Moreno

ANTÔNIO IGNÁCIO DA SILVA
(100 anos)
Cangaceiro

☼ Tacaratu, PE (01/11/1909)
┼ Belo Horizonte, MG (06/09/2010)

Mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita, considerado o "Último Cangaceiro de Lampião". Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.

Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Moreno perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancando por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio Fortunato da Silva, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.


Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usado na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos.  Ele é policial e mora no Rio de Janeiro. O casal de cangaceiros resolveu contar para os filhos, que nasceram em Minas Gerais, a verdadeira história de suas vidas. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço. Durvinha morreu pouco tempo depois.

Moreno e Durvina foram localizados pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, que estava produzindo o documentário "Lampião, O Governador Do Sertão". Uma das filhas do casal,  Nely Maria da Conceição, ajudou o cineasta - a chave foi um filho que Durvina e Moreno deixaram com um padre, em Tacaratu, no sertão pernambucano, enquanto fugiam. A primeira providência de Wolney foi trazer o casal de volta às suas origens: Paulo Afonso, na Bahia, onde nasceu Durvina, e Brejo Santo, no Ceará, onde estão os parentes de Moreno.

Moreno e Durvinha
Moreno foi recebido como herói, em Brejo Santo, de onde saiu em 1930, com vários crimes nas costas. Ele foi recepcionado com festa, concedeu entrevistas às emissoras de rádio e abraçou sobrinhos e amigos de infância. A mesma recepção festiva aconteceu com Durvina, em Paulo Afonso.

Segundo Nely, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de Durvina, em 2008, ele entrou em depressão e sempre falava assim ´Mãezinha vem me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvina´. Ele estava sofrendo muito", disse.

Em Brejo Santo, na conversa com os parentes, entre risos, lágrimas e versos improvisados, reviveu a sua adolescência sofrida marcada por um ardente desejo de ser soldado de Polícia. O destino, entretanto, lhe foi cruel. Terminou levando uma surra da polícia de Brejo Santo, sob a acusação injusta de ter roubado um carneiro. Quando saiu da cadeia, matou o homem que o denunciou e que era o verdadeiro ladrão do carneiro.


A partir daí virou uma fera. Matou e castrou alguns dos seus perseguidores. Ele nega estes crimes, dizendo que não assassinou ninguém em Brejo Santo. Mas, a própria família confirma as atrocidades praticadas por Moreno que, com 19 anos, fugiu para a Paraíba. Em Cajazeiras, matou mais um. Fugiu para Alagoas, onde já chegou com a fama de valente.

Nas suas contas, matou cerca de 21 homens. Os historiadores dizem que este número é muito maior.


"Ele dirigiu o seu próprio grupo e foi um dos cangaceiros mais cruéis", garante o escritor Magérbio Lucena. Moreno justificava: "Estava ali para matar e morrer, não tinha alternativa". E complementava: "Só atirava, quando o inimigo estava na mira do meu mosquetão".

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 06/09/2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova. O temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.

Verinha Darcy

 VERA DULCE DARCY
(34 anos)
Atriz e Dubladora

* São Paulo, SP (30/10/1945)
+ São Paulo, SP (1979)

Vera Dulce Darcy, mais conhecida como Verinha Darcy, foi uma das maiores atrizes mirins da televisão brasileira. Era filha da grande locutora e apresentadora Elisabete Darcy e irmã do famoso locutor esportivo Sílvio Luiz.

Desde pequena mostrou-se desembaraçada e graciosa, ao recitar poesias e textos. Aos cinco anos de idade, Verinha Darcy já fazia vários trabalhos para Cardoso Silva, autor e produtor de rádio.

Com a ida de sua mãe, Elizabete Darcy, para a TV Tupi, Verinha Darcy começou a fazer televisão. Trabalhou com Júlio Gouveia e Tatiana Belinky que tinham o Grupo do Tesp e eram responsáveis na emissora pelos programas infantis.

Não demorou muito e Verinha Darcy protagonizou o seriado "Pollyanna", um grande sucesso da emissora. Ela foi também protagonista do seriado "Heidi" e da novela "Clarissa".

Em 1966, já estava participando da novela "Redenção" na extinta TV Excelsior. Lá, conheceu diversos atores que estavam também integrando o elenco de vozes da AIC. Sem nenhuma pretensão foi fazer um teste e aprovada imediatamente.

Com uma voz suave, mas ao mesmo tempo firme, Verinha Darcy iniciou dublando personagens secundários, mas foi com a 2ª temporada da série "A Caldeira Do Diabo" (Peyton Place) que obteve o seu primeiro personagem fixo: Allinson MacKenzie, interpretada pela atriz Mia Farrow, substituindo a dubladora Nícia Soares que a dublou na 1ª temporada.

Também foi algumas vezes escalada para a 1ª temporada da série "Jornada nas Estrelas", na qual dublou atrizes convidadas importantes em diversos episódios, e conseguiu, apesar de muito jovem, dublar mulheres mais maduras, sedutoras ou até voz de um computador.

Segundo dubladores da época, ela possuía um grande talento para interpretação, assim era excelente atriz e dubladora.

Infelizmente, Verinha Darcy abandonou a carreira artística ainda jovem dedicando-se a sua vida pessoal. Sua última novela é de 1968.

Com apenas 34 anos de idade, Verinha Darcy faleceu na cidade de São Paulo, em fins de 1979 de causas desconhecidas.

Verinha Darcy, em Pollyana

Principais Trabalhos Na Televisão

  • 1968 - A Última Testemunha
  • 1966 - Redenção
  • 1961 - Clarissa
  • 1959 - Angélika
  • 1958 - Aventuras De Tom Sawyer
  • 1958 - Pollyana Moça
  • 1956 - Pollyana
  • 1956 - Uma História De Ballet
  • 1954/1956 - TV De Vanguarda
  • 1956 - Heidi
  • 1955 - Oliver Twist


Fonte: Wikipédia e Universo AIC

Alberto Ruschel

ALBERTO MANUEL MIRANDA RUSCHEL
(77 anos)
Ator, Diretor, Produtor e Roteirista

☼ Estrela, RS (21/02/1918)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/01/1996)

Alberto Ruschel nasceu na cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, no dia 21/02/1918, e foi ainda criança para Porto Alegre, onde ficou até o início da década de 40. Depois transferiu-se para o Rio de Janeiro. E ali começou sua carreira artística.

No Rio de Janeiro tornou-se cantor do conjunto Quitandinha Serenaders e fez sucesso, pois tinha voz bonita e possuía uma aparência bonita também. Foi através do amigo Grande Otelo que chegou ao cinema, estreando em 1947 no filme "Este Mundo É Um Pandeiro". Logo se tornou um galã da Atlântida, fazendo vários filmes com o diretor Watson Macedo.

Foi para São Paulo e participou do início da Companhia Vera Cruz, atuando como microfonista e técnico de som até estrear em 1951 em "Ângela", de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida.

Em 1953 chegou a sua grande oportunidade e como o Teodoro de "O Cangaceiro", até hoje um dos maiores sucessos do cinema brasileiro, ele se transformou em um astro do cinema, inclusive internacional. Passou a escolher filmes de ação e rodou na Argentina, Estados Unidos e Espanha.

Atuou em mais de trinta filmes e chegou a dirigir um, "Pontal Da Solidão", em 1973. Foi um ator de cinema basicamente e sua única experiência na TV aconteceu em 1979, já no fim da carreira, quando participou de "O Todo-Poderoso" na TV Bandeirantes.

Quando morreu, em 1996, Alberto Ruschel, aos 77 anos, vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Ele se recuperava de uma cirurgia no coração quando teve uma hemorragia fatal do duodeno.

Cinema
(Ator)

  • 1981 - A Volta de Jerônimo
  • 1979 - Desejo Selvagem
  • 1979 - O Guarani
  • 1979 - Iracema, A Virgem dos Lábios de Mel
  • 1979 - Os Trombadinhas
  • 1975 - O Grande Rodeio
  • 1975 - Intimidade ... Pedro
  • 1974 - A Noiva da Noite
  • 1974 - Pontal da Solidão
  • 1970 - O Palácio dos Anjos
  • 1966 - Riacho do Sangue ... Ponciano
  • 1965 - Luta Nos Pampas
  • 1964 - Aconcagua
  • 1961 - A Morte Comanda o Cangaço ... Raimundo Vieira
  • 1958 - O Capanga
  • 1958 - Matemática Zero, Amor Dez
  • 1957 - Cara de Fogo
  • 1957 - Paixão de Gaúcho
  • 1956 - Ha Pasado Un Hombre
  • 1956 - El Puente Del Diablo
  • 1955 - Orgullo
  • 1955 - Três Garimpeiros ... Alberto Prado
  • 1953 - O Cangaceiro ... Teodoro
  • 1953 - Esquina da Ilusão ... Dante Rossi
  • 1952 - Apassionata ... Luiz Marcos
  • 1952 - Terra é Sempre Terra
  • 1951 - Aí Vem o Barão (Integrante do Quitandinha Serenaders)
  • 1951 - Ângela
  • 1950 - Não é Nada Disso (Quitandinha Serenaders)
  • 1948 - É Com Este Que Eu Vou (Quitandinha Serenaders)
  • 1948 - E o Mundo Se Diverte
  • 1947 - Não Me Digas Adeus (Quitandinha Serenaders) 
  • 1947 - Este Mundo é Um Pandeiro (Quitandinha Serenaders)

Cinema
(Produção Executiva - Creditado Como Alberto Miranda)

  • 1970 - A Arte de Amar Bem
  • 1970 - Cléo e Daniel
  • 1968 - O Homem Nu
  • 1966 - As Cariocas
  • 1966 - Três Histórias de Amor

Cinema
(Direção e Roteiro)

  • 1974 - Pontal da Solidão

Televisão
Ator

  • 1979 - O Todo-Poderoso

Fonte: Wikipédia