Mocinha da Mangueira

RIVAILDA DO NASCIMENTO SOUZA
(76 anos)
Porta-Bandeira

* Rio de Janeiro, RJ (1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/07/2002)

Mocinha era filha de Angenor de Castro, um dos fundadores da Mangueira, e sobrinha de Raimunda, a primeira Porta-Bandeira da história da Escola. E foi Tia Raimunda, a primeira porta-estandarte da Estação Primeira de Mangueira, quem lhe ensinou a sambar e a amar aquela bandeira. A menina que acompanhava os ensaios, em 1952, já Mocinha, defendia o pavilhão da Verde-e-Rosa, como 2ª Porta-Bandeira. E parecia inevitável ser a segunda, posto que a primeira, era Neide, uma lenda, que disputava com Vilma, da Portela, outra fera, o posto de Rainha da Passarela.

Mas quem aprendeu com a primeira de todas, acabaria por roubar a cena. No auge da disputa pelo Estandarte de Ouro, o "Oscar" do Carnaval carioca, no ano de 1980, de um lado a primeira da Mangueira, e do outro a primeira da Portela, o prêmio foi parar justamente nas mãos da segunda da Mangueira. No ano seguinte já desfilava na Avenida Presidente Vargas como 1ª Porta-Bandeira.

E Mocinha passou a ser adulta, entrou no meio das gigantes, e no seu reinado, absoluta, levantou mais dois "Estandartes de Ouro", acumulando assim três prêmios "Estandartes de Ouro" em sua carreira.

Seu principal parceiro foi o Mestre-Sala Delegado. Além dele, outros também se destacaram como Lilico, Edinho, Jorge Rasgado, Arísio e Arilton.

No ano de 1988, em decorrência de problemas de saúde, teve que se afastar da função que a consagrou como símbolo da Escola em 36 anos de dedicação.

Integrante do Conselho de Baluartes da Escola, presidido pelo intérprete JamelãoMocinha desfilou como primeira porta-bandeira da escola por 36 anos consecutivos. Ela era uma das porta-bandeiras mais antigas da Verde-e-Rosa. Desde 1991, quando entregou o posto, Mocinha saía no carro dos baluartes, junto com Dona Zica e Dona Neuma, e outros destaques da agremiação.

Mocinha morava no Morro da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, com a filha. Diabética, nos últimos anos vinha sofrendo problemas de saúde, como complicações nos rins e insuficiência respiratória.

Beth Carvalho, Mocinha e Delegado (Inauguração da Marquês de Sapucaí)
Morte

Rivailda do Nascimento Souza, a Mocinha, um dos principais símbolos da escola, morreu na manhã de 26/07/2002, aos 76 anos, vítima de insuficiência renal crônica. Ela estava internada no Hospital Geral de Bonsucesso desde segunda-feira, 22/07/2002. O corpo de Mocinha foi velado por integrantes da Escola no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona Portuária do Rio de Janeiro.

Indicação: Miguel Sampaio