mãozinhas" (Hervê Cordovil e Jorge de Lima) e "Dia Das Mães" (Maria Cecília B. França). No mesmo ano, gravou o baião "O Galo Já Cantou" (Hervê Cordovil e Raul Duarte).

Em 1953, foi contratada pela Copacabana e lá estreou com o samba "Vida Nova" (Alfredo Borba e Sérgio Rubens) e a batucada "A Louca Chegou" (Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida). Gravou também o samba "Gol de Baltazar" (Alfredo Borba), homenagem ao então artilheiro do time de futebol do Corinthians de São Paulo. No mesmo período, em dueto com Cauby Peixoto, gravou o samba "Já Paguei o Meu Tributo" (Alfredo Borba). Ainda em 1953 estreou na gravadora Columbia, com o choro "Doçura", primeira composição de sua autoria, e o samba canção "Meu Deus Não Sei" (Ted).

Em 1954, gravou a marcha "É Covardia" (Alfredo Borba e José Sacomani) e o samba "Mulher Namoradeira" (Alfredo Borba). Gravou também outra música alusiva ao futebol, uma vez que a Seleção Brasileira de Futebol, em junho daquele ano, participava da Copa do Mundo da Suiça, o samba "Gol do Brasil" (Alfredo Borba).

Em 1955 gravou o xote "Bandinha do Interior" (Mário Vieira e Elpídio dos Santos), e o baião "Baião Espanhol" (Alfredo Borba e Luiz Gaúcho). No mesmo ano, gravou mais duas composições de Alfredo Borba, a marcha "Gole de Cachaça" e o samba "Lampião de Querosene".

Em 1956, teve uma rápida passagem pela gravadora Odeon, onde gravou dois discos. No primeiro, cantou "Lavadeiras de Portugal" (Popp e Lucchesi), em ritmo de baião, com versão de Joubert de Carvalho, e o choro "Pica-Pau" (Alfredo Borba e José Henrique).

O segundo disco, lançado em janeiro de 1957, trazia a valsa "Que Será, Será" (Livingstone e Evans), com versão de Nadir Corte Real, e, o samba "Poço Dos Desejos" (Edson Borges). Ainda em 1957 passou a gravar na RGE e lançou a valsa "Dois Olhos Azuis" (M. Jary e Maugéri Neto) e o beguine "Insônia" (Mário Albanese e Heitor Carrilho), com acompanhamento de Enrico Simoneti e Sua Orquestra.


Em 1959, gravou o fox "É Disso Que Eu Gosto" (Heitor Carrilho e Maugério Neto) e o samba canção "Dona Saudade" (Mário Albanese e Habib Nader). No mesmo ano, gravou de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, o samba canção "Eu Sei Que Vou Te Amar", e, de Antônio Carlos Jobim e Marino Pinto, o samba "Aula de Matemática".

Elza Laranjeira foi considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran, de quem gravou ainda em 1959, o samba canção "A Noite do Meu Bem". Cantou durante muito tempo em casas noturnas de São Paulo. Destacou-se como cantora romântica, tendo gravado valsas, fox, beguines e sambas canções, como "Estou Amando Azul" (Fernando César e Britinho), lançado também em 1959.

Em 1960 gravou o samba canção "Fale Baixinho" (Portinho e Heitor Carrilho), e a marcha rancho "Um Punhadinho de Estrelas" (Mário Albanese e Heitor Carrilho). No mesmo ano, gravou o samba "Tome Continha de Você" (Dolores Duran) e o samba canção "Um Minuto Só" (Edson Borges). Fiel ao seu estilo de músicas românticas, com temáticas amorosas, gravou ainda no mesmo em 1960 o bolero "Ninguém é de Ninguém" (Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão) e o fox "Devaneio" (Djalma Ferreira e Luiz Antônio). Neste mesmo ano lançou seu primeiro LP, e um dos discos de maior destaque, "A Noite do Meu Bem", com Simonetti e Sua Orquestra, no qual cantou além da música título, as composições "Tome Continha de Você" (Dolores Duran e Édson Borges), "Um Punhadinho de Estrelas" (Mário Albanese e Heitor Carillo), "Cuidado Coração" (Ciloca Madeira e Fred Jorge), "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom JobimVinícius de Moraes), "Estou Amando Azul" (Fernando César e Britinho), "Fale Baixinho" (Portinho e Heitor Carillo), "Quando Te Achei" (Adoniran Barbosa e Hilda Hilst), "Podem Falar" (Agostinho dos Santos e Quico), "Conversa" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Um Minuto Só" (Édson Borges), e "Porquê" (Hervé Cordovil e Vicente Leporace).

Em 1962, gravou o bolero "Sem Motivo" (Aderaldo Monteiro) e o samba canção "Mais Uma Vez Adeus" (Georges Auric e Teixeira Filho). Gravou o bolero "Sem Motivo" (Aderaldo Monteiro) e o samba canção "Mais Uma Vez Adeus" (Georges Auric e Teixeira Filho). Ainda em 1962, gravou acompanhada pelo Conjunto RGE, dois clássicos da bossa nova, os sambas "Só Danço Samba" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e "Samba do Avião" (Tom Jobim). Apresentou-se em vários países latino-americanos, destacando-se o Uruguai.

Recebeu o Prêmio Roquete Pinto, melhor cantora paulista de música internacional, o Prêmio Cidade de São Sebastião, RJ, e o Troféu Chico Viola, SP. As músicas "A Noite do Meu Bem" (Dolores Duran) e "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) destacaram-se entre suas gravações de maior sucesso.

No início da década de 60, deixou a Rádio Record e foi para Rádio Nacional em São Paulo.

Em 1963, lançou o LP "A Música de Tom e Vinicius", no qual interpretou, entre outras, "Só Danço Samba", "Sem Você", "Por Toda Minha Vida", "Serenata do Adeus" e "Derradeira Primavera".

Ficou um tempo afastada da vida artística, só retornando em 1975. Nesse mesmo ano voltou a cantar na Boate Samba-Enredo, em São Paulo.


Discografia

  • 1962 - Sem Motivo / Mais Uma Vez Adeus (RGE, 78)
  • 1962 - Só Danço Samba / Samba do Avião (RGE, 78)
  • 1962 - Elza Interpreta Tom Jobim e Vinícius de Moraes (RGE, LP)
  • 1961 - Elza Laranjeiras Canta Sucessos (RGE, LP)
  • 1960 - Fale Baixinho / Um Punhadinho de Estrelas (RGE, 78)
  • 1960 - Tome Continha de Você / Um Minuto Só (RGE, 78)
  • 1960 - Ninguém é de Ninguém / Devaneio (RGE, 78)
  • 1960 - A Noite do Meu Bem (RGE, LP)
  • 1959 - É Disso Que Eu Gosto / Dona Saudade (RGE, 78)
  • 1959 - Eu Sei Que Vou Te Amar / Aula de Matemática (RGE, 78)
  • 1959 - A Noite do Meu Bem / Estou Amando Azul (RGE, 78)
  • 1957 - Que Será, Será / Poço Dos Desejos (Odeon, 78)
  • 1957 - Dois Olhos Azuis / Insônia (RGE, 78)
  • 1956 - Lavadeiras de Portugal / Pica-Pau (RGE, 78)
  • 1955 - Bandinha do Interior / Baião Espanhol (Columbia, 78)
  • 1955 - Gole de Cachaça / Lampião de Querosene (Columbia, 78)
  • 1954 - É Covardia / Mulher Namoradeira (Columbia, 78)
  • 1954 - Gol do Brasil / Isso é Namorar (Columbia, 78)
  • 1954 - Napoli / Lençol de Linho (Columbia, 78)
  • 1954 - Não Vá Embora / Pé de Pobre (Columbia, 78)
  • 1953 - Vida Nova / A Louca Chegou (Copacabana, 78)
  • 1953 - Gol de Baltazar / Don Juan (Copacabana, 78)
  • 1953 - Já Paguei o Meu Tributo / Esquisitice da Vovó (Copacabana, 78)
  • 1953 - Parabéns São Paulo / Você (Copacabana, 78)
  • 1953 - Doçura / Meu Deus Não Sei (Columbia, 78)
  • 1951 - Foi Sem Querer / Quando Eu Era Pequenina (Star, 78)
  • 1951 - Poema Das Duas Mãozinhas / Dia Das Mães (Star, 78)
  • 1951 - O Galo Já Cantou / As Lágrimas Podem Secar (Star, 78)
  • 1951 - Encantadora de Serpentes / Tira a Coroa (Carnaval, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Ronaldo Mourão

RONALDO ROGÉRIO DE FREITAS MOURÃO
(79 anos)
Astrônomo

* Rio de Janeiro, RJ (25/05/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/07/2014)

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão foi um astrônomo brasileiro, fundador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), pesquisador e sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IGHB). Também participou da política, sem, no entanto, alcançar algum cargo eletivo. Ficou conhecido como a maior autoridade em astronomia do Brasil.

O astrônomo publicou seus primeiros artigos de divulgação científica na revista Ciência Popular, em 1952, tem 98 livros publicados e mais de mil ensaios em livros, revistas e jornais.

Publicou seus primeiros artigos de divulgação científica na revista Ciência Popular em 1952, tem 98 livros publicados e mais de mil ensaios em livros, revistas e jornais.

Entrou em 1956 para Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde obteve, em 1960, os títulos de Bacharel e Licenciado em Física pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras.

Em julho de 1967, ele obteve o título de doutor pela Universidade de Paris com menção muito honrosa. Em dezembro do mesmo ano, Ronaldo Mourão voltou para o Brasil, reassumindo suas funções como astrônomo no Observatório Nacional e pesquisador no Conselho Nacional de Pesquisa.

Em março de 1968 foi nomeado astrônomo chefe da Divisão de Equatoriais.


Em janeiro de 1997, ele foi agraciado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo com o colar do centenário e o respectivo diploma, como destaque cultural do ano de 1996. Em março de 1997 foi eleito membro correspondente da Sociedade Geográfica de Lisboa. No dia 06/11/1997 foi agraciado com a Medalha Tiradentes, por sugestão do deputado estadual Luiz Carlos Machado, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. No mesmo mês foi eleito sócio honorário do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

Em 26/07/1998 foi nomeado membro da Comissão Cruls, criado pelo decreto nº 19.348 do Governo do Distrito Federal, quando foi agraciado com a Medalha Luis Cruls.

Em 16/03/1999, tomou posse na Academia Luso-Brasileira de Letras, na cadeira nº 38 que tem como patrono Gregório de Matos. Em junho de 1999 também foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia, na cadeira nº 41 que tem como patrono Roberto Marinho de Azevedo.

Participou, de 08/02/2000 a 12/02/2000 do III Encontro Luso-brasileiro da História da Matemática, em Coimbra, Portugal. No período de 22 a 26 de maio de 2000, ministrou no Congresso Internacional Encontros e Desencontros de Culturas, realizado em Sobral, Ceará, um mini-curso: "500 Anos de Ciência no Brasil". Em 05/06/2000, foi agraciado com o prêmio cultural Medalha Austregésilo de Athayde do Lions Club.

Em 19/04/2001, ganhou o Prêmio Jabuti na categoria de Ensaios com o livro "Astronomia na Época dos Descobrimentos" da Lacerda Editores. Em 15/06/2001, foi agraciada pelo governador Francisco de Assis de Moraes Souza com o título de Grande Oficial da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, a mais alta condecoração do Estado do Piauí. Em 04/07/2001, foi eleito membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em 23/10/2001, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura, na cadeira nº 16 que tem como patrono Fagundes Varela. Um semana depois, tomou posse na Academia Carioca de Letras, na cadeira nº 14, que tem como patrono Dom Pedro II.


Ao lançar "O Livro de Ouro do Universo", em 2001, mais uma obra sobre sua especialidade, o astrônomo acabou revelando que é cético em relação às previsões dos astros. Durante uma entrevista, o cientista surpreendeu ao comentar sobre a astrologia: "É claro que os astros não mentem jamais. Eles não dizem nada mesmo!".

Em 31/03/2003, foi homenageado pela Câmara Municipal de Curitiba com o título Voto de Louvor pelos relevantes serviços prestados à comunidade na área da astronomia por sugestão do vereador Jorge Bernardi.

Em 25/05/2005, recebeu o título Suprema Honra ao Mérito da Universidade Soka, Tóquio, em reconhecimento "aos notáveis empreendimentos realizados, em prol da ciência, educação e do bem estar da humanidade, do verdadeiro testemunho de uma vida exemplar dedicada às causas públicas e humanitárias". No dia seguinte recebeu o Prêmio de Cultura e Paz da Soka Gakkai International (SGI), Tóquio, "em reconhecimento pela sua grande contribuição a realização de uma paz duradoura e a promoção da cultura baseado nos nobres ideais do humanismo".

Ronaldo Mourão foi conhecido recentemente como um dos maiores céticos em relação a Ufologia, tendo manifestado essa sua opinião inclusive no programa de TV Linha Direta, em agosto de 2006. Por outro lado, o astrônomo foi um grande entusiasta e participante do Projeto SETI, sigla em inglês para Search For Extraterrestrial Intelligence, que significa Busca Por Inteligência Extraterrestre. É um projeto que tem por objetivo analisar o máximo de sinais de rádio captados por radiotelescópios terrestres, principalmente pelo Radiotelescópio de Arecibo, a partir da ideia que se existe alguma forma de vida inteligente no universo, ela tentará se comunicar com outra formas de vida através de ondas eletromagnéticas (sinais de rádio), pois estas representam a forma de transmissão de informação mais rápida conhecida.

As principais contribuições astronômicas do pesquisador foram feitas no campo das estrelas duplas, asteroides, cometas e estudos das técnicas de astrometria fotográfica.


Carreira Política

Ronaldo Mourão também se aventurou na carreira política, tendo se filiado ao Partido Social Democrata Cristão (PSDC) nos anos 90, partido pelo qual concorreu ao cargo de deputado.

Em 2002, se candidatou a deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), conseguindo somente 9 votos.

Em 2006, foi novamente candidato, dessa vez pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), onde obteve 692 votos, ainda assim longe do suficiente para conseguir a eleição.


Morte

Ronaldo Mourão morreu na noite de sexta-feira, 25/07/2014, aos 79 anos. Ele estava internado no Hospital Quinta D'or desde sábado, 19/07/2014, com pneumonia dupla. Ronaldo Mourão também sofria do Mal de Parkinson. Há cerca de duas semanas ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Ronaldo Mourão deixou quatro filhos e dois netos. O corpo do astrônomo foi sepultado no sábado, 26/07/2014, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Dinah Silveira de Queiroz

DINAH SILVEIRA DE QUEIROZ
(71 anos)
Romancista, Contista e Cronista

* São Paulo, SP (09/11/1911)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/11/1982)

Filha de Alarico Silveira, advogado, homem público e autor de uma Enciclopédia Brasileira, e de Dinorah Ribeiro Silveira, de quem ficou órfã muito pequena. Quem lê "Floradas Na Serra", seu livro de estréia de 1939, tem sua atenção despertada por aquela cena em que, ao morrer, um personagem, não querendo contaminar a filha pequena, despede-se dela, à distância, e pede que retirem a fita que prendia o cabelo da menina para beijá-la. A cena se passou na realidade com a escritora. Dona Dinorah veio a falecer aos vinte e poucos anos, deixando duas filhas: Helena e Dinah.

Com a morte da mãe, cada uma das irmãs foi para casa de um parente. Dinah foi morar com sua tia-avó Zelinda, que tanto influiria em sua formação. Datam desses tempos as temporadas na fazenda em São José do Rio Pardo, na Mogiana. Nas freqüentes visitas que o pai fazia à filha, havia sempre tempo para os livros, quando ele lia, em voz alta, as narrativas de Herbert George Wells. As passagens da "Guerra dos Mundos" causariam grande impressão no espírito da menina, assim com os escritos de Camille Flamarion a respeito de astronomia.

Dinah Silveira de Queiroz estudou no Colégio Les Oiseaux, em São Paulo, onde com a irmã Helena colaborou assiduamente no Livro de Ouro, vindo "por motivo de doença de Helena", como sempre assegurou, a ficar, afinal, com seu troféu literário de menina.


Casou-se aos 19 anos com Narcélio de Queiróz, advogado e estudioso de Montaigne, que teria grande influência nas leituras da mulher e a levaria a descobrir a vocação de escritora. Teve duas filhas: Zelinda e Léa.

Em 1961, a romancista enviuvou e, no ano seguinte, casou-se com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves.

Seu primeiro trabalho literário recebeu o título de "Pecado", seguido da novela "A Sereia Verde", publicado pela Revista do Brasil, dirigida por Otávio Tarquínio de Sousa. Seu grande sucesso viria em 1939, com o romance "Floradas Na Serra", contemplado com o Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1940), da Academia Paulista de Letras, e transposto para o cinema em 1955.

Em 1941, publicou o volume de contos "A Sereia Verde", voltando ao romance em 1949, quando publicou "Margarida la Rocque", e em 1954, com o romance "A Muralha", em homenagem às festas do IV Centenário da fundação de São Paulo. Ainda em 54, a Academia Brasileira de Letras lhe conferiu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.

Em 1956, fez uma incursão no teatro com a peça bíblica "O Oitavo Dia". No ano seguinte, publicou o volume de contos "As Noites do Morro do Encanto", que fora laureado com o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras (1950).


Em 1960, publicou outro volume de contos, "Eles Herdarão a Terra", no qual já manifestava seu interesse pela ficção científica, que irá expressar-se melhor em "Comba Malina" (1969). Em ambos, prevalece a narrativa vazada dentro do chamado realismo fantástico.

Em 1962 foi nomeada Adido Cultural da Embaixada do Brasil em Madri. Após o casamento com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves, seguiu com o marido para Moscou. Permaneceu na União Soviética quase dois anos, escrevendo artigos e crônicas, que eram veiculados na Rádio Nacional, na Rádio Ministério da Educação e no Jornal do Commercio. A ausência do Brasil criou em Dinah Silveira de Queiroz a necessidade de uma contribuição à vida brasileira, à qual concorria com suas crônicas diárias, mais tarde recolhidas no livro de crônicas "Café da Manha" (1969), e ainda em "Quadrante I" e "Quadrante II".

De volta ao Brasil, em 1964, escreveu "Os Invasores", romance histórico em comemoração do IV Centenário da fundação da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 1966, partiu novamente para a Europa, fixando-se em Roma. Na capital italiana continuou a escrever crônicas e manteve um programa semanal na Rádio do Vaticano. Publicou a biografia da Princesa Isabel, "A Princesa dos Escravos", e "Verão dos Infiéis", romance inspirado nas palavras do Papa Paulo VI ao falar perante a Assembléia da Organização das Nações Unidas, em 1965. Essa obra recebeu o prêmio de ficção Prefeitura do Distrito Federal em 1969, quando comemorava a escritora trinta anos de literatura.


Em novembro de 1974, iniciou a publicação do "Memorial do Cristo", cujo primeiro volume se intitula "Eu Venho", seguido, em 1977, do segundo volume, "Eu, Jesus".

A eleição de Dinah Silveira de Queiroz, a segunda mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1980, foi a consagração de uma escritora vinda de uma das famílias brasileiras mais voltadas às letras. Além do pai, Alarico Silveira, nela figuram os nomes de Valdomiro Silveira, um dos fundadores da nossa literatura regional; Agenor Silveira, poeta e filólogo; Helena Silveira, contista, cronista e romancista; Miroel Silveira, contista e teatrólogo; Isa Silveira Leal, novelista; Breno Silveira, tradutor; Cid Silveira, poeta; e Ênio Silveira, editor.

A escritora viveu os últimos anos em Lisboa, Portugal, onde o embaixador Dário de Castro Alves chefiava a representação diplomática do Brasil. Lá escreveu seu último romance, "Guida, Caríssima Guida", publicado em 1981.

Dinah Silveira de Queiroz sempre dizia que só pararia de escrever quando morresse. E, já muito grave seu estado de saúde, continuava, mesmo assim, a ditar, em São Paulo, suas crônicas diárias. E ditou-as até três dias antes de passar para a eternidade.


Academia Brasileira de Letras

Dinah Silveira de Queiroz tornou-se a segunda mulher a ocupar uma cadeira, a sétima ocupante da cadeira sete, na Academia Brasileira de Letras, em sucessão a Pontes de Miranda, tendo sido recebida em 07/04/1981, mesmo ano da publicação de seu último trabalho, o romance "Guida, Caríssima Guida".

Adaptações

Tanto "Floradas na Serra" como "A Muralha" ganharam adaptações para o cinema e para a televisão, com muito sucesso. "Floradas na Serra" foi filmado em 1953 pelo estúdio Vera Cruz, com direção do italiano Luciano Salce e estrelado por Cacilda Becker e Jardel Filho.

Na televisão, houve duas adaptações. Uma na TV Cultura, de São Paulo, em 1981, na série "Teleromance", com Bete Mendes e Amaury Alvarez, e a outra no início da década de 1990, na TV Manchete, com as atuações de Carolina Ferraz, Marcos Winter, Myrian Rios e Tarcísio Filho. Já "A Muralha" foi adaptada para a televisão em três oportunidades: a primeira, em 1961, em uma adaptação simples e sem muitos recursos de Benjamin Cattan para a TV Tupi; a segunda adaptação foi de Ivani Ribeiro, em 1968, para uma superprodução da TV Excelsior que reuniu todo o elenco de estrelas da casa, na época, e em 2000, quando Maria Adelaide Amaral fez uma das minisséries mais caras da TV Globo.

Prêmios

Dinah Silveira de Queiroz foi laureada com vários prêmios literários. Recebeu em 1940 da Academia Paulista de Letras o Prêmio Antônio de Alcântara Machado pela obra "Floradas na Serra". Seu romance "Verão dos Infiéis" recebeu o Prêmio Prefeitura do Distrito Federal, em 1969. Da Academia Brasileira de LetrasDinah foi agraciada com duas importantes premiações: o Prêmio Afonso Arinos em 1950, pelo volume de contos "As Noites do Morro do Encanto" e o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, em 1954.


Obras


  • 1939 - Floradas na Serra (Romance)
  • 1941 - A Sereia Verde (Contos)
  • 1949 - Margarida La Rocque (Romance)
  • 1951 - As Aventuras do Homem Vegetal (Infantil)
  • 1954 - A Muralha (Romance)
  • 1956 - O Oitavo Dia (Teatro)
  • 1957 - As Noite do Morro do Encanto (Conto)
  • 1960 - Era Uma Vez Uma Princesa (Biografia)
  • 1960 - Eles Herdarão a Terra (Conto)
  • 1965 - Os Invasores (Romance)
  • 1966 - A Princesa dos Escravos (Biografia)
  • 1968 - Verão dos Infiéis (Romance)
  • 1969 - Comba Malina (Conto)
  • 1969 - Café da Manhã (Crônicas)
  • 1974 - Eu Venho, Memorial do Cristo I
  • 1977 - Eu, Jesus, Memorial do Cristo II
  • 1979 - Baía de Espuma (Infantil)
  • 1981 - Guida, Caríssima Guida (Contos)


Em Colaboração


  • 1960 - Antologia Brasileira de Ficção-Científica (Conto)
  • 1961 - Histórias do Acontecerá (Conto)
  • 1962 - O Mistério dos MMM (Contos)
  • 1962 - Quadrante 1 (Crônicas)
  • 1963 - Quadrante 2 (Crônicas)


Ariano Suassuna

ARIANO VILAR SUASSUNA
(87 anos)
Dramaturgo, Romancista, Poeta e Professor

* João Pessoa, PB (16/06/1927)
+ Recife, PE (23/07/2014)

Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. Era o atual secretário de assessoria ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Foi defensor da cultura do Nordeste e autor do "Auto da Compadecida" e "A Pedra do Reino".

Ariano Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, PB, no dia 16/06/1927, filho de João Suassuna e Cássia Vilar. No ano seguinte, seu pai deixou o Governo da Paraíba e a família passou a morar no sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, PB.

Com a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, PB, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano Suassuna fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de "improvisação" seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

A partir de 1942 passou a viver no Recife, PE, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz.

Em 1943 iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.

Em 1947, escreveu sua primeira peça, "Uma Mulher Vestida de Sol".

Em 1948, sua peça "Cantam as Harpas de Sião" (ou "O Desertor de Princesa") foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. "Os Homens de Barro" foi montada no ano seguinte, em 1949. Seguiram-se "Auto de João da Cruz", de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado "Auto da Compadecida", de 1955, "O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso", de 1957, "A Pena e a Lei", de 1959, "A Farsa da Boa Preguiça", de 1960, e "A Caseira e a Catarina", de 1961.

Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo "Auto de João da Cruz". Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça "Torturas de um Coração" em 1951.


Em 1952, voltou a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época "O Castigo da Soberba" (1953), "O Rico Avarento" (1954) e o "Auto da Compadecida" (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.

Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 1957 foi encenada a peça "O Casamento Suspeitoso", em São Paulo, pela Companhia Sérgio Cardoso, e "O Santo e a Porca".

Em 1958, foi encenada a peça "O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna".

Em 1959, foi encenada a peça "A Pena e a Lei", premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Ainda em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a "Farsa da Boa Preguiça" (1960) e "A Caseira e a Catarina" (1962).

No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ali, em 1976, defendeu a tese de livre-docência "A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira".

Aposentou-se como professor em 1994 pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Membro fundador do Conselho Federal de Cultura em 1967; nomeado, pelo reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1969.

Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o "Movimento Armorial", interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18/10/1970, com o concerto "Três Séculos de Música Nordestina - do Barroco ao Armorial" e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).


Entre 1958 e 1979, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o "Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" (1971) e "História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana" (1976), classificados por ele de "romance armorial-popular brasileiro".

Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, PE, onde ocorre a cavalgada inspirada no "Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta", um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.

Foi membro da Academia Paraibana de Letras e e no ano de 2000, Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no Carnaval carioca na escola de samba Império Serrano.

Em 2004, com o apoio da Academia Brasileira de Letras (ABL), a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado "O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna", dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.

Em 2006, foi concedido título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mas que veio a ser entregue apenas em 10/06/2010, às vésperas de completar 83 anos. "Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda", afirmou Ariano Suassuna, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.

Em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no Carnaval paulista.

Em 2013 sua mais famosa obra, "Auto da Compadecida" foi o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.

Ariano Suassuna era um torcedor fanático do Sport Club do Recife.

De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra.

Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 07/10/1945, quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do Commercio do Recife.


Movimento Armorial

Ariano Suassuna foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.

As obras de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Academias

Academia Pernambucana de Letras

Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

Academia Brasileira de Letras

Desde 1990, ocupava a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo.

Academia Paraibana de Letras

Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 09/10/2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.


Morte

Segundo boletim médico divulgado pelo Real Hospital Português, do Recife, em 23/07/2014, às 11:00 hs, seu quadro seguia instável e grave. O escritor permanecia em coma, respirando com a ajuda de aparelhos.

Ariano Suassuna passou mal na noite de segunda-feira, 21/07/2014, por volta das 20:00 hs, e foi levado ao hospital com um sangramento intracraniano. Ele foi submetido a uma cirurgia e encaminhado para a UTI Neurológica. Na manhã do dia 22/07/2014, foi realizado outro procedimento médico. No boletim divulgado no período da noite, os médicos constataram a piora de seu estado de saúde, com queda da pressão arterial e aumento da pressão intracraniana.

O escritor já tinha sido internado duas vezes em 2013. No dia 21 de agosto, Ariano Suassuna passou mal em sua residência e foi hospitalizado. O diagnóstico médico apontou infarto agudo do miocárdio, de pequenas proporções. Após seis dias na unidade de saúde, recebeu alta. Poucos dias depois, foi detectado um aneurisma cerebral. Ele passou por um procedimento cirúrgico para tratar o problema e foi para casa novamente no dia 4 de setembro.

Ariano Suassuna morreu no Recife, PE, na quarta-feira, 23/07/2014, aos 87 anos. O velório do corpo do escritor começa ainda na noite de  quarta-feira, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. A partir das 23:00 hs, será aberto o acesso do público ao local. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira, 24/07/2014, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.


Obras Selecionadas

  • 1947 - Uma Mulher Vestida de Sol
  • 1948 - Cantam as Harpas de Sião ou O Desertor de Princesa
  • 1949 - Os Homens de Barro
  • 1950 - Auto de João da Cruz
  • 1951 - Torturas de um Coração
  • 1952 - O Arco Desolado
  • 1953 - O Castigo da Soberba
  • 1954 - O Rico Avarento
  • 1955 - Auto da Compadecida
  • 1957 - O Casamento Suspeitoso
  • 1957 - O Santo e a Porca
  • 1958 - O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna
  • 1959 - A Pena e a Lei
  • 1960 - Farsa da Boa Preguiça
  • 1962 - A Caseira e a Catarina
  • 1987 - As Conchambranças de Quaderna
  • 1956 - Fernando e Isaura (Inédito até 1994)

Romance

  • 1956 - A História de amor de Fernando e Isaura
  • 1971 - O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta
  • 1976 - História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana

Palestras

  • Defesa contra a teoria da evolução.

Poesia

  • 1945 - O Pasto Incendiado
  • 1955 - Ode
  • 1970 - O Pasto Incendiado
  • 1980 - Sonetos Com Mote Alheio
  • 1985 - Sonetos de Albano Cervonegro
  • 1999 - Poemas (Antologia)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Hugo Miguel Etchenique

HUGO MIGUEL ETCHENIQUE
(88 anos)
Engenheiro e Empresário

* La Paz, Bolívia (24/11/1925)
+ São Paulo, SP (21/07/2014)

Hugo Miguel Etchenique foi um engenheiro e empresário, fundador da marca Brastemp, uma das mais importantes indústrias do país. Boliviano naturalizado brasileiro, Hugo Miguel era filho de Miguel Etchenique e Elena Etchenique Dorado, nasceu em La Paz, na Bolívia, no dia 24/11/1925.

Engenheiro industrial formado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, passou por diversos cursos no Massachusetts Institute Of Technology (MIT), em Cambridge, e no Stevens Institute Of Techonology, em Hoboken, New Jersey.

Em 1950, desembarcou no Brasil para trabalhar com o pai no empreendimento da Brasmotor.

Depois de passar por todos os setores da fábrica de São Bernardo do Campo, assumiu uma das gerências da empresa e participou da criação da marca Brastemp em 1954. Peça importante nas negociações da transição da companhia para a linha-branca. Hugo Miguel trabalhou também na criação da Multibrás em associação com a Sears e a Whirlpool em 1958, e na montagem final da holding Brasmotor em 1961. Dois anos depois, assumiu a superintendência da Multibrás.


Nos anos 70, já à frente do Conselho de Administração e da Superintendência da Brasmotor S.A., coordenou a incorporação e o ajustamento da Consul e da Empresa Brasileira de Compressores (Embraco) ao grupo, processo que repetiria em 1984 com a aquisição do controle acionário da Semer, fabricante de fogões.

Nos anos 90, sob o comando de Hugo Miguel Etchenique, a Brasmotor solidificou sua estrutura corporativa e preparou as bases de sua internacionalização. Para realizar o primeiro objetivo, o presidente do Conselho de Administração propôs, em 1994, a fusão da Brastemp, Consul e Semer na nova Multibrás S.A. Eletrodomésticos. Nesse mesmo ano, Hugo Miguel Etchenique e seus executivos foram à Itália finalizar a compra da Aspera S.A., importante fábrica de compressores, incorporando-a à Empresa Brasileira de Compressores (Embraco).

No início de 1995, formalizaram uma joint-venture entre a Embraco, a Whirlpool e a Beijing Snowflake Electric Appliance Group, também para a produção de compressores para refrigeradores domésticos na China.

Apesar de ter deixado o comando do grupo Brasmotor, controlador da Multibrás, dona das marcas Brastemp e Consul, no ano 2000, após 30 anos, Hugo Miguel Etchenique ainda era chamado para opinar sobre os negócios da empresa, que teve o controle acionário vendido em 1997 para a americana Whirlpool.

O bordão "Não é assim uma Brastemp", um dos mais famosos da publicidade brasileira, foi criado na sua gestão. "Ele era uma Brastemp", comentou o seu filho Rodrigo, que participava com ele da direção da empresa.


Morte

Hugo Miguel Etchenique morreu na segunda-feira, 21/07/2014, às 22:22 hs, aos 88 anos. O empresário tinha 83 anos e sofria de complicações pulmonares há cerca de três anos. No domingo, 20/07/2014, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, mas a infecção agravou-se e ele não resistiu.

O velório ocorreu na terça-feira, 22/07/2014, das 10:00 hs às 14:00 hs, no Einstein, na Avenida Albert Einstein, 672, no Morumbi, e em seguida o sepultamento no Cemitério São Paulo, na Avenida Cardeal Arcoverde, em Pinheiros.

Hugo Miguel Etchenique deixa cinco filhos, quatorze netos e um bisneto.

Na nota de falecimento assinada por João Carlos Brega, Chief Executive Officer (CEO) da Whirpool, lamenta a perda:

"Em nome dos 68 mil colaboradores da Whirlpool Corporation em todo mundo, manifestamos irrestrita solidariedade e carinho aos familiares. Inexistem palavras capazes de descrever o profundo respeito e admiração que sempre tivemos pelo Srº Etchenique, além do reconhecimento por suas inúmeras contribuições ao nosso País, à indústria brasileira e à inovação."

"Hugo Miguel Etchenique será para sempre lembrado como um ícone e um exemplo para os brasileiros e para a indústria", escreveu em comunicado enviado à imprensa.

Fonte: Economia IG
Indicação: Miguel Sampaio

Norberto Odebrecht

NORBERTO ODEBRECHT
(93 anos)
Engenheiro e Empresário

* Recife, PE (09/10/1920)
+ Salvador, BA (19/07/2014)

Norberto Odebrecht nasceu em Recife, PE, em 09/10/1920. Filho de Emílio Odebrecht e Hertha, Norberto chegou a Salvador aos cinco anos. Aos 15 anos, começou a trabalhar nas oficinas da empresa do pai, a Emílio Odebrecht & Cia, onde aprendeu os ofícios de pedreiro, serralheiro, armador. Foi chefe de almoxarifado e responsável pelo transporte. Conviveu e aprendeu com mestres-de-obras e operários.

Quando completou 18 anos, Norberto Odebrecht ingressou no curso de engenharia da Escola Politécnica de Salvador. No terceiro ano de faculdade, aos 21 anos, assumiu a empresa do pai, que havia entrado em dificuldades. Apesar de conciliar trabalho, estudos e a convocação para o serviço militar, Norberto Odebrecht concluiu a graduação em engenharia em 1943.


Em 1944, após constituir a própria empresa e negociar dívidas, fundou a Construtora Odebrecht, que fica em Salvador. Após algumas décadas no mercado, a empresa tornou-se um conglomerado que atua em países como Angola, Argentina, Equador, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.

Em 1965, Norberto Odebrecht criou a Fundação Odebrecht, que apoia projetos de desenvolvimento social no Baixo Sul da Bahia.

Em 1991, Norberto Odebrecht passou a presidência da Odebrecht S.A. ao filho Emílio Odebrecht. O fundador da Organização se tornou então presidente do Conselho de Administração, cargo que mais adiante o filho Emílio assumiu em 1998. Desde então, Norberto Odebrecht era o Presidente de Honra da Odebrecht S.A., além de Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht e membro da Academia Nacional de Engenharia.

Atualmente, o filho Emílio segue na presidência do Conselho de Administração da Odebrecht S.A. e seu neto Marcelo Odebrecht é o diretor-presidente da Organização Odebrecht.


Organização Odebrecht

Entre 1945 e 1948, Norberto Odebrecht realizou obras em Salvador e no interior da Bahia. A partir de 1969, a organização expandiu as atividades para o sudeste brasileiro. Em 1973, com obras na maioria dos estados brasileiros, a Odebrecht tornou-se uma empresa de atuação nacional e conquistou o título de uma das principais construtoras do Nordeste.

Já em 1980, a organização entrou no segmento de hidrelétricas, com a incorporação da Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), e expandiu a atuação em engenharia e construção no Brasil.

Em 1981 foi criada a holding Odebrecht S.A., voltada para a preservação das concepções filosóficas e o direcionamento dos Negócios. A Organização Odebrecht faz 70 anos, com atuação diversificada por meio de 15 Negócios, três Fundos de Investimento e cinco Empresas Auxiliares, além da atuação social da Fundação Odebrecht e do amplo conjunto de programas socioambientais e culturais nas Comunidades em que está presente. Além disso, são 35 anos de atuação no Peru, 30 anos em Angola e dez anos em Moçambique.


Morte

Norberto Odebrecht morreu aos 93 anos, no sábado, 19/07/2014, por volta das 20:00 hs, em Salvador, BA. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do grupo Odebrecht na capital baiana. Ele estava internado há dois dias no Hospital Cádio Pulmonar com problemas cardíacos.

O corpo do engenheiro foi sepultado na manhã de domingo, 20/07/2014, no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. 

Fonte: Wikipédia e G1

Rubem Alves

RUBEM ALVES
(80 anos)
Psicanalista, Professor, Teólogo e Escritor

* Boa Esperança, MG (15/09/1933)
+ Campinas, SP (19/07/2014)

Rubem Alves foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis. Nasceu no dia 15/09/1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música "Serra da Boa Esperança".

A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do interior de Minas.

No período de 1953 a 1957 estudou Teologia no Seminário Presbiteriano  de Campinas, SP, tendo se transferido para Lavras, MG, em 1958, onde exerceu as funções de pastor naquela comunidade até 1963.

Casou-se em 1959 e teve três filhos: Sérgio (1959), Marcos (1962) e Raquel (1975) que foi sua musa inspiradora na feitura de contos infantis.

Em 1963 foi estudar em New York, retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary. Denunciado pelas autoridades da Igreja Presbiteriana como subversivo, em 1968, foi perseguido pelo regime militar. Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados Unidos, fugindo das ameaças que recebia. Lá, tornou-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.

Sua tese de doutoramento em teologia, "A Theology Of Human Hope", publicada em 1969 pela editora católica Corpus Books é, no seu entendimento, "um dos primeiros brotos daquilo que posteriormente recebeu o nome de Teoria da Libertação".

De volta ao Brasil, lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, MG, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde recebeu o título de Professor Emérito.


Tinha um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.

Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary.

Em 1973, transferiu-se para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), como professor-adjunto na Faculdade de Educação.

No ano seguinte, 1974, ocupou o cargo de professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Foi nomeado professor-titular na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, em 1979, professor livre-docente no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) daquela universidade. Convidado pela Nobel Fundation, proferiu conferência intitulada "The Quest For Peace".

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi eleito representante dos professores titulares junto ao Conselho Universitário, no período de 1980 a 1985, Diretor da Assessoria de Relações Internacionais de 1985 a 1988 e Diretor da Assessoria Especial para Assuntos de Ensino de 1983 a 1985.

No início da década de 80 tornou-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.

Em 1988, foi professor-visitante na Universidade de Birmingham, Inglaterra. Posteriormente, a convite da  Rockefeller Fundation fez residência no Bellagio Study Center, Itália.

Na literatura e na poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou. Admirador de Adélia Prado, Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Octávio Paz, Saramago, Nietzsche, T. S. Eliot, Camus, Santo Agostinho, BorgesFernando Pessoa, entre outros, tornou-se autor de inúmeros livros, e colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso, em especial entre os vestibulandos. 


Afirmava que era "psicanalista, embora heterodoxo", pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do inconsciente mora a beleza.

Após se aposentar tornou-se proprietário de um restaurante na cidade de Campinas, SP, onde deu vazão a seu amor pela cozinha. No local eram também ministrados cursos sobre cinema, pintura e literatura, além de contar com um ótimo trio com música ao vivo, sempre contando com "canjas" de alunos da Faculdade de Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Rubem Alves era membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a Medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.

Rubem Alves viveu em Campinas, onde mantinha um grupo, chamado Canoeiros, que se encontra semanalmente para leitura de poesias.

Sua mensagem é direta e, por vezes, romântica, explorando a essência do homem e a alma do ser. É algo como um contraponto à visão atual de homo globalizadus que busca satisfazer desejos, muitas vezes além de suas reais necessidades.

"Ensinar" era descrito por Rubem Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum (Rindo, dizer coisas sérias). Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.

Em alguns de seus textos, cita passagens da Bíblia, valendo-se de metáforas.


Teologia

Autor do livro "Da Esperança (Teologia da Esperança Humana)", Rubem Alves é tido por muitos estudiosos como uma das mais relevantes personalidades no cenário teológico brasileiro. O fundador da reflexão sobre uma teologia libertadora, que em breve seria chamada de Teologia da Libertação. Via no Humanismo um messianismo restaurador e assim, desde os anos 60 participou do movimento latino-americano de renovação da teologia.

Sua posição liberal logo lhe trouxe graves problemas em seu relacionamento com o protestantismo histórico e especificamente presbiteriano. Foi questionado desde cedo por suas ideias e teve de abandonar o pastorado, tendo antes abandonado suas convicções doutrinárias ortodoxas.

Foi dessa experiência que surgiu o livro "Protestantismo e Repressão", que busca elucidar os labirintos do cotidiano histórico deste movimento religioso. Escreveu ainda um livro em inglês que falava do futuro da humanidade, "Filhos do Amanhã", onde tratou de como um futuro libertador dependia de categorias que a ciência ocidental havia desprezado.

Lançou ainda um livro chamado "Variações Sobre a Vida e a Morte", onde trata de construir uma teologia poética, preocupada com o corpo, com a vida em sua dimensão real.

Foi proibido de falar nos púlpitos da Igreja Presbiteriana do Brasil, o que não o impediu de ser convidado para pregar na Igreja Presbiteriana de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 31/10/2003, por ocasião das comemorações pela Reforma Protestante.


Morte

Rubem Alves morreu no sábado, 19/07/2014, vítima de falência múltipla de órgãos, aos 80 anos. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Centro Médico de Campinas, a 93 km de São Paulo.

Rubem Alves foi internado no dia 10/07/2014 com um quadro de insuficiência respiratória, devido a uma pneumonia. Segundo boletim médico, ele tinha apresentado agravamento das funções renais e pulmonares na sexta-feira, dia 18/07/2014.


Obras

Crônicas
  • As Contas de Vidro e o Fio de Nylon
  • Navegando
  • Teologia do Cotidiano
  • A Festa de Maria
  • Cenas da Vida
  • Concerto Para Corpo e Alma
  • E Aí? - Cartas Aos Adolescentes e a Seus Pais
  • O Quarto do Mistério
  • O Retorno Eterno
  • Sobre o Tempo e a Eterna Idade
  • Tempus Fugit


Livros Infantis
  • A Menina, a Gaiola e a Bicicleta
  • A Boneca de Pano
  • A Loja de Brinquedos
  • A Menina e a Pantera Negra
  • A Menina e o Pássaro Encantado
  • A Pipa e a Flor
  • A Porquinha de Rabo Esticadinho
  • A Toupeira Que Queria Ver o Cometa
  • Estórias de Bichos
  • Lagartixas e Dinossauros
  • O Escorpião e a Rã
  • O Flautista Mágico
  • O Gambá Que Não Sabia Sorrir
  • O Gato Que Gostava de Cenouras
  • O País dos Dedos Gordos
  • A Árvore e a Aranha
  • A Libélula e a Tartaruga
  • A Montanha Encantada dos Gansos Selvagens
  • A Operação de Lili
  • A Planície e o Abismo
  • A Selva e o Mar
  • A Volta do Pássaro Encantado
  • Como Nasceu a Alegria
  • O Medo da Sementinha
  • Os Morangos
  • O Passarinho Engaiolado
  • Vuelve, Pájaro Encantado


Filosofia da Ciência e da Educação
  • A Alegria de Ensinar
  • Conversas Com Quem Gosta de Ensinar
  • Estórias de Quem Gosta de Ensinar
  • Filosofia da Ciência
  • Entre a Ciência e a Sapiência)


Filosofia da Religião
  • O Enigma da Religião
  • L' Enigma Della Religione
  • O Que é Religião?
  • What Is Religion?
  • Was Ist Religion?
  • Protestantismo e Repressão
  • Protestantism And Repression
  • Dogmatismo e Tolerância
  • O Suspiro dos Oprimidos


Biografias
  • Gandhi: A Magia dos Gestos Poéticos


Teologia
  • A Theology Of Human Hope
  • Christianisme, Opium ou Liberation?
  • Teologia Della Speranza Umana
  • Da Esperança
  • Tomorrow's Child
  • Hijos Del Manana
  • Il Figlio Dei Domani
  • Teologia Como Juego
  • Variações Sobre a Vida e a Morte
  • Creio na Ressurreição do Corpo
  • Ich Glaube An Die Auferstehung Des Leibes
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  • Parole da Mangiari (The Poet, The Warrior, The Prophet)

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