Antonieta de Barros

ANTONIETA DE BARROS
(50 anos)
Jornalista, Professora, Escritora e Política

☼ Florianópolis, SC (11/07/1901)
┼ Florianópolis, SC (28/03/1952)

Antonieta de Barros foi uma jornalista, professora, escritora e política nascida em Florianópolis, SC, no dia 11/07/1901.

Antonieta de Barros era filha de ex-escrava, que trabalhava na casa do político Vidal Ramos, pai de Nereu Ramos, que viria a ser vice-presidente do Senado, que chegou a assumir por dois meses a Presidência da República.

Ela foi inspiração para o Movimento Negro, foi apagada dos livros de história, tendo sido uma ativa defensora da emancipação feminina, de uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no sul do país. Foi a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular.

De família muito pobre, ainda criança ficou órfã de pai, sendo criada pela mãe. Ingressou com 17 anos na Escola Normal Catarinense, concluindo o curso em 1921.

Em 1922, a normalista fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, voltado para alfabetização da população carente. O curso foi dirigido por ela até sua morte e fechado em 1964.


Professora de português e literatura, Antonieta de Barros exerceu o magistério durante toda a sua vida, inclusive em cargos de direção. Foi professora do atual Instituto de Educação entre os anos de 1933 e 1951, assumindo sua direção de 1944 a 1951, quando se aposentou.

Antonieta de Barros notabilizou-se por ter sido a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do Estado de Santa Catarina.

Eleita em 1934 pelo Partido Liberal Catarinense, foi constituinte em 1935, filiada ao Partido Liberal Catarinense (PLC), cabendo-lhe relatar os capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. Atuou na Assembléia Legislativa de Santa Catarina até 1937, quando teve início a ditadura do Estado Novo.

Com o fim do regime ditatorial, ela se candidatou pelo Partido Social Democrático (PSD) e foi eleita novamente em 1947, desta vez como suplente. Na ocasião, continuou lutando pela valorização do magistério: exigiu concurso para o provimento dos cargos do magistério, sugeriu formas de escolhas de diretoras e defendeu a concessão de bolsas para cursos superiores a alunos carentes.

Eleita para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, foi a primeira deputada estadual mulher e negra do país. Atuou como professora, jornalista e escritora, destacando-se pela coragem de expressar suas ideias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão.


Além da militância política, Antonieta de Barros participou ativamente da vida cultural de seu Estado. Fundou e dirigiu o jornal A Semana entre os anos de 1922 e 1927. Neste período, por meio de suas crônicas, veiculava suas ideias, principalmente aquelas ligadas às questões da educação, dos desmandos políticos, da condição feminina e do preconceito.

Dirigiu também a revista quinzenal Vida Ilhoa, em 1930, e escreveu artigos para jornais locais. Com o pseudônimo de Maria da Ilha, escreveu em 1937 o livro "Farrapos de Ideias". Foi por intermédio dele que Antonieta de Barros enveredou pelos caminhos da política.

Ao longo de sua vida, Antonieta de Barros atuou como professora, jornalista e escritora. Como tal, destacou-se, entre outros aspectos, pela coragem de expressar suas idéias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão; por ter conquistado um espaço na imprensa e por meio dele opinar sobre as mais diversas questões; e principalmente por ter lutado pelos menos favorecidos, visando sempre a educação da população mais carente.

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina concede anualmente a Medalha Antonieta de Barros a mulheres com relevantes serviços em defesa dos diretos da mulher catarinense, e seu nome foi dado ao túnel da Via Expressa Sul, em Florianópolis.

 Antonieta de Barros nunca se casou.

Morte

Antonieta de Barros faleceu em 28/03/1952, aos 50 anos de idade, e está sepultada no Cemitério São Francisco de Assis em Florianópolis, SC.