Bibi Ferreira

ABIGAIL IZQUIERDO FERREIRA
(96 anos)
Atriz, Cantora, Compositora e Diretora

☼ Rio de Janeiro,, RJ (01/06/1922)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/02/2019)

Abigail Izquierdo Ferreira, mais conhecida como Bibi Ferreira, foi uma atriz, cantora, compositora e diretora, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 01/06/1922. Era filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo.

Fez sua estreia teatral aos 24 dias de vida, na peça "Manhãs de Sol", de autoria de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que desaparecera pouco antes do início do espetáculo. Logo após, os pais se separaram e Bibi Ferreira passou a viver com a mãe, que foi trabalhar na Companhia Velasco, uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. O idioma português e o grande amor pela ópera ela viria a aprender com o pai.

De volta ao Brasil, tornou-se a atriz mirim mais festejada do Rio de Janeiro. Entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai.

Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro. Completou o curso secundário no Colégio Anglo-Americano.

Sua estreia profissional nos palcos aconteceu em 28/02/1941, quando interpretou Mirandolina, na peça "La Locandiera".


Em 1944, montou sua própria companhia teatral, reunindo alguns dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau. Pouco mais tarde, foi para Portugal, onde dirigiu peças durante quatro anos, com grande sucesso.

Participou em várias peças em Portugal com grande sucesso, principalmente teatro de revista, entre as quais:
  • 1957 - "Há Horas Felizes!" - Teatro Variedades
  • 1957 - "Curvas Perigosas" - Teatro Maria Vitória
  • 1958 - "Com o Amor Não se Brinca" - Teatro Maria Vitória
  • 1958 - "Minha Filha é de Gritos!" - Teatro Maria Vitória
  • 1958 - "Por Causa Delas…" - Teatro Maria Vitória
  • 1959 - "Encosta a Cabecinha e Chora..." - Teatro Maria Vitória
  • 1959 - "Tudo na Lua" - Teatro Maria Vitória
  • 1960 - "Taco a Taco" - Teatro Maria Vitória

Na década de 1960, vieram os sucessos dos musicais, como "Minha Querida Dama" (My Fair Lady), estrelado por Bibi Ferreira e Paulo Autran. Nessa época atuou também em musicais de teatro e televisão. Em 1960, iniciou a apresentação na TV Excelsior de São Paulo, de "Brasil 60 (61, 62, 63...) conforme o ano. Um programa ao vivo, que durante dois anos levou à televisão os maiores nomes do teatro.


Bibi Ferreira participou, atuando ou dirigindo, de alguns dos grandes espetáculos teatrais e musicais montados no Brasil.

Em 1970, dirigiu "Brasileiro, Profissão: Esperança", de Paulo Pontes. Foi numa das versões desse espetáculo que pela primeira vez dirigiu a cantora Maria Bethânia, na outra versão dirigiu Clara Nunes.

Em 1972, atuou em "O Homem de La Mancha" ao lado de Paulo Autran, com tradução de Paulo Pontes e Flávio Rangel, além das versões de Chico Buarque e Ruy Guerra para as canções.

Em 1975, participou de "Gota d'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes.

Em 1976, dirigiu Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo.

Na década de 1980, dirigiu de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Em 1980, dirigiu "Toalhas Quentes", de Marc Camoletti.


Em 1981, "Um Rubi no Umbigo", de Ferreira Gullar, e "Calúnia", de Lillian Hellman. No mesmo ano, com sua produção e direção, estreou "O Melhor dos Pecados", de Sérgio Viotti, promovendo a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência.

Em 1983 voltou aos palcos com "Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção", espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em 1984 e, no ano seguinte, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e Governador do Estado. O espetáculo, que fez muitas viagens, permaneceu seis anos em cartaz e, em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.

Dirigiu ainda inúmeros programas de televisão e shows de artistas da música popular brasileira, como Maria BethâniaClara Nunes nos anos 70 e 80.

Nos anos 90, Bibi Ferreira reviveu seus maiores sucessos, remontando "Brasileiro, Profissão: Esperança" e fazendo um espetáculo em que cantava canções e contava histórias de Piaf.

Em "Bibi In Concert", comemorou 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, fez o "Bibi In Concert 2".

Bibi Ferreira Anos 60 na peça "My Fair Lady"
Em 1996 recebeu o Prêmio Sharp de Teatro. Encenou "Roque Santeiro", de Dias Gomes, em versão musical.

Em 1999, dirigiu pela primeira vez uma ópera, "Carmen" de Georges Bizet.

Em 2003, na Marquês de Sapucaí recebeu homenagem da Escola de Samba Unidos do Viradouro.

Na década de 2010, Bibi Ferreira começou a realizar espetáculos focados em apenas um artista, como a francesa Edith Piaf, a portuguesa Amália Rodrigues, e o americano Frank Sinatra.

Em 2007, após 50 anos afastada do teatro de comédia, voltou aos palcos fazendo "Às Favas Com os Escrúpulos", texto de Juca de Oliveira e direção de Jô Soares.

Em 2015, entrou para a lista 10 Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.

Aos 95 anos fez sua turnê de despedida com "Bibi - Por Toda Minha Vida", espetáculo só com músicas brasileiras.

Vida Pessoal

Nascida na cidade do Rio de Janeiro, era filha do ator carioca Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo. Era neta paterna de portugueses, oriundos da Ilha da Madeira. Pela parte materna, era neta dos espanhóis Antonio Izquierdo e Irma Queirolo.

Bibi Ferreira foi casada seis vezes. Seu primeiro matrimônio durou dez anos, e foi realizado em 29/09/1943, na capital paraguaia, Assunção, com o diretor Carlos Martins Lage. Desquitaram-se em 1953, no Rio de Janeiro.

Em 1954 uniu-se pela segunda vez, com o ator Armando Carlos Magno, primo de Pascoal Carlos Magno. Desta união, teve sua única filha, Tereza Cristina Izquierdo Magno, nascida em 20/08/1954, no Rio de Janeiro. Em 1955 o casal separou-se.

Em 1956 uniu-se com o ator Herval Rossano, de quem se separou em 1958.

De 1963 a 1965, viveu junto com Édson França, e de 1966 a 1967 morou com o ator Paulo Porto.

Seu último casamento durou oito anos, de 1968 a 1976, com o ator Paulo Pontes. A atriz ficou viúva em 27/12/1976.

Bibi Ferreira manteve outros relacionamentos ao longo de sua vida, mas não quis mais casar-se novamente.

Morte

Bibi Ferreira faleceu na quarta-feira, 13/02/2019, aos 96 anos, vítima de parada cardíaca, no Rio de Janeiro, RJ. Segundo Tereza Cristina Ferreira, sua filha, Bibi Ferreira morreu no início da tarde em seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. A atriz acordou e a enfermeira que a acompanhava percebeu que o batimento cardíaco estava baixo e, por isso, chamou um médico. Tereza Cristina acredita que a mãe morreu dormindo.
"Ela amanheceu normal, acordou tomou seu café da manhã e tudo. Depois ela só se queixou que estava se sentindo um pouco com falta de ar. Então como tem enfermeira, tem tudo, tiramos a pressão, o pulso estava fraco. Imediatamente chamamos o Pró-Cardíaco. Eles vieram muito rápido, muito rápido mesmo, ambulância, médico, tudo, mas quando chegaram ela já tinha partido. Ela morreu dormindo, tranquila!"
(Tereza Cristina Izquierdo Magno)

Bibi Ferreira com o pai, Procópio Ferreira, em 1978.
Filmografia

Cinema
  • 2011 - Flávio Rangel - O Teatro na Palma da Mão ... Ela Mesma
  • 1956 - Leonora dos Sete Mares
  • 1949 - Almas Adversas ... Zefa / Georgina
  • 1947 - O Fim do Rio ... Teresa
  • 1936 - Cidade-Mulher

Televisão
  • 1960-1964 - Brasil 60 ... Apresentadora
  • 1960- 1994 - Bibi Sempre aos Domingos ... Apresentadora
  • 1968- 1973 - Bibi Especial ... Apresentadora
  • 1968-1973 - Festival de Carnaval ... Apresentadora
  • Bibi ao Vivo ... Apresentadora
  • 1968 - Curso de Alfabetização Para Adultos ... Apresentadora
  • 1972 - Oscar 1972 ... Apresentadora
  • 1978-1979 - Brasil 79 ... Apresentadora
  • 1984 - Marquesa de Santos ... Dona Carlota Joaquina
  • 1992 - Bibi In Concert ... Ela Mesma

Prêmios e Indicações
  • 1952 - Troféu APCA - Melhor Diretora "A Herdeira" ... Venceu
  • 1961 - Troféu Imprensa - Melhor Animadora "TV Excelsior" ... Venceu
  • 1962 - Troféu Imprensa - Melhor Animadora ... Venceu
  • 1964 - Prêmio Saci - Melhor Atriz "My Fair Lady" ... Venceu
  • 1966 - Troféu Imprensa - Melhor Animadora "TV Excelsior" ... Indicada
  • 1971 - Troféu Imprensa - Melhor Animadora ... Venceu
  • 1973 - Troféu Imprensa - Melhor Animadora ... Indicada
  • 1977 - Prêmio Molière - Melhor Atriz "Gota d'Água" ... Venceu
  • 1977 - Troféu APCA - Melhor Atriz ... Venceu
  • 1984 - Troféu Mambembe - Melhor Atriz "Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção" ... Venceu
  • 1984 - Prêmio Molière - Melhor Atriz ... Venceu
  • 1985 - Prêmio Apetesp - Melhor Atriz ... Venceu
  • 1985 - Prêmio Pirandello - Melhor Atriz ... Venceu
  • 1985 - Prêmio Governador do Estado - Melhor Atriz ... Venceu
  • 1996 - Prêmio Sharp - Melhor Atriz "Bibi In Concert 2" ... Venceu
  • 2000 - Festival Internacional da Cultura em Tóquio - Melhor Comunicadora "Curso de Alfabetização Para Adultos" ... Venceu
  • 2003 - Prêmio Shell - Homenagem
  • 2008 - Troféu APCA - Grande Prêmio da Critica ... Venceu
  • 2010 - Troféu Bibi Ferreira e Medalha Procopio Ferreira - Homenagem
  • 2010 - Prêmio Claudia - Homenagem
  • 2011 - Prêmio Contigo de Teatro - Homenagem
  • 2011 - Prêmio APTR - Homenagem
  • 2012 - Prêmio Aplauso Brasil de Teatro - Homenagem
  • 2012 - Prêmio Bravo! Prime de Cultura - Artista Prime do Ano ... Venceu
  • 2013 - Prêmio Faz Diferença - O Globo - Segundo Caderno - Teatro ... Venceu
  • 2013 - Brazilian Press Awards - Homenagem
  • 2014 - Prêmio Bibi Ferreira - Homenagem

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#famososquepartiram #bibiferreira

Caio

LUIZ CARLOS TAVARES FRANCO
(63 anos)
Jogador e Técnico de Futebol

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/03/1955)
┼ São Luís, MA (12/02/2019)

Luiz Carlos Tavares Franco, também conhecido como Caio, foi um técnico e jogador de futebol que atuava como centroavante. Caio foi jogador profissional do Grêmio entre 1983 e 1984.

Criado no bairro de Madureira na cidade do Rio de Janeiro, Caio teve uma infância humilde. A família tinha mais quatro filhos além de Caio, e o pai, Valter Franco, era fotógrafo.

Quando garoto Caio atuava pelas categorias infantis do Brasil Novo, clube do bairro do Madureira, do qual o seu pai era sócio. Em partida amistosa entre Brasil Novo e Botafogo, Caio teve ótimo desempenho e chamou a atenção de Joca e Joel, treinadores do dente de leite do Botafogo. Imediatamente foi levado pelos dois treinadores para treinar no clube.

Antes, treinando no clube do bairro que morava, no Botafogo, para treinar, pegava o trem de Madureira até a Central do Brasil, indo em seguida para o campo do Botafogo. Como o pai de Caio, Srº Valter, era botafoguense, incentivou o filho a frequentar o chamado dente de leite do alvinegro.

Caio ficou ali dos 11 aos 19 anos, onde foi subindo de categoria, dente de leite, juvenil e profissionais. Conciliava os treinos com os estudos, no Colégio Piedade e posteriormente na Faculdade Gama Filho.


Botafogo: Iniciou a sua carreira profissional no Botafogo como ponta-direita. Estreou no dia 23/05/1975, na derrota para o América em pleno estádio do Maracanã, pelo Campeonato Carioca daquele ano. Porém o jovem Caio não encontrou espaço no Botafogo, pois o time da época contava com ótimo elenco, tendo craques como Zequinha, Gérson e Afonsinho. Caio jogou apenas essa partida pelo Botafogo e foi emprestado ao Madureira por indicação de Zequinha.

Madureira: Pelo Madureira, Caio estreou justamente contra o seu ex-clube, o Botafogo, na derrota por 3 x 0 para o Botafogo. Caio foi um dos destaques da equipe no Campeonato Carioca, apesar do Madureira não ter bom desempenho.

Naquele ano o Campeonato Carioca contava com craques como Adílio, Andrade, Zico e Roberto Dinamite. O então ponta-direita Caio passou quase dois anos na equipe da Rua Conselheiro Galvão, antes de transferir-se, em 1977, aos 22 anos, ao Moto Club por intermédio do Coronel Santana, que havia sido treinador do Maranhão Atlético Clube e que havia conhecido Caio durante um jogo no Rio de Janeiro. 


Moto Clube: Caio já deixou o Rio de Janeiro com o contrato assinado, após ganhar passe livre no clube carioca. Chegou a São Luis em uma quarta feira à tarde, dia 18/05/1977, e à noite já estava nas tribunas do Nhozinho Santos, para acompanhar a vitória do seu novo clube diante do Tupan por 3 x 0.

Sua estréia foi uma semana após a sua chegada, contra o Sampaio Corrêa, na decisão do terceiro turno do Campeonato Maranhense. Apesar do Moto Clube ser derrotado, Caio teve grande desempenho na sua estréia, levando vantagem no confronto com o lateral Ferreira do Sampaio Corrêa.

Pelas grandes atuações, caiu nas graças da torcida motense. Naquele ano, o técnico Marçal escalava o time no esquema 4-3-3, e logo acabou mudando a posição de Caio, de ponta-direita para centroavante. A escalação do Moto Clube da época era: Marão; Célio Rodrigues, Vivo, Irineu e Breno; Tião, Toninho Abaeté (Beato) e Edmilson Leite; Alberto, Paulo César e Caio.

Caio foi Campeão Maranhense em 1977 e disputou o Campeonato Brasileiro daquele ano.

A fama de Turista nasceu por conta do jornalista Herbert Fontenelle que o apelidou assim pelo que vinha acontecendo na época com Caio. Ele simplesmente sumia dos treinos e ia ao Rio de Janeiro, mas depois acabava retornando, conversava com o Cassas de Lima, dirigente do Moto Clube, os problemas se resolviam e Caio retornava aos treinos. Sempre especulava-se que, por falta de acerto no contrato, Caio ia embora para o Rio de Janeiro.

Na verdade, segundo o próprio jogador, o que muita gente não sabia era que o atleta estava noivo e ela ainda residia no Rio de Janeiro. Caio morava em uma pensão na capital São Luis e fugia para visitar a noiva. Até que o presidente do clube Pereira dos Santos, do alto da sua autoridade de major da polícia, prometeu mandar prendê-lo após uma nova sumida. Nunca mais Caio desapareceu, enterrando de vez a mania de viajar sem um aviso prévio. O apelido de Turista, porém, permaneceu até hoje na capital maranhense.

Libertadores da América, 1983.
Paysandu: No inicio de 1978, após um jogo amistoso entre Moto Club e Paysandu, onde o próprio Caio foi o autor de um golaço, ele e Paulo César (destaques da partidas), foram por empréstimo ao Paysandu, para as disputas da Taça de Ouro no primeiro semestre daquele ano.

Após a eliminação precoce do bicolor na competição, ambos retornaram ao Moto Clube para as disputas do Campeonato Maranhense.

Caio retornou a tempo de ver o Moto Clube chegar ao vice-campeonato diante do seu maior rival. No dia 27/06/1979, o Moto Clube venceu o Vitória do Mar por 8 x 0, no jogo em que o treinador Marçal havia colocado Caio como meia-esquerda. Caio anotou três gols na partida.

A essa altura ele já vinha sendo observado por João Avelino, olheiro e auxiliar técnico de Oswaldo Brandão, da Portuguesa de Desportos. João Avelino estava nas arquibancadas durante a goleada contra o Vitória do Mar e não teve dúvidas em levar o meia-esquerda (naquele jogo, pois ele no momento já era centroavante) para o Canindé.

Quando a Portuguesa o procurou, o atleta já havia conseguido o passe livre, porém, renovado por mais um ano com o Moto Clube como gratidão pela passagem pelo rubro-negro. Caio deu ao Moto o direito de negociá-lo para um grande centro como o futebol paulista, mediante é claro os 15% referentes à transação para a Lusa. 


Portuguesa: Caio chegou a Portuguesa no andamento do Campeonato Paulista de 1979, quando Oswaldo Brandão, treinador da Lusa, que foi mandado embora e João Avelino assumiu o cargo. O clube sofreu uma grande reformulação no elenco, chegando alguns bons jovens atletas para o plantel, como Rui Lima, Quaresma, Cacá, Gerson Sodré e o próprio Caio, que terminou o Campeonato Paulista daquele ano como vice-artilheiro, com 19 gols, um a menos que Rubem Feijão, do Santos.

Quando retornou de férias em São Luis, em Janeiro de 1983, Caio não teve o seu contrato renovado com a Lusa, embora ele tenha sido ídolo do clube e um dos grandes nomes do elenco da Portuguesa. O jogador, então, passou a treinar separadamente do grupo, pois ainda tinha período de contrato a cumprir.

Caio ficou na Portuguesa até março de 1983, sem ao menos conseguir deixar a equipe do Canindé entre os quatro primeiros colocados do campeonato paulista durante toda a sua passagem pelo clube. 

As suas grandes atuações e o seu refinado trato com a bola, porém, foram o suficiente para despertar o interesse do Grêmio, que o levou após uma breve negociação. Foi por empréstimo à equipe de Porto Alegre por intermédio de Wilton, preparador físico que trabalhou no São Paulo e que, na época, trabalhava no clube porto-alegrense. 

Caio comemorando o segundo gol na final da Libertadores da America de 1983.
Grêmio: O Grêmio precisava com urgência de um centroavante para a disputa da Taça Libertadores de 1983. Contrataram César, que atuava no futebol português, mas não estava rendendo em campo. Diziam ser pela diferença do calendário entre o futebol brasileiro e o de Portugal. A diretoria, então, oficializou a vinda de Caio, que chegou por empréstimo de 10 meses e na condição de reserva de César.

Na disputa pela titularidade, Caio levou a melhor, pois estava com condicionamento físico adiantado. Foi o centroavante gremista na Copa Libertadores. Vestiu a camisa do Grêmio ao lado de nomes como Renato Portaluppi, Mário Sérgio, Hugo de León e Tita. O treinador era Valdir Espinosa.

Caio foi importante no Grêmio para as conquistas da Copa Libertadores e Mundial de Clubes de 1983. Na final da Libertadores no Estádio Olímpico Monumental, foi dele um dos gols contra o Peñarol do Uruguai.

No Mundial em Tókio, perdeu a condição de titular para o recém chegado Paulo César Caju, que havia sido contratado a pedido do treinador Valdir Espinosa. Anos depois Caio revelou que se sentiu contrariado com a situação, pois ele vinha sendo o titular e ajudou o Grêmio a chegar ao Japão.

Porém, Paulo César Caju não aguentou sequer o primeiro tempo e Caio foi logo lançado a campo. E foi Caio o autor da assistência do tento da vitória gremista sobre o Hamburgo, da Alemanha, por 2 x 1.

Era um momento de maior glória na carreira de Caio. Como prêmio pela conquista, a diretoria Tricolor pagou a cada atleta a quantia de seis mil dólares.

Caio saiu da Portuguesa para o Grêmio por empréstimo com o passe estipulado. Com a proximidade do fim do período de empréstimo o Grêmio contratou Caio em definitivo.

Durante partida pela Libertadores de 1984, Caio teve uma distensão na virilha, da qual não conseguiu se recuperar naquele ano. Apesar do prestígio que tinha no Grêmio, Caio resolveu deixar o clube em dezembro de 1984. O jogador se dizia desacreditado na sua recuperação da lesão e decidiu abandonar os gramados aos 30 anos.

Caio teve propostas de empréstimo para o Santos e Palmeiras, além do Benfica de Portugal ter tentado sua contratação. Mas com a decisão de abandonar os gramados, nada se concretizou e Caio voltou para o Maranhão. 

Caio é o terceiro agachado, com a camisa do Moto Club
Moto Clube: Ao contrário do que muitos pensam, quando deixou o Grêmio, foi para o Maranhão para outro ramo. Investiu em uma rede de Farmácias na cidade. Caio chegou a abrir cinco farmácias, mas os negócios naufragaram.

Em uma dessas peladas de fim de semana na praia, para espanto do agora aposentado jogador, ele não sentiu mais a incômoda contusão que o atrapalhara nos gramados.

Tinha parado com o futebol, mas na época Mário Carneiro, Cassas de Lima, Ibrahim Assub e outros dirigentes do Moto Clube pediram para o jogador atuar pelo clube novamente. Porém, o Grêmio ainda era o dono do passe de Caio, sendo assim, não poderia atuar por outra equipe.

Mário Carneiro foi até Porto Alegre e conseguiu a liberação do atleta para a sua segunda passagem pelo clube maranhense. Ele assinou um contrato diferente que provocou muitas críticas, onde ele não precisaria viajar e nem se concentrar como os demais jogadores. Caio estreou pelo Moto Clube em 1985.

Em 1986 foi emprestado ao Tuna Luso por seis meses, retornando ao Moto Clube após o período.

Caio permaneceu no Moto Clube até 1989, ano do título maranhense. Após a reapresentação do plantel, em janeiro de 1990 foi realizada uma reunião entre o grupo de jogadores, insatisfeitos com os salários atrasados. Neste encontro Caio, um dos mais experientes do grupo confrontou o presidente do clube Edmar Cutrim, encerrando assim seu vínculo com o Moto Clube.

Caio assinou em seguida, por revanchismo, com o Sampaio Corrêa, levado pelo então presidente do seu novo clube, Pedro Vasconcelos

Sampaio Corrêa: Pela Sampaio Corrêa, foi bicampeão maranhense em 1990 e 1991. Abandonou em definitivo os gramados logo em seguida a conquista do bicampeonato, já com 36 anos.

Passou então a trabalhar com escolinhas de futebol pelo Cohatrac em São Luís. Foi treinador e auxiliar pela Caxiense, Tupan, Imperatriz, Maranhão e Moto Club.

A sua última experiência como treinador foi em 2000, pela equipe do Açailândia, onde encerrou a competição na nona colocação.

Volta ao Rio Grande do Sul

Em 2014, aos 59 anos, Caio estava no Maranhão e trabalhava como taxista, sofrendo de um problema de circulação na perna direita (Trombose) que poderia levar a amputação caso não fosse feita uma cirurgia.

Como taxista recebia aproximadamente R$ 1.500,00 mensais e não conseguia pagar pelo procedimento de aproximadamente R$ 15.000.00. O ex-companheiro de Grêmio Renato Portaluppi revelou na época que já havia se oferecido para resolver o problema, mas que Caio por orgulho havia negado a ajuda.

Porém, com a divulgação da notícia, os campeões de 1983, Tarciso, Fábio Koff, Hugo de León, Baidek, Renato e Casemiro, além do empresário Sérgio Cláudio Madalozzo, montaram uma força tarefa para ajudar seu amigo Caio.

Caio aceitou a ajuda dos amigos, foi para o Rio Grande do Sul onde fez a cirurgia que precisava e acabou fixando residência em Ivoti onde era zelador dos alojamentos do Sport Club Ivoti, clube administrado pela Globalfut que pertence ao empresário Sérgio Cláudio Madalozzo, que o ajudou no momento crítico.

Uma de suas últimas aparições públicas foi no final de 2018. Antes da partida contra o Corinthians, no dia 02/12/2018, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, o Grêmio comemorou o aniversário de 35 anos da conquista do Mundial e, depois de celebrarem a data em um almoço, diretoria e jogadores da época fizeram a festa com torcida na Arena Grêmio, em Porto Alegre. Caio, em cadeira de rodas, teve a companhia de César, Osvaldo, Mazaropi, China, Baidek, Tonho, o ex-técnico Valdir Espinosa e seu auxiliar Zeca Rodrigues.

Morte

Caio faleceu na manhã de terça-feira, 12/02/2019, aos 63 anos, em São Luís, MA. Caio sofria com problemas de saúde como a trombose. Em julho de 2017, ele chegou a ter a perna direita amputada. A outra perna também precisou ser amputada depois.

Títulos
  • 1977 - Campeonato Maranhense (Moto Club)
  • 1983 - FIFA Mundial Interclubes (Grêmio)
  • 1983 - Copa Los Angeles (Grêmio)
  • 1983 - Copa Libertadores da América (Grêmio)
  • 1983 - Troféu CEL (Grêmio)
  • 1984 - Vice-campeão da Copa Libertadores da América (Grêmio)
  • 1989 - Campeonato Maranhense (Moto Club)
  • 1990 - Campeonato Maranhense (Sampaio Corrêa)
  • 1991 - Campeonato Maranhense (Sampaio Corrêa)

Indicação: Miguel Sampaio
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