JOÃO TEIXEIRA GUIMARÃES
(63 anos)
Compositor e Violonista
* Jatobá, PE (02/11/1883)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/10/1947)
Filho de índia Caeté e de português, com o falecimento do pai em 1891 a mãe casou-se novamente, transferindo-se com a família para o Recife. Começou a tocar viola na infância, por influência dos cantadores e violeiros locais.
Aprendeu a tocar violão com cantadores sertanejos como Bem-Te-Vi, Mandapolão, Manuel Cabeceira, o cego Sinfrônio, Fabião das Queimadas e Cirino Guajurema.
Em 1902 mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a residir com sua
irmã e empregando-se numa fundição. Seis anos depois passou a trabalhar
como servente na prefeitura do Rio, mudando-se para uma pensão no centro
da cidade. No Rio travou contato com violonistas populares, ao mesmo
tempo em que trabalhava como ferreiro, em jornadas de até dezesseis
horas diárias. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre
crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João
Pernambuco.
Já em 1908 era considerado um dos bambas do choro, ao lado de nomes como Quincas Laranjeiras, Ernani Figueiredo, Zé Cavaquinho e Satyro Bilhar.

Paralelamente ao choro, desenvolvia seu trabalho nas canções
regionais através de composições suas e de violeiros e cantadores
nordestinos. João Pernambuco também cantava e cantava bem. Nas cordas,
além do violão, que manejava com maestria e no qual desenvolveu uma
técnica peculiar, era hábil na viola. Compôs mais de cem músicas entre
choros, valsas, jongos, maxixes, emboladas, toadas, cocos, prelúdios e estudos.
Em 1916 montou a Troupe Sertaneja, com que se apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Participou dos Turunas Pernambucanos e dos Oito Batutas, entre 1919 e 1922, ao lado de Pixinguinha, que mais tarde alcançaria fama ao excursionar pela Europa.
Amigos desde 1912, Donga, Pixinguinha, este com quatorze anos, e João Pernambuco, moravam numa república na Rua do Riachuelo 268. Era de lá que saia nos carnavais o Grupo Caxangá
e foi também nesta época que produziram Sabia, Os Três Companheiros e
Estou Voltando. Estiveram juntos de 1914 até 1919 no Grupo Caxangá e de 1919
até 1922 nos Oito Batutas, que nesta fase era um conjunto predominantemente sertanejo.
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Os irmãos João, Pedro e José com um amigo, por volta de 1913. |
A santíssima trindade dos precursores do violão brasileiro é constituída por Quincas Laranjeiras, João Pernambuco e Levino Albano da Conceição e a obra violonística de João era de tal densidade e profundidade que a ela assim Villa-Lobos se manifestou:
"…Bach não se envergonharia em assinar os estudos de João Pernambuco como sendo seus…"
O renomado musicólogo Mozart de Araújo não fez por menos:
"João Pernambuco está para o violão assim como Ernesto Nazareth está para o Piano"
O exímio violonista Maurício Carrilho certa vez escreveu o seguinte sobre João Pernambuco e sua música:
"Dificilmente se encontra um violonista brasileiro, seja ele músico
erudito ou popular, que não tenha em seu repertório alguma música do
João"
Junto com a música de Heitor Villa-Lobos, a obra de João Pernambuco tornou-se "a mais legítima expressão do jeito brasileiro de tocar o violão", acrescentou Maurício.
Fonte: Wikipédia
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