Dina Di

VIVIANE LOPES MATIAS
(34 anos)
Cantora

☼ Campinas, SP (19/02/1976)
┼ São Paulo, SP (19/03/2010)

Dina Di, nome artístico de Viviane Lopes Matias, foi uma cantora de rap brasileira, vocalista do grupo Visão de Rua, nascida em Campinas, SP, no dia 19/02/1976.

Considerada a primeira mulher a alcançar sucesso no rap brasileiro, Dina Di iniciou sua carreira em 1989 e lançou diversos singles em sua carreira, com destaque para "A Noiva do Thock".

Dina Di e seu grupo Visão de Rua revolucionaram o rap nacional em meados dos anos 90 quando lançaram a música "Confidências de Uma Presidiária", que virou clássico instantâneo nas periferias brasileiras. 

Foi indicada a diversos prêmios e festivais brasileiros, com destaque ao Prêmio Hutúz, onde foi escolhida na categoria Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da década.

Dina Di lançou vários álbuns em parceria com o grupo Visão de Rua.

Morte

Dina Di morreu na sexta-feira, 19/03/2010, aos 34 anos, após contrair uma infecção hospitalar. Ela tinha dado à luz sua segunda filha em uma clínica particular localizada no bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.

O parto aconteceu no dia 02/03/2010. Dina Di sofreu complicações logo após o procedimento e ficou internada por 10 dias. A cantora chegou a receber alta, mas sua saúde voltou a piorar. Na segunda internação, ela não resistiu.

O sepultamento de Dina Di ocorreu no Cemitério da Vila Formosa, no sábado, dia 20/03/2010.

Aline sua filha ficou bem, aos cuidados da avó paterna, junto ao pai. 

Prêmios

  • 2008 - Prêmio Hutúz - Álbum do Ano "Com o Poder nas Mãos" (Indicada)
  • 2008 - Prêmio Hutúz - Grupo ou Artista Solo (Indicada)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da Década (Venceu)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo da Década (Indicada)

Torquato Neto

TORQUATO PEREIRA DE ARAÚJO NETO
(28 anos)
Jornalista, Compositor e Poeta

* Teresina, PI (09/11/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/11/1972)

Torquato Neto foi um dos mais relevantes e criativos personagens do meio cultural brasileiro entre as décadas de 60 e 70. Sua atuação se deu em vários campos e movimentos, sendo balizada pela tomada de posição sempre vigorosa em favor dos princípios nos quais acreditava. Poeta, letrista de canções populares, crítico musical, polemista, jornalista e cineasta, Torquato Neto converteu-se em um dos principais agentes formadores de critérios valorativos da música popular brasileira contemporânea.

A personalidade combativa e a incapacidade de fazer concessões podem ser apontadas como fatores determinantes para que sua figura passasse a ocupar um lugar de subalternidade em nossa historiografia cultural. Estas são indicações importantes para esclarecer alguns dos porquês deste artista ter entrado para a história como uma espécie de coadjuvante maldito cuja imagem oscila entre a do letrista suicida e romântico da tropicália, e aquela do "mito do poeta morto jovem", erguido sob a égide da contracultura. Como salienta seu biógrafo Toninho Vaz, Torquato Neto tornou-se um "tema-tabu".

Torquato Neto era filho do defensor público Heli da Rocha Nunes e da professora primária Maria Salomé Nunes. Mudou-se para Salvador aos 16 anos para os estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no Colégio Nossa Senhora da Vitória e trabalhou como assistente no filme "Barravento", de Glauber Rocha.

Torquato Neto envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.


Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora.

Torquato Neto atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato Neto passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo Para Principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um pop genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato Neto também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista.

No final da década de 60, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano, viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher Ana Maria e morou em Londres por um breve período. De volta ao Brasil, no início dos anos 1970, Torquato Neto começou a se isolar, sentindo-se alienado tanto pelo regime militar quanto pela "patrulha ideológica" de esquerda. Passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo, e rompeu diversas amizades.

Em julho de 1971, escreveu a Hélio Oiticica:

"O chato, Hélio, aqui, é que ninguém mais tem opinião sobre coisa alguma. Todo mundo virou uma espécie de Capinam (esse é o único de quem eu não gosto mesmo: é muito burro e mesquinho), e o que eu chamo de conformismo geral é isso mesmo, a burrice, a queimação de fumo o dia inteiro, como se isso fosse curtição, aqui é escapismo, vanguardismo de Capinam que é o geral, enfim, poesia sem poesia, papo furado, ninguém está em jogo, uma droga. Tudo parado, odeio."


Morte

Torquato Neto se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família.

Sua nota suicida dizia:

"Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar". Thiago era o filho de dois anos de idade.

38 anos depois, na madrugada do dia 27 de setembro de 2010, seu pai, o defensor público Drº Heli Rocha Nunes, 92 anos de idade, morreu em Teresina, após uma parada cardíaca. A família aguardou a chegada do único filho do poeta piauiense, Tiago de Araújo Nunes, piloto de aeronave em uma companhia aérea brasileira, para realizar o sepultamento do avô.

Composições

  • A Coisa Mais Linda Que Existe (Com Gilberto Gil)
  • A Rua (Com Gilberto Gil)
  • Ai de Mim, Copacabana (Com Caetano Veloso)
  • Andarandei (Com Renato Piau)
  • Cantiga (Com Gilberto Gil)
  • Capitão Lampião (Com Caetano Veloso)
  • Coisa Mais Linda Que Existe (Com Gilberto Gil)
  • Começar Pelo Recomeço (Com Luiz Melodia)
  • Daqui Pra Lá, De Lá Pra Cá
  • Dente Por Dente (Com Jards Macalé)
  • Destino (Com Jards Macalé)
  • Deus Vos Salve a Casa Santa (Com Caetano Veloso)
  • Domingou (Com Gilberto Gil)
  • Fique Sabendo (Com João Bosco e Chico Enói)
  • Geleia Geral (Com Gilberto Gil)
  • Go Back (Com Sérgio Britto)
  • Juliana (Com Caetano Veloso)
  • Let's Play That (Com Jards Macalé)
  • Lost In The Paradise (Com Caetano Veloso)
  • Louvação (Com Gilberto Gil)
  • Lua Nova (Com Edu Lobo)
  • Mamãe Coragem (Com Caetano Veloso)
  • Marginália II (Com Gilberto Gil)
  • Meu Choro Pra Você (Com Gilberto Gil)
  • Minha Senhora (Com Gilberto Gil)
  • Nenhuma Dor (Com Caetano Veloso)
  • O Bem, o Mal (Com Sérgio Britto)
  • O Homem Que Deve Morrer (Com Nonato Buzar)
  • O Nome do Mistério (Com Geraldo Azevedo)
  • Pra Dizer Adeus (Com Edu Lobo)
  • Quase Adeus (Com Nonato Buzar e Carlos Monteiro de Sousa)
  • Que Película (Com Nonato Buzar)
  • Que Tal (Com Luís Melodia)
  • Rancho da Boa-Vinda (Com Gilberto Gil)
  • Rancho da Rosa Encarnada (Com Gilberto Gil e Geraldo Vandré)
  • Soy Loco Por Ti, América (Com Gilberto Gil e Capinam)
  • Todo Dia é Dia D (Com Carlos Pinto)
  • Três Da Madrugada (Com Carlos Pinto)
  • Tudo Muito Azul (Com Roberto Menescal)
  • Um Dia Desses Eu Me Caso Com Você (Com Paulo Diniz)
  • Veleiro (Com Edu Lobo)
  • Vem Menina (Com Gilberto Gil)
  • Venho De Longe (Com Gilberto Gil)
  • Vento De Maio (Com Gilberto Gil)
  • Zabelê (Com Gilberto Gil)

Discografia

  • 1968 - Tropicália ou Panis Et Circensis (LP)
  • 1973 - Os Últimos Dias de Paupéria (Compacto Simples)
  • 1985 - Torquato Neto - Um Poeta Desfolha a Bandeira e a Manhã Tropical se Inicia (LP)
  • 2002 - Todo Dia é Dia D  (CD)

Fonte: Wikipédia