Joubert de Carvalho

JOUBERT DE CARVALHO
(77 anos)
Médico e Compositor

* Uberaba, MG (06/03/1900)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/09/1977)

Foi um médico e compositor brasileiro, autor de canções como Maringá e Ta-hi.

Nascido no Triângulo Mineiro, era um dos treze filhos do fazendeiro Tobias de Carvalho e de Francisca Gontijo de Carvalho.

Tinha nove anos quando o pai comprou um piano, onde Joubert passou a tocar, de ouvido, os dobrados que ouvia na banda local. Aos doze, tendo terminado o curso primário em Uberaba, Joubert mudou-se com a família para São Paulo, por conta da preocupação do pai com a educação e formação dos filhos, que foram estudar no Ginásio São Bento.

A primeira composição de Joubert, a valsa Cruz Vermelha, foi inspirada no hospital infantil do mesmo nome, que havia em São Paulo, e cujas primeiras notas haviam sido tiradas no piano da infância.

O pai permitiu a Joubert que vendesse as partituras, desde que o dinheiro revertesse em benefício do Hospital Cruz Vermelha. O relativo sucesso alcançado pela música animou Joubert a compor outras peças, que entregava à Casa Editora Compassi & Camin, com autorização de seu pai, desde que o pagamento se resumisse a alguns exemplares para Joubert distribuir aos amigos. Durante o curso ginasial Joubert foi se familiarizando com os clássicos, na casa de uma tia pianista.

Em 1919 Joubert foi para o Rio de Janeiro, onde o ensino era de melhor nível e, em 1920, entrou para a Faculdade de Medicina. Com uma mesada de 500 mil réis, Joubert continuava a compor e, durante uma de suas visitas a São Paulo, o editor fez novos pedidos, com a oferta de 600 mil réis mensais. Como o filho havia obtido êxito nos exames, o velho Tobias não só se rendeu, como manteve a mesada, propiciando ao jovem Joubert uma vida de estudante rico, que podia até mesmo morar em hotel.

Nessa época, influenciado por ritmos estrangeiros, Joubert compôs diversos tangos, como Cinco de Janeiro, dedicado ao sanitarista Oswaldo Cruz.

Sua primeira composição gravada foi a canção Noivos, lançada em 1921. Mas seu primeiro grande sucesso viria em 1922 com O Príncipe, composta por inspiração da chuva e que seria sua primeira composição gravada no exterior, em 1931. No ano seguinte, 1923, compôs o tango Lindos Olhos.

Joubert de Carvalho no Consultório
Em 1925 Joubert se formou em Medicina, com a tese intitulada Sopros Musicais do Coração, tendo sido aprovado com distinção, embora o título da tese beirasse à pilhéria. Sabendo equacionar perfeitamente as atividades de médico e de músico, Joubert continuava a compor. Desse ano são suas composições Luxo Asiático e Vem Meu Benzinho.

Em 1926, em parceria com Sadi Fonseca, Joubert compôs o maxixe Arrepiado e o tango Canção dos Mares e, com Zael, o maxixe Jaquetão. Ainda desse ano são as composições Manequinho, Mãos de Neve, Pobrezinho, Prisioneiro do Amor e Agonia, esta gravada por Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino.

Em 1927 Joubert casou-se com Elza Faria, que lhe daria o filho Fernando Antônio.

Em 1928 Joubert musicou dois poemas de Olegário Mariano, "Cai, Cai Balão" e "Tutu Marambá", dando início a uma parceria de mais de vinte músicas.

Embora as composições de Joubert de Carvalho já viessem sendo gravadas por cantores de destaque na época, como Gastão Formenti e Francisco Alves, a novata Carmen Miranda é que foi a responsável pelo grande sucesso de Ta-hi, lançado em 1930 com o título Pra Você Gostar de Mim, que alcançou uma vendagem de 35.000 discos, numa época em que os grandes cantores vendiam, no máximo, até mil discos.

Em 1931, em parceria com Pascoal Carlos Magno, Joubert compôs Pierrô, um de seus maiores êxitos e que foi interpretado por Jorge Fernandes, na peça teatral de mesmo nome, de autoria de Pascoal Carlos Magno.

Em setembro de 1972, o então prefeito de Maringá Dr. Adriano José Valente, inaugurou o busto do médico e compositor Joubert de Carvalho
Foto: Acervo Maringá Histórica
O grande êxito de Joubert em 1932 foi a canção Maringá que, gravada por Gastão Formenti, fez sucesso também no exterior, rendendo direitos autorais a Joubert durante muito tempo. Como Joubert queria um lugar de médico do Instituto dos Marítimos e, sendo amigo do ministro da Viação, José Américo de Almeida, fez, para agradá-lo, já que este era nordestino, a música Maringá, que surgiu de Maria do Ingá. Ingá era um município do nordeste, onde a seca havia sido mais rigorosa. Maringá era cantada por operários que construíam uma nova cidade no norte do Paraná e que, ao ser fundada oficialmente em 1947, recebeu o nome de Maringá.

Em 1933 Joubert foi nomeado médico do Instituto dos Marítimos, onde fez carreira, chegando a ser diretor do hospital. Mas não deixou de compôr.

No período de 1955 a 1960, Joubert de Carvalho passou a dedicar-se a estudos filosóficos, não publicando nada e produzindo apenas para uso interno. Em 1959, foi homenageado pelo povo de Maringá, que deu seu nome a uma das ruas da cidade.

Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção da Rede Globo, com a valsa A Flor e a Vida, composta em parceria com Leda Fonseca, não conseguindo classificação. Pouco depois, venceu, com a mesma composição, interpretada por Antonio João, o Festival Brasileiro de Seresta.

Joubert de Carvalho nunca bebeu, nunca foi boêmio e bares e botequins jamais o atraíram. Homem culto e refinado, chegou também a escrever um romance, Espírito e Sexo, que se aproxima do ensaio social. Como médico, também foi muito talentoso e um dos pioneiros no Brasil em Medicina Psicossomática. Autor de mais de setecentas composições editadas, no final da vida, Joubert se afastou do mundo musical, pois os novos estilos surgidos deixaram pouco espaço ao romantismo do seresteiro que, de certa forma, ele foi.

Joubert de Carvalho morreu no dia 20 de setembro de 1977, vítima de Pneumonia, deixando importante legado para a música popular brasileira.

Fonte: Wikipédia

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