Elizeth Cardoso

ELIZETH MOREIRA CARDOSO
(69 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/05/1990)

Elizeth Cardoso foi uma cantora brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/07/1920. Conhecida como "A Divina"Elizeth Cardoso é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Elizeth Moreira Cardoso nasceu na Rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso no valor de 10 tostões das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos 16 anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.

Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no "Programa Suburbano", ao lado de Vicente Celestino, Aracy de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.

Elizeth Cardoso casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco.

Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.

Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa "Pescando Humoristas".

Estilo

Além do choro, Elizeth Cardoso consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção, surgido na década de 1930, ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa.

O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950, com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Elizeth Cardoso migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP "Canção do Amor Demais", considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, "Chega de Saudade", "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez". A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

Anos 1960

Em 1960, gravou jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart. Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão "Bossaudade", na TV Record, Canal 7, São Paulo.

Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira  da TV Record, interpretando "Valsa do Amor Que Não Vem" (Baden Powell e Vinicius de Moraes). O primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com "Arrastão".

Elizeth Cardoso serviu também de influência para vários cantores que viriam depois, sendo uma das principais a cantora Maysa.

Em 1968 apresentou-se, num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS), do Rio de Janeiro. Considerado um encontro histórico da Música Popular Brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia. LPs foram lançados em edição limitada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS).

Apelidos

Elizeth Cardoso teve vários apelidos como "A Noiva do Samba-Canção", "Lady do Samba", "Machado de Assis da Seresta", "Mulata Maior", "A Magnífica", apelido dado por Mister Eco, e a "Enluarada", por Hermínio Bello de Carvalho. Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa: "A Divina", que a marcou para o público e para o meio artístico.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.

"A Divina" teve sua inesquecível voz calada em 07/05/1990, quando faleceu no Rio de Janeiro, RJ,  aos 69 anos, vítima de um câncer no estômago.

Discografia

De 1950 até 1954, Elizeth Cardoso só lançou canções em discos 78 rpm.

Álbuns de Estúdio Solo
  • 1955 - Canções à Meia Luz
  • 1956 - Fim de Noite
  • 1957 - Noturno
  • 1958 - Canção do Amor Demais
  • 1958 - Retrato da Noite
  • 1958 - Naturalmente
  • 1959 - Magnífica
  • 1960 - A Meiga Elizeth
  • 1962 - A Meiga Elizeth nº 2
  • 1963 - Grandes Momentos
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 3
  • 1963 - Elizeth Interpreta Vinícius
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 4
  • 1964 - A Meiga Elizeth nº 5
  • 1965 - Quatrocentos Anos de Samba
  • 1965 - Elizete Sobe o Morro
  • 1966 - Muito Elizeth
  • 1967 - A Enluarada Elizeth
  • 1968 - Momento de Amor
  • 1970 - Falou e Disse
  • 1972 - Preciso Aprender a Ser Só
  • 1973 - Mulata Maior
  • 1974 - Feito em Casa
  • 1976 - Elizeth Cardoso
  • 1978 - A Cantadeira do Amor
  • 1979 - O Inverno do Meu Tempo
  • 1982 - Outra Vez Elizeth
  • 1991 - Ary Amoroso (1991)

Álbuns de Estúdio em Conjuntos
  • 1960 - Sax Voz
  • 1961 - Sax Voz nº 2
  • 1966 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro
  • 1969 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro nº 2
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. I
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. II
  • 1991 - Todo o Sentimento (1991)

Álbuns Ao Vivo Solo e em Conjuntos
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. I
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. II
  • 1969 - Elizeth e Zimbo Trio Balançam na Sucata
  • 1970 - Elizeth no Bola Preta Com a Banda do Sodré
  • 1970 - É de Manhã
  • 1977 - Elizeth Cardoso em Tokyo
  • 1981 - Elizethíssima
  • 1982 - Recital
  • 1983 - Elizeth - Uma Rosa Para Pixinguinha
  • 1984 - Leva Meu Samba
  • 1986 - Luz e Esplendor

Fonte: Wikipédia

Sérgio Bittencourt

SÉRGIO FREITAS BITTENCOURT
(38 anos)
Compositor e Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/02/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/07/1979)

Filho de Jacob do Bandolim, cresceu cercado pelas rodas de choro de seu pai e de seus grandes amigos chorões. Aos 18 anos, saiu da casa dos pais.

Como jornalista, desenvolveu estilo de crítica duro e desaforado mas como pessoa, no entanto, era um sentimental. Trabalhou em vários órgãos de imprensa cariocas, como os jornais Correio da Manhã, O Globo, e O Fluminense, e na Revista Amiga. No rádio, atuou nas Rádios Capital, Rádio Carioca, no Rio de Janeiro, e Mulher, de São Paulo.

Atuou também como jurado dos famosos programas de calouros da TV, "Um instante, Maestro!", "A Grande Chance" e "Programa Flávio Cavalcanti", todos apresentados por Flávio Cavalcanti.

Apresentou na Rádio Nacional o programa "Fim de Noite", posteriormente levado ao ar na Rádio Mauá.

Sérgio Bittencourt teve sua primeira composição gravada em 1965, "Estrelinha", na voz de Eliana Pitman.

Em 1966 classificou-se em quarto lugar no II Festival da Música Brasileira, na TV Record, com a música "Canção de Não Cantar", interpretada pelo conjunto MPB4.

Em 1968 foi vencedor do festival O Brasil Canta o Rio, com a música "Modinha", interpretada pelo cantor Taiguara. Essa música seria ainda regravada por Nelson Gonçalves, Carlos José, Waleska, Tito Madi, entre outros. Nesse ano, Waleska regravou "Estrelinha".

No I Festival Internacional da Canção, classificou a música "Canção a Medo", na interpretação do conjunto MPB4 e do Quarteto em Cy.

Em 1970 sua música "Acorda, Alice" foi proibida pela censura da Ditadura Militar devido ao verso "Acorda, Alice / Que o país das maravilhas acabou". Posteriormente, com a abertura política, foi gravada por Waleska.

Em 1971 apresentou-se com Ataulpho Alves Junior e Walesca em show na Boate Fossa, no Rio de Janeiro. Entre os diversos shows que apresentou está "Vamos Falar de Muito Amor", que contou com as participações de Ribamar, Waleska, Mano Rodrigues e Márcia de Windsor.

Seu grande sucesso foi "Naquela Mesa", comovida homenagem póstuma ao seu pai Jacob do Bandolim, gravado por Elizeth Cardoso em seu LP "Preciso Aprender a Ser Só", de 1972, pela gravadora Copacabana, música que ganharia não só outras gravações posteriores como seria incorporada ao repertório informal de seresteiros, boêmios e amantes da Música Popular Brasileira.


Entre os diversos intérpretes que regravaram "Naquela Mesa" estão Nelson Gonçalves e Paul Mauriat. Outra de suas composições que recebeu várias regravações foi "Eu Quero", registrada por Cláudio FaissalNelson Gonçalves, Carlos José, Waleska e Elymar Santos.

Como jurado de TV, fazia questão de deixar clara sua proposta de defender a música brasileira, marcando publicamente uma linha nacionalista.

Participou dos discos "Raízes do Samba", "A Divina", "Preciso Aprender a Ser Só" e "Disco de Ouro", todos da cantora Elizeth Cardoso.

Sua principal interprete foi a cantora Waleska que registrou as músicas "Seja Homem", "Por Você", "Canção Pra Ninguém Chorar", "Por Deus", "Nem Marido Nem Amante", "Vim", "Acorda Alice", "Pretexto", "Que Maldade" e "Amiga".

Em 1975 teve a canção "Por Deus" (Sérgio Bittencourt e Beto Quartin) gravada por Waleska em LP lançado pela Copacabana. Dois anos depois, a mesma cantora registrou as canções "Nem Marido Nem Amante", "Seja Homem", e "Naquela Mesa".

Em 1978 no disco "Eu Waleska", a cantora registrou "Que Maldade", e no ano seguinte, "Canção Pra Ninguém Chorar".

Em 2000 as músicas "Vim" e "Azar", parceria com Eduardo Souto Neto, e "Que Maldade", foram relançadas no CD "Seleção de Ouro - 20 Sucessos - Waleska", da EMI Music.

Em 2001 "Naquela Mesa" foi regravada por Hebe Camargo no CD "Como é Grande o Meu Amor Por Vocês".

Em 2002 a "Canção de Não Cantar" foi relançada pela Universal Music no CD "20 Anos de Saudade - Elis Regina".

Suas composições foram gravadas também por Pery Ribeiro, Moacyr Franco, Vanusa, Célia, Antônio Marcos, Ângela Maria, Maria Creusa e Wilson Simonal.

Em 2005 foi publicado o livro "Tá Faltando Ele...", com seu perfil biográfico escrito por Paulo Roberto de Oliveira, com prefácio de Ricardo Cravo Albin.

Em 2010, teve o samba-canção "Eu Quero", gravado pela cantora Waleska no CD "20 Supersucessos - Vol. 3" da Polydisc.

Sérgio Bittencourt lutou desde a infância contra as sequelas da hemofilia. Faleceu aos 38 anos vítima de um infarto.

Pixinguinha

ALFREDO DA ROCHA VIANNA FILHO
(75 anos)
Flautista, Saxofonista, Orquestrador, Compositor e Arranjador

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/04/1897)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, foi um flautista, saxofonista, orquestrador, compositor e arranjador brasileiro. É considerado um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos, e de Raimunda da Rocha Vianna. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o Otávio Vianna, o China. Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.

Segundo depoimento dado por Pixinguinha ao Museu da Imagem e do Som (MIS):

"Meu nome completo é Alfredo da Rocha Vianna. Nasci em 23 de abril de 1898, no bairro da Piedade. A rua não posso precisar. Para o meu irmão Léo foi na Rua Alfredo Reis, mas para o João da Baiana e o Donga, foi na Rua Gomes Serpa. O número da casa ninguém sabe ao certo. Só vendo o registro de batismo feito na Igreja de Santana. Meu pai chamava-se Alfredo da Rocha Vianna e minha mãe Raimunda da Rocha Vianna. Meu irmão Léo acha que o nome era Raimunda Maria Vianna."

Apesar das informações contidas em seu depoimento, segundo seus biógrafos Marília Trindade e Arthur de Oliveira, a certidão de batismo de Pixinguinha atesta o ano de 1897 como a data correta de seu nascimento.

Sua mãe casou-se duas vezes e teve um total de 14 filhos. O segundo marido, Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos Correios e Telégrafos, era músico amador. Possuía  grande arquivo de choros e com freqüência promovia em sua casa reunião de músicos entre os quais  os célebres chorões Irineu de Almeida, conhecido como Irineu Batina, Candinho Tombone, Viriato, Neco, Quincas Laranjeiras, entre outros.


Ainda na infância, recebeu  de  sua  prima  Eurídice, conhecida por Santa, o apelido de Pizindim ou Pizinguim, que significa menino bom, ou, em outra hipótese menos aceita, seria a corruptela de bexiguinha, já que quando criança, teria a face marcada por bexiga, nome  que, após várias transformações, veio a dar em Pixinguinha, com o qual  fez carreira e se tornou conhecido de todos os  brasileiros.

Iniciou seus estudos num colégio particular pertencente ao Professor Bernardes, que "dava bolinhos na gente e mandava ficar de joelhos". Transferiu-se para o Liceu Santa Tereza e deste para o Colégio São Bento onde foi sacristão.

Sua numerosa família contava com músicos como seus irmãos Otávio Vianna, o China, que tocava violão de seis e sete cordas, banjo, cantava  e declamava, Henrique e Léo que tocavam cavaquinho e violão, Edith era pianista e Hermengarda não se tornou cantora profissional devido à proibição de seu pai.

Iniciou-se na música pelas mãos de seus irmãos Léo e Henrique que o ensinaram a tocar cavaquinho. Em pouco tempo passou a acompanhar o pai, que o levava aos bailes. Por essa época, a família mudou-se para o bairro do Catumbi,  e os meninos passaram a receber aulas de música de Borges Leitão,  seu vizinho de rua.

Por volta de 1908, compôs sua primeira música, o choro "Lata de Leite". Ainda no bairro do Catumbi, a  família transferiu-se para a Rua Elione de Almeida, passando a residir  num casarão com oito quartos, quatro salas e um enorme quintal, residência que se tornou conhecida como a "Pensão Vianna", devido à bondade de seu pai que abrigava com freqüência amigos em dificuldades financeiras, como Irineu Batina, músico responsável por sua iniciação.

Sua musicalidade impressionou o pai que importou da Itália uma flauta de prata da marca Balacina Biloro, a mais famosa da época, feita por encomenda. Com rápido desenvolvimento no instrumento, Irineu Batina, na época diretor de harmonia da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira, o levou para tocar na orquestra do rancho, em 1911.


No ano seguinte, Pixinguinha tornou-se diretor de harmonia do rancho Paladinos Japoneses, tomando parte em outro conjunto conhecido por Trio Suburbano, formado por Pedro Sá, no piano, Francisco de Assis, no violino, e por ele, na flauta.

Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919.

Em 1927, casou-se com Albertina da Rocha, estrela da Companhia Negra de Revista. O casal passou a residir em uma casa alugada no subúrbio de Ramos.

Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves e Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali.

Em 1933,  diplomou-se  em teoria musical no Instituto Nacional de Música. Nesse mesmo ano, Pedro Ernesto o nomeou para o cargo de Fiscal de Limpeza Pública, desejando que Pixinguinha reunisse os colegas de repartição e fundasse uma banda, a Banda Municipal, que faria sua primeira exibição na posse do primeiro prefeito eleito do Distrito Federal, em 1934, que não seria outro senão o próprio Pedro Ernesto.

Em 1935, o casal Betty e Pixinguinha, adotou uma criança, Alfredo da Rocha Vianna Neto, o Alfredinho.

Na década de 40 passou a integrar o Regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.

Em maio de 1956, Pixinguinha foi homenageado pelo prefeito Negrão de Lima com  a inauguração da Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, onde morava.


Em 1958 sofreu uma segunda crise cardíaca, contornada pelos médicos. Ainda neste ano, recebeu o Prêmio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional. Durante sua vida, recebeu cerca de 40 troféus.

Em 1961, Jânio Quadros logo após assumir a presidência da República criou o Conselho Nacional de Cultura, e por sugestão do musicólogo Mozart de Araújo, o nomeou Conselheiro, com a nomeação publicada no Diário Oficial.

Em 1964, Pixinguinha sofreu um forte edema pulmonar. Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo, em sua edição de 26/06/1964:

"Edema pulmonar agudo levou o músico e compositor Pixinguinha a internar-se ontem à tarde no Hospital Getúlio Vargas, onde, após ser submetido a sangria, foi posto em tenda de oxigênio. Embora seja grave o seu estado, já apresentava melhorias à noite, sempre assistido pelo filho, Alfredinho. Pixinguinha tem 66 anos, 42 dos quais dedicou à música."

Depois de submetido a uma sangria e ser colocado por cerca de cinco horas no balão de oxigênio, foi transferido, no dia seguinte para o Instituto de Cardiologia Aloísio de Castro.  Pelo período de dois anos, afastou-se das atividades artísticas. Um mês depois, o mesmo jornal publicou a seguinte nota:

"Um check-up a que será submetido hoje pelo seu médico assistente, Drº Ernâni Trota, dará a Pixinguinha o direito de deixar o Instituto de Cardiologia, onde está internado há mais de um mês, e marcará sua volta ao saxofone e ao Bar Gouveia, onde, há muitos anos, reúne-se diariamente com Donga e outros companheiros da velha guarda."

Em 1966, foi um dos primeiros a registrar depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som.

Em 1967, recebeu a Ordem de Comendador do Clube de Jazz e Bossa,  dirigido por Ricardo Cravo Albin e Jorge Guinle, além do Diploma da Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo presidente da República e o 5º lugar no II Festival Internacional da Canção, onde concorreu com o choro "Fala Baixinho", feito em parceria com Hermínio Bello de Carvalho.

Em comemoração a seus 70  anos, o Conselho de Música Popular fez realizar uma exposição retrospectiva no Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição que promoveu concerto realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual tomaram parte Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e o Conjunto Época de Ouro, e do qual resultaria um LP editado pelo Museu da Imagem e do Som.

Em 1972, sua esposa faleceu, fato que lhe abalou profundamente. Nesse mesmo ano, passou a receber aposentadoria pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que lhe atenuou os problemas financeiros.

Morte e Homenagens Póstumas

Pixinguinha faleceu em 17/02/1973, vitimado por problemas cardíacos durante a cerimônia de batismo de Rodrigo Otávio, filho de seu amigo Euclides de Souza Lima, na qual seria padrinho, realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em pleno domingo de carnaval, no mesmo momento em que a famosa Banda de Ipanema começava a desfilar.

Em 1974, foi homenageado pela Escola de Samba Portela com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com o qual a escola desfilou no carnaval. Embora não ganhando, a repercussão do desfile foi muito grande. Também foi homenageado pelo Ministério da Cultura com seu nome encimando o Projeto Pixinguinha, que enviava elencos de cantores e músicos para todo o Brasil, projeto que seria reativado em 2004, pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE).

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, e trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 04/09/2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.

Em 2014, foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca campeã do quarto grupo.

Pixinguinha e Louis Armstrong
Composições

  • A Pombinha (Pixinguinha e Donga)
  • A Vida É Um Buraco
  • Aberlado
  • Abraçando Jacaré
  • Aguenta, Seu Fulgêncio (Pixinguinha e Lourenço Lamartine)
  • Ai, Eu Queria (Pixinguinha e Vidraça)
  • Ainda Existe
  • Ainda Me Recordo
  • Amigo Do Povo
  • Assim É Que É
  • Benguelê
  • Bianca (Pixinguinha e Andreoni)
  • Buquê De Flores (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Cafezal Em Flor (Pixinguinha e Eugênio Fonseca)
  • Carinhos
  • Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
  • Carnavá Tá Aí (Pixinguinha e Josué de Barros)
  • Casado Na Orgia (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Casamento Do Coronel Cristino
  • Céu Do Brasil (Pixinguinha e Gomes Filho)
  • Chorei
  • Chorinho No Parque São Jorge (Pixinguinha e Salgado Filho)
  • Cochichando (PixinguinhaJoão de Barro e Alberto Ribeiro)
  • Conversa De Crioulo  (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Dança Dos Ursos
  • Dando Topada
  • Desprezado
  • Displicente
  • Dominante
  • Dominó
  • Encantadora
  • Estou Voltando
  • Eu Sou Gozado Assim
  • Fala Baixinho (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Festa De Branco (Pixinguinha e Baiano)
  • Foi Muamba (Pixinguinha e Índio)
  • Fonte Abandonada (Pixinguinha e Índio)
  • Fraternidade
  • Gargalhada
  • Gavião Calçudo (Pixinguinha e Cícero de Almeida)
  • Glória
  • Guiomar (Pixinguinha e Baiano)
  • Há! Hu! Lá! Ho! (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Harmonia Das Flores (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Hino A Ramos
  • Infantil
  • Iolanda
  • Isso É Que é Viver (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Isto Não Se Faz (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Já Andei (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Já Te Digo (Pixinguinha e China)
  • Jardim De Ilara (Pixinguinha e C. M. Costal)
  • Knock-Out
  • Lamento
  • Lamentos (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Lá-Ré
  • Leonor
  • Levante, Meu Nego
  • Lusitânia (Pixinguinha e F. G. D.)
  • Mais Quinze Dias
  • Mama, Meu Netinho (Pixinguinha e Jararaca)
  • Mamãe Isabé (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Marreco Quer Água
  • Meu Coração Não Te Quer (Pixinguinha e E. Almeida)
  • Mi Tristezas Solo Iloro
  • Mulata Baiana (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Mulher Boêmia
  • Mundo Melhor (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Não Gostei Dos Teus Olhos (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Não Posso Mais
  • Naquele Tempo (PixinguinhaBenedito Lacerda e Reginaldo Bessa)
  • Nasci Pra Domador (Pixinguinha e Valfrido Silva)
  • No Elevador
  • Noite E Dia (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Nostalgia Ao Luar
  • Número Um
  • O Meu Conselho
  • Os Batutas (Pixinguinha e Duque)
  • Os Cinco Companheiros
  • Os Home Implica Comigo (Pixinguinha e Carmen Miranda)
  • Onde Foi Isabé
  • Oscarina
  • Paciente
  • Página De Dor (Pixinguinha e Índio)
  • Papagaio Sabido (Pixinguinha e C. Araújo)
  • Patrão, Prenda Seu Gado (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Pé De Mulata
  • Poema De Raça (PixinguinhaZ. ReisBenedito Lacerda)
  • Poética
  • Por Você Fiz O Que Pude (Pixinguinha e Beltrão)
  • Pretensiosa
  • Promessa
  • Que Perigo
  • Que Querê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Quem Foi Que Disse
  • Raiado (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Rancho Abandonado (Pixinguinha e Índio)
  • Recordando
  • Rosa (Pixinguinha e Otávio de Sousa)
  • Samba De Fato (Pixinguinha e Baiano)
  • Samba De Nego
  • Samba Do Urubu
  • Samba Fúnebre (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Samba Na Areia
  • Sapequinha
  • Saudade Do Cavaquinho (Pixinguinha e Muraro)
  • Seresteiro
  • Sofres Porque Queres
  • Solidão
  • Sonho Da Índia (PixinguinhaN. N. e Duque)
  • Stella (Pixinguinha e De Castro e Sousa)
  • Teu Aniversário
  • Teus Ciúmes
  • Triangular
  • Tristezas Não Pagam Dívidas
  • Um A Zero (Pixinguinha Benedito Lacerda)
  • Um Caso Perdido
  • Uma Festa De Nanã (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Vamos Brincar
  • Variações Sobre O Urubu E O Gavião
  • Vem Cá! Não Vou!
  • Vi O Pombo Gemê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Você É Bamba (Pixinguinha e Baiano)
  • Você Não Deve Beber (Pixinguinha e Manuel Ribeiro)
  • Vou Pra Casa
  • Xou Kuringa (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Yaô Africano (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Zé Barbino (Pixinguinha e Jararaca)
  • Proezas De Solon
  • Vou Vivendo