Carlos Castello Branco

CARLOS CASTELLO BRANCO
(72 anos)
Jornalista, Contista e Romancista

☼ Teresina, PI (15/06/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/06/1993)

Carlos Castelo Branco foi um jornalista e escritor brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Piauiense de Letras. A coluna que manteve por décadas no Jornal do Brasil é um marco do jornalismo político. Seu acervo encontra-se no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Ruy Barbosa.

Era filho do desembargador Christino Castello Branco e de Dulcilla Santana Branco. Formou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, em 1943.

Jornalista desde 1939, trabalhou na cadeia dos Diários Associados, passando por diversos cargos de chefia e fixando-se como repórter político, a partir de 1949, inicialmente no O Jornal, depois no Diário Carioca e na revista O Cruzeiro.

Vocação literária intermitente e absorvida pelo jornalismo, Carlos Castelo Branco foi parte da "geração mineira de 1945", ao lado de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, tendo publicado, em 1952, o livro "Continhos Brasileiros".

Único contista piauiense citado por Herman Lima no seu livro "Variações Sobre o Conto", a carreira puramente literária de Carlos Castello Branco interrompeu-se com o romance "Arco de Triunfo", publicado em 1959, para dar lugar a uma das mais fulgurantes carreiras do jornalismo brasileiro.


A atividade jornalística de Carlos Castello Branco seria interrompida brevemente em 1961, quando assumiu o cargo de Secretário de Imprensa do presidente Jânio Quadros. A proximidade com Jânio Quadros possibilitou-lhe recolher dados e circunstâncias que ninguém mais seria capaz de alinhar com tanta percuciência e segurança, e que ele iria relatar no seu livro póstumo "A Renúncia de Jânio" (1996). Ele próprio condicionou a publicação do depoimento a um prazo além de sua morte, porque não queria ninguém apontando-lhe reservas e omissões, ou até incapacidade em explicar a renúncia do presidente Jânio Quadros. Se houvesse por acaso alguma explicação objetiva, o notável jornalista que foi Carlos Castello Branco certamente decifraria as motivações desse ato.

Voltou ao jornalismo em 1962, como chefe da sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, cargo que exerceu até 1972, e como colunista político, que foi até o fim da vida, na sua Coluna do Castello.

Reunindo suas colunas, publicou uma série de livros sobre "os fatos que precederam e sucederam o Movimento de março de 1964": os dois volumes de "Introdução à Revolução de 1964" e os quatro volumes de "Os Militares no Poder", que teriam seu seguimento, conforme disse o autor, "na medida da persistência do interesse público por um depoimento que, à margem da história, procura dar apenas uma visão parcial e contemporânea de situações complexas, repetitivas, monótonas, mas apaixonantes".

A Coluna de Castello representou, por unânime consenso, a peça mais importante do jornalismo político brasileiro. Sua leitura, todos os dias, constituía uma obrigação fundamental de todas as pessoas com qualquer dose de interesse, direto ou indireto, na vida pública do país.


A história de Carlos Castello Branco confunde-se com a história da redemocratização brasileira. Desde a queda da ditadura Vargas, Castelinho como todos os jornalistas o chamavam, passou a viver e a respirar com as instituições políticas. Pode-se dizer mesmo que passou a fazer parte delas: quando a liberdade floresce, Carlos Castello Branco se torna uma das personalidades importantes da República. Nas épocas de regressão, está sempre na primeira lista dos encarcerados. Não que ele fosse subversivo, perigoso. Ao contrário, era conservador e pacato. Mas seus escritos tinham a virtude de incomodar os poderosos que, a pretexto de salvar a pátria, escravizam seus concidadãos.

Além da aptidão jornalística de testemunhar, registrar e reter na memória, Carlos Castello Branco era uma estrela de primeira grandeza na profissão de interpretar os fatos políticos.

Jornalista dos mais conhecidos e respeitados, foi eleito, em 1976, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, cargo que exerceu até 1981.

Em 24/10/1978, foi homenageado nos Estados Unidos com o Prêmio Maria Moors Cabot, pela Universidade de Columbia, New York, destinado aos jornalistas notáveis das Américas. Recebeu também o Prêmio Mergenthaler, de liberdade de imprensa, o Prêmio Nereu Ramos de jornalismo, dado pela Universidade de Santa Catarina, e o Prêmio Almirante, na área de jornalismo.

Carlos Castello Branco era membro da Academia Piauiense de Letras e do Pen Clube do Brasil.

Na Academia Brasileira de Letras foi eleito em 04/11/1982 para a Cadeira nº 34, na sucessão de R. Magalhães Júnior, onde foi recebido em 25/05/1983, pelo acadêmico José Sarney.

Obras
  • 1952 - Continhos Brasileiros
  • 1959 - Arco de Triunfo (Romance)
  • 1975 - Introdução à Revolução de 1964, 2 Volumes
  • 1977 - Os Militares no Poder, Volume 1
  • 1978 - Os Militares no Poder, Volume 2
  • 1980 - Os Militares no Poder, Volume 3
  • 1981 - Os Militares no Poder, Volume 4
  • 1994 - Retratos e Fatos da História Recente
  • 1996 - A renúncia de Jânio
  • 1996 - Retratos e Fatos da História Recente

Fonte: O Nordeste

Luiz Carlos Niño

LUIZ CARLOS MENDONÇA NIÑO
(40 anos)
Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/05/1965)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/06/2005)

Luiz Carlos Niño, nome artístico de Luiz Carlos Mendonça Niño, foi um ator brasileiro.

Nasceu no Rio de Janeiro em 27/05/1965. Era filho da atriz Ilva Niño e de Luiz Mendonça. Seus principais trabalhos na TV foram nas novelas "Corpo Santo" (1987), "Te Contei?" (1978) e "O Astro" (1977).

Também em 1977, participou do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" como o personagem Faharouquinho, na TV Globo.

No cinema, atuou em filmes como "Amor e Traição" (1974) e "Sábado Alucinante" (1979).

Luiz Carlos Niño morreu aos 40 anos, vítima de cirrose, no dia 01/06/2005, no Rio de Janeiro.


Luis Gustavo com Luiz Carlos Niño em "Te Contei?"
Televisão

  • 1977 - O Astro ... Alan Quintanilha (Criança)
  • 1977 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Faharouquinho
  • 1978 - Te Contei? ... Zito
  • 1983 - Eu Prometo ... Garnizé
  • 1987 - Corpo Santo ... Juliano Queirós


Luís Carlos Niño e Jacira Sampaio no "Sítio do Pica-Pau Amarelo"
Cinema

  • 1974 - Amor e Traição
  • 1975 - Lição de Amor
  • 1979 - Sábado Alucinante
  • 1980 - Cabaret Mineiro


Luis Carlos Niño, Rosana Garcia, Jacyra Sampaio e Júlio César
Teatro

  • 1981 a 1983 - O Último Desejo
  • 1985 - Cabaret Brasileiro
  • 1990 a 1993 - Homem de Muitas Mulheres
  • 1996 - Os Reis do Improviso


Fonte: Wikipédia

Cidinho Bola Nossa

ALCEBÍADES DE MAGALHÃES DIAS
(94 anos)
Jornalista, Funcionário Público e Árbitro de Futebol

☼ Urucânia, MG (11/04/1913)
┼ Belo Horizonte, MG (01/06/2007)

Natural de Ponte Nova, MG, jornalista e funcionário público, Cidinho Bola Nossa foi árbitro da Federação Mineira de Futebol entre os anos de 1940 e 1960. Cidinho só soube fazer uma coisa na vida melhor que apitar: Torcer para o Atlético Mineiro. Como as duas coisas são aparentemente incompatíveis, ser juiz e torcer de forma absolutamente escancarada por um time, Cidinho aprontou coisas do arco da velha nas quatro linhas, e tudo em nome da paixão. A história mais famosa de Cidinho aconteceu durante um jogo entre o Atlético Mineiro e o Botafogo, em 1949, quando Cidinho ganhou seu apelido:

Durante o jogo entre Atlético x Botafogo, na inauguração do estádio do Cruzeiro-MG em 1949. Numa bola lateral disputada entre Afonso (Atlético-MG) e Santo Cristo (Botafogo-RJ), ele foi questionado pelo jogador mineiro sobre de quem era a bola e, num ato falho, gritou: "É nossa, Afonso. A bola é nossa!"

Passou a ser conhecido como Cidinho Bola Nossa e adorou a deferência.

Em outra ocasião jogavam os extintos Sete de Setembro e Asas. Como o Atlético Mineiro enfrentaria três dias depois o vencedor do prélio, Cidinho encontrou uma ótima maneira de cansar o futuro adversário do Galo: Deu três horas e dez minutos de bola rolando. Isso mesmo, Cidinho Bola Nossa deu inacreditáveis 100 minutos de acréscimos, recorde mundial, e pra todo sempre imbatível, em uma partida de futebol.

O próprio Cidinho gostava de relatar como foi sua estréia no apito, com o objetivo admitido de ser parcial. Jogavam, em 1945, Atlético Mineiro e América. Jogo decisivo para o certame. Aos 40 segundos do primeiro tempo, em uma falta simples, Cidinho expulsou Fernandinho, ponteiro do América. Foi aplaudido pela torcida do Atlético Mineiro e declarou se sentir realizado.

Cidinho Bola Nossa, ao centro, sorteia a moeda.
Cidinho saiu corrido de estádios e quase morreu dezenas de vezes. Ameaças de linchamento foram pelo menos quinze. Em uma delas, em um jogo do Atlético Mineiro contra o Metalusina, em Barão de Cocais, marcou um pênalti aos 41 minutos do segundo tempo para o Atlético Mineiro em uma falta ocorrida na intermediária, uns dez metros antes da meia lua. No momento em que o jogador do Atlético Mineiro caiu, Cidinho deu a clássica corrida apontando a marca do pênalti, com tremenda autoridade e pose de vestal. Cercado pelos jogadores do Metalusina, declarou apenas:

"Penalidade máxima. Pênalti claro, a falta foi pelo menos meio metro dentro da área. Quem reclamar vai pro chuveiro mais cedo!"

Mais uma vez ameaçado de morte, ficou quase três horas protegido pela polícia no meio de campo e só conseguiu sair da cidade vestido de cigana, com argolas nas orelhas, leque, saia rodada e o escambau. Em duas outras ocasiões foi salvo da morte pelo Corpo de Bombeiros.

Existem vários casos sobre fugas espetaculares de estádio protagonizadas por Cidinho Bola Nossa. Certa vez, ele pulou o muro e caiu num córrego raso. Bateu a cabeça no fundo e acordou no hospital. Em outra ocasião, teve de se esconder num cemitério próximo ao campo. Ele, no entanto, nega que tenha se vestido de padre para escapar da ira de uma torcida revoltada com sua arbitragem.

Apesar de ter assumido o apelido, Cidinho tinha outra versão para o fato. Segundo ele, a versão maldosa teria sido espalhada por um repórter à beira do campo. Na verdade, ele teria respondido apenas que a bola era do Atlético.

Cidinho Bola Nossa morreu no dia 01/06/2007, aos 93 anos, vítima de um câncer de próstata. Confessou certa vez uma única e grande frustração em sua vida: Achava que merecia um busto na sede do Atlético Mineiro, por serviços prestados ao clube. Legou ao futebol pelo menos uma sentença exemplar:

"Nunca fui desonesto. Acontece que sou passional e não consigo ver a massa sofrendo. Jamais traí o povo!"