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Canhoto

AMÉRICO JACOMINO
(39 anos)
Compositor e Instrumentista

* São Paulo, SP (12/02/1889)
+ São Paulo, SP (07/09/1928)

Américo Jacomino foi um violonista e cavaquinista brasileiro, popularmente conhecido por Canhoto, em virtude de executar o dedilhado no instrumento com esta mão esquerda, sem inversão do encordoamento. Canhoto foi um dos responsáveis pelo "enobrecimento" deste instrumento musical no Brasil. O violão era, até sua época, considerado um instrumento de menor importância, e mesmo, dito que só marginais faziam uso dele.

Primeiro filho do casal de imigrantes napolitanos Crescêncio Jacomino e Vicência Gargiula Jacomino, aprendeu a ler e escrever com seu pai e seu irmão Ernesto, que tocava violão e bandolim, não havendo jamais freqüentado qualquer colégio.

Sua primeira profissão foi a de pintor de painéis, onde a princípio fazia apenas traços e letras. Com o domínio da profissão, chegou a realizar trabalhos de maior envergadura como paisagens, que eram muito utilizadas nas paredes das residências elegantes de São Paulo.

 Desde garoto interessou-se por violão, que ele tocava, mesmo sem inverter as cordas, na posição de canhoto, o que deu origem a seu nome artístico. Consta que seu primeiro instrumento tenha sido o cavaquinho.

Canhoto, primeiro da esquerda para a direita

Em 1907, durante uma serenata no bairro da Mooca, conheceu o cantor Paraguaçu, com quem começou a apresentar-se em cinemas, ganhando 5 mil réis por noite. Assim, tocou no Cinema Bresser, da Rua Bresser (Brás), no Cine Brás-Bijou, da Avenida Rangel Pestana, e no Éden Teatro, da Rua Mauá, apresentando-se também em circos e restaurantes.

Em 1913, já conhecido na capital paulista como bom violonista, gravou pela primeira vez, na Odeon, na série 120.000, a valsa "Belo Horizonte", a polca "Pisando na Mala", o dobrado "Campos Sales" e a mazurca "Devaneio".

Em 1916 gravou suas valsas "Beijos e Lágrimas" e "Acordes do Violão", primeiro título de "Abismo de Rosas", peça clássica do violão brasileiro.

Em 1918 gravou os tangos "Madrugando" e "Recordações de Cotinha". Na época da Primeira Guerra Mundial, compôs a "Marcha Triunfal Brasileira" e, em 1919, foi convidado, com uma garota de dez anos, Abigail Gonçalves, mais tarde a cantora lírica Abigail Alessio, a formar um trio com Viterbo Azevedo, para apresentações teatrais, em que Viterbo encarnaria o Jeca Tatu, famoso personagem de Monteiro Lobato. No mesmo ano o Trio Viterbo-Abigail-Canhoto estreou em São Paulo e em seguida excursionou por cidades do interior, mas teve sua carreira interrompida em Poços de Caldas, MG, onde Viterbo Azevedo foi assassinado. Em dezembro foi para o Rio de Janeiro, dando um recital de violão no Teatro Lírico.


De volta a São Paulo, em 1920, iniciou a produção de músicas carnavalescas, embora continuasse a compor outros gêneros. Lançou, para o Carnaval daquele ano, "Ai, Balbina" e no ano seguinte "Já Se Acabô", ambas com Arlindo Leal.

Em 1922 deu um recital no Cinema São José, em Itapetininga, SP. Na ocasião, conheceu Maria Vieira de Moraes, filha de um político local, e casaram-se dia 22 de setembro de 1922, tendo no cartório se declarado italiano. Tiveram dois filhos, Maria Aparecida, a quem dedicou a valsa "Manhãs de Sol", e Luís Américo, que também se tornaria violonista.

Passaram a residir na cidade de São Carlos, onde Canhoto abriu uma loja de música e instrumentos musicais chamada "Casa Carlos Gomes".

Em 1923, ao lado de Paraguaçu, foi um dos pioneiros da Rádio Educadora Paulista, primeira emissora do Estado.

Em 1925 gravou a "Marcha Triunfal Brasileira" e regravou "Abismo de Rosas". Ainda em 1925, em Avaré, SP, onde deu um recital, conheceu Joubert de Carvalho, que na época estudava medicina no Rio de Janeiro, tornando-se seu amigo. Pouco depois, Joubert de Carvalho dedicou-lhe uma canção, "Os Teus Olhos". Um ano depois gravou como cantor a "Marcha dos Marinheiros" e no ano seguinte o samba "Só na Bahia é Que Tem", ambos de sua autoria, pela Odeon, o segundo regravado em seguida por Francisco Alves.

Em fevereiro de 1927, no Rio de Janeiro, participou do concurso O Que é Nosso, patrocinado pelo jornal Correio da Manhã e realizado no Teatro Lírico, quando executou três músicas de sua autoria, a "Marcha Triunfal Brasileira", "Viola, Minha Viola" e "Abismo de Rosas", vencendo o concurso e recebendo o título de Rei do Violão Brasileiro.

De volta a São Paulo, organizou o grupo Turunas Paulistas, com quatro violões, dois cavaquinhos, flauta, saxofone, reco-reco, maracaxá e pandeiro.  Passou a viver de seus concertos e dos alunos, muitos dos quais pertencentes às mais distintas e tradicionais famílias daquele tempo.

Em março de 1928 retornou ao Rio de Janeiro, gravando algumas de suas composições em solos de violão e de cavaquinho. Durante uma dessas gravações começou a sentir-se mal, sendo atendido por seu amigo, já médico, Joubert de Carvalho.

Um último disco seu reuniu a valsa "Mexicana" e o cateretê "Uma Noite na Roça", ambos de sua autoria. Pouco tempo depois, fez seu último registro fonográfico, o choro "Niterói" e a valsa "Escuta, Minh'alma", gravação que não chegou a ver lançada.

Luiz Américo Jacomino, filho de Canhoto, com o violão Giannini 1907, o preferido de seu pai.

Voltou a São Paulo, onde, por influência do sogro, foi nomeado lançador da prefeitura.

O coração voltou a lhe trazer problemas, sendo aconselhado pelos médicos a tratar-se no Rio de Janeiro  com o cardiologista Miguel Couto. Chegou à então Capital Federal, mas com o agravamento de seu estado de saúde, voltou a São Paulo, onde veio a falecer.

Em 1953, sua valsa "Abismo de Rosas" foi regravada em interpretação de cítara por Avena de Castro em disco Copacabana, e também pelo cantor Jaime Silva pela mesma gravadora.

Em 1978, por ocasião dos 50 anos de seu falecimento, foi lançado pela Continental o LP "Homenagem a Américo Jacomino", com a participação de diversos violonistas, entre os quais, seu filho Luís Américo Jacomino, que utilizou o violão que lhe pertencera.  

Álvaro Alvim

ÁLVARO FREIRE DE VILALBA ALVIM
(65 anos)
Médico Radiologista

☼ Vassouras, RJ (16/04/1863)
┼ Rio de Janeiro, RJ (21/05/1928)

Álvaro Freire de Vilalba Alvim foi um médico radiologista, pioneiro da radiologia brasileira, nascido em Vassouras, RJ, no dia 16/04/1863.

Era filho de Carlos Freire Villalba y Alvim e de Mariana Amélia de Carvalho. Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1887. Seguiu, em 1896 para a França, onde se especializou em Física Médica e trabalhou na equipe de Madame Marie Curie, francesa considerada pioneira nos estudos do Raio-X.

De regresso ao Brasil, instalou um consultório de fisioterapia no Rio de Janeiro, com os modernos aparelhos que trouxera da Europa, e tornou-se um dos pioneiros da fisioterapia no Brasil. Fundou e dirigiu a Assistência às Crianças Pobres, o Instituto de Eletricidade e o Instituto de Eletrologia e Radiologia.


Vivendo no Rio de Janeiro, foi um dos primeiros a residir no bairro de Ipanema. Comprou vários terrenos na região, e construiu sua residência onde hoje funciona a Casa de Cultura Laura Alvim, nome de sua filha mais nova, apaixonada pelas artes.

Álvaro Alvim fez as radiografias das xifópagas Rosalina e Maria, operadas por Eduardo Chapot Prévost.

Álvaro Alvim foi membro titular da Academia Nacional de Medicina. Foi pioneiro da eletroterapia, da radiologia e da radioterapia no Brasil. A ele se deve a aplicação prática, no Brasil, das descobertas de Wilhelm Conrad Röntgen, processos e equipamentos desenvolvidos com Madame Marie Curie.

Suas pesquisas com materiais radiativos fizeram com que se contaminasse e adoecesse. Foi perdendo os dedos, um a um, em ambas as mãos em virtude de lesões ocasionadas pelos Raios X e o Rádio. Pouco antes de falecer, já com uma mão amputada, foi condecorado com a Medalha Humanitária, pelo presidente Artrur Bernardes.

Álvaro Alvim é considerado o Mártir da Ciência Brasileira.

Fonte:  Wikipédia