Brandão Filho

MOACYR AUGUSTO SOARES BRANDÃO
(88 anos)

Ator e Humorista


* Rio de Janeiro, RJ (06/01/1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/03/1998)

Moacyr Augusto Soares Brandão, mais conhecido como Brandão Filho, foi um ator e humorista brasileiro. Filho do conhecido ator João Augusto Soares Brandão, conhecido pelo nome artístico de Brandão, o Popularíssimo, ficou órfão aos 11 anos. Começou a trabalhar cedo como entregador de roupa em uma tinturaria e depois em uma padaria.

Sua estreia no teatro foi em 1929, no circo, e logo ele se descobriu como alguém que perdia a inibição no palco e fazia os outros rirem.

Em 1942 foi convidado para participar da primeira radionovela brasileira, "Em Busca de Felicidade", da Rádio Nacional. Também nessa época estreava no cinema com os filmes "O Dia é Nosso" e "Samba Em Berlim".


O sucesso veio com o personagem "Primo Pobre" no programa radiofônico "Balança Mas Não Cai", da Rádio Nacional, onde contracenava com Paulo Gracindo, o "Primo Rico". O sucesso foi tão grande que os atores passaram anos interpretando os mesmos personagens e depois foram para a TV fazendo o mesmo quadro. Também na Rádio Nacional estrelou, ao lado dos comediantes Apolo Correia e Ema D'Avila, no humorístico de grande sucesso "Tancredo e Trancado", escrito por Ghiaroni e patrocinado pelas Pílulas de Vida do Drº Ross.

Depois de vários filmes e do sucesso na Rádio Nacional, onde ficou por mais de 40 anos, Brandão Filho chegou à TV em programas e seriados cômicos como "Uau, a Companhia", "Balança Mas Não Cai", "Faça Humor, Não Faça a Guerra", "Viva o Gordo", "Chico Anysio Show", "Estados Anysios de Chico City" e a primeira versão de "A Grande Família", em 1973.

Brandão Filho e Betty Faria (O Romance da Empregada, 1988)
Após a experiência em "A Grande Família", Brandão Filho foi para as novelas e, na TV Globo, participou de "Bravo!" (1975), "Saramandaia" (1976), "Nina" (1977), "Sinal de Alerta" (1978), "Te Contei?" (1978), "Feijão Maravilha" (1979), "Chega Mais" (1980), "Plumas e Paetês" (1980) e "O Salvador da Pátria" (1989), onde viveu o personagem Padre Elísio.  Participou também da "Escolinha do Professor Raimundo", um de seus últimos trabalhos na TV.

No cinema ganhou o Prêmio Air France de melhor ator do ano pelo filme "Romance da Empregada" (1988), dirigido por Bruno Barreto e estrelado por Betty Faria. Também se destacou por suas participações em "Assalto à Brasileira" (1971), "Os Caras de Pau" (1970), "O Comprador de Fazendas" (1974) e "Essa Mulher é Minha... e dos Amigos" (1976).

Brandão Filho morreu em 22/03/1998, vítima de câncer, após sofrer duas paradas cardio-respiratórias e permanecer internado por 40 dias em uma clínica no Rio de Janeiro, aos 88 anos.

Brandão Filho e Paulo Gracindo (Primo Pobre e Primo Rico)
Cinema

  • 1987 - Romance da Empregada
  • 1976 - Essa Mulher é Minha ... e dos Amigos
  • 1974 - O Comprador de Fazendas
  • 1971 - Assalto à Brasileira
  • 1970 - Os Caras de Pau
  • 1953 - Balança Mas Não Cai
  • 1950 - Marcha Para Deus (Não Finalizado)
  • 1948 - Inconfidência Mineira
  • 1943 - Samba em Berlim
  • 1941 - O Dia é Nosso
  • 1936 - O Bobo do Rei


Osmar Prado e Brandão Filho (A Grande Família)
Televisão

  • 1996 - Chico Total ... Primo Pobre
  • 1991 - Estados Anysios de Chico City
  • 1990 - Escolinha do Professor Raimundo ... Sandoval Quaresma
  • 1989 - O Salvador da Pátria ... Padre Elísio
  • 1987 - A Grande Família ... Floriano
  • 1981 - Viva o Gordo
  • 1980 - Plumas & Paetês ... Adolfo
  • 1980 - Chega Mais ... Jaime
  • 1979 - Feijão Maravilha ... Prudêncio
  • 1978 - Te Contei? ... Totó
  • 1978 - Sinal de Alerta
  • 1977 - Nina ... Simão
  • 1976 - Saramandaia ... Mestre Cursino
  • 1975 - Bravo! ... Santiago
  • 1972 - A Grande Família (1972 a 1975) ... Floriano
  • 1972 - Uau, a Companhia
  • 1968 - Balança Mas Não Cai ... Primo Pobre

Fonte: Wikipédia

Oswaldo Sargentelli

OSWALDO SARGENTELLI
(77 anos)
Radialista, Apresentador de TV e Empresário Artístico


* Rio de Janeiro, RJ (08/12/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/04/2002)

Com sua voz grave peculiar, Sargentelli foi locutor de rádio no fim da década de 1940. Na extinta TV Tupi apresentou programas como O preto no branco e Advogado do Diabo, nos quais fazia perguntas polêmicas aos seus entrevistados.

Em 1964, Sargentelli foi proibido pelo regime militar de continuar com o programa. Então partiu para o samba. Abriu a casa de espetáculos "Sambão", em Copacabana, em 1969. Em 1970, abriu a "Sucata" e, em 1973, o "Oba-Oba". Casado três vezes, a primeira com Lúcia (por 8 anos), a segunda com Vera (por 11 anos) e a terceira com Almary (por 13 anos); foi pai de 7 filhos e, desde 1978, estava solteiro e tinha planos de abrir, em parceria com o empresário Ricardo Amaral, uma boate no mesmo local onde funcionara o antigo "Sucata", na Lagoa.


Sargentelli sofreu um Ataque Cardíaco Agudo justamente quando foi convidado para fazer uma participação especial na telenovela O Clone. Ele seria um dos freqüentadores do bar de Dona Jura, personagem da atriz Solange Couto, e local por onde já haviam passado importantes personalidades brasileiras, como por exemplo Pelé. Era uma maneira de homenagear Sargentelli, responsável por ter revelado Solange Couto como uma das mulatas dos shows de suas casas noturnas. Sargentelli se autodefinia como mulatólogo. Ele foi um dos grandes ícones da história do samba no Brasil.

Na data de seu aniversário é comemorado o Dia da Mulata.

Fonte: Wikipédia

Zé Arigó

JOSÉ PEDRO DE FREITAS
(49 anos)
Médium

* Fazenda do Fria - Congonhas do Campo, MG
(18/10/1921)

+ Rodovia BR-040 - Congonhas do Campo, MG
(11/01/1971)


Zé Arigó foi um médium brasileiro nascido na Fazenda do Fria, situada a 6 km de Congonhas do Campo, MG, no dia 18/10/1921.

Desenvolveu suas atividades paranormais em Congonhas durante cerca de vinte anos, tornando nacional e internacionalmente conhecidas as cirurgias e curas realizadas por intermédio de sua faculdade mediúnica, pela entidade (espírito) que se denominava como Dr. Fritz, um médico alemão falecido em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial.

Um dos oito filhos de um sitiante, nasceu na Fazenda do Fria, a cerca de seis quilômetros de Congonhas. Os poucos recursos da família apenas lhe asseguraram os estudos até à terceira série do atual Ensino Fundamental, no Grupo Escolar Barão de Congonhas.

Em 1936, aos quatorze anos de idade, ingressou na Companhia de Mineração de Ferro e Carvão, (posteriormente denominada Ferteco Mineração S/A, e hoje incorporada à CVRD), onde trabalhou até 1942. Neste período ganhou o apelido que o acompanharia toda a vida: "Arigó". Nomeado servidor do IAPTC, atual INSS, trabalhou na função pública até ao fim da vida.

Em 1946, então com vinte e cinco anos de idade, desposou Arlete André, sua prima em 4º grau, época em que deixou a casa dos pais. Da união nasceram seis filhos: José Tarcísio, Haroldo, Eri, Sidney, Leôncio, Antônio e Leonardo José.

À medida que nasciam os filhos do casal, por volta de 1950, Arigó começou a apresentar fortes dores de cabeça, insônia, percebendo visões (uma luz descrita como muito brilhante) e uma voz gutural (em idioma que não compreendia) que o fizeram acreditar encontrar-se à beira da loucura. A situação perdurou por cerca de três anos, durante os quais visitou médicos e especialistas, sem melhorias.

De acordo com seus biógrafos, certo dia, em um sonho nítido, a voz que o atormentava foi percebida por Arigó como pertencendo a um personagem robusto e calvo, vestido com roupas antigas e um avental branco, supervisionando uma equipe de médicos e enfermeiros em uma grande sala cirúrgica, em torno de um paciente. Após o sonho ter se repetido por várias vezes, o personagem apresentou-se como sendo Adolph Fritz, um médico alemão desencarnado durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), sem que tivesse completado a sua obra na Terra. Embora não pudesse compreender o idioma, compreendeu a mensagem que o personagem lhe dirigia: Arigó fora escolhido como médium pelo Dr. Fritz para realizar essa obra. Outros espíritos, de médicos e de enfermeiros desencarnados, os auxiliariam. Ainda de acordo com os seus biógrafos, Arigó acordou desse sonho tão assustado que saiu correndo, nu, aos gritos, ganhando a rua. Parentes e amigos trouxeram-no de volta ao lar, onde chorou copiosamente. Procurados, os médicos procederam a exames clínicos e psicológicos, sem encontrar nada de anormal, embora as dores de cabeça e os pesadelos continuassem. Até mesmo o padre da cidade tentou auxiliar, efetuando algumas sessões de exorcismo, sem sucesso.

Desesperado, sem encontrar uma saída, certo dia resolveu experimentar atender ao pedido do sonho: encontrando um amigo, aleijado, obrigado ao uso de muletas para andar, Arigó ordenou-lhe de súbito que largasse as muletas. E, arrancando-as com as próprias mãos, ordenou em seguida ao amigo que caminhasse, o que ele fez, continuando a fazê-lo desse dia em diante.

A partir de então, uma força que Arigó reputava como "estranha", passou a utilizar-se de suas mãos rudes, para manejar instrumentos também rudes, em delicados procedimentos cirúrgicos, no atendimento a enfermos e aflitos.

Entre os casos de personalidade atendidas por Arigó por volta de 1950, relaciona-se o do Senador Carlos Alberto Lúcio Bittencourt, então em campanha para reeleição por Minas Gerais e para a eleição de Getúlio Vargas para a presidência da República pelo PTB. Diagnosticado como portador de câncer nos pulmões, os médicos haviam recomendado ao Senador a imediata cirurgia, de preferência em hospital estadunidense, embora com poucas esperanças. Optando por adiar a cirurgia para depois da campanha eleitoral, em visita a Congonhas conheceu Arigó, que havia sido líder sindical. Impressionado com o seu carisma, o Senador convidou Arigó para juntos irem a Belo Horizonte para um comício. Aceito o convite, ficaram hospedados juntos no mesmo hotel. Segundo o relato do Senador, já estando recolhido ao leito em seu quarto, preocupado com a sua condição de saúde, percebeu a porta que se abria, e um vulto, que parecia ser de Arigó, entrando e acendendo a luz. Era realmente Arigó, como constatou, que se aproximava com uma navalha na mão. Assustado, o Senador tentou levantar-se mas sentiu-se dominado por uma prostração que o fez cair, adormecido, sobre o leito. Na manhã seguinte, ao acordar, constatou que o seu pijama estava cortado nas costas, sujo de sangue já seco. O tumor cancerígeno fora removido e, como confirmado mais tarde, o Senador encontrava-se plenamente restabelecido.

Apesar de possuir desenvolvida mediunidade, Arigó possuía formação católica tradicional, e seu nome, a rigor, não se associa formalmente nem ao Espiritualismo nem ao Espiritismo.

Apesar da desaprovação da Igreja Católica (com quem, entretanto, não criou inimizades) e das autoridades civis, Arigó fundou uma clínica à Rua Marechal Floriano, em Congonhas, onde chegava a tratar, gratuitamente, até duzentas pessoas por dia, oriundas da região e dos diversos Estados do país, da América do Sul, da Europa e dos Estados Unidos da América. À época, Congonhas chegou a estar ligada a Buenos Aires (Argentina) e a Santiago do Chile (Chile) por linha de ônibus direta e regular.

Entre as dificuldades de ordem legal enfrentadas pelo médium, destaca-se o processo instaurado em 1956 pela Associação Médica de Minas Gerais, sob a acusação de prática de curandeirismo, e pelo qual foi condenado a quinze meses de prisão (1958); entretanto, teve a sua pena reduzida à metade e não chegou a ser preso, uma vez que recebeu indulto do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, cuja filha também havia sido atendida pelo médium, sendo-lhe diagnosticados dois cálculos renais. Anos mais tarde, responderia a novo processo, sendo condenado a 18 de novembro de 1964. Desta vez, tendo compreendido o que era um indulto, recusou-o, sendo detido por sete meses em Conselheiro Lafaiete (MG), pelo exercício ilegal da medicina. Continuou a prática mediúnica mesmo dentro dos muros do presídio, tendo retornado a Congonhas com prestígio ainda maior.

Nessa época, o estadunidense Henri Belk, fundador de uma fundação para pesquisa de fenômenos paranormais, acompanhado por Andrija Puharich (ou Henry K. Puharich), especialista em bioengenharia, deslocaram-se até Congonhas, acompanhados por dois intérpretes da Universidade do Rio de Janeiro e por Jorge Rizzini, conhecido pesquisador espírita brasileiro, para iniciar uma pesquisa com Arigó (1963). Na ocasião, o Dr. Puahrich teve extraído um lipoma de seu cotovelo esquerdo, em um procedimento indolor que consumiu apenas cinco segundos, executado com um canivete comum. A incisão de menos de 5 centímetros, com pouco sangue, não inchou, conforme documentado nitidamente em filme (a cores) por Rizzini, vindo a cicatrizar completamente, sem infecção.

Em 1968, dois outros médicos estadunidenses chegaram a Congonhas para complementar as pesquisas: os Drs. Laurence John e P. Aile Breveter, da William Benk Psychic Foundation. Mesmo sem ter alcançado uma explicação conclusiva para o fenômeno, comprovaram que a prática do médium não comportava ilusionismo ou feitiçaria, declarando que 95% dos diagnósticos do médium eram corretos e que, as operações realizadas com um canivete, sem qualquer assepsia, só eram possíveis devido à sua sensibilidade, explicável apenas à luz da parapsicologia.

Zé Arigó teve um sonho em que previa para breve a sua passagem para o plano espiritual, através de uma morte violenta. No dia 11/01/1971, ele esteve na clínica, como de costume, mas avisou aos seus pacientes que teria que ir a uma cidade vizinha, a fim de apanhar um carro de segunda mão, que acabava de comprar.

Às 12h23 do dia 11/01/1971, o médium Zé Arigó ao voltar de um sítio perto de Congonhas do Campo, MG, foi acometido por um mal súbito que o fez perder repentinamente o controle de seu carro Opala que, passando a contramão, bateu de frente num veículo do DNER. Na violência do choque, perdeu a vida por Traumatismo Cerebral. O valoroso Arigó que, durante duas décadas curou ou amenizou enfermidades e males de milhares de pacientes, passava assim para o mundo dos espíritos.

Fonte: Wikipédia

Dirce Migliaccio

DIRCE MIGLIACCIO DIAS
(75 anos)
Atriz

* São Paulo, SP (30/09/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/09/2009)

A atriz Dirce Migliaccio estreou no teatro em 1958, na peça "Eles Não Usam Black Tie, de Gianfrancesco Guarniere. Logo depois chegou às telas dos cinemas com um grande sucesso : "O Assalto ao Trem Pagador" de 1962.

Participou também de "Pluft, O Fantasminha" (1965), que voltou a interpretar anos mais tarde em um especial da TV Cultura de São Paulo. Depois fez "Tio Maneco, O Caçador de Fantasmas" (1975), filme em que atuou ao lado do irmão, o também ator Flávio Migliaccio; "Baixo Gávea" (1986); "Simão, O Fantasma Trapalhão" (1998) e "Bufo e Spallanzani" (2001).

Na TV atuou nas novelas "Nino, o Italianinho", "Toninho on the Rocks", "O Bem-Amado" (onde interpretou seu papel mais famoso, Judicéia Cajazeira), "Marrom-Glacê", "A Gata Comeu", " Quem é Você? "; No seriado" O Bem Amado "(de 1980 a 1984), e fez participações em" A Comédia da Vida Privada "," Sai de Baixo "," Você Decide "e" Brava Gente ".

Fez também o curta "Célia & Rosita" (2000).

No teatro, Atuou em peças como "Vestido de Noiva", "As Tias de Mauro Rasi", "Os Ratos do Ano 2030", entre outras.

Em 2006, Dirce Migliaccio excursionou pelo país com uma Peça "Astro por um Dia" ao lado do irmão Flávio Migliaccio.

Em 2007, apareceu nas telas do cinema no filme "Xuxa em Sonho de Menina".

Desde setembro de 2008, Dirce Migliaccio travava uma luta pela vida. A mais famosa Emília do "Sítio do Picapau Amarelo" se recuperava no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.

No início de setembro de 2008, a atriz sofreu um AVC, perdendo o movimento das pernas dos braços e da casa onde vivia sozinha em São Paulo, ela foi levada para o abrigo em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A atriz vivia em uma cadeira de rodas e não teve a fala comprometida, mas a eterna irmã cajazeira de "O Bem-Amado" pouco conversa. Sua rotina incluia sessões de fisioterapia e repouso. Quando perguntada sobre sua temporada no Retiro dos Artistas, Dirce Migliaccio se limitava a dizer:

- Só tenho rezado.

A atriz recebia a visita do irmão, o também ator Flávio Migliaccio, todos os fins de semana. Alguns atores, como Emiliano Queirós, seu companheiro de elenco dos tempos de "O Bem-Amado", também iam vê-la.

Dirce tinha planos de voltar ao batente - seu último trabalho foi no filme "Xuxa em um sonho de menina", lançado em 2007.

O Retiro dos Artistas, Instituição que dá uma assistência Grandes Atores do passado, recebeu, em 12 de fevereiro de 2009, das mãos da jovem atriz Karina Ferrari, a Anusha da novela "Caminho das Índias", um cheque da Rede Globo, com o valor de parte da bilheteria do show de Roberto Carlos na Arena do Rio, quando foi feita uma gravação do especial de fim de ano.

Para receber o presente em nome do Retiro, foi escalada a atriz, que deixou a menina muito emocionada por ser irmã de seu colega de elenco, o ator Flávio Migliaccio.

Dirce Migliaccio morreu dias antes de completar 76 anos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro, ela estava internada com quadro de Pneumonia e Infecção Urinária desde o dia 8 de setembro de 2009, quando deu entrada na enfermaria do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Dez dias depois, ela foi transferida para o Hospital Municipal Álvaro Ramos, em Jacarepaguá, onde faleceu.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Lamartine Babo

LAMARTINE DE AZEREDO BABO
(59 anos)
Compositor, 
Revistógrafo, Humorista, Radialista e Produtor

* Rio de Janeiro, RJ (10/01/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/06/1963)

Foi um dos mais importantes compositores populares do Brasil. Era um dos doze filhos de Leopoldo Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves, sendo um dos dos três que chegaram à idade adulta. Era tio de Oswaldo Sargentelli.

Nasceu no mesmo ano da fundação do América Football Club. Tijucano e americano fanático, Lamartine protagonizou cenas memoráveis como o desfile que fez em carro aberto pelas ruas do centro do Rio, fantasiado de diabo, comemorando o último campeonato do América em 1960.

Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine criou melodias maravilhosas, resultantes de seu espírito inventivo e altamente versátil. Começou a compor aos catorze anos - a valsa "Torturas do Amor" e, aos dezesseis anos, compõe a opereta "Cibele". Quando foi para o Colégio São Bento dedicou-se a músicas religiosas.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Porém, foi através das marchinhas carnavalescas, cantadas até hoje, como O Teu Cabelo Não Nega, Grau 10, Linda Morena, e A Marchinha do Grande Galo, que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do Carnaval. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência.

Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da alma brasileira: a gozação e o sentimento.

Em 1937, na cidade mineira de Boa Esperança, numa situação inusitada, compôs o famoso samba-canção Serra da Boa Esperança.

Em 1949 compôs os hinos dos 11 participantes do Campeonato Carioca de Futebol daquele ano, com patrocínio do programa de rádio Trem da Alegria, que lançou lps de cada um dos clubes. Em um só dia Lamartine Babo compôs os famosos hinos dos considerados seis maiores e mais tradicionais times de futebol do Rio de Janeiro - sendo o primeiríssimo em seu coração o América FC, além de Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo, Botafogo e Bangu. Em seguida foram escritos os hinos dos clubes "menores", sendo eles o São Cristóvão, Madureira, Olaria, Bonsucesso e Canto do Rio. Esses hinos são, na verdade, hinos populares, sendo os hinos oficiais da maioria dos clubes músicas diferentes.

Lalá, como era conhecido, era uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou "Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso". Numa outra, o entrevistador pergunta qual era a maior aspiração dos artistas do broadcasting, Lalá não vacila: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um… Uns desejam ir ao céu… já que atuam no éter… Outros ‘evaporam-se’ nesse mesmo éter… Os pensamentos da classe são éter… ó… gênios…" - valeu-lhe o título de O Pior Trocadilho de 1941.

E aconteceu também o caso dos correios: Lalá foi enviar um telegrama, o telegrafista bateu então o lápis na mesa em morse para seu colega: "Magro, feio e de voz fina". Lalá tirou o seu lápis e bateu: "Magro, feio, de voz fina e ex-telegrafista"

Sua primeira marchinha gravada, foi a divertida "Os Calças-Largas", em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como Lamartine Babo ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas.

Em 1951, aos 47 anos, Lamartine Babo, que nunca tivera sorte no amor, casou-se, enfim. Morreu vitimado por um infarto, no dia 16 de junho de 1963, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país. Seu amigo e parceiro João de Barro, o popular Braguinha, disse certa vez: "Costumo dividir o carnaval em duas fases: Antes e depois de Lamartine".

Em 1981 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense conquistou seu primeiro bicampeonato com o enredo "O teu cabelo não nega", de Arlindo Rodrigues, uma comovente e divertida homenagem ao compositor.

Fonte: Wikipédia

Tom Jobim

ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM
(67 anos)
Cantor, Compositor, Maestro, Pianista, Arranjador e Violonista

☼ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1927)
┼ Nova York, Estados Unidos (08/12/1994)

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim era filho de Jorge de Oliveira Jobim e de Nilza Brasileiro de Almeida, nascido na Tijuca, Rio de Janeiro, em 25/01/1927. Mudou-se para Ipanema em 1931 e lá viveu com os avós maternos, Mimi e Azor, os pais e sua única irmã, Helena Jobim.

Depois da morte prematura do pai, sua mãe casou-se com Celso Frota Pessoa, que lhe deu muito incentivo para a vida musical, chegando a lhe presentear com um piano. Em 1940, sua mãe fundou o Colégio Brasileiro de Almeida.

Tom Jobim iniciou seus estudos de música em 1941, com aulas de piano com o professor Hans Joachim Koellreuter. Estudou, ainda, com Lúcia Branco, Tomás Terán, Leo Peracchi e Alceu Bocchino. Cursou a Faculdade de Arquitetura, chegando a trabalhar em um escritório, por um curto período.

Em 1949, casou-se com Thereza Hermanny e, no ano seguinte, nasceu seu primeiro filho, Paulo Jobim, que se tornaria músico como o pai.

Em 1953, mudou-se para o apartamento 201 da Rua Nascimento Silva, 107, em Ipanema, endereço que viria a ser tema da música "Carta ao Tom 74", de Toquinho e Vinicius de Moraes.

Em 1957, nasceu Elizabeth Jobim, sua primeira filha, que se tornaria artista plástica e participaria da Banda Nova, grupo que o acompanhou nos últimos anos de sua carreira, atuando no coro feminino característico de seus últimos trabalhos.

Em 1962, mudou-se, com a família, para a casa da Rua Barão da Torre, em Ipanema. Seu primeiro neto, Daniel Jobim, nasceu em 1973. Tornou-se músico e, após a morte do avô, formou, ao lado do pai, Paulo Jobim, de Jaques e Paula Morelenbaum, o quarteto Jobim-Morelenbaum.

Em 1976, nasceu Dora, irmã de Daniel Jobim. Foi neste ano que Tom Jobim conheceu a fotógrafa Ana Beatriz Lontra, então com 19 anos, com quem saiu em lua-de-mel, em 1978, vindo a se casar, oficialmente, somente em 1986. Ana lhe deu mais dois filhos: João Francisco, em 1979, e Maria Luiza Helena, em 1987. Ana Beatriz Lontra também participou do coro feminino da Banda Nova, acompanhando o marido em shows e gravações, e lançou, em 1988, um livro de fotos sobre o maestro intitulado "Ensaio Poético".

Em 1998, morreu, aos 18 anos, João Francisco, seu primeiro filho com Ana Jobim, em conseqüência de um acidente de carro no Rio de Janeiro.


Carreira

No início de sua carreira, trabalhou como pianista em casas noturnas cariocas, como Drink, Bambu Bar, Arpège, Sacha's, Monte Carlo, Night And Day, Casablanca, Tasca e Alcazar. Muitas vezes revezava com Newton Mendonça de quem se tornou grande amigo e com quem iniciou uma bem sucedida parceria musical, que gerou canções como "Desafinado""Samba de Uma Nota Só", entre outras.

Em 1952 foi contratado pela Continental Discos, com a função de fazer transcrições de músicas para registro. Decidido a trocar a vida boêmia e noturna pela diurna, declarou:

"Resolvi mudar de vida, de repente. Para ser bicho diurno, arranjei emprego na Continental Discos. Levava a minha pastinha, com algumas partituras. Alguém cantava uma música, batendo na caixa de fósforo, e eu punha a melodia no papel."
(Jobim, Helena p. 85)
O primeiro registro fonográfico de uma composição de sua autoria ocorreu em 1953, quando sua canção "Incerteza" (Tom JobimNewton Mendonça) foi lançada pela gravadora Sinter, no disco de 78 rpm de Mauricy Moura. Nesse mesmo ano, Ernâni Filho gravou, também pela Sinter, "Pensando Em Você" e "Faz Uma Semana" (Tom Jobim e Juca B. Stockler). Em seguida, atuou como arranjador, auxiliado, no início, pelo maestro Radamés Gnattali.

Seus primeiros arranjos gravados pela Continental foram em discos de 78 rpm. O primeiro foi para a composição "Outra Vez", também de sua autoria, gravada por Dick Farney, em 1954. Fez arranjo, ainda para músicas gravadas por Dóris Monteiro, Nora Ney, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, entre vários outros.

Seu primeiro sucesso foi "Tereza da Praia" (Tom Jobim e Billy Blanco), gravada em 1954 por Dick Farney e Lúcio Alves. Também nesse ano, lançou, com Billy Blanco, o LP "Sinfonia do Rio de Janeiro", pela Continental, com arranjos de Radamés Gnattali. Essa obra foi incluída, mais tarde, na trilha do filme "Esse Rio Que Eu Amo", de Carlos Hugo Christensen. Ainda em 1954, teve músicas gravadas por Nora Ney, Elizeth CardosoLúcio Alves, entre outros. A partir de então, suas músicas vêm sendo gravadas, ano após ano, por centenas de artistas nacionais e estrangeiros.



Com o prestígio cada vez maior, foi chamado para comandar, em São Paulo, o programa "Bom Tom", no qual recebia convidados como Lúcio AlvesSylvia Telles, entre outros.

Em 1956, foi apresentado a Vinicius de Moraes, que viria a se tornar seu parceiro mais importante. O encontro se deu através de Lúcio Rangel, no Bar Gouveia, em frente à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, foi convidado por Vinicius de Moraes a musicar a peça "Orfeu da Conceição". O espetáculo estreou no dia 25/09/1956, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, no mesmo ano, foi lançado o LP da peça. Ainda em 1956, começou a trabalhar na gravadora Odeon, como diretor artístico. Além de Vinicius de Moraes, teve outros parceiros importantes. Com Dolores Duran compôs "Se é Por Falta de Adeus", "Estrada do Sol" e "Por Causa de Você", um repertório pequeno, mas bastante expressivo na Música Popular Brasileira.

Em 1957, foi lançado, pela Odeon, o LP "Carícia", de Sylvia Telles, com o samba-canção "Foi a Noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). Nesse ano, recebeu, da prefeitura do Distrito Federal, o prêmio de Melhor Compositor.

Compôs, com Vinicius de Moraes, a canção "Chega de Saudade", que marcou o início da bossa nova e que foi lançada por Elizeth Cardoso, em 1958, no emblemático LP "Canção do Amor Demais", para o qual assinou os arranjos e a direção musical. Nesse disco, João Gilberto aparece pela primeira vez em gravação, tocando, no violão, a batida que caracterizaria a bossa nova - nas faixas "Chega de Saudade" e "Outra Vez". Também nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme de Haroldo Costa "Pista de Grama", no qual apareceu tocando piano ao lado de João Gilberto, ao violão, e Elizeth Cardoso, interpretando a música "Eu Não Existo Sem Você", de sua parceria com Vinicius de Moraes. Ainda em 1958, Sylvia Telles gravou o LP "Amor de Gente Moça", contendo nove composições inéditas de sua autoria, e a soprano Lenita Bruno lançou o LP "Por Toda a Minha Vida", contendo canções de Tom JobimVinicius de Moraes. Também nesse ano, recebeu diversos prêmios como compositor, entre eles o Microfone de Ouro, da Radiolândia.

Compôs, em 1960, com Vinicius de Moraes, a pedido do então presidente Juscelino Kubitschek, "Brasília, Sinfonia da Alvorada" e, no ano seguinte, a trilha sonora para o filme "Porto das Caixas" (1962), de Paulo César Saraceni.

Ainda com Vinicius de Moraes, compôs, em 1962, uma das músicas mais gravadas em todo o mundo: "Garota de Ipanema". Nesse mesmo ano, realizou show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, Rio de Janeiro, ao lado de Vinicius de Moraes, João Gilberto, Os Cariocas e dos músicos Otávio Bailly (contrabaixo) e Milton Banana (bateria). Nesse show, suas músicas "Só Danço Samba""Garota de Ipanema", ambas parceria com Vinicius de Moraes, e "Samba do Avião", entre outras, foram ouvidas pela primeira vez pelo público. Recebeu prêmio conferido por The National Academy of Recordings Arts And Sciences, na categoria Best Background Arrangement, pelo disco "João Gilberto". Ainda em 1962, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos, onde participou, ao lado de outros artistas brasileiros, do Show da Bossa Nova, apresentado no Carnegie Hall de Nova York.



Lançou, nos Estados Unidos, os LPs "The Composer Of Desafinado Plays" (Verve, 1963), com arranjos de Claus Oggerman, e "The Wonderful World Of Antonio Carlos Jobim" (Warner Bros, 1964). Seu sucesso nos Estados Unidos foi tão grande que, ainda no início da década de 1960, teve uma versão instrumental de "Desafinado" gravada por Stan Getz e Charles Byrd, que chegou a vender um milhão de cópias.

Em 1964, foi para Los Angeles encontrar-se com Ray Gilbert, que faria as versões de suas músicas para o inglês.  Em visita ao Rio de Janeiro, o cantor de bossa nova norte-americano Paul Winter fez uma interessante revelação: Por conta do sucesso de suas músicas, Tom Jobim vinha sendo constantemente assediado por Frank Sinatra, que tentava convencê-lo a permitir a reedição de suas composições nos Estados Unidos.

Em 1965 lançou os LPs "Antônio Carlos Jobim" e "A Certain Mr. Jobim", pela Warner Bros, ambos com arranjos de Claus Ogerman.

Em 1967 gravou com Frank Sinatra o LP "Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim". Ainda nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman. Também em 1967 recebeu indicação para o Grammy.

Em 1968 venceu o III Festival Internacional da Canção (FIC), realizado no Rio de Janeiro, com a música "Sabiá" (Tom Jobim e Chico Buarque), tirando o primeiro lugar na fase nacional e na fase internacional, sob vaias do público, que torcia pela canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré. Ainda nesse ano, logo depois de chegar de uma bem sucedida viagem aos Estados Unidos, gravou depoimento para o Museu da Imagem e do Som, coordenado pelo então diretor Ricardo Cravo Albin, auxiliado por Vinicius de Moraes, Dori Caymmi, Chico Buarque e Oscar Niemeyer.

Em 1969, compôs mais uma trilha para o cinema, desta vez para o filme "Os Aventureiros". A trilha foi gravada em Londres, com arranjos e regência de Eumir Deodato. Em seguida, assinou a trilha sonora dos filmes "Tempo de Mar", dirigido por Pedro de Moraes, filho de Vinicius de Moraes, e "A Casa Assassinada", de Paulo César Saraceni.

Em 1970, Tom Jobim lançou o LP "Stone Flower", com arranjos de Eumir Deodato, que também foi o arranjador do LP de Frank Sinatra, "Sinatra & Cia", lançado no ano seguinte, que continha cinco músicas de sua autoria.




Uma das canções mais representativas de sua trajetória como compositor é "Águas de Março", cuja primeira gravação saiu em um compacto encartado no semanário O Pasquim, em 1972. A música contaria depois com a célebre gravação que fez em dueto com Elis Regina, no disco "Elis & Tom", gravado em Los Angeles e lançado em 1974.

Recebeu, por três vezes, o prêmio da Broadcast Music Inc. (BMI), como Great National Popularity, com "The Girl From Ipanema", versão de "Garota de Ipanema", em 1970. "Meditation", versão de "Meditação", em 1974, e "Desafinado", em 1977.

Gravou, com Miúcha, em 1978, o LP "Miúcha & Antônio Carlos Jobim".

Sua composição "Luiza" foi tema de abertura da novela "Brilhante", da TV Globo, em 1981.

Ainda na década de 1980, compôs a trilha sonora dos filmes "Eu Te Amo", de Arnaldo Jabor, e "Gabriela", dirigido por Bruno Barreto. Com Chico Buarque, compôs a trilha do filme "Para Viver Um Grande Amor", de Miguel Faria. Recebeu o prêmio Shell na categoria Melhor Compositor do ano de 1982, na festa realizada na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

Em 1984, foi convidado pelo diretor Marco Altberg para fazer a trilha sonora do filme "Fonte da Saudade", baseado no romance "Trilogia do Assombro", de Helena Jobim. Com esta trilha, ganhou o Kikito de Melhor Música no Festival de Gramado. Nesse mesmo ano, fez a trilha para o filme "O Tempo e o Vento", baseado no romance homônimo de Érico Veríssimo. Ainda em 1984, formou a Banda Nova, grupo que o acompanharia em shows e gravações até o fim de sua vida. Ao lado de Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta e voz), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Tião Neto (baixo), Paulo Braga (bateria) e do coro formado por Ana Jobim, Elizabeth Jobim, Paula Morelenbaum, Maucha Adnet e Simone Caymmi, realizou show no Carnegie Hall, em Nova York.

Em 1985, junto com a Banda Nova, apresentou-se, com João Gilberto, na abertura do Festival de Montreux, na Suíça. Nesse ano, ganhou o título de "Grand Commandeur Da Ordre Des Arts Et Des Lettres", concedido pelo governo francês, através de seu Ministério da Cultura.

Tom Jobim e Vinicius de Moraes no Catetinho
Em 1986, recebeu o prêmio Millionaired Songs, conferido pela Broadcast Music Inc. (BMI) aos autores de canções que foram ao ar mais de um milhão de vezes. Nesse mesmo ano, compôs a trilha sonora para o filme "Brasa Adormecida", dirigido por Djalma Limonji Batista. Ainda em 1986, compôs "Anos Dourados", que foi tema de abertura da minissérie homônima exibida pela TV Globo e que, posteriormente, ganhou letra de Chico Buarque. Também nesse ano, lançou com a Banda Nova, o LP "Passarim", pelo qual recebeu o primeiro Disco de Ouro de sua carreira e os Prêmios Sharp de Melhor Disco MPB e Melhor Música do ano.

Em 1987, participou do disco "Há Sempre um Nome de Mulher", álbum duplo dedicado à campanha do aleitamento materno e do qual se venderam 600.000 cópias apenas nas agências do Banco do Brasil. A gravação foi realizada em sua própria casa, tocando apenas ao piano a canção "Luiza", registro considerado um dos seus melhores momentos como cantor. No encarte do disco, o produtor Ricardo Cravo Albin escreveu:


"Tom é hoje uma coleção completa de boa parte do que ocorreu com a MPB de 1956 para cá."

Em 1990, tornou-se membro da Academia Nacional de Música Popular Americana. Foi ainda nomeado reitor e, depois, presidente do Conselho Diretor da Universidade Livre de Música, situada em São Paulo, e Doutor Honoris-Causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mais tarde, recebeu o mesmo título da Universidade de Lisboa.

Foi homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1992, com o samba-enredo "Se Todos Fossem Iguais a Você", título da canção que fez em parceria com Vinicius de Moraes.

Tom Jobim gravou inúmeros programas para as TVs brasileiras e americanas, entre os quais o especial com Milton Nascimento, exibido, em 1993, pela TV Bandeirantes.

Em 1994, realizou mais uma apresentação no Carnegie Hall, desta vez ao lado do guitarrista Pat Metheny e do pianista Herbie Hancock, e lançou o último trabalho de sua carreira, o CD "Antônio Brasileiro", pelo qual recebeu os Prêmios Sharp de Melhor Disco Música Popular Brasileira e Melhor Música-Samba, com "Piano na Mangueira", composta em parceria com Chico Buarque. O CD foi, também, contemplado com o Prêmio Grammy, na categoria Best Latin Jazz Performance. Ainda em 1994, a prefeitura do Rio de Janeiro concedeu-lhe a Medalha Pedro Ernesto.



Morte

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim morreu no dia 08/12/1994, em Nova York. Ele teve uma parada cardíaca, depois de complicações pós-operatórias. Tom Jobim havia feito uma cirurgia para retirar dois tumores na bexiga, realizada no Hospital Mount Sinai. Ele sofreu um infarto antes de se submeter a uma angioplastia, que deixaria seu coração em condições de suportar uma operação de grande porte, como a para extirpar o câncer na bexiga.

Manuel Bandeira, Chico Buarque, Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Legado

Em 1996, Helena Jobim lançou o livro "Um Homem Iluminado", uma biografia do irmão. No ano seguinte, Sérgio Cabral publicou "Antonio Carlos Jobim - Uma Biografia". O selo Revivendo, de Curitiba, PR, lançou o CD "Meus Primeiros Passos e Compassos", contendo as primeiras gravações de suas músicas.

Em 2000, foi lançada a caixa "Raros Compassos" (Revivendo), contendo três CDs com músicas do início de sua carreira, interpretadas por vários artistas. Nesse mesmo ano, foi lançado o CD "Tom Canta Vinicius", com a gravação ao vivo do show realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1990. A cantora Gal Costa lançou, ainda, um CD interpretando suas composições, projeto que idealizou quando o maestro ainda vivia.

Diversas homenagens póstumas foram realizadas, como a polêmica mudança do nome da Avenida Vieira Souto, situada em Ipanema, para Avenida Tom Jobim. Com isso se criaria a esquina Tom Jobim com Vinicius de Moraes, antiga Rua Montenegro, onde situava-se o Bar do Veloso, hoje Garota de Ipanema, muito frequentado por Tom JobimVinicius de Moraes, e onde nasceu a inspiração para compor "Garota de Ipanema". As placas chegaram a ser trocadas, mas a família Vieira Souto apelou para a justiça e a troca foi desfeita. Mais tarde, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro passou a se chamar Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim, por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin. Foi criado o Parque Tom Jobim, na Lagoa Rodrigo de Freitas e lançada a caixa "Tom Jobim - Inédito", contendo dois CDs.

Em 2000, foi lançada a edição de luxo do "Cancioneiro Jobim", contendo partituras de 42 de suas composições, textos biográficos, fotos e reproduções de manuscritos. Esgotada a primeira edição, a publicação ganhou novo formato, dividido em dois volumes, um contendo texto biográfico e imagens e o outro contendo as partituras.

Em 2001, foi lançado o "Cancioneiro Jobim - Obras Completas", reunindo partituras e letras de todas as músicas do maestro divididas em 5 volumes, com ilustração de Elizabeth Jobim. Nesse mesmo ano, foi inaugurado, com a exposição "Nas Trilhas do Tom", o Instituto Antonio Carlos Jobim, presidido por Paulo Jobim e dirigido por Ana Lontra Jobim, Elizabeth Jobim e Wanda Mangia Klabin, tornando acessível a músicos e pesquisadores a obra e o acervo particular do compositor.


Em 2003, foram lançados o CD e o DVD "Jobim Sinfônico", contendo suas peças orquestrais. O projeto foi idealizado e produzido por Mario Adnet e Paulo Jobim, registrando o espetáculo homônimo gravado em 2002, na Sala São Paulo, em São Paulo, com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, sob a regência de Roberto Minczuk, assistente da Filarmônica de Nova York, e a participação de Milton Nascimento e 80 músicos. Ainda em 2003, chegou às livrarias o "Cancioneiro Vinicius de Moraes: Orfeu" (Jobim Music), songbook do espetáculo "Orfeu da Conceição", encenado em 1956 no Teatro Municipal, trazendo 14 partituras das canções compostas com Vinicius de Moraes para o musical, além de desenhos de Carlos Leão e Carlos Scliar, cartazes, críticas, capas de discos, textos de Sérgio Augusto, Susana de Moraes, Paulo Jobim e Cacá Diégues, uma edição assinada por Maria Lúcia Rangel dos textos do poeta sobre a criação da peça e a correspondência mantida com Vinicius de Moraes sobre a primeira adaptação da obra para o cinema, realizada por Marcel Camus, em 1959, com o título de "Orfeu Negro".

Em 2004, o crítico Ricardo Cravo Albin propôs à Associação Comercial do Rio de Janeiro que se promovesse junto ao Aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim um memorial a ele dedicado, por ocasião dos 10 anos de seu falecimento.

Entre os artistas estrangeiros que gravaram suas canções estão Frank Sinatra, Miles Davis, Stan Getz, Quincy Jones, Dizzie Gillespie, Charlie Byrd, Sara Vaughan, Clare Fischer, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Oscar Peterson, Joe Pass, Sting, entre outros.

Em 2004, foi lançado o CD "Antonio Carlos Jobim em Minas ao Vivo Piano e Voz", registro do recital apresentado pelo compositor, em 1981, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Em 2005, "The Girl From Ipanema" histórica gravação de Astrud Gilberto, ao lado de João Gilberto, Stan Getz e do próprio compositor, realizada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano. Também em 2005, a Jobim Biscoito Fino relançou o álbum duplo "Tom Jobim Inédito". O disco, gravado em 1987 para a Odebrecht, com produção de Jairo Severiano e Vera Alencar, teve distribuição comercial em tiragem limitada, no final de 1995.

Tom Jobim e Elis Regina, 1974
Em 2006, foi lançado, também pela Jobim Biscoito Fino, o DVD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", registro do show gravado em 1986, no Festival Internacional de Jazz daquela cidade. Ao lado do compositor, os músicos Jaques Morelenbaum (violoncelo), Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta), Tião Neto (Contrabaixo), Paulo Braga (bateria), e do vocal de Paula Morelenbaum, Maucha Adnet, Simone Caymmi, Ana Jobim e Elizabeth Jobim. O DVD traz ainda uma entrevista concedida pelo compositor em sua casa, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1981, ao jornalista Roberto D'Ávila.

Em 2007, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", contendo o áudio do DVD homônimo, lançado no ano anterior. No repertório, suas canções "Água de Beber", "Chega de Saudade", "A Felicidade" e "Garota de Ipanema", todas com Vinicius de Moraes, "Samba de Uma Nota Só" (Tom Jobim e Newton Mendonça), "Two Kites", "Wave", "Borzeguim", "Falando de Amor", "Gabriela", "Samba do Avião" e "Waters Of March".

Em 2007 foi lançado o DVD "A Casa do Tom - Mundo, Monde, Mondo", filme de Ana Jobim que conta a história de amor do compositor com a música, a família e a natureza. Narrado pela própria Ana Jobim, o documentário inclui falas, fotos, filmes caseiros e filmes profissionais, poemas, uma longa entrevista e uma trilha sonora composta de 24 músicas.

Em 2010, foi relançado o CD "Minha Alma Canta", com interpretações suas de músicas de outros compositores, gravadas ao lado de amigos como Edu Lobo, Chico Buarque e Gal Costa para alguns dos songbooks produzidos por Almir Chediak. Nesse mesmo ano, a remontagem do musical "Orfeu da Conceição", com trilha sonora de sua parceria com Vinicius de Moraes, estreou turnê nacional no Canecão, Rio de Janeiro, com direção geral de Aderbal Freire-Filho e direção musical de Jaques Morelenbaum e Jaime Alem, com elenco formado por Érico Brás, Wladimir Pinheiro, Jéssica Barbosa e Isabel Fillardis, coreografia de Carlinhos de Jesus e figurino de Kika Lopes.


Em 2011, o musical "Passarim - As Peripécias de um Sabiá Apaixonado Por Luiza", com direção e roteiro de Rony Guilherme, estreou no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro, com canções de sua autoria, entre as quais "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom JobimVinicius de Moraes), "Imagina" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Brasil Nativo", "Borzeguim", "Passarim" e "Wave". Nesse mesmo ano, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box "100 Anos de Música Popular Brasileira", contendo 4 CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de 8 LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos "MPB 100 ao Vivo" realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 5 da caixa, com suas canções "Se é Por Falta de Adeus" (Tom Jobim e Dolores Duran), na voz de Dóris Monteiro, "Foi a Noite" (Tom Jobim e Marino Pinto), na voz de Lúcio Alves, "Desafinado" (Tom Jobim e Newton Mendonça), na voz de Alaíde Costa, e ainda com  as seguintes canções em parceria com Vinicius de Moraes: "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "A Felicidade", todas na voz de Lúcio Alves, "Eu Não Existo Sem Você", na voz de Alaíde Costa, e "Garota de Ipanema", interpretada em dueto por Johnny Alf e Alaíde Costa.

Em 2012, estreou no Brasil o documentário "A Música Segundo Tom Jobim", de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, com roteiro de Nelson Pereira dos Santos e Miúcha, após passar pelos festivais de Nova York, Copenhague, Santa Maria Feira, em Portugal, e ainda pelo Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado como o mais importante festival mundial do gênero. Nesse mesmo ano, foi lançado o livro "Histórias de Canções - Tom Jobim", de Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira (Leya Brasil). Pelo conjunto de sua obra, foi homenageado com o Lifetime Achievement Award do Grammy 2012, premiação pela primeira vez conferida a um artista brasileiro.

Em 2013, entrou no circuito cinematográfico o documentário "A Luz do Tom", de Nelson Pereira dos Santos, no qual o compositor tem sua vida narrada por vozes femininas. Nesse mesmo ano, foi o homenageado da 24ª edição do Prêmio da Música Brasileira. O evento contou com a participação de vários artistas, entre os quais Gal Costa, João Bosco, Ney Matogrosso e Leny Andrade, que interpretaram canções de sua autoria.

Em 2014, em comemoração aos 20 anos de sua morte, foi inaugurada uma estátua sua em tamanho real na orla da praia de Ipanema, próximo ao Arpoador, no Rio de Janeiro. A escultora Christina Motta afirmou que se baseou em uma antiga foto de Tom Jobim com o amigo Vinicius de Moraes para fazer a estátua, que demorou 4 meses para ficar pronta e foi encomendada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação do Sexteto Terra Brasilis, convidado pela família do músico.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Adhemar Ferreira da Silva

ADHEMAR FERREIRA DA SILVA
(73 anos)

Atleta

* Casa Verde, SP (29/09/1927)
+ São Paulo, SP (12/01/2001)

Adhemar Ferreira da Silva foi o maior atleta olímpico brasileiro, nascido em São Paulo, SP, bi-campeão olímpico, recordista mundial de salto triplo e responsável pelo renascimento dessa modalidade esportiva.

Era filho de ferroviário e lavadeira. Não ficou rico com as conquistas e treinava apenas duas ou três vezes por semana, somente na hora do almoço, pois trabalhava e estudava duro. Desde os 16 anos, fumava um maço de cigarros por dia, inclusive no tempo de suas maiores glórias, atitude impensável para os atuais atletas.

Começou a carreira atlética em sua cidade e interessou-se pelo salto triplo (1947) por influência de Ewald Gomes da Silva, atleta e dirigente são paulino que mais tarde se tornou presidente da Federação Paulista e depois da Federação Brasileira de Atletismo.

Conquistou a primeira vitória aos vinte anos, logo após a estréia, quando alcançou a marca de 13,05m no salto triplo, numa evolução tão impressionante que levou o técnico alemão Dietrich Gerner a começar a falar em sucesso internacional e recorde mundial.


Foi duas vezes recordista sul-americano com 15,51m (1949) e 15,83m (1950), e bateu pela primeira vez o recorde mundial no estádio do Fluminense Futebol Clube, no Rio de Janeiro, com 16,01m (1951).

Foi campeão pan-americano (1951) e campeão sul-americano (1952). Nas Olimpíadas de Helsinki, Finlândia (1952), conquistou a medalha de ouro ao bater o recorde olímpico e estabelecer duas novas marcas mundiais: 16,12m e 16,22m. Nos Jogos Pan-Americanos realizados no México (1955) obteve sua melhor marca: 16,56m, que permaneceu imbatível por cinco anos.

Conquistou mais uma medalha de ouro para o Brasil em Melbourne, Austrália (1956), ao estabelecer novo recorde olímpico, com 16,35m. Pentacampeão sul-americano e tricampeão pan-americano (1951,1955 e l959) e campeão luso-brasileiro, em Lisboa (l960), foi dez vezes campeão brasileiro, tendo mais de 40 títulos e troféus internacionais.

Mesmo fracassando nos Jogos de Roma (1960), obteve o reconhecimento da torcida italiana, que o ovacionou dentro do estádio olímpico mesmo após a desclassificação. Mais tarde, descobriu a causa do mau desempenho: estava com princípio de tuberculose.

Praticamente um autodidata, revolucionou o salto triplo direcionando sua atenção para o segundo salto, até então apenas um impulso para o terceiro, e foi muito superior aos concorrentes durante anos.


Escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo, em 1948, também se formou em Educação Física na Escola do Exército, Direito na Universidade do Brasil em 1968, e Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Casper Libero em 1990.

Poliglota, foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Lagos, Nigéria (1964-1967). Foi ator na peça "Orfeu da Conceição" (1956), de Vinicius de Moraes e no filme franco-italiano "Orfeu do Carnaval" (l962), que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Terminou a vida trabalhando para o Estado de São Paulo, organizando competições nacionais e internacionais de Atletismo.

Recebeu (1993) o título de Herói de Helsinque, junto com Emil Zatopek. Foi agraciado pelo COB (2000), com o Mérito Olímpico. Sua última aparição pública foi na última edição da Maratona de São Silvestre, em São Paulo, na virada do ano, quando entregou os prêmios aos vencedores.

Adhemar Ferreira da Silva sofreu uma parada cardíaca após 5 dias internado em virtude de broncopneumonia. Ele sofria de tuberculose, diabetes e era fumante.

Fonte: Brasil Escola

Carlos Alexandre

PEDRO SOARES BEZERRA
(31 anos)

Cantor

☼ Nova Cruz, RN (01/06/1957)
┼ São José do Campestre, RN (30/01/1989)

Pedro Soares Bezerra, conhecido como Carlos Alexandre, foi um cantor nascido em Nova Cruz, RN, no dia 01/06/1957.

Filho de Gennaro Bezera Martins e Antonieta Feconstinny Bezerra, a carreira de Carlos Alexandre começou em 1975, quando ainda utilizando o nome artístico de Pedrinho, teve sua primeira música gravada. O radialista Carlos Alberto de Sousa levou-o para a gravadora RGE onde gravou um compacto simples, com as canções "Arma de Vingança" e "Canção do Paralítico", que teve vendagem de 100.000 cópias, sucedido pelo grande sucesso "Feiticeira", com 250.000 cópias.

Ele veio da Cidade da Esperança, bairro localizado na Zona Oeste de Natal, no Rio Grande do Norte, e foi o primeiro conjunto habitacional da cidade, construído na década de 1960, pelo então Governador Aluízio Alves. Como o próprio nome guarda em seu significado, surgia um aglomerado populacional que trazia consigo a fé, o desejo do lar, até pelo fato de ser uma experiência pioneira do modelo de moradia para a população de baixa renda. Naquele momento Natal recebia de presente o primeiro conjunto habitacional da América Latina. Conjunto que abrigou e ainda acolhe nomes que fizeram e a continuam construindo a trajetória da capital potiguar. Entre eles estava Pedro Soares Bezerra, nome pouco conhecido do grande público, já que na vida artística ele era conhecido como Carlos Alexandre.

Ídolo popular, ninguém poderia representar melhor o bairro. Carlos Alexandre era o retrato das pessoas de Cidade da Esperança. Humilde, simples, mesmo depois que alcançou o sucesso e passou a ter remunerações mais expressivas, não trocou Natal pelo Sudeste, centro da arte e cultura do país, muito menos deixou o bairro que o recebeu quando ele saiu do município paraibano de Jacaraú, onde morava com a família que o adotou aos 2 anos de idade.

Durante 10 anos, Carlos Alexandre morou na Cidade da Esperança, somente nos três últimos anos de vida fixou residência no Jardim América e depois na Zona Norte.

O Sucesso

Carlos Alexandre alcançou o sucesso aos 21 anos, e talvez tenha sido um dos norte-rio-grandenses que mais brilhou na música nacional. Deixou 200 composições gravadas em três compactos e 14 LPs, sendo que dois LPs e quatro CDs foram uma homenagem póstuma feita pela gravadora RGE.

Com esses trabalhos ganhou 15 discos de ouro e um de platina. Para se ter uma idéia da dimensão de seu sucesso, a viúva do cantor, Maria Solange de Melo Bezerra até hoje, sobrevive com os recursos provenientes dos direitos autorais que ainda recebe.
"A música dele ainda é tocada e regravada. Em todo o Brasil se escuta Carlos Alexandre. Recebo direitos autorais até de rádios de Portugal."
(Maria Solange de Melo Bezerra)

Solange foi sua companheira durante toda a sua carreira e também a sua maior incentivadora. Eles se conheceram em 1976, quando Carlos Alexandre, aos 19 anos, foi para Natal fazer uma cirurgia e não mais voltou para Jacaraú. Ficou morando e trabalhando com os irmãos de criação que eram comerciantes.
"A casa do irmão dele ficava na rua da casa da minha mãe, na Cidade da Esperança. Ele trabalhava como vendedor na padaria de um dos irmãos. Nessa época já gostava de cantar. Seus ídolos eram Elvis Presley, Roberto Carlos e Evaldo Braga. A noite ele ia para frente da minha casa e ficava cantando e tocando violão. Juntava muita gente!"
(Maria Solange de Melo Bezerra)


Nessa época ele já estava interessado em namorá-la, mas Solange tinha um outro namorado.
"Até que na virada do ano de 1976 para 1977 meu namorado não apareceu. No dia 1º de janeiro ele me disse que havia feito a música "Arma de Vingança" para mim e nós começamos a namorar."
Ela conta que aos poucos foi modificando as roupas, o cabelo e o jeito do namorado, com o intuito de levá-lo até a casa do então radialista Carlos Alberto de Sousa.
"Aquele era um ano de campanha, Carlos Alberto ia ser candidato a vereador e gostava de ajudar muito aos pobres. Na primeira vez que fomos até a casa dele, Carlos Alexandre ficou nervoso. Insisti e fomos novamente até a Rádio Cabugi, onde Carlos Alberto tinha um programa. Lá ele cantou Canção de um paralítico e 'Arma de Vingança'. Carlos Alberto adorou e na hora já fizeram um trato, no qual Carlos Alexandre cantaria na campanha e se ele ganhasse, Carlos Alberto se comprometia a levar todos os artistas que o ajudaram para gravar um disco em São Paulo."
Até então ele era conhecido como Pedrinho, e passou a utilizar o nome artístico de Carlos Alexandre por sugestão de Solange.
"Eu tinha um afilhado com esse nome e achava lindo. Fiz a sugestão e ele gostou!"
A campanha foi vitoriosa e o trato foi cumprido. Em janeiro de 1978 Carlos Alexandre junto com Gilliard, Edson Oliveira, e outros artistas, embarcaram para São Paulo para gravar seus discos pela gravadora RGE.


Carlos Alexandre
gravou um compacto que vendeu 100 mil cópias. O cantor foi então chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP ainda em 1978, "Feiticeira", que o consagrou vendendo 250 mil cópias. Esse disco também foi gravado em castelhano.


Carlos Alexandre viajou o país com seus sucessos, "Feiticeira", "A Ciganinha", "Vá Pra Cadeia", entre tantos outros. Em algumas viagens, Solange, que casou-se com o artista em fevereiro de 1978, o acompanhava.
"Ia sempre quando ele ia gravar. Ele vinha para Natal para gastar o que ganhava fora. Dizia que Natal era a sua cidade, o lugar para descanso e para lazer!"
Para Solange o cantor era uma pessoa simples, amável, não guardava mágoa de ninguém e tinha muitos amigos. Ela ainda conta que o artista era um pouco namorador, mas logo justifica a atitude do marido: "Também bonito e gostoso como era".

Além de companheira, Solange ainda era a responsável por confeccionar as roupas de seus shows. Juntos eles tiveram três filhos: Germina de Melo Bezerra, através do nome da filha ele homenageou a sua mãe de criação, Carlos Alexandre de Melo Bezerra e Carlos Adriano de Melo Bezerra. O filho do meio, que é conhecido como Carlos Alexandre Júnior, está seguindo os passos do pai fazendo diversos shows pelo interior do Nordeste.

O Acidente

Carlos Alexandre faleceu na segunda-feira, 30/01/1989, aos 31 anos, vítima de um acidente de carro entre São José de Campestre e Tangará, quando voltava de um show em Pesqueira, PE.

O velório ocorreu no ginásio de esportes de Cidade da Esperança e o sepultamento, que reuniu milhares de fãs, foi no Cemitério de Bom Pastor, no dia 31/01/1989.

Segundo matérias publicadas na época, ele foi sepultado ao som da multidão cantando "Feiticeira".
"Até hoje sinto muito a falta dele. Ainda guardo a camiseta suada que ele vestia antes de viajar. As últimas palavras que disse a ele foram: "Leve um pedaço do coração e deixe um pedaço do seu!" 
(Recorda sua esposa Solange)

Discografia
  • 1978 - Feiticeira Vol. 01
  • 1979 - A Ciganinha Vol. 02
  • 1980 - Já Troquei Por Outra Vol. 03
  • 1981 - Mulher De Muitos Vol. 04
  • 1982 - Revelação De Um Sonho Vol. 05
  • 1983 - Cartão Postal Aqui Estou Vol. 06
  • 1984 - Vem Ver Como Eu Estou Vol. 07
  • 1985 - Final De Semana Vol. 08
  • 1986 - Gato e Sapato Vol. 09
  • 1987 - Nosso Quarto e Testemunha Vol. 10
  • 1988 - Sei Sei Vol. 11
  • 1989 - Eternamente Vol. 12
  • 1993 - Carlos Alexandre - Especial
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 1
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 2
  • 2000 - Coleção Pérolas
  • 2001 - Recorda O Irmão
  • S/D - Carlos Alexandre - Grandes Sucessos
  • S/D - Carlos Alexandre - Último Show

Fonte: Wikipédia
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