Altamiro Carrilho

ALTAMIRO AQUINO CARRILHO
(87 anos)
Compositor e Flautista

* Santo Antônio de Pádua, RJ (21/12/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/2012)

Altamiro Aquino Carrilho nasceu na cidade de Santo Antonio de Pádua, RJ, em 21 de dezembro de 1924. Por influência da família de sua mãe, aos cinco anos de idade brincava com uma flauta de bambu, feita por ele. Aos onze anos, já integrava a Banda Lira Árion, tocando tarol.

Em 1940 mudou-se com a família para Niterói, RJ, onde trabalhava como farmacêutico e à noite estudava música com o amigo e incentivador Joaquim Fernandes, flautista amador.

Altamiro  Carrilho não perdia nenhum programa dos grandes flautistas da época, Dante Santoro e Benedito Lacerda. Com uma flauta de segunda mão, inscreveu-se no programa de calouros de Ary Barroso, conquistando o primeiro lugar. Ainda muito moço, pela sua incrível facilidade de improvisar, com seu estilo muito pessoal e cheio de bossa, foi convidado a integrar conjuntos famosos como os de César Moreno, Canhoto e Rogério Guimarães.

Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.

Em 1949, gravou o seu primeiro disco na Star, "Flauteando na Chacrinha".

Formou seu primeiro conjunto em 1950, para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda.


Em 1955, formou a Bandinha de Altamiro Carrilho, e gravou seu maxixe "Rio Antigo", que fez grande sucesso, chegando a vender 960.000 cópias em apenas seis meses. De 1956 a 1958 a bandinha ganhou grande prestígio e popularidade com seu programa "Em Tempo de Música", na TV Tupi.

Tornou-se conhecido internacionalmente na década de 60, quando se apresentou em diversos países, dentre eles: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Egito, México, Estados Unidos e União Soviética.

"Um dos maiores e mais afinados solistas do mundo" foi o elogio que Altamiro Carrilho recebeu de Boris Trisno, quando esteve na União Soviética por três meses. O sucesso no exterior foi tanto que chegou a ficar um ano no México, onde fora passar uma temporada de apenas vinte dias. A partir da década de 70, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante.

Em novembro de 1972 apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o "Concerto em Sol" de Mozart, sendo muito elogiado pela crítica especializada. Foi convidado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre para participar de um programa de concertos onde, sob a regência do maestro Júlio Medaglia, executou o "Concerto Nº 2 em Ré Maior KV 314" de Mozart, tendo a idéia de colocar nas cadências pequenos trechos de músicas de grandes compositores populares brasileiros, tais como Pixinguinha e Ernesto Nazareth. Tal fato causou enorme impacto no público e principalmente nos membros da orquestra, sendo aplaudido de pé durante dez minutos.

Em 1987, Altamiro Carrilho acompanhou Elizeth Cardoso em sua tournée pelo Japão.


Seu disco "Clássicos em Choro" foi premiado com o Troféu Villa-Lobos, como melhor disco instrumental, tendo recebido também Disco de Ouro pelo seu trabalho "Clássicos em Choros Nº 2". Ganhou o Prêmio Sharp de 1997 como melhor CD instrumental, com o seu "Flauta Maravilhosa".

Recebeu em 1998, das mãos do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, uma comenda especial, a Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento ao seu talento e sua incansável luta em prol da música brasileira. Ganhou também o Título de Cidadão Carioca concedido pela Câmara dos Deputados.

Em 2003, Altamiro Carrilho recebeu a comenda da Ordem do Mérito Cultural da Magistratura pelos serviços prestados à cultura brasileira.

Compositor de versatilidade extraordinária, compôs cerca de 200 músicas dos mais variados ritmos e estilos. Com 60 anos de carreira, tem mais de 100 gravações em discos, fitas e CDs.

Atualmente apresentava-se com seu conjunto de choro por diversas cidades brasileiras, em um show alegre e descontraído, em que contava algumas histórias da música popular brasileira, também incluindo em seu repertório arranjos de música clássica em ritmos brasileiros. Apresentava-se ainda, com orquestras sinfônicas por todo o território nacional e internacional, exercitando assim o seu lado erudito.

Foi um gênio vivo e um grande exemplo de perseverança, amor pelo instrumento e à música, dom de Deus, que lhe permitiu transmitir ao público: alegria e amor.

Morte

Altamiro Carrilho morreu na manhã  quarta-feira, 15/08/2012, aos 87 anos no Rio de Janeiro. Na segunda-feira, 13/08/2012, ele passou mal e foi levado para uma clínica particular em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, Altamiro Carrilho esteve internado entre 7 e 24 de julho, tendo retornado para um atendimento no dia 27. No mesmo dia, retornou para sua casa. Seu quadro era de neoplasia pulmonar. Segundo a família, ele esteve internado durante muito tempo com problemas pulmonares, que o deixaram bastante debilitado.