Antônio Abujamra

ANTÔNIO ABUJAMRA
(82 anos)
Ator, Diretor de Teatro e Apresentador de TV

* Ourinhos, SP (15/09/1932)
+ São Paulo, SP (28/04/2015)

Antônio Abujamra foi um diretor de teatro e ator e apresentador de TV brasileiro. Paulista de Ourinhos, Antônio Abujamra cursou jornalismo e filosofia no Rio Grande do Sul. Publicou críticas teatrais ainda na faculdade, em 1957, e começou a trabalhar como diretor e, em menor intensidade, a atuar. Era conhecido pela irreverência de suas encenações e por seu humor crítico em relação a tabus sociais. Começou no teatro amador, na peça "Assim é Se Lhe Parece", atuando no Teatro Universitário de Porto Alegre.

A figura de Antônio Abujamra ficou fortemente associada a "Que Rei Sou Eu?", novela humorística do gênero capa-e-espada exibida pela TV Globo em 1989. Ele interpretava Ravengar, bruxo da corte do reino de Avilan, em 1786, antes da Revolução Francesa.

A novela agradou e surpreendeu o público habitual dos folhetins da emissora na faixa das 19:00 hs. O tom de interpretação melodramática foi bem aproveitado por Antônio Abujamra, que teve liberdade para exageros que marcaram o estilo maquiavélico de Ravengar.

Sua estreia profissional como diretor ocorreu em 1961, em São Paulo, com três peças na mesma temporada: "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, "Raízes", de Arnold Wesker, e "Antígona América", de Carlos Henrique Escobar. Como diretor, foi um dos principais da antiga TV Tupi e, como ator, teve atuação destacada.


Teve problemas com a censura na Ditadura. Em 1965, sua montagem de "O Berço do Herói", de Dias Gomes, foi proibida no último ensaio antes da estreia. Na década, acumulou prêmios, como "Roda Cor de Roda" de Leilah Assumpção, e temporadas de muito sucesso popular, como o monólogo "Muro de Arrimo", em que dirigiu Antônio Fagundes, então marido de sua sobrinha, Clarisse Abujamra.

Antônio Abujamra só assumiria a carreira de ator de forma tardia, aos 55 anos. O estouro televisivo de "Que Rei Sou Eu?" foi acompanhado de prêmios teatrais importantes. Seu trabalho favorito como ator nessa época foi o monólogo "O Contrabaixo", de Patrick Suskind. Ele continuou dirigindo e ganhou o Prêmio Molière de 1991 pela direção de "Um Certo Hamlet", em montagem carioca.

Em 1998, esteve em Monte Carlo, principado de Mônaco, ao lado de celebridades como Claudia Cardinale, Annie Girardot e Yehudi Menuhin, no júri do Festival Mundial de Televisão, como único latino-americano convidado.

Foi pai do também ator e músico André Abujamra. As atrizes Clarisse Abujamra e Iara Jamra são suas sobrinhas.

Antônio Abujamra foi quem levou o ator Othon Bastos para a televisão, depois do grande sucesso do ator ao interpretar Corisco no filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol" de Glauber Rocha.

Comandou o programa "Provocações", da TV Cultura, no ar desde 06/08/2000. Atualmente é exibido todas as terças-feiras, às 23:30 hs, com reapresentação na madrugada de quarta para quinta-feira, às 04:30 hs.

Antônio Abujamra morreu aos 82 anos, na madrugada de terça-feira, 28/04/2015, em São Paulo. Segundo a família, ele estava dormindo em casa.

Televisão
(Diretor)

  • 1968 - O Estranho Mundo de Zé do Caixão (TV Tupi)
  • 1968 - Nenhum Homem é Deus (TV Tupi)
  • 1978 - Salário Mínimo (TV Tupi)
  • 1979 - Gaivotas (TV Tupi)
  • 1980 - Um Homem Muito Especial (TV Bandeirantes)
  • 1981 - Os Imigrantes (TV Bandeirantes)
  • 1981 - Os Adolescentes (TV Bandeirantes)
  • 1982 - Ninho da Serpente (TV Bandeirantes)
  • 1997 - Os Ossos do Barão (SBT)

Televisão
(Ator)

  • 1967 - As Minas de Prata … Frazão
  • 1987 - Sassaricando … Totó
  • 1989 - Cortina de Vidro … Arnon Balakian
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? … Ravengar
  • 1992 - Amazônia … Drº Homero Spinoza
  • 1993 - O Mapa da Mina … Nero
  • 1995 - A Idade da Loba … Piconês
  • 1997 - Os Ossos do Barão … Sebastião
  • 1999 - Andando nas Nuvens … Álvaro Luís Gomes
  • 1999 - Terra Nostra … Coutinho Abreu
  • 2000 - Marcas da Paixão … Dono do Cassino
  • 2004 - Começar de Novo … Dimitri Nicolaievitch
  • 2009 - Poder Paralelo … Marco Iago
  • 2011 - Corações Feridos … Dante Vasconcelos

Cinema

  • 1989 - Festa (Direção de Ugo Giorgetti)
  • 1989 - Lua Cheia (Direção de Alain Fresnot)
  • 1990 - Os Sermões - A História de Antônio Vieira (Direção de Júlio Bressane)
  • 1991 - Olímpicos (Direção de Flávia Moraes)
  • 1992 - Atrás das Grades (Direção de Paolo Gregori)
  • 1992 - Perigo Negro (Direção de Rogério Sganzerla)
  • 1993 - Oceano Atlantis (Direção de Francisco de Paula)
  • 1995 - Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Direção de Carla Camurati)
  • 1996 - Quem Matou Pixote? (Direção de José Joffily)
  • 1996 - Olhos de Vampa (Direção de Walter Rogério)
  • 1998 - Caminho dos Sonhos (Direção de Lucas Amberg)
  • 2000 - Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão (Direção de Zelito Viana)
  • 2005 - Concerto Campestre (Direção de Henrique de Freitas Lima)
  • 2005 - Quanto Vale ou é Por Quilo? (Direção de Sérgio Bianchi)
  • 2008 - É Proibido Fumar (Direção de Anna Muylaert)
  • 2010 - Syndrome (Direção de Roberto Bomtempo)
  • 2011 - Assalto ao Banco Central (Direção de Marcos Paulo)
  • 2013 - Babu - A Reencarnação do Mal (Direção de Cesar Nero)
  • 2012 - Brichos - A Floresta é Nossa

Teatro

Entre seus principais trabalhos em teatro encontram-se "Volpone", de Ben Johnson; "Hair", de Gerome Ragni e James Rado; "A Secreta Obscenidade de Cada Dia", de Manuel Antonio de la Parra; "Retrato de Gertrude Stein Quando Homem", texto seu sobre a vida e obra da autora, e "O Inferno São os Outros", de Sartre.

Premiações

  • 1959 - Prêmio Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela direção de "A Cantora Careca", de Eugène Ionesco.
  • 1987 / 1995 - Prêmio de melhor ator na peça teatral "O Contrabaixo", de Patrick Suskind.
  • 1989 - Prêmio Kikito, no Festival de Gramado, como melhor ator pelo filme "Festa".
  • 1989 - Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor ator de TV  pelo papel de Ravengar, pela atuação na telenovela "Que Rei Sou Eu?".
  • 1998 - Prêmio Lifetime Achievement, como diretor, no XI Festival Internacional de Teatro Hispânico em Miami.

Fonte: Wikipédia e UOL
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Eneida de Moraes

ENEIDA DE VILLAS BOAS COSTA DE MORAES
(66 anos)
Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Militante Política

* Belém, PA (23/10/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1971)

Eneida de Villas Boas Costa de Moraes, ou simplesmente Eneida, como ela preferia ser chamada, foi jornalista, escritora, militante política e pesquisadora brasileira. Eneida é sempre descrita em relatos de amigos e parentes como uma mulher forte, viva, corajosa, audaciosa e inteligente.

"Eneida sempre livre / Eneida sempre flor / Eneida sempre viva / Eneida sempre amor", diz o poeta João de Jesus Paes Loureiro.

Filha de um comandante de navios, desde pequena nutriu grande afeição pelos rios e pela Amazônia. Ainda criança, participou de um concurso de Jovens Escritores, obtendo o primeiro lugar, com um texto que falava do imaginário de um caboclo amazônida.

Eneida foi uma mulher que contestou os padrões instituídos ao papel feminino de sua época, transitando em redutos considerados masculinos: a redação de jornais, a publicação de livros e a célula partidária - mecanismos que ela utilizou para o exercício de sua militância em 50 anos de atuação no cenário político e jornalístico-literário brasileiro (1920-1970).


A abrangência desse período pode ser dividida em três momentos:

1920-1930, época  em que a escritora residia em Belém do Pará, sua terra natal, e ingressou oficialmente no jornalismo colaborando, entre outros, nos jornais o Estado do Pará e Para Todos (RJ) e nas revistas Guajarina, A Semana e  Belém Nova. Participou também de vários grupos  e associações de intelectuais em Belém e no Rio de Janeiro, e publicou o livro "Terra Verde".

1930-1945, período em que fixou residência no Rio de Janeiro e, seduzida pelas idéias socialistas, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB) engajando-se no ativismo revolucionário dos anos 30, aderindo ao discurso proletário quando este se fez uma motivação radical. Declaradamente marxista, contestou o poder constituído participando de movimentos de reivindicações sociais e de agitação e propaganda comunista, produzindo uma escritura panfletária veiculada em volantes e jornais de células. Envolveu-se diretamente nas revoluções de 1932 e 1935, o que resultou em prisões, torturas, clandestinidade e exílio. Na prisão, conheceu Olga Benário e Graciliano Ramos, que a imortalizou em "Memórias do Cárcere".

1945-1970, fase caracterizada por uma "escrita consentida", atuando como jornalista profissional em periódicos partidários e da grande imprensa, nas  funções de repórter e de cronista, entremeando essas atividades com a publicação de 11 livros e várias traduções.

Escreveu "História do Carnaval Carioca" (1958), a primeira grande obra sobre este assunto, que estabeleceria as principais categorias do carnaval brasileiro ao definir o conceito de cordões, corso, ranchos, sociedades e entrudo, entre tantos outros. Foi criadora do Baile do Pierrot no Rio de Janeiro e em Belém.

As escolas de samba Salgueiro em 1973, com o tema "Eneida, Amor e Fantasia e Paraíso do Tuiuti" em 2010, com "Eneida, o Pierrot Está de Volta", homenagearam a jornalista no carnaval.

Obras

  • 1958 - História do Carnaval Carioca
  • Terra Verde (Poesia)
  • O Quarteirão (Crônicas)
  • Paris e Outros Sonhos (Crônicas)
  • Sujinho da Terra (Crônicas)
  • Cão da Madrugada (Crônicas)
  • Aruanda (Crônicas)

Fonte: Wikipédia

Pedro Sertanejo

PEDRO DE ALMEIDA E SILVA
(69 anos)
Compositor e Acordeonista

* Euclides da Cunha, BA (26/04/1927)
+ (03/01/1997)

Nascido no sertão da Bahia, em Euclides da Cunha, seguiu para a região sudeste a fim de tentar a carreira artística Em 1946 mudou para São Paulo. Seu pai Aureliano foi um grande mestre sanfoneiro na cidade de Euclides da Cunha, próxima da região de Canudos, Bahia. Pedro Sertanejo é pai de Osvaldinho do Acordeom.

Em 1956 realizou a primeira gravação, companhado de seu conjunto, pela Copacabana, interpretando o xote "Roseira do Norte" (Pedro Sertanejo e Zé Gonzaga) e a polca "Zé Passinho na Festa"  (Pedro Sertanejo).

Em 1958, já na gravadora Todamérica, gravou de sua autoria, o baião "Balaio do Norte" e o forró "Forró Brejeiro", tocando acordeom.

Em 1959 gravou a polca "Euclides da Cunha" (Pedro Sertanejo), em referência ao nome de sua cidade natal, e a rancheira "Caipirinha" (Nadim de Correia Marques).

Em 1960 gravou o forró "Forró de Aracaju" (Pedro Sertanejo) e o baião "Rancho Velho" (Pedro Sertanejo).


Em 1961 foi contratado pela gravadora Continental, que relançou no mesmo ano vários de seus antigos sucessos gravados principalmente na Todamérica, entre os quais a polca "Festa na Fazenda" e o xote "Arco-Verde", de sua autoria. Ainda no mesmo ano lançou a polca "Bela vista" (Pedro Sertanejo e Pedrinho), e o forró "Forró Pernambucano" (Pedro Sertanejo e Bernardo Lima).

Em 1962 passou a gravar na gravadora Caboclo, onde lançou com seu conjunto o forró "Forró Alagoano" (Pedro Sertanejo), o baião "Azulão" (Pedro Sertanejo e Milton Cristofani), e a quadrilha "Festa de São João" (Sertãozinho e Milton Cristofani), entre outras composições.

Em 1963 gravou de sua autoria o forró "Sete Punhá" e o chamego "Chuliado da Vovó" (Milton José).

Em 1964 fundou o selo Cantagalo, dirigindo a gravadora por toda a década de 60. Nesse período, convidou Dominguinhos, então iniciante, a gravar LP destinado ao público migrante nordestino.

Nos anos 70 gravou diversos LPs pela gravadora Continental, entre os quais "Forró Brejeiro", "Visite o Nordeste" e "Sanfoneiro do Norte", sempre cultuando a música de raiz nordestina, especialmente o forró.

Apontado por muitos como o iniciador da cultura do forró em São Paulo, ao longo de sua carreira, lançou mais de 40 discos e compôs cerca de 700 músicas. Criou o Salão Pedro Sertanejo em São Paulo, para a apresentação de show de forró.

Discografia

  • S/D - Forró Brejeiro (Continental)
  • S/D - Forró de Luna (Musicolor, LP)
  • S/D - Forró na Casa Grande (Musicolor, LP)
  • S/D - Meu Sabiá (Musicolor, LP)
  • S/D - Na Onda do Forró (Tropicana, LP)
  • S/D - Rato Molhado (Musicolor, LP)
  • S/D - Sanfoneiro do Norte (LP)
  • S/D - Sertão Brasileiro (Continental, LP)
  • S/D - Visite o Nordeste (Continental, LP)
  • S/D - Forró Pernambucano (Cantagalo, LP)
  • 1997 - Adeus Jacobina (RB Music, CD)
  • 1983 - Homenagem aos Conterrâneos (Sertanejo/Chantecler, LP)
  • 1982 - Forró na Capital (Sertanejo/Chantecler, LP)
  • 1979 - Forró da Gafieira (Musicolor/Continental, LP)
  • 1978 - Forró de Luna (Musicolor/Continental, LP)
  • 1978 - Forró na Casa Grande (Musicolor/Continental, LP)
  • 1977 - Meu Sabiá (Musicolor/Continental, LP)
  • 1975 - Forró Brejeiro (Musicolor/Continental, LP)
  • 1974 - Sertão Brasileiro (Musicolor/Continental, LP)
  • 1973 - Visite o Nordeste (Musicolor/Continental, LP)
  • 1973 - Sanfoneiro do Norte (Musicolor/Continental, LP)
  • 1972 - Na Onda do Forró (Tropicana/CBS, LP)
  • 1970 - Coração Do Norte (Musicolor/Continental, LP)
  • 1970 - Pedro Sertanejo (Musicolor/Continental, LP)
  • 1967 - Rato Molhado (Musicolor/Continental, LP)
  • 1967 - Chapéu de Couro (Musicolor/Continental, LP)
  • 1966 - Saudade de Itapoã (Continental, LP)
  • 1963 - Sete Punhá / Chuliado da Vovó (Continental, 78)
  • 1963 - Roseira do Norte / Zé Passinho na Festa (Sabiá, 78)
  • 1963 - Festa em Geremoabo / Coqueiro Seco (Sabiá, 78)
  • 1962 - Forró Alagoano / Azulão (Caboclo, 78)
  • 1962 - Sanfoneiro do Norte / Limeirinha (Caboclo, 78)
  • 1962 - Festa de São João / Coração do Norte (Caboclo, 78)
  • 1961 - Festa na Fazenda / Arco-Verde (Continental, 78)
  • 1961 - Diabo no Forró / Saudade de Jacobina (Continental, 78)
  • 1961 - Boa Esperança / Ladeira do Sabão (Continental, 78)
  • 1961 - Balaio do Norte / Forró Brejeiro (Continental, 78)
  • 1961 - Forró Nordestino / Euclides da Cunha (Continental, 78)
  • 1961 - Campo Formoso / Caipirinha (Continental, 78)
  • 1961 - O Rei do Sertão / Quadrilha do Norte (Continental, 78)
  • 1961 - Bela Vista / Forró Pernambucano (Continental, 78)
  • 1961 - Balão, Quadrilha e Quentão (Continental, LP)
  • 1960 - Rancho Velho / Forró de Aracajú (Todamérica, 78)
  • 1960 - Festa na Fazenda / Arco-Verde (Todamérica, 78)
  • 1959 - Forró Nordestino / Euclides da Cunha (Todamérica, 78)
  • 1959 - Campo Formoso / Caipirinha (Todamérica, 78)
  • 1959 - Diabo no Forró / Saudade de Jacobina (Todamérica, 78)
  • 1959 - Boa Esperança / Ladeira do Sabão (Todamérica, 78)
  • 1958 - Balaio do Norte / Forró Brejeiro (Todamérica, 78)
  • 1958 - O Rei do Sertão / Quadrilha do Norte (Todamérica, 78)
  • 1956 - Roseira do Norte / Zé Passinho na Festa (Copacabana, 78)
  • 1956 - Festa em Geremoabo / Coqueiro Seco (Copacabana, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Deolindo Amorim

DEOLINDO AMORIM
(78 anos)
Jornalista, Sociólogo, Publicitário, Escritor e Conferencista Espírita

* Baixa Grande, BA (23/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/1984)

Deolindo Amorim foi um jornalista, sociólogo, publicitário, escritor e conferencista espírita brasileiro. Colaborou no Jornal do Commercio e em praticamente toda a imprensa espírita do país.

Deolindo Amorim nasceu no seio de uma família pobre e católica, vindo a tornar-se presbiteriano fervoroso. Rompeu com a sua igreja e permaneceu muitos anos sem definição filosófica ou religiosa. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país. Graduou-se em Sociologia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, tendo feito, ainda, outros cursos de nível superior. Tornou-se jornalista e, posteriormente, funcionário público, tendo galgado elevada posição funcional no Ministério da Fazenda.

Um de seus três filhos é o jornalista Paulo Henrique Amorim.

O Ativista Espírita

Por volta de 1935, já no Rio de Janeiro, passou a frequentar o Centro Espírita Jorge Niemeyer, onde entrou em contato com o acervo da Doutrina Espírita, mostrando-se profundo admirador das obras de Léon Denis.

Já em 1939 idealizou e promoveu o I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro em 15 de novembro. A importância da iniciativa pode ser avaliada considerando-se que, no plano externo, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial, e que, no plano interno, o Espiritismo era perseguido por setores da igreja Católica e pela polícia do Estado Novo.

Também esteve ao lado de Leopoldo Machado na promoção do I Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1948, e na criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas.

Privou da amizade de grandes vultos do Espiritismo no Brasil e no exterior, como, por exemplo, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Herculano Pires, Leôncio Correia e Humberto Mariotti.

Um dos mais ardorosos defensores das obras codificadas por Allan Kardec e profundo admirador de Léon Denis, foi presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.

Levou o Espiritismo ao meio universitário, proferindo bela conferência no Instituto Pinel da Universidade do Brasil, focalizando o tema: "O Suicídio à Luz do Espiritismo".

Umberto Mariotti e Deolindo Amorim
Em Defesa do Conceito de Espiritismo

Um dos problemas mais emergentes relativos ao bom entendimento da Doutrina Espírita, em meados do século XX, foi a constante tentativa de confundi-lo quer seja com o Candomblé, quer com a Umbanda, quer com as diversas doutrinas espiritualistas. As confusões eram muito grandes, principalmente com os cultos afro-brasileiros. A própria Federação Espírita Brasileira (FEB) pretendeu chamar de "Espiritismo" todas as práticas mediúnicas ou assemelhadas e de "Doutrina Espírita", os conceitos decorrentes da obra codificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luz sobre o assunto, em 1947 Deolindo Amorim publicou "Africanismo e Espiritismo", obra onde deixa clara a inexistência de ligações filosóficas, práticas ou doutrinárias entre o Espiritismo e as correntes espiritualistas apoiadas na cultura africana, trazida pelos escravos e que se converteram em vários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado a explanar didaticamente as bases da doutrina de Allan Kardec, escreveu "O Espiritismo e os Problemas Humanos" e o "O Espiritismo à Luz da Crítica", este último em resposta a um padre que escrevera uma obra criticando a Doutrina. Segui-se-lhes "Espiritismo e Criminologia", oriundo de uma conferência no Instituto de Criminologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Por fim, em 1958, lançou a obra "O Espiritismo e as Doutrina Espiritualistas", onde sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, simplesmente define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

Sobre a questão religiosa no Espiritismo, a sua posição foi a mesma de Allan Kardec. Citando as palavras do fundador, concluía que, como qualquer filosofia espiritualista, o Espiritismo tinha consequências religiosas, mas de forma alguma se tornava uma religião constituída.

Herculano Pires (sentado) com Deolindo Amorim no Instituto de Cultura Espírita do Brasil.
A Fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)

Tendo existido, no Rio de Janeiro, a Faculdade Brasileira de Estudos Psíquicos a que pertenceu e foi seu último presidente, quando a instituição se tornou insubsistente Deolindo Amorim promoveu a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), fundado em 07 /12/1957 e por ele dirigido até sua morte.

Quanto à questão da unificação do movimento, Deolindo Amorim nunca se ligou à Federação Espírita Brasileira, tendo mantido laços com a Liga Espírita do Brasil, entidade criada em 1927 por Aurino Barbosa Souto e da qual Deolindo Amorim foi o último 2º vice-presidente.

Em 1949, com a assinatura do "Pacto Áureo", a Liga Espírita do Brasil, que não tinha representatividade nacional, deixou de existir, transformando-se numa entidade federativa estadual. Atualmente, após várias denominações, é denominada União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ).

Deolindo Amorim foi contra o acordo, à época, referindo:

"Quando a Liga [Espírita do Brasil] aceitou o Acordo de 5 de outubro [de 1949], acordo que se denominou depois, Pacto Áureo, tomei posição contrária (...) votei contra a resolução, porque não concordei com o modo pelo qual se firmara esse documento. E o fiz em voz alta, de pé, na Assembleia, com mais doze companheiros que pensavam da mesma forma."

Obras
  • Africanismo e Espiritismo
  • Allan Kardec
  • Análises Espíritas
  • Doutrina Espírita
  • Espiritismo à Luz da Crítica
  • Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas
  • Espiritismo e Criminologia
  • Idéias e Reminiscências Espíritas (Documentário)
  • Ponderações Doutrinárias
  • Relembrando Deolindo Vol. 1
  • Relembrando Deolindo Vol. 2

Fonte: Wikipédia

Mangabinha

CARLOS ALBERTO MANGABINHA RIBEIRO
(73 anos)
Cantor, Compositor e Acordeonista

* Corinto, MG (16/03/1942)
+ Belo Horizonte, MG (23/04/2015)

Carlos Alberto Mangabinha Ribeiro foi um acordeonista, compositor, cantor, integrante do grupo musical Trio Parada Dura desde a sua primeira formação.

Trabalhou como bóia-fria no interior mineiro. Aos oito anos de idade começou a tocar a sanfona de oito baixos, apresentando-se em festas e forrós de sua região. Sua formação musical começou ainda na infância aprendendo a tocar a sanfona de oito baixos que pegava escondido de seu pai, seguindo a tradição musical em família de onde, musicalmente, sairia sua realização profissional através da música sertaneja, e, de onde varias parcerias seriam no Trio Parada Dura, o auge da sua carreira como músico e instrumentista.

Em 1950, passou a apresentar-se em festas e forrós, usando uma sanfona de 8 baixos.

Em 1970, mudou-se para Belo Horizonte e na capital mineira formou um trio juntamente com Gino & Geno com os quais lançou um LP.

Em 1973, mudou-se para São Paulo onde atuou na Rádio 9 de Julho. Nessa ocasião, atuou com Delmir & Delmon na primeira formação do Trio Parada Dura.


Em sua carreira solo gravou 21 LPs instrumentais como acordeonista nas gravadoras Chororó, Copacabana e Chantecler. Seus maiores sucessos como compositor foram "Furando o Couro", "Nova República", "Forró Número 2", "Chão Mato-Grossense", "Balaio de Gato" e "Com Amor e Com Carinho".

Em 1991, o Trio Parada Dura gravou de sua autoria as composições "Trovão Azul" (Mangabinha, Rossi e Alcino Alves), "Não Aceito Seu Adeus" (Mangabinha e Ronaldo Adriano), "Por Te Querer" (MangabinhaRossi e Alcino Alves), "Vestido Branco" ((MangabinhaRonaldo Adriano e Benedito Seviero), "Bebendo e Chorando" (Mangabinha e Ronaldo Adriano), "Adeus, Palavra Cruel" (MangabinhaAlcino Alves e Rosa Quadros), "Tentei Viver Sem Você" (MangabinhaAlcino Alves e Parrerito), "Me Guardando Pra Você" (Mangabinha Alcino Alves), "Coração Só Quer Você" (MangabinhaAlcino Alves e Rossi) e "Filho do Sertão" (Mangabinha Ronaldo Adriano).

Em 1992, o Trio Parada Dura se desfez e Mangabinha ficou cinco anos sem gravar.

Em 1997, retornou à carreira artística em nova formação do Trio Parada Dura.

Em 1999, a EMI na série Raízes Sertanejas lançou o CD "Mangabinha", com 20 sucessos do artista.

Atualmente Mangabinha gerenciava uma casa de festa com seu nome, mas não abandonou o acordeon e continuava tocando, mesmo com a recaída do sucesso conquistada pelo Trio Parada Dura.

Morte

Mangabinha morreu na manhã de quinta-feira, 23/04/2015, vítima de um infarto em decorrência de diabetes, em Belo Horizonte, MG.

Mangabinha estava internado no Hospital Socor desde o dia 13/04/2015 para tratar de diabetes, doença descoberta em 1982. Contudo, seu quadro de saúde piorou nos últimos dias após apresentar complicações médicas. O óbito foi confirmado por volta das 07:00 hs após ele sofrer um infarto.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Socor, a família do cantor não autorizou a divulgação do prontuário.

Discografia

  • 1999 - Mangabinha - Raízes Sertanejas (EMI, CD)
  • 1999 - Dois Amigos no Forró - Mangabinha e Nhozinho (Atração Fonográfica, LP)
  • 1996 - O Sanfoneiro Parada Dura (MM Gravações, LP)
  • 1992 - Forró Brilhante (Alvorada/Chantecler, LP)
  • 1991 - Mangabinha (Alvorada/Chantecler, LP)
  • 1990 - Pagodão do Mangaba (Copacabana, LP)
  • 1988 - Festa Sertaneja (Copacabana, LP)
  • 1987 - Força Maior (Copacabana, LP)
  • 1985 - Forró no Barcelona (Copacabana, LP)
  • 1984 - Puxa o Fole Tesouro (Copacabana, LP)
  • 1983 - Baixei o Guatambu (Copacabana, LP)
  • 1983 - Outro Regaço (Copacabana, LP)
  • 1981 - Aperreado no Forró (Copacabana, LP)
  • 1980 - O Tal Regaço (Copacabana, LP)
  • 1978 - O Forró do Mangabinha (Som/Copacabana, LP)
  • 1975 - Pisão no Calo (Chororó, LP)
  • 1974 - Pé de Bode (Chororó, LP)

Indicação: Miguel Sampaio

Cláudio Cunha

CLÁUDIO FRANCISCO CUNHA
(68 anos)
Ator, Diretor e Produtor Cultural

* São Paulo, SP (29/07/1946)
+ Porto Alegre, RS (20/04/2015)

Cláudio Francisco Cunha foi um ator e produtor cultural brasileiro. Cláudio Cunha teve uma boa infância, foi seminarista na Escola Apostólica Santa Terezinha em São Roque, SP, onde chegou a usar batina. 

No cinema, onde produziu 13 longas metragens e uma dezena de curtas na década de 70 e a partir dos anos 80 no teatro, voltando as suas origens de ator na pele do Analista de Bagé. Inspirado inicialmente no sucesso literário de Luis Fernando Veríssimo, o personagem acabou virando o alter ego do interprete. Segundo o próprio Claudio Cunha, seu "veiculo" de humor.

Na pele do Machão Gaúcho, ele fez rir mais de 2 milhões de espectadores nos palcos de todo o Brasil. Apresentando-se tanto nos melhores teatros, como improvisando espaços, levando teatro para cidades que nunca viram teatro.

Nas folgas com o Analista, produziu vários outros espetáculos, seguindo sempre a máxima de Brechet: "a melhor função do teatro é divertir".

A peça "O Analista de Bagé" entrou em 1998 para o Guinness Book, com dois recordes nacionais: Como a peça de maior tempo em cartaz e Cláudio Cunha o ator que mais tempo interpretou o mesmo personagem.

No cinema, ele dirigiu oito filmes. Seus grandes destaques foram "Amada Amante", onde foram computados cerca de 3 milhões de espectadores, "Vítimas do Prazer", objeto de estudos em vários países e o polemico "Oh! Rebuceteio", onde também é o protagonista, o desvairado Nenê Garcia.

A última participação de Cláudio Cunha na TV seria na novela "Os Dez Mandamentos", da TV Record. De acordo com a assessoria de imprensa da emissora, ele deveria começar a gravar 11 cenas na produção a partir de sexta-feira, 24/04/2015, como o personagem Merneptah, do mesmo núcleo do Sacerdote Paser (Giuseppe Oristanio) e Ramsés (Sérgio Marone).

Morte

Cláudio Cunha morreu aos 68 anos de idade, na segunda-feira, 20/04/2015, em Porto Alegre, RS, onde estava para apresentar a peça "A Casa Caiu". O artista havia se apresentado no sábado, dia 18/04/2015, em Caxias, no Teatro Municipal. Ele passou mal na noite de domingo, 19/04/2015, e morreu no dia 20/04/2015 após sofrer um infarto.

Cláudio Cunha foi casado com as atrizes Simone Carvalho e Edna Velho. Ele deixou quatro filhos e uma neta.

Trabalho Como Diretor

  • 1984 - Oh! Rebuceteio
  • 1981 - Profissão Mulher
  • 1980 - O Gosto do Pecado
  • 1979 - Sábado Alucinante
  • 1978 - Amada Amante
  • 1977 - Snuff, Vítimas do Prazer
  • 1975 - O Dia em Que o Santo Pecou
  • 1974 - O Clube das Infiéis


Trabalho Como Ator

Cinema
  • 1984 - Oh! Rebuceteio
  • 1981 - Karina, Objeto do Prazer
  • 1979 - A Dama da Zona
  • 1978 - Amada Amante
  • 1978 - Damas do Prazer
  • 1977 - A Praia do Pecado
  • 1977 - Snuff, Vítimas do Prazer
  • 1974 - O Clube dos Infiéis
  • 1974 - O Poderoso Machão
  • 1973 - Sob o Domínio do Sexo
  • 1972 - As Mulheres Amam por Conveniência

Telenovela
  • 1971 - Meu Pedacinho de Chão

Fonte: Wikipédia e UOL
Indicação: Douglas Bachine

Roberto Talma

ROBERTO TALMA VIEIRA
(65 anos)
Produtor Cinematográfico e Diretor de Televisão

* São Paulo, SP (29/04/1949)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/04/2015)

Roberto Talma foi um produtor cinematográfico e diretor de televisão brasileiro. Nasceu no dia 29/04/1949, em São Paulo. Seu pai trabalhava na televisão, foi coordenador de programação da TV Rio, e sua mãe era bailarina.

Começou a carreira profissional aos 9 anos, na TV Record, integrando um grupo de sapateado que se apresentava no programa "A Grande Gincana Kibon". No início na década de 60, Roberto Talma mudou-se para o Rio de Janeiro com a família.

Em 1969, foi contratado pela TV Globo, onde começou como operador de video-tape, participando do núcleo de jornalismo da emissora. Ele fez parte da primeira equipe do "Fantástico", em 1973, e editou programas como o "Globo Repórter", e, na linha de shows, o "Globo de Ouro".

No final dos anos 70, Roberto Talma foi para a TV Bandeirantes, onde dirigiu o programa "Rosa e Azul". Após seis meses, ele voltou para a TV Globo para dirigir a novela "Pai Herói" (1979), de Janete Clair.


Roberto Talma foi responsável pelas minisséries "Anos Dourados" (1986), "Sampa" (1989), "Boca do Lixo" (1990) e "Sorriso do Lagarto" (1991).

Como diretor executivo, foi responsável por novelas como "Brega & Chique" (1987), "Que Rei Sou Eu?" (1989), "Rainha da Sucata" (1990) e "De Corpo e Alma" (1992).

Na década de 90, foi responsável pelo humorístico "Casseta & Planeta" (1994) e pela criação de "Malhação" (1995).

Entre outros programas de responsabilidade do núcleo dirigido por Roberto Talma nos últimos anos, estiveram as novelas "Negócio da China" (2008), "Vida Alheia" (2010), "O Astro" (2011) e "Aquele Beijo" (2011).

Recentemente tinha investido na área cinematográfica, sendo em 2005 produtor associado de "Carreiras", de Domingos de Oliveira, dramaturgo e cineasta brasileiro. Em 2009, produtor do filme "Meu Nome é Dindi", dirigido por Bruno Safadi.

Morte

Roberto Talma morreu na madrugada de quinta-feira, 23/04/2015, aos 65 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e teve o óbito registrado às 02:43 hs. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital, que disse não estar autorizada a divulgar a causa da morte por enquanto.

Em outubro de 2002, Roberto Talma teve um infarto e foi internado às pressas em uma clínica de Botafogo, no Rio de Janeiro. Em junho de 2012, ele voltou a ser internado, desta vez na UTI São José, em São Paulo, onde se recuperou de uma angioplastia para colocação de stents, espécie de mola que dilata artéria que irriga o coração.

Trabalhos na Televisão

  • 1975 - O Grito (Rede Globo, Direção)
  • 1976 - Saramandaia (Rede Globo, Direção)
  • 1980 - Água Viva (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1980 - Coração Alado (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1981 - Baila Comigo (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1981 - Jogo da Vida (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1982 - Sétimo Sentido (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1982 - Sol de Verão (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1984 - Partido Alto (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1985 - Um Sonho a Mais (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1986 - Anos Dourados (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1987 - Tele Tema (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1988 - Bebê a Bordo (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1989 - Top Model (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1990 - Boca do Lixo (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1991 - O Sorriso do Lagarto (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1991 - Lua Cheia de Amor (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1992 - Perigosas Peruas (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1992 - De Corpo e Alma (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1995 - Malhação (Rede Globo, Direção Geral)
  • 1998 - Roberto Carlos Especial (Rede Globo, Direção e Direção Geral)
  • 1996 - Colégio Brasil (SBT/JPO, Direção)
  • 1996 - Dona Anja (SBT/JPO, Direção Geral)
  • 2001 - O Direito de Nascer SBT (SBT/JPO, Direção Geral)
  • 2001 - A Padroeira (Rede Globo, Direção Geral e Núcleo)
  • 2002 - Xuxa no Mundo da Imaginação (Rede Globo, Direção Geral e Núcleo)
  • 2003 - Agora É que São Elas (Rede Globo, Direção Geral e Núcleo)
  • 2003 - Kubanacan (Rede Globo, Direção Geral e Núcleo)
  • 2005 - A Lua Me Disse (Rede Globo, Direção Geral e Núcleo)
  • 2005 - Toma Lá Dá Cá - Especial (Rede Globo, Núcleo)
  • 2006 - O Profeta (Rede Globo, Núcleo)
  • 2007 - Toma Lá Dá Cá (Rede Globo, Núcleo)
  • 2007 - Guerra & Paz (Rede Globo, Núcleo)
  • 2008 - Faça Sua História (Rede Globo, Núcleo)
  • 2008 - Negócio da China (Rede Globo, Núcleo)
  • 2009 - Geral.com (Rede Globo, Núcleo)
  • 2009 - Natal de Luz da Xuxa (Rede Globo, Núcleo)
  • 2010 - Globeleza (Rede Globo, Núcleo)
  • 2010 - A Vida Alheia (Rede Globo, Núcleo)
  • 2010 - TV Xuxa (Rede Globo, Núcleo)
  • 2010 - Xuxa Especial de Natal (Rede Globo, Núcleo)
  • 2010 - Roberto Carlos Especial (Rede Globo, Núcleo)
  • 2011 - Amor Em 4 Atos (Rede Globo, Núcleo)
  • 2011 - O Astro (Rede Globo, Núcleo)
  • 2011 - Aquele Beijo (Rede Globo, Núcleo)
  • 2011 - Ivete, Gil e Caetano (Rede Globo, Núcleo)
  • 2012 - Gabriela (Rede Globo, Núcleo)
  • 2013 - Pé na Cova (Rede Globo, Núcleo)

Fonte: Wikipédia e UOL
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Marquês de Tamandaré

JOAQUIM MARQUES LISBOA
(89 anos)
Militar

* Rio Grande, RS (13/12/1807)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/03/1897)

Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré ou Almirante Tamandaré, foi um militar da Marinha do Brasil. Na carreira, atingiu o posto de almirante. Herói nacional, é o patrono da Marinha de Guerra do Brasil. O dia de seu nascimento, 13 de dezembro, é lembrado como o Dia do Marinheiro.

Participou nas lutas da Guerra da Independência do Brasil, na Bahia, da Confederação do Equador e da repressão às revoltas ocorridas durante o Período Regencial: a Cabanagem, a Sabinada, a Farroupilha, a Balaiada e a Praieira.

No plano externo, participou da Guerra Contra Oribe e Rosas e, com a eclosão da Guerra do Paraguai, comandou as forças navais em operação na bacia do Rio da Prata, em apoio à Batalha do Passo da Pátria, à Batalha de Curuzu e a Batalha de Curupaiti.

Era filho de Francisco Marques Lisboa, nascido na antiga província portuguesa de Estremadura em 1767, e de Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima, nascida em Viamão, RS, radicados na vila vizinha ao município do Rio Grande e atual município de São José do Norte. Era irmão de Henrique Marques de Oliveira Lisboa.

Aos 13 anos de idade, alistou-se como voluntário na Marinha do Brasil, onde iniciou carreira como praticante de piloto na fragata Niterói, sob o comando de John Taylor. Nesse posto tomou parte em vários combates navais no litoral da então Província da Bahia, inclusive na perseguição à força naval portuguesa que se retirava em 1823.


Em 1825, durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828), em que as Províncias Unidas do Rio da Prata pretendiam anexar a Província Cisplatina, então pertencente ao Império do Brasil, Joaquim Marques Lisboa, como tenente, se destacou em muitos combates pela liderança e coragem. Capturado com outros brasileiros, arrebatou ao inimigo o navio de guerra que os levava prisioneiros, assumindo o seu comando aos 18 anos de idade.

Aos 20 de idade, no comando da escuna Bela Maria, depois de travar combate de artilharia com um navio argentino e vencendo, demonstrou o seu espírito humanitário com o inimigo, o que lhe valeu o reconhecimento dos vencidos (1827). No mesmo ano foi capturado pelo navio argentino Patagonia.

Em 1840 já era Capitão-de-Fragata e, em 1847, Capitão de Mar-e-Guerra.

Em 1848 recebeu, na Grã-Bretanha, a fragata D. Afonso, primeiro navio misto - a vela e a vapor - de grande porte da armada brasileira. Durante esse comando, tendo a bordo o príncipe de Joinville, Francisco Fernando de Orléans, os duques de Aumale e o chefe da esquadra, almirante John Grenfell, teve a oportunidade de socorrer o navio Ocean Monarch, incendiado próximo ao porto de Liverpool, resgatando mais de cem pessoas.

Em 06/03/1850 socorreu a nau Vasco da Gama, perdida e avariada ao largo da barra do Rio de Janeiro, depois de uma forte tempestade.

Participou da Guerra Contra Oribes e Rosas, ou Guerra do Prata, em 1851, na Passagem do Tonelero.


Em 1852 foi promovido ao posto de Chefe-de-Divisão, correspondente a Comodoro em outra marinhas e, em 1854, a Chefe-de-Esquadra, correspondente Contra-Almirante.

Em 1857, durante uma permanência na Europa para acompanhar o tratamento de saúde da sua esposa, foi incumbido pelo governo imperial de fiscalizar a construção de duas canhoneiras na França e de oito outras na Grã-Bretanha. Eram navios de propulsão mista vela-vapor que significavam uma atualização necessária para que a Marinha brasileira continuasse a defender cabalmente os interesses do país. Esses navios atuaram na Guerra Contra Aguirre (Guerra do Uruguai) e na Guerra do Paraguai. Nesta questão, que evoluiu para uma intervenção militar brasileira, antes da rendição de Montevidéu, o Almirante Tamandaré liderou os combates em Salto e Paiçandu, ocupando-as com tropas brasileiras.

Em 1864, já com o título de Barão de Tamandaré, assumiu o cargo de Comandante-em-Chefe das operações navais brasileiras no Rio da Prata.

Durante a Guerra do Paraguai (1864 - 1870), coube a Marques Lisboa o comando das forças navais no início do conflito entre 1865 e 1866. Ele estabeleceu o bloqueio naval e organizou o apoio logístico para a força em operação, fundamentais para o seu bom êxito.


Na Batalha Naval do Riachuelo, em 11/06/1865, Francisco Manoel Barroso da Silva, por ele designado para comandar as Divisões em operação no Rio Paraná, obteve a vitória que mudou o curso da guerra em favor da Tríplice Aliança.

Marques Lisboa comandou a operação militar do Passo da Pátria num bem sucedido desembarque de tropas de grande envergadura e assim como o apoio naval na conquista das fortificações do Rio Paraguai, que impediam o avanço aliado.

Em 1866, por razões de saúde e políticas pediu o afastamento do cargo, sendo substituído pelo almirante Joaquim José Inácio, mais tarde Visconde de Inhaúma.

Quando da Proclamação da República do Brasil, no dia 15/11/1889, o Marquês de Tamandaré permaneceu fiel a Dom Pedro II do Brasil, quedando-se cerca de uma hora a sós com o Imperador, pedindo-lhe permissão para a Armada Imperial debelar o golpe de Estado, o que lhe foi negado.

Aos 82 anos de idade, e o último dos grandes militares monarquistas do passado ainda vivo, pois Duque de Caxias, Marquês do Herval, Almirante Barroso, Marechal Polidoro e todos os demais já haviam falecido, recusou-se a aceitar o fim da monarquia e permaneceu esperançoso da possibilidade de um contra-golpe. Permaneceu ao lado da Família Imperial até ao seu embarque definitivo no navio Alagoas para o exílio.

Foi reformado em 1890, falecendo sete anos depois, no dia 20/03/1897.

O Testamento do Almirante Tamandaré

A historiografia oficial omite todo o primeiro parágrafo deste documento alterando-lhe com isso o sentido do texto. Em 23/09/1893, Almirante Tamandaré assim dispôs:

Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie alguma por ocasião do falecimento do Imperador, o senhor Dom Pedro II, o mais distinto filho desta terra, tanto por sua moralidade, alta posição, virtudes, ilustração, como pela dedicação no constante empenho ao serviço da Pátria durante quase 50 anos que presidiu a direção do Estado, creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá prestar honras de tal natureza, sem que se repute ser isso um sarcasmo cuspido sobre os restos mortais de tal indivíduo pelo pouco valor dele em relação ao elevadíssimo merecimento do grande imperador.
Não quero pois, que por minha morte que me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para sepultura.
Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de dezembro de 1892, devendo colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo, um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique que a âncora cruz, o emblema da fé, esperança e caridade que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos. Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a Comenda do Cruzeiro que ornava o peito do Sr. Dom Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como o primeiro dos Voluntários da Pátria para libertar aquela possessão brasileira do jugo dos paraguaios, que a aviltavam com a sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e da lealdade que constantemente a Sua Majestade Imperial tributei, desejo que essa Comenda Relíquia esteja sobre meu corpo até que baixe a sepultura, devendo ficar depois pertencente a minha filha D.M.E.L. (Dona Maria Eufrásia Marques Lisboa) como memória d’Ele e lembrança minha.
Exijo que se não faça anúncios nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus Cristo que hajam obtido o foro de cidadãos pela lei de 13 de maio.
Isto prescrevo como prova de consideração a esta classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão, e reverente homenagem à Grande Isabel Redentora, benemérita da Pátria e da Humanidade, que se imortalizou libertando-os.
Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da Família Marques Lisboa.
Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar algum serviço à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro.
Almirante Joaquim Marques Lisboa

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Arlindo Lúcio da Silva

ARLINDO LÚCIO DA SILVA
(25 anos)
Soldado e Herói Brasileiro

* São João del-Rei, MG (12/02/1920)
+ Montese, Itália (14/04/1945)

Arlindo Lúcio da Silva nasceu em São João del-Rei no dia 12/02/1920. Era filho de Maria Cipriana de Jesus e de João Olímpio da Silva. Arlindo foi um jovem pobre criado sem os cuidados do pai, pois este era doente mental, e foi internado na Escola de Preservação de Menores Padre Sacramento. Nela terminou o curso primário no ano de 1934, deixando a escola a pedido de sua mãe. Depois foi trabalhar como servente de pedreiro na Companhia Construtora Luiz Bacarini.

Como bom cidadão e no incontido desejo de servir à Pátria, e com o consentimento materno, alistou-se, voluntariamente, nas fileiras do Exército. Foi um verdadeiro soldado. De uma obediência cega às leis militares e de uma disciplina exemplar, razão porque depois de 10 meses de serviço militar, recebeu, também, a sua caderneta isenta de qualquer observação que desabonasse a sua conduta.

Tendo falecido seu pai, depois de vinte anos de cruel enfermidade, seis dos quais ele passou no leito, Arlindo, numa idade em que tudo são ilusões, na época mais encantadora da vida, achou-se na obrigação de desempenhar o importante papel de chefe de família, pois teria que prover o sustento de sua mãe e de seus quatro irmãos menores.

Em 02/02/1940, empregou-se na prefeitura, entregando todos os seus vencimentos à sua mãe. Nesta nova fase de sua vida ele foi o mais dedicado dos filhos e o irmão mais extremoso.

Em 08/12/1942, a Pátria lembrou-se de convocar aquele seu valoroso filho, que tinha jurado defendê-la a todo custo. Arlindo atendeu, pressuroso, o chamado, deixando o seu trabalho para ingressar no Exército, ficando na 1ª Cia Fzo.

Por ser arrimo de família, a sua incorporação foi adiada por tempo indeterminado. Era destino seu, morrer como soldado, pois decorridos cinco meses, isto é, em 20/05/1943, foi novamente incorporado na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Daí em diante sua vida foi inteiramente voltada ao serviço à Pátria, em prol da qual derramaria o seu sangue.

O autor do livro "De São João del-Rei ao Vale do Pó", o Ten R/1 Gentil Palhares, que conviveu de perto com o soldado Arlindo, desde que ele prestara seu serviço militar na 2ª Cia Fzo, do 11º R.I., então comandada pelo Capitão João Manoel de Faria Filho e de onde saíra reservista, revela que ele era um soldado retraído, de pouca conversa e gestos humildes, o protótipo do moço pacato, sossegado e bom, respeitador dos regulamentos.

Detalhe do Jornal da época que está no Museu de São João del-Rei
Arlindo Lúcio andava sempre só e a sua conduta, no quartel ou na rua, não parecia de um moço de pouco mais de 20 anos. Quando os outros meninos da sua idade jogavam o futebol nas ruas de São João del-Rei, iam ao cinema ou corriam de bicicleta, o futuro pracinha, sem infância, podemos dizer, já empunhava a enxada, no amanho da terra do Patronato, que em boa hora o acolheu, tornando-o um cidadão digno da sociedade e da Pátria.

Convocado para a guerra, embora arrimo de família, não murmurou um queixume contra as leis do país, submetendo-se ao chamamento à caserna, habituado que era a obedecer sempre. Na farda, sujeito à disciplina, jamais protestava, jamais se referia desrespeitosamente aos regulamentos e às atitudes dos chefes. É que ele, pelo sofrimento, amoldara seu espírito, plasmara-o para todas as contingências da vida e tornara-se um cidadão capaz de resistir às adversidades, às surpresas que lhe surgissem. Convocado para o serviço militar, reincorporado nas fileiras do Exército, esse espírito extraordinário só poderia, na guerra, frente ao inimigo, tornar-se um herói.

Em 05/03/1944, seguiu para o Rio de Janeiro. A semana do ano findo, ele veio passar junto aos seus. Com uma coragem que não o abandonou, nem nos campos de batalha, ele falava entusiasticamente na sua próxima ida para a Itália, onde a Força Expedicionária Brasileira (FEB), lutando ombro a ombro com os nossos aliados, iria contribuir, grandemente, para exterminar as forças nazi-facistas que devastavam a Europa.

Em 22/09/1944, deixou o Brasil rumo aos campos de batalha, chegando em Nápoles, no dia 08/10/1944. A carta de despedida que ele escreveu à sua mãe é um atestado de sua coragem, do seu entusiasmo e do seu grande amor pela Pátria. Lá no "front" italiano nas horas que cessavam o ribombar dos canhões, o matraquear das metralhadoras e o roncar das fortalezas voadoras, Arlindo escrevia longas cartas à sua genitora, irmãos, parentes e amigos. Cartas repassadas de ternura filial e fraterna e impregnadas de patriotismo, de resignação e de esperança.

Em combate, Arlindo, acostumado à vida dura que tinha desde então, sobressaía-se dos demais, sendo merecedor de elogios, como o publicado em suas alterações dado pelo Comandante do Batalhão, nos seguintes termos:

"O Soldado Arlindo Lúcio da Silva, componente destacado do reconhecimento ao Ponto 759, cumpriu a missão com entusiasmo e destemor"

No dia 19/04/1945, foi publicado seu desaparecimento em ação, durante os ataques realizados nos dias 14 e 15 do mês corrente, a Montese.

Arlindo foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 1ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se:

"Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália"

11º Batalhão de Infantaria de Montanha na Segunda Guerra Mundial

A participação do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha na Segunda Guerra Mundial foi, sem dúvida, o capítulo mais importante em sua rica história.

Como destaque tem-se a conquista da localidade de Montese, situada em terreno montanhoso e fortemente defendida pelos alemães como último baluarte a barrar o avanço das tropas aliadas na direção do Vale do Pó.

No dia 14/04/1945, o maciço de Montese transformou-se no palco da mais árdua e sangrenta batalha das armas brasileiras na Itália, no dizer do próprio Comandante da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Marechal Mascarenhas de Moraes. Tendo o Onze como esforço principal do ataque combatendo em densos campos de minas e sob o fogo cerrado das metralhadoras alemãs, o 11º RI consagrou-se para sempre ao conquistar heroicamente Montese.

A tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foi demonstrando quando um pelotão do 11º RI foi o primeiro a entrar na cidade de Montese, avançando com raro espírito ofensivo, infiltrou-se nas linhas inimigas, penetrando no objetivo, sob os fogos da infantaria e artilharia do inimigo, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando, posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da guerra.

Foram três vidas que, por um acaso do destino, se cruzaram no dia 22/09/1944, a bordo do transporte norte americano Gen. M.L. Meigs rumo à distante Itália, onde já se encontrava o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira.

Chegaram ao Porto de Nápoles, às 07:30 hs do dia 08/10/1944, de onde partiram, no dia 09, para o Porto de Livorno. Três dias depois estavam desembarcando e seguindo para a chamada "Staging Area", localizado a oeste da cidade de Pisa (Vila Rosare).

No dia 01/12/1944, o 11º RIE entrava em linha, sendo considerado em combate.

Foi então que chegou o dia 14/04/1945, dia do ataque a Montese, o combate que viria a ser, o mais sangrento que a Força Expedicionária Brasileira participaria. Dia inesquecível para muitos que ainda vivem. E lá estavam eles, Arlindo Lúcio, Geraldo Rodrigues e Geraldo Baeta. Três soldados do Brasil unidos pelo destino, três glórias nacionais, três que pareciam cem!

Durante o ataque a Montese, o pelotão, ao qual faziam parte, foi detido por violenta barragem de morteiros inimigos, enquanto uma metralhadora alemã hostilizava violentamente o seu flanco esquerdo, obrigando os atacantes a se manterem colados ao solo. Não tendo mais possibilidades de sair do local, nossos três heróis ficaram desgarrados de sua fração. Imediatamente, o Soldado Arlindo, atirador de fuzil automático, localizou a resistência inimiga e num gesto de grande bravura, levantou-se, e sobre ela despejou seis carregadores da sua arma, obrigando-a a calar-se.

Geraldo Rodrigues e Geraldo Baeta não pararam de atirar. Eram três pracinhas contra uma tropa de grande número. Tropa essa que pensava estar enfrentando uma outra de efetivo igual ou superior ao seu, pois os intrépidos brasileiros não paravam de atirar.

Atiraram até a munição acabar. Arlindo foi ferido mortalmente por um franco atirador inimigo, enquanto Geraldo Rodrigues foi atingido por um cruel estilhaço e Geraldo Baeta recebeu um tiro certeiro.

De repente, o silêncio se fez presente...

E sobre o solo lá estavam três corpos empunhando seus fuzis. Fuzis que estavam com as baionetas caladas, demonstrando que eles partiram para o assalto, mesmo sabendo que iam encontrar a morte.

Cova feita pelos Alemães onde os brasileiros foram sepultados.
O comandante alemão, observando os três corpos já sem vida, reconheceu neles o sacrifício. Nunca vira tamanha demonstração de coragem. Deixando seu orgulho prussiano de lado, mandou que seus homens cavassem três covas rasas e, pegando alguns pedaços de madeira, fez uma cruz e nela escreveu: "Drei Brasilianische Helden", que traduzindo significa "Três Heróis Brasileiros", um raro reconhecimento obtido do inimigo.

Arlindo, em sua última carta que escreveu na véspera de sua morte, dizia que em breve estaria de regresso para rever o seu querido Brasil, pois sentia próxima a vitória das armas da justiça e da liberdade.

Quem adentra nos dias atuais as instalações do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, o "Regimento de São João" e observa atentamente o pátio de formatura, encontrará no seu lado esquerdo, um monumento composto de 4 pedras, adormecidas sobre um belo e bem cuidado jardim, onde, ao seu lado, está um fuzil fincado ao solo com um capacete de aço, símbolo da morte que aconteceu em combate. O mais atento observará, ainda, que, nas três pedras frontais, em cada uma delas, está colocada uma placa com o nome de três soldados: Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Rodrigues de Souza e Geraldo Baeta da Cruz.


Nesta imagem, as três pedras que estão em primeiro plano trazem placas com o nome dos soldados, suas datas de nascimento e de morte. A rocha maior, ao fundo, abriga uma placa alusiva ao feito:

"Monumento consagrado à três soldados do 11 RI, que por motivos só conhecidos pelo inimigo, foram enterrados como heróis pelos próprios nazistas, a 14 de abril de 1945, em Montese"

Uma placa menor traz a inscrição em alemão e a tradução dela para o português. No conjunto há um fuzil com a ponta fincada no solo e um capacete depositado sobre a sua coronha. Este monumento é bem singelo porque procura reproduzir o sítio italiano onde foram encontrados os corpos dos três soldados.