Aimée

HAIDÉE SALES LEMOS
(80 anos)
Atriz

* Salvador, BA (02/08/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/09/2003)

A atriz foi uma espécie de rainha do Vaudeville. Soteropolitana de nascimento, foi para o Rio de Janeiro ainda bem jovem, e lá começou a estudar teatro. Participou de uma seleção para a peça o "Avarento" , de Molière, para atuar ao lado de Dulcina de Moraes. A partir daí não deu mais trégua.

Pode-se atribuir a atriz Aimée, o título de pioneira do Vaudeville no Brasil. Fez muito sucesso em um período das atrizes Molière, para atuar ao lado de Dulcina de Moraes, Marina Freire, Eva Todor e Bibi Ferreira.

Depois de participar da Companhia Procópio Ferreira, Joracy Camargo, Dulcina de Moraes e Jaime Costa, a atriz uniu-se a Joracy Camargo para criar sua própria companhia, especialmente para ocupar o Teatro Rival, revezando-se com a Companhia de Alda Garrido.

Seu maior sucesso no teatro foi a peça "À Margem da Vida" ao lado de Silveira Sampaio, Marina Freire, Laura Soares e Abílio Pereira de Almeida.

No cinema atuou em vários longa metragens como "Sob o Domínio do Sexo" (1973), "Le Bluffeur" (1963), "Folias Cariocas" (1948), "O Homem Que Chutou a Consciência" (1947) e "Corações Sem Piloto" (1944)

A atriz participou, também, do "Grande Teatro Tupi".

Aimée fazia vesperais aos sábados e duas sessões aos domingos, apresentando teatro infantil. Um dos sucessos foi "A Menina Sem Nome", de Guilherme Figueiredo, com direção de Maurício Sherman, com Dinorah Marzullo, mãe de Marília Pera, e Roberto Duval, em 1956.

Aimée, durante 20 anos, lotou o Teatro Rival dividindo com Alda Garrido o sucesso, cada uma brilhando por seis meses, naquele teatro.

A atriz faleceu no Rio de Janeiro aos 80 anos, em 5 de setembro de 2003.

Adriana Prieto

ADRIANA PRIETO
(25 anos)
Atriz

* Buenos Aires, Argentina (1950)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/1975)

Adriana Prieto foi uma atriz brasileira nascida na Argentina que fez carreira no Brasil. Filha de um diplomata chileno com uma brasileira, a família de Adriana Prieto fixou-se no Rio de Janeiro quanto ela tinha apenas quatro anos.

Durante o curso colegial, que fazia no Colégio Pedro II no bairro da Tijuca, ela estreou no cinema (1966) no filme "El Justicero", de Nelson Pereira dos Santos, e já foi premiada como melhor atriz coadjuvante do ano.

Com "Lucia McCartney", ganhou o Prêmio Air France de Cinema como melhor atriz de 1971 e no mesmo ano naturalizou-se brasileira, aos 21 anos.

Adriana Prieto morreu na véspera do natal de 1975, em um acidente automobilístico quando seu fusca foi atingido fortemente por um carro da polícia.

Quando morreu, Adriana Prieto acabara de filmar "O Casamento", de Arnaldo Jabor, baseado na obra homônima de Nelson Rodrigues.

Filmografia

  • 1975 - O Casamento (Póstumo) ... Glorinha
  • 1974 - A Viúva Virgem ... Cristina
  • 1974 - Ainda Agarro Esta Vizinha ... Teresa
  • 1974 - Ipanema Toda Nua
  • 1971 - Lúcia McCartney, uma Garota de Programa ... Lucia McCartney
  • 1971 - Soninha Toda Pura ... Soninha
  • 1971 - Um Anjo Mau ... Açucena
  • 1970 - As Gatinhas ... Lilian
  • 1970 - O Palácio dos Anjos
  • 1970 - Uma Mulher para Sábado ... Dorianne
  • 1969 - A Penúltima Donzela
  • 1969 - As Duas Faces da Moeda
  • 1969 - Memória de Helena
  • 1969 - Os Paqueras ... Fátima
  • 1968 - Balada de Página Três
  • 1968 - As Sete Faces de um Cafajeste ... Ana
  • 1957 - El Justicero ... Ana Maria
  • 1967 - A Lei do Cão ... Alzirinha

Televisão

  • 1972 - Tempo de Viver
  • 1967 - A Rainha Louca

Di Cavalcanti

EMILIANO AUGUSTO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE E MELO
(79 anos)
Pintor, Desenhista, Ilustrador e Caricaturista

* Rio de Janeiro, RJ (06/09/1897)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/10/1976)

Emiliano Di Cavalcanti nasceu em 6 de setembro de 1897, no Rio de Janeiro, na casa de José do Patrocínio, que era casado com uma tia do futuro pintor.

Quando seu pai morreu em 1914, Di Cavalcanti obriga-se a trabalhar e faz ilustrações para a Fon-Fon. Antes que os trepidantes anos 20 se inaugurem, vamos encontrá-lo estudando Direito. Em 1916, transferindo-se para São Paulo, ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Segue fazendo ilustrações e começa a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequenta o atelier do impressionista George Fischer Elpons e torna-se amigo de Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

Em 1921 casa-se com Maria, filha de um primo-irmão de seu pai.

Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando para essa ocasião as peças promocionais do evento: Catálogo e programa.

Faz sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequenta a Academia Ranson. Expõe em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conhece Pablo Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses.

Retorna ao Brasil em 1926 e ingressa no Partido Comunista. Segue fazendo ilustrações. Faz nova viagem a Paris e cria os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.

Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto à sua liberdade como homem, artista e dogmas partidários. Inicia suas participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque.

Em 1932, funda em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofre sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Paulista.

Casa-se com a pintora Noêmia Mourão. Publica o álbum "A Realidade Brasileira", série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalha na rádio Diffusion Française nas emissões Paris Mondial. Viaja ao Recife e Lisboa onde expõe no salão "O Século". Ao retornar é preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936 esconde-se na Ilha de Paquetá e é preso com Noêmia. Libertado por amigos, segue para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937 recebe medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.

Com a iminência da Segunda Guerra deixa Paris e retorna ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegam ao destino, extraviando-se. Passa a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viaja para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conhece Zuília, que se torna uma de suas modelos preferidas. Em 1946 retorna a Paris em busca dos quadros desaparecidos. Nesse mesmo ano expõe no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustra livros de Vinicius de Moraes, Álvares de Azevedo e Jorge Amado.

Em 1947 entra em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado…". Participa com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Segue criticando o abstracionismo. Expõe na Cidade do México em 1949.

É convidado e participa da I Bienal de São Paulo, 1951. Faz uma doação generosa ao Museu de Arte de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl passa a ser sua companheira. Nega-se a participar da Bienal de Veneza. Recebe a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi.

Em 1954 o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realiza exposição retrospectiva de seus trabalhos. Faz novas exposições na Bacia do Prata, retornando a Montevidéu e Buenos Aires. Publica Viagem de minha vida. 1956 é o ano de sua participação na Bienal de Veneza e recebe o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adota Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fazem parte de exposição itinerante por países europeus. Recebe proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada. Também pinta as estações para a Via-sacra da Catedral de Brasília.

Década de 60

Ganha Sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Torna-se artista exclusivo da Petite Galerie, Rio de Janeiro. Viaja a Paris e Moscou. Participa da Exposição de Maio, em Paris, com a tela "Tempestade". Participa com Sala Especial na VII Bienal de São Paulo. Recebe indicação do presidente João Goulart para ser adido cultural na França, embarca para Paris e não assume por causa do golpe de 1964. Vive em Paris com Ivete Bahia Rocha, apelidada de Divina. Lança novo livro, Reminiscências líricas de um perfeito carioca e desenha jóias para Lucien Joaillier. Em 1966 seus trabalhos desaparecidos no início da década de 40 são localizados nos porões da Embaixada brasileira. Candidata-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não se elege. Seu cinquentenário artístico é comemorado.

Década de 70

A modelo Marina Montini é a musa da década. Em 1971 o Museu de Arte de São Paulo organiza retrospectiva de sua obra e recebe prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemora seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete. A Universidade Federal da Bahia outorga-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Faz exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura "Cinco Moças" de Guaratinguetá é reproduzida em selo.

Falece no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976 vítima de Cirrose Hepática.

"Moço, continuarei a pintar até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono"


Graça Aranha

JOSÉ PEREIRA DA GRAÇA ARANHA
(62 anos)
Escritor, Juiz, Diplomata e Membro da Academia Brasileira de Letras

* São Luís, MA (21/06/1868)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/01/1931)

Foi considerado um autor pré-modernista no Brasil, sendo um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.

Devido aos cargos que ocupou na diplomacia brasileira em países europeus, ele esteve a par dos movimentos vanguardistas que surgiam na Europa, tendo tentado introduzi-los, à sua maneira, na literatura brasileira, rompendo com a Academia Brasileira de Letras por isso em 1924.

Nascido em uma família abastada do Maranhão, Graça Aranha graduou-se em em Direito pela Faculdade do Recife e exerceu cargos na magistratura e na carreira diplomática.

Assumiu o cargo de juiz de Direito no Rio de Janeiro, ocupando depois a mesma função em Porto do Cachoeiro (hoje Santa Leopoldina), no Espírito Santo. Nesse município ele buscou elementos necessários para criar sua obra mais importante, "Canaã". Esta é um marco do chamado pré-modernismo, publicada em 1902, junto com a obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

Graça Aranha apresentou uma visão filosófica e artística assimilada de fontes muito diferentes e às vezes contraditórias.

Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, sendo um dos seus organizadores, quando pronunciou o texto "A Emoção Estética na Arte Moderna", defendendo uma arte, uma poesia e uma música novas, com algo do "Espírito Novo" apregoado por Apollinaire. Rompe com a Academia Brasileira de Letras em 1924, a qual acusou de passadista e dotada de total imobilismo literário. Ele chegou a declarar "Se a Academia se desvia desse movimento regenerador, se a Academia não se renova, morra a Academia!".

Obras

1902 - Canaã
1911 - Malazarte
1921 - A Estética da Vida
1925 - Espírito Moderno
1926 - Futurismo (Manifesto de Marinetti e seus companheiros)
1929 - A Viagem Maravilhosa
1935 - O Manifesto dos Mundos Sociais

O escritor, jurista e diplomata Graça Aranha faleceu na noite do dia 26 de janeiro, vítima de um Edema Pulmonar, no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia