FELISBERTO DUARTE
(69 anos)
Humorista e Apresentador de TV
* São Paulo, SP (31/10/1938) + Santos, SP (10/08/2008)
Conhecido como "Feliz", ele era responsável pelas notícias do tempo tanto na primeira quanto na segunda versão do telejornal Aqui Agora, do SBT.
Famoso pelo bordão "Piriri, pororó", Feliz estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em Santos, no Litoral Sul de São Paulo, onde havia passado por uma cirurgia no intestino e fígado. Ele deu entrada no hospital após um quadro de infecção intestinal causado por uma depressão e estava em coma desde o dia 9 de agosto.
☼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1934) ┼ Rio de Janeiro, RJ (18/12/1998)
Diana Morel começou a ser vedete ainda com 15 anos, nos espetáculos de Carlos Machado, em sua revista musical. Sofrendo a oposição de sua família, a jovem chegou a ameaçar se jogar do alto de um prédio, caso seus pais não a permitissem ser vedete. Com o corpo perfeito, muito charme e um rosto bonito, Diana Morel se tornaria rapidamente uma das Certinhas do Lalau, a famosa lista de beldades de Stanislaw Ponte Preta. Depois do Teatro de Revista, Diana Morel ingressou na Companhia Teatral Maria Della Costa, onde atuou ao lado da própria e de Paulo Autran, Tonia Carrero e Ziembinski, e fez alguns filmes como "A Carne é o Diabo", "É Pra Casar?" e "Meus Amores no Rio". Ainda com Maria Della Costa, Diana Morel participou da adaptação para o cinema de "Moral em Concordata", um grande sucesso nos palcos. Chegou à TV em 1967, participando das primeiras novelas da TV Globocomo "A Rainha Louca" (1967), "Demian, o Justiceiro" (1967) e "A Grande Mentira" (1968). Participou, também, da linha de shows e humorísticos da emissora do final da década de 60.
Na década de 60, foi homenageada por um programa da TV Tupi, que remontava sua trajetória, tendo a atriz Elisângela, como Diana Morel adolescente. Nos anos 70 participou da novela "Tempo de Viver" (1972) na TV Rio e depois, de volta à TV Globo, fez "Supermanoela" (1974), "Dancin' Days" (1978), "A Gata Comeu" (1985) e "Gente Fina" (1990).
No cinema estrelou "Trabalhou Bem, Genival" (1955), em outras chanchadas, e, uma participação em "Moral em Concordata" (1959), ao lado de Odete Lara.
Com uma voz perfeita, Diana Morel se transformou em uma dubladora das mais requisitadas. Dublou algumas atrizes famosas de cinema como Greta Garbo e Jeanne Moreau. É sua a voz de Ingrid Bergman no filme "Casablanca". Sua última participação na TV Globo foi em outubro de 1992, no programa "Os Trapalhões".
Morte
Diana Morel morreu na sexta-feira, 18/12/1998, no Rio de Janeiro, em seu apartamento, no Leme, Zona Sul, vítima de um infarto. O corpo de Diana Morel foi velado e enterrado na sexta-feira no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte do Rio de Janeiro.
Trabalhos
Cinema
1959 - Moral em Concordata
1958 - Meus Amores no Rio
1955 - Trabalhou Bem, Genival
Televisão
1990 - Gente Fina (Globo) ... Zenaide
1986 - Selva de Pedra (Globo) ... Ex Vedete
1985 - A Gata Comeu (Globo) ... Dona Ofélia
1978 - Sítio do Picapau Amarelo (Globo) ... Pasifae, rainha de Creta - Episódio "O Minotauro"
1978 - Dancin' Days (Globo) ... Anita
1975 - Senhora (Globo) ... Santa
1974 - Supermanoela (Globo) ... Tereza
1972 - Jerônimo, o Herói do Sertão (Tupi) ... Débora
1972 - Tempo de Viver (Tupi)
1969 - Enquanto Houver Estrelas (Tupi) ... Estela
1969 - O Retrato de Laura (Tupi) ... Laura
1968 - A Grande Mentira (Globo) ... Beatriz
1967 - O Homem Proibido (Globo) ... Amal
1967 - A Rainha Louca (Globo) ... Rosário
Dublagem
As atrizes Greta Garbo, Bette Davis e Ingrid Bergman;
Rainha Nemone na série animada "Tarzan" (Estúdios Filmation);
Mulher-Maravilha na 1ª temporada de "Superamigos" (1973);
TÂNIA SCHER
(61 anos)
Atriz * Rio de Janeiro, RJ (12/03/1947) + Rio de Janeiro, RJ (09/08/2008)
A atriz Tânia Scher começou sua carreira no cinema, no final dos anos 60. Estreou em "Todas as Mulheres do Mundo", e se tornaria um rosto constante no cinema da década de 70.
Entre os diversos filmes que Tânia Scher atuou, destacam-se “Todas as Mulheres do Mundo”, “A Espiã Que Entrou em Fria”, “O Bolão”, “A Nova Estrela”, “Motel”, “Um Casal de 3″ e “A Menina do Lado”.
Na TV ela estreou em 1970 em um pequeno papel em "A Próxima Atração" e fez várias novelas e minisséries, sempre na TV Globo. Sua única atuação fora da Globo foi na minissérie "A.Rainha da Vida" da TV Manchete, que fez ao lado de Florinda Bolkan.
Ela foi casada com o piloto e diretor do Autódromo de Jacarepaguá, no Rio, Norman Casari, com quem teve uma filha.
A atriz, que estava afastada da carreira, morreu vítima de insuficiência respiratória e problemas no fígado. Ela sofria de depressão e ficou internada três dias no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, antes de falecer.
☼ Rio de Janeiro, RJ (10/12/1923) ┼ Rio de Janeiro, RJ (03/10/1993)
Wilson Chaves era o verdadeiro nome do carioca Wilson Grey. Com seu tipo franzino, sempre de cabelos gomalinados, Wilson Grey é o típico malandro carioca dos anos 1940.
Em 1942, quando Paschoal Carlos Magno começou a formar o Teatro do Estudante, fez teste, ganhando uma ponta em "Hamlet" como um soldado sem fala. Durante o dia, trabalha no balcão de uma perfumaria e à noite, o teatro. De tão cansado, chega um palco sem cochilar, apoiado na lança.
Estreou no cinema em uma ponta no filme "Hóspede De Uma Noite" (1951), de Ugo Lombardi, pai da atriz Bruna Lombardi. Wilson Grey fazia um paquerador num trem da central. Agradou tanto que logo foi convidado para atuar no filme "Amei Um Bicheiro" (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderley. Com um papel pequeno, mesmo assim se destacou. Ele foi preso pela polícia durante as filmagens, confundido com um bicheiro. Participou de quase todos os filmes produzidos pela Atlântida, na época áurea das chanchadas, invariavelmente no papel de vilão, ao lado de José Lewgoy. É ainda o ator brasileiro com filmografia mais extensa, com mais de 250 participações.
Seu tipo franzino e sua voz bem característica tornavam-no o ator perfeito para interpretar o malandro carioca típico das décadas de 1940 e 1950.
Naquela época fazia um filme a cada dois meses e, mesmo decorridos mais de uma década de sua morte, é ainda o ator brasileiro com a maior filmografia, construída em mais de quarenta anos de trabalho. Wilson Grey também considerava que seu recorde era mundial, mas a imprensa norte-americana especializada sempre o atribuía, para seu declarado desgosto, a um ator da Índia. Somente viria a fazer um papel principal em 1982. Foi o professor Expedito Vitus, de "Segredo Da Múmia", de Ivan Cardoso, que lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília. Além das chanchadas, participou de filmes marcantes do cinema brasileiro, como "Memórias Do Cárcere" (1984) e o "O Beijo Da Mulher Aranha" (1985). Na televisão, foi um crupiê na minissérie "A, E, I, O… Urca", da Rede Globo e atuou também em "Guerra dos Sexos" (1983). Afirmou em entrevistas que seu papel em "Vai Trabalhar, Vagabundo" (1974) era vagamente autobiográfico.
Na televisão, trabalhou muito pouco. Fez o Jeca Tatu do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" (1977), participou do programa "Chico City", das novelas "Maria, Maria" (1978) e "Guerra dos Sexos" (1983), e atuou na minissérie "A, E, I, O... Urca", vivendo um crupiê de cassino.
Wilson Grey ainda estava na ativa quando faleceu às vésperas de completar 70 anos, em 03/10/1993, e em 1996, foi lançado, postumamente, seu último filme, "O Lado Certo Da Vida Errada".
Filmografia
1952 - Carnaval Atlântida
1953 - Carnaval Em Caxias
1953 - A Dupla Do Barulho
1953 - Balança Mas Não Cai
1954 - O Petróleo é Nosso
1954 - Malandros Em Quarta Dimensão
1954 - Matar Ou Correr
1954 - Nem Sansão Nem Dalila
1955 - Chico Viola Não Morreu
1955 - O Rei Do Movimento
1955 - Paixão Nas Selvas
1955 - O Primo Do Cangaceiro
1956 - Fuzileiro Do Amor
1956 - Quem Sabe, Sabe
1956 - Vamos Com Calma
1956 - O Contrabando
1957 - Metido a Bacana
1957 - Na Corda Bamba
1957 - Canjerê (1957)
1957 - Osso, Amor e Papagaios
1957 - De Pernas Pro Ar
1957 - Maluco Por Mulher
1958 - O Camelô Da Rua Larga
1958 - Quem Roubou Meu Samba?
1958 - Sherlock De Araque
1958 - Cala a Boca Etelvina
1958 - Chico Fumaça
1959 - Minervina Vem Aí
1959 - Depois Do Carnaval
1960 - Marido De Mulher Boa
1960 - Tudo Legal
1960 - Eu Sou o Tal
1960 - Pistoleiro Bossa Nova
1960 - A Viúva Valentina
1961 - O Viúvo Alegre
1962 - Os Cosmonautas
1962 - Boca De Ouro
1962 - O Assalto Ao Trem Pagador
1965 - Paraíba - Vida e Morte De Um Bandido
1967 - Mineirinho, Vivo Ou Morto
1967 - Perpétuo Contra o Esquadrão Da Morte
1967 - Na Mira Do Assassinato
1968 - Maria Bonita, Rainha Do Cangaço
1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
1970 - Salário Mínimo
1970 - O Abismo
1970 - Pindorama
1971 - O Barão Otelo No Barato Dos Bilhões
1971 - O Capitão Bandeira Contra o Drº Moura Brasil
David Cunha Alves de Araújo, mais conhecido por Espanta, inicialmente chamado comoEspanta Jesus, foi um humorista nascido em Natal, RN, no dia 18/11/1957.
David Cunha foi eleito pela Globo Sat um dos dois melhores humoristas do Brasil, em 1997, em um concurso com revelações do humor. Vencedor do Segundo Festival de Piadas do Show do Tom, também foi eleito o melhor humorista do Rio Grande do Norte, pela imprensa potiguar. Participou da "Escolinha do Professor Raimundo" e foi vencedor da "Batalha dos Humoristas", quadro do "Show do Tom".
A Origem do Apelido Artístico Espanta Jesus
Parece que seria um amigo que, acompanhando ele numa das suas primeiras atuações profissionais falou:
"Bixo, você é tão feio que espanta o pai, o filho e o espirito santo!"
Dessa tríade cristã, David Cunha combinaria o nome de Jesus com Espanta para dar nascimento ao apelido que o acompanharia no inicio da sua carreira, Espanta Jesus, para posteriormente ele reduziu ao Espanta que ficaria até o final dos seus dias, espalhando sua arte no pais todo.
Espanta, Skolástica e Lailtinho Brega
Inícios do David Cunha Humorista: o Espanta
David Cunha sendo originariamente caixeiro viajante onde teria adquirido suas habilidades como representante de vendas que ajudariam ele como humorista, daria o pulo ao humor de forma casual. Seria numa convenção de supermercados de Aracaju onde um companheiro obrigou ele a subir no palco para contar piadas. O sucesso foi instantâneo na frente de mais de 800 pessoas. Seguidamente em 1991 trocaria seu trabalho como representante comercial para se dedicar plenamente ao humor. No primeiro ano de carreira, em 1991, estreou na TV com o programa "Bastinha Proceis", no Rio Grande do Norte, ficando ao ar por 1 ano e 7 meses.
Seu personagem mais famoso foi o Pudim de Cana.
Consolidação Profissional
Em 1997, foi eleito pela Globo Sat como um dos quatro melhores humoristas do Brasil. Em consequência, sua agenda permaneceu lotada durante o ano todo, fazendo até viagens em Portugal com o show "Espanta Rasgando o Verbo". Mas o topo mesmo foi, quando ganhou o prestigioso programa do comediante Tom Cavalcante, "Batalha dos Humoristas" na TV Record, frente a humoristas do pais inteiro. Momento muito marcante lembrado até hoje pelo bons amantes do humor.
David Cunha interpretando o Espanta fazia a maioria das suas apresentações no Ceará, Estado onde morava, e no Rio Grande do Norte.
Em 2006, vinha fazendo uma média de quase um show por semana em São Paulo, e faleceu antes de poder realizar os shows já agendados em capitais como Recife e Belo Horizonte.
David Cunha e sua esposa Lúcia de Oliveira
Trágica Morte do Espanta
David Cunha faleceu no auge de sua carreira profissional, dois dias após suas últimas gravações no "Show do Tom" da TV Record, onde assinou contrato e seria personagem definitivo do programa.
No dia 24/11/2006, estava a caminho de um show na cidade de Mossoró. A 40 km de Mossoró, por volta das 17:00 hs, David Cunha foi vítima de um acidente. Seu carro modelo Astra, capotou varias vezes após derrapar em pedras de brita soltas na pista da BR-304, km 92, no município do Assu, no Rio Grande do Norte.
A morte de David Cunha aos 49 anos foi confirmada como consequência de um traumatismo crânio-encefálico causado por afundamento de crânio. Seu filho, David Alves Cunha de Araujo, que viajava junto com ele, só sofreu lesões leves.
* Rio de Janeiro, RJ (09/04/1942) + Rio de Janeiro, RJ (27/12/2003)
Haroldo de Oliveira dizia aos amigos que era mais conhecido na China e na Rússia do que no Brasil, graças ao sucesso internacional da novela "Escrava Isaura" (1976), na qual foi o escravo André.
Ele teve atuações marcantes na TV, no cinema e no teatro, desde a estréia, aos 10 anos, em "Rio 40 Graus", filme de Nelson Pereira dos Santos.
No teatro, fez "Pedro Mico", dirigido por Paulo Francis, entre tantos outros papéis de destaque, e como diretor de teatro teve destaque nas peças "Artigo Um Sete Um" (1982) e "As Aventuras de Galápagos" (1979), ambas de Fernando Palilot.
Haroldo de Oliveira figurava entre os atores que participaram do "Auto da Paixão de Cristo" desde o primeiro espetáculo, em 1983.
Pouco antes de ser internado fez parte do elenco do humorístico "Zorra Total" e participou da série "Brava Gente Brasileira", entre outras.
Na extinta TV Manchete, Haroldo de Oliveira trabalhou na superprodução "Xica da Silva" (1996), no papel do fiel escravo de Chica da Silva, Jacinto.
Haroldo de Oliveira faleceu aos 61 anos, de falência múltipla dos órgãos, conforme informaram seus familiares. O ator estava internado desde abril, quando sofreu um derrame.
Haroldo de Oliveira, Ana Ariel e Mario Cardoso (A Moreninha)
Televisão
2002 - Brava Gente (Episódio: O Enterro da Cafetina) ... Bêbado
Altair Lima foi um ator brasileiro. Em 1969, produziu e atuou no musical "Hair". Teve papéis de destaque em várias novelas da TV Tupi, TV Excelsior, TV Record e TV Bandeirantes, como "A Viagem" (1976), "A Deusa Vencida" (1965), "O Tempo e o Vento" (1967), "Os Imigrantes" (1981) e "Gaivotas" (1979). Na TV Globo, atuou em "Corrida do Ouro" (1974) de Gilberto Braga.
No cinema, trabalhou em filmes como "Xica da Silva" (1976), "Um Intruso no Paraíso" (1973), "Fruto do Amor" (1981), "O Segredo da Múmia" (1982), "Bicho de Sete Cabeças" (2001) e "Narradores de Javé" (2003).
Em 1996, voltou à TV na novela da TV Manchete "Xica da Silva". Consagrou-se no papel do asqueroso Jacobino, sendo inclusive indicado para prêmio de Melhor Ator.
Altair Lima, Isabel Ribeiro e os filhos Luis Paulo de dois anos e José Clóvis de oito meses
Depois do sucesso estrondoso de "Xica da Silva", participou das novelas "Mandacaru" (1997), também na TV Manchete e em seguida foi para a TV Record onde fez "Louca Paixão" (1999) e "Roda da Vida" (2001).
O último trabalho de Altair Lima foi na peça "Hamlet - Mensageiro da Agonia", que estava então em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso.
Altair Lima tinha 43 anos de profissão e foi vencedor do Prêmio Roquette Pinto pela interpretação e produção do musical "Hair", na sua primeira versão em 1969.
Foi casado duas vezes, a primeira com a atriz Maria Célia Camargo e a segunda com a também já falecida atriz Isabel Ribeiro, com quem teve dois filhos.
O ator morreu em seu sítio em Angatuba, no interior de São Paulo, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Novelas e Minisséries
2001 - Roda da Vida ... Joaquim
1999 - Louca Paixão ... Jacinto Leão
1997 - Mandacaru ... Desidério
1996 - Xica da Silva ... Capitão do Mato Jacobino da Silva
* Campinas, SP (14/02/1930) + São Paulo, SP (11/12/2002)
Antônio Carlos Zarattini, conhecido como Carlos Zara, nasceu em Campinas, no interior de São Paulo. Ele queria ser pianista clássico e estudou por 8 anos, mas, aos 18 anos, mudou-se para capital paulista. Formou-se em engenharia na Escola Politécnica. Em São Paulo, Carlos Zara fez amizades com pessoas do meio teatral e logo passou a dividir a carreira de engenheiro com a de ator. Estreou no teatro em 1953 com a peça "Cama Para Três". Era a época do grande Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) onde trabalhavam os principais nomes do cenário teatral. Entre as peças montadas na época salientam-se: "Panorama Visto da Ponte", "Chá e Simpatia", "O Comício" e "Em Moeda Corrente do País". Depois da estreia nos palcos, Carlos Zara foi trabalhar nos estúdios da TV Record, em 1956.
Carlos Zara como César Reis em "Pai Herói"
Em 1959, participou do teleteatro da TV Tupi, e um ano depois, a convite da TV Record, aceitou o desafio de encenar e dirigir clássicos da literatura no Rio Grande do Sul, no Teatro Record. Ainda na televisão, Carlos Zara fez "Papai, Mamãe e Eu", "O Idiota", "O Pagador de Promessas" e "Chapéu Cheio de Chuva". Em 1963, Carlos Zara foi chamado para fazer parte do elenco da TV Excelsior, onde, em 1967, fez um de seus papéis mais marcantes, o Capitão Rodrigo, personagem da adaptação para a TV do romance "O Tempo e o Vento", de Érico Veríssimo. Na televisão, Carlos Zara participou como ator ou como diretor de mais de 30 novelas e minisséries na TV Globo, TV Excelsior e TV Tupi, destacando-se, dentre esses trabalhos, "O Meu Pé de Laranja Lima" (1970), "Nossa Filha Gabriela" (1971), "A Barba Azul"(1974), "Pai Herói" (1979), "Baila Comigo" (1981), "Elas Por Elas" (1982), "Vida Nova" (1988),"Mulheres de Areia" (1993),"Pátria Minha" (1994), "Sassaricando" (1987) e "Cara & Coroa" (1995).
Carlos Zara e Eva Wilma
Seu último trabalho na televisão foi ao lado de sua esposa e também atriz Eva Wilma, com quem foi casado por 23 anos, no seriado "Mulher" (1998). Os dois se conheceram nos bastidores da TV Tupi, na década de 70, onde fizeram vários pares românticos nas principais novelas da emissora e se casaram após o término das gravações da novela "O Julgamento" (1976), em que ambos participavam e a última que fizeram na emissora, já que depois se transferiram para a TV Globo.
Paralelamente ao trabalho na televisão, Carlos Zara desenvolveu uma sólida carreira teatral com um total de 26 peças no currículo. No cinema, teve atuação mais discreta, tendo participado de apenas cinco filmes, três deles no início da carreira: "Quem Matou Anabela?", "O Pão Que o Diabo Amassou" e "Crepúsculo de Ódios". Depois, com uma carreira como ator e diretor já consagrada, ele participou de dois sucessos: "Pra Frente, Brasil" (1981) e "Lamarca" (1994), filmes que tinham tudo a ver com o pensamento político dele, que viveu as agruras da Ditadura Militar já que seu irmão, Ricardo Zaratini era guerrilheiro e foi preso político por muito anos.
Morte
Carlos Zara faleceu aos 72 anos de idade, vítima de falência múltipla de órgãos e insuficiência respiratória provocadas por um câncer de esôfago, após passar cinco dias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O câncer, descoberto em agosto de 2001, estava sendo tratado com sessões de radioterapia e quimioterapia.
☼ Rio de Janeiro, RJ (17/11/1927) ┼ Rio de Janeiro, RJ (18/03/2006)
Nelson Tunes Dantas, conhecido como Nelson Dantas, foi um ator brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 17/11/1927.
Começou sua carreira em peças de teatro de Nelson Rodrigues, na década de 40. Mas, foi no cinema que ficou mais conhecido.
Seu primeiro filme foi "Almas Adversas" (1949). Ao todo, Nelson Dantas atuou em 48 filmes, incluindo longas e curta metragens. Entre alguns dos filmes mais famosos em que participou, está "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), dirigido pelo cineasta Bruno Barreto, e estrelado por Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. Em 1980, Nelson Dantas foi o protagonista do filme "Cabaré Mineiro" de Carlos Alberto Prates Correia, com o qual ganhou vários prêmios. Em 1982, trabalhou no filme "O Bom Burguês", de Oswaldo Caldeira, com quem voltou a trabalhar, em 1999, no filme "Tiradentes".
Lucélia Santos e Nelson Dantas em "Engraçadinha" (1981)
A última participação de Nelson Dantas no cinema foi em "Zuzu Angel", sobre a vida da estilista Zuzu Angel, lançado em 2006.
Nelson Dantas participou de várias peças de teatro e telenovelas, como "Roda de Fogo" (1986), "O Salvador da Pátria" (1989), "Força de um Desejo" (1999), "Desejos de Mulher" (2002) e "Celebridade" (2003).
Uma de suas participações mais marcantes na TV foi como o Beato Salu da novela "Roque Santeiro", em 1985.
Na televisão, a última aparição de Nelson Dantas foi em 2005, num episódio do programa humorístico "Sob Nova Direção".
Nelson Dantasera pai do também ator Daniel Dantas, com quem chegou a contracenar em tramas como "Força de um Desejo" (1999) e "Sinhá Moça", essa última na versão de 1986.
Nelson Dantas morreu no dia 18/03/2006, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de parada cardiorrespiratória. Ele sofria de câncer no pulmão.
* Serra Talhada, PE (06/12/1942) + Lajeado, TO (16/02/2010)
Trabalhou nos programas de Chico Anysio na TV Globo e em vários outros programas humorísticos, tanto como ator quanto como redator. Na década de 70 formou com Chico e o instrumentista Renato Piau o grupo musical Baiano & os Novos Caetanos, no qual interpretava o cantor Paulinho Cabeça de Profeta.[1] A iniciativa rendeu três discos de estúdio, alavancando também a carreira de músico de Arnaud, que acabaria lançando mais alguns álbuns solo.
No ano de 1978, Arnaud Rodrigues deu início a uma contribuição gigantesca para a cultura brasileira gravando a faixa "A Carta de Pero Vaz de Caminha", pertencente ao disco "Redescobrimento", a música lançada no ano de 1978, era então o primeiro reggae gravado no Brasil.
Arnaud Rodrigues é também creditado como um dos precursores do rap brasileiro. A sua faixa, Melô do Tagarela, que foi lançada em compacto pela RCA em 1979 e cantada e falada por Luiz Carlos Miéle, sob uma sampleiada de Rappers Delight, do grupo americano Sugarhill Gang foi a primeira versão de um rap gravado no Brasil.
Na teledramaturgia teve alguns trabalhos marcantes, como o Cego Jeremias, cantor ambulante da versão de 1985 da novela Roque Santeiro, além do imigrante nordestino Soró, personagem ingênuo e bem-humorado criado pelo escritor Walter Negrão para a novela Pão Pão, Beijo Beijo. Soró fez tanto sucesso entre o público que Arnaud voltaria a interpretá-lo no filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz.
Nos anos 80 integrou o grupo de humoristas do programa A Praça é Nossa sob o comando do veterano Carlos Alberto de Nóbrega, onde interpretou personagens como "O Povo Brasileiro" (sempre pobre e cansado), o mulherengo "Coronel Totonho", e o cantor sertanejo "Chitãoró" (uma sátira à dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, no quadro "Chitãoró e Xorãozinho" onde atuava ao lado do comediante (e posteriormente diretor da Praça) Marcelo de Nóbrega.
Em 1999, após realizar dois shows na cidade de Palmas, decidiu se mudar com a família para o Tocantins, onde assumiu a função de dirigente do Palmas Futebol e Regatas. Em 2004 deixou a Praça para se dedicar a seus shows solo e ao futebol, mas em 2010 planejava seu retorno ao elenco do humorístico, além da produção de um programa de variedades em um canal de televisão Tocantins.
No dia 16 de fevereiro de 2010, Arnaud estava com mais oito pessoas em um barco no lago da Usina de Lajeado, a 26 quilômetros de Palmas, capital do Tocantins quando, por volta das 17:30, a embarcação virou enquanto navegava às margens da rodovia TO-01. Sete ocupantes do barco (entre eles a esposa do humorista e dois de seus netos) foram resgatados por moradores da região, mas o corpo de Arnaud só seria encontrado pelos bombeiros horas mais tarde, enquanto o piloto do barco permanecia desaparecido.
ENÉAS FERREIRA CARNEIRO
(68 anos)
Médico, Físico, Matemático e Político
* Rio Branco, AC (05/11/1938) + Rio de Janeiro, RJ (06/05/2007)
Enéas Ferreira Carneiro foi um médico cardiologista, físico, matemático e político brasileiro nascido em Rio Branco, AC, no dia 05/11/1938. Como político, fundou o extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA). Foi filiado ao Prona de 1989, sua fundação, até 2006, quando ocorreu sua fusão com o Partido Liberal (PL), surgindo o Partido da República (PR), do qual foi filiado de 2006 a 2007, ano de sua morte. Em sua juventude, Enéas se interessou pela leitura dos textos de Friedrich Engels, o que o tornou num entusiasta do socialismo científico. Segundo suas próprias palavras, ele sonhava com a União Soviética que emergia na Guerra Fria, mas deixou de ser socialista pois, segundo ele, "quando o estado toma conta dos meios de produção, a competição some, e satisfeitas as necessidades básicas, como habitação,a sociedade entra em letargia e não se desenvolve!". Após se candidatar três vezes à Presidência da República (1989, 1994 e 1998), e uma vez à prefeitura de São Paulo (2000), em 2002, foi eleito Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, recebendo votação recorde: Mais de 1,57 milhão de votos, a maior votação já registrada no país. Tornou-se muito famoso em todo o Brasil a partir de 1989, em sua candidatura à Presidência da República daquele ano, por seu bordão "Meu nome é Enéas!", usado sempre ao término de seus pronunciamentos no horário eleitoral gratuito brasileiro. Era conhecido por seu nacionalismo e oposição ao neoliberalismo, por ser contrário ao comunismo e por seu conservadorismo. Seus posicionamentos políticos são colocados por vezes na extrema-direita, porém o próprio Enéas afirmou ser contrário a classificação esquerda-direita, definindo-se como nacionalista, somente. Alguns críticos, ainda, tentaram associá-lo a uma espécie de novo símbolo do Movimento Integralista, devido à semelhanças entre opiniões do eleitorado do PRONA e dos extintos partidos integralistas.
Enéas Ferreira Carneiro nasceu na cidade de Rio Branco, no Estado do Acre, em 1938. Filho de Eustáquio José Carneiro, barbeiro, e Mina Ferreiro Carneiro, dona de casa. Perdeu o pai aos 9 anos de idade, sendo obrigado a trabalhar desde essa idade para sustentar a si e à sua mãe. Quando nasceu, sua família estava em condições de miséria. Se mudou para Belém, PA, com condições financeiras um pouco melhores, onde morou em um barraco e tinha como alimentação farinha e café. Foi casado com Jamile Augusta Ferreira, que conheceu na Escola de medicina e cirurgia do Rio de Janeiro. Enéas a conheceu quando estava lendo um livro de ciências exatas, sendo abordado por ela, interessada pela leitura, posteriormente tornando-se sua namorada. O casal teve uma filha, quando terminaram os estudos na escola de medicina, chamada Janete. Cinco anos mais tarde teve outra filha chamada Gabriela com Selene Maria, relacionamento que, como o anterior, não foi duradouro. Enéas, por volta de 1982, casou-se com a promotora da auditoria militar, Adriana Lorandi. Com ela teve sua terceira filha, Lígia. O casal se separou pois para criar o PRONA Enéas precisou se desfazer de muitos bens. "Ela não aguentou. Torrei todo meu patrimônio, uns imóveis e jóias porque queria construir o Prona".
Carreira
Em 1958 iniciou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Saúde do Exército. Em 1959 formou-se terceiro-sargento auxiliar de anestesiologia, sendo primeiro lugar de sua turma. Em 1960 iniciou seus estudos na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1962, prestou exame vestibular para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), curso de licenciatura em matemática e física. Aprovado em primeiro lugar. No mesmo ano iniciou atividade como professor destas disciplinas, preparando alunos para vestibulares. Em 1965 formou-se médico pela já citada Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, pedindo então baixa do Exército, após 8 anos de serviço ativo no Hospital Central do Exército, onde auxiliou os médicos em mais de 5.000 anestesias, já tendo recebido a Medalha Marechal Hermes. Em 1968 diplomou-se licenciado em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara e fundou o Curso Gradiente, pré-universitário, do qual foi diretor-presidente e onde lecionou matemática, física, química, biologia e português. Em 1969 fez o curso de especialização em cardiologia na 6ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e, a partir daí, foi integrado como assistente naquele Serviço de Cardiologia. De 1973 a 1975 fez um mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesse período ministrou também aulas de fisiologia e semiologia cardiovascular na mesma universidade. Em 1975 apresentou a primeira versão de seu famoso curso "O Eletrocardiograma", no Rio de Janeiro, mais tarde ministrado em São Paulo (1983), Quito, Equador (1985) e novamente no Rio de Janeiro (1986), dessa vez como curso nacional, ocorrido no Copacabana Palace. Em 1976 defendeu sua dissertação de mestrado, "Alentecimento da Condução AV", e recebeu o título de Mestre em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda em 1976 escreveu o livro "O Eletrocardiograma", referência no gênero. Publicado em 1977 e reeditado em 1987 como "O Eletrocardiograma: 10 Anos Depois", essa obra é conhecida no meio médico como a "Bíblia do Enéas". De acordo com Enéas, ele já trabalhou em construção civil como apontador de obras, foi tradutor de inglês, trabalhou em açougue e foi auxiliar de escritório.
Carreira Política
Candidaturas à Presidência Enéas fundou, em 1989, o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), lançando-se imediatamente candidato à presidência nas primeiras eleições diretas do Brasil, após o período da Ditadura Militar. O seu tempo na propaganda eleitoral gratuita era de quinze segundos. Todavia, sua aparência exótica, um homem pequeno, calvo, com enorme barba cerrada e grandes óculos, aliada a uma fala rápida e a um discurso inflamado e nacionalista, terminado sempre por seu bordão: "Meu nome é Enéas!", fez com que o então desconhecido político angariasse mais de 360 mil votos, colocando-o em 12º lugar entre 21 candidatos. A propaganda vinha sempre acompanhada pela Sinfonia n.º 5 de Ludwig van Beethoven. Percebendo a penetração de sua imagem junto ao eleitorado, Enéas voltou a se candidatar em 1994, dispondo então de 1 minuto e 17 segundos no horário eleitoral. Mesmo sendo o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) um partido ainda sem expressão, o resultado surpreendeu os especialistas em política. Enéas foi o terceiro mais votado, com mais de 4,6 milhões de votos (7%), posicionando-se à frente de políticos consagrados, como o então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, ficando atrás apenas de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1998, com 35 segundos disponíveis no horário eleitoral, na soma total, um tempo menor do que em 1989, Enéas expôs seu discurso em que defendeu questões polêmicas como a construção da bomba atômica, a ampliação do efetivo militar e a nacionalização dos recursos minerais do subsolo brasileiro. Nas eleições presidenciais daquele ano, foi o quarto colocado, com um total de 1.447.090 votos. Segundo o candidato, sua entrada na vida política deve-se às reclamações de sua esposa, que estava saturada de suas queixas à situação do país e aos políticos.
Candidaturas à Prefeitura de São Paulo e a Deputado Federal Em 2000 candidatou-se à prefeitura de São Paulo, obtendo 3% dos votos, e conseguiu reunir votos para a eleição de sua candidata a vereadora Havanir Nimtz. Em 2002 candidatou-se a Deputado Federal por São Paulo, obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo: cerca de 1,57 milhão de votos, recorde que permanece não superado. Seu partido obteve votos suficientes para, através do sistema proporcional, eleger mais cinco Deputados Federais, todos homens fundadores do partido, para atuação em Brasília, mesmo com votações inexpressivas, abaixo dos mil votos. Este episódio ficou marcado pela polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade, confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em 2004, ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.
No início de 2006, Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma pneumonia e uma leucemia mieloide aguda, fazendo com que ele optasse por retirar sua emblemática barba, antes que a quimioterapia o fizesse. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho de 2006 Enéas anunciou que desistiria de sua candidatura à Presidência da República e que concorreria novamente à Câmara de Deputados. Na nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386.905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no Estado. Após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2006, seu partido, o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), se funde com o Partido Liberal (PL) e então é fundado um novo partido, o Partido da República (PR).
Posições Principais
Neoliberalismo, Aborto e Homossexualidade No programa especial do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), o candidato criticou o Estado Mínimo, alegando que o pensamento de que o Estado deve ser o menor possível é "modernismo". Em seguida o candidato ataca a política de privatizações, alegando que elas são "negociatas feitas para transferir o formidável patrimônio público para uma minoria privilegiada de representantes legítimos do sistema financeiro internacional''. Em seu livro "Um Grande Projeto Nacional", Enéas critica várias privatizações, como a privatização da Vale do Rio Doce e das telecomunicações. Ao se referir a Vale do Rio Doce, Enéas diz:
''A Vale era e ainda é a maior mineradora de ferro do planeta. Sua alienação é inconstitucional. Não há valor para elas (as ações da empresa) e, se houvesse, esse valor estaria acima de dois trilhões de dólares, e muito mais quando se levam em conta cenários do comércio mundial diferentes do absurdo de hoje, em que não se dá valor às riquezas naturais."
Também em seu livro, Enéas critica o neoliberalismo, definindo-o como a liberdade absoluta. ''A liberdade absoluta leva a um verdadeiro massacre dos mais fracos pelos mais fortes", disse. Mais a frente, no mesmo livro, Enéas alega que o Estado defendido por ele e seus aliados é um Estado forte, técnico e intervencionista. O político também era contrário ao aborto e à legalização de drogas. Ao referir-se, em entrevista, ao aborto, Enéas disse que ele está dentro do projeto mundial neo-malthusiano, que visa diminuir a população brasileira para que o território não possa ser defendido, em virtude da baixa natalidade. Completou afirmando que o aplauso ao homossexualismo faz parte dessas políticas. Apesar de condenar a ovação em torno do homossexualismo, o político negou atacar a existência de homossexuais. Devido às suas críticas ao que ele considera como uma ovação ao homossexualismo, Enéas foi acusado várias vezes de ser homofóbico, acusação que ele desmentiu em duas das entrevistas em que participou. Em um debate para a prefeitura de São Paulo, transmitido pela Rede Bandeirantes, Paulo Maluf criticou Enéas sobre sua afirmação de que Lula teria assinado uma campanha de combate a guerra às drogas. Em resposta, Enéas afirmou que um documento publicado pelo The New York Times mostra a assinatura de Lula na campanha, cujo organizador principal é George Soros, citado por Enéas como o verdadeiro dono da privatização da Vale do Rio Doce. Enéas, em crítica ao documento, definiu-se como sendo radicalmente contra a legalização das drogas, e afirmou que é absolutamente imperdoável que um homem público ponha sua assinatura nisto. Espectro Político, Efetivo das Forças Armadas e Ditadura Militar O político se opôs a classificação esquerda-direita, dizendo que não via "no mundo moderno, condição para que se fale em esquerda e direita", confirmando este pensamento em uma entrevista ao IstoÉ, ao ser interrogado se acha a esquerda "burra". Em resposta político disse que "a discussão, ao meu ver, não é mais entre esquerda e direita. É de um lado, a globalização; de outro, o Estado nacional soberano".
Na entrevista concedida ao jornal Tribuna da Imprensa disse que defende triplicar o efetivo, no mínimo, das forças armadas para ter um braço armado do povo. Na mesma entrevista, ao ser perguntado se aumentar o efetivo das forças armadas não subjugaria o povo, disse que "o respeito às forças armadas foi uma tônica não só de nossa população como de todas as outras" e depois afirmou que "no curto período em que os generais governaram o país, com um governo muito ruim, agigantou o fosso que existia entre o Brasil e as potências do atual G-7", se referindo a Ditadura Militar de 1964. Enéas defendia a construção da bomba atômica. "Não para jogar em ninguém, mas para sermos respeitados!". Enéas afirmou à IstoÉ que isso permitiria, ao país, "conversar em condições de igualdade" com as potências militares globais. Greve, Parlamentarismo e Pena de Morte Ao ser entrevistado no "Roda Viva" da TV Cultura, afirmou que "a greve é um direito inalienável do trabalhador [...] isto é uma coisa, outra coisa é viver da greve", ao receber uma afirmação que insinuava que o político era contra o ato. Em outra entrevista, Enéas propôs uma greve geral por um dia, apelando a quem tem capacidade de organizá-la, como forma de alertar os dirigentes da nação. No programa "Tribuna Independente", ao ser perguntado se o comunismo é a solução, afirmou: "Não, não é. A experiência histórica é o maior de todos os mestres" e que "o comunismo nem chegou a existir, o que existiu foi o socialismo, a fase pré-comunista". Em uma entrevista dada ao "Programa Delas", Enéas criticou o parlamentarismo: "Eles são uma fileira enorme de medíocres lutando contra a liderança" afirmou o político, completando com a afirmação "eles são uma fila de mentecaptos, cada um esperando sua vez de chegar ao poder!" O político também se opôs a pena de morte, dizendo:
"Como médico eu jamais poderia apoiar a pena de morte. Como estadista, visto que isso é de uma seriedade extraordinária, faria uma consulta a população, medida que já é prevista. Como homem, se eu visse uma criança sendo estuprada, tenho certeza que nesse momento seria capaz de matar uma pessoa!"
Morte
Enéas Carneiro faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 06/05/2007, aos 68 anos, vitimado pela leucemia mieloide aguda, após ter desistido do tratamento quimioterápico e abandonado o hospital onde era tratado, o Hospital Samaritano, por acreditar que seu tratamento não mais surtiria efeito.
Seu corpo foi velado na manhã do dia 07/05/2007 no Memorial do Carmo, que fica no Cemitério São Francisco Xavier, e cremado na tarde do mesmo dia, no crematório da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
O último pedido de Enéas foi que sua família jogasse suas cinzas na Baía de Guanabara. Sua suplente na Câmara foi Luciana Castro de Almeida, que conseguira apenas 3.980 votos na eleição de 2006. Enéas Carneiro foi homenageado em uma passeata contra o aborto, em Brasília, no dia 08/05/2007. Segundo o Partido da República (PR), o político era um dos organizadores do evento. Fonte: Wikipédia