Abraham Medina

ABRAHAM MEDINA
(78 anos)
Empresário

* Belém, PA (16/12/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/08/1995)

Foi um empresário brasileiro, judeu sefardita, que na década de 50 patrocinou programas de rádio e TV, lançando vedetes e atores. Era muito conhecido como produtor cultural na cidade do Rio de Janeiro, que sempre quis transformar num grande centro turístico que atraísse pessoas do mundo inteiro, através da realização de diversos eventos.

Nascido em Belém do Pará, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dois anos. Aos dez anos trabalhava como técnico de pianos, profissão que aprendeu com o pai.

Seu começo empresarial foi com seu tio Samuel Garson, dono da Casa Garson, vendendo os rádios Capelinha que possuíam alto falante separado. Pouco depois abriu sua primeira loja Rei da Voz, na Avenida Gomes Freire, vendendo, consertando e reformando pianos, que era o instrumento da moda.

Rubem Medina e Abraham Medina
A trajetória de venda de eletrodomésticos em geral começou mais tarde, constituindo-se na maior rede de lojas do gênero do Rio de Janeiro, as lojas Rei da Voz. Naquele tempo, uma potência em recordes de vendas de discos, elétrofones ou eletrolas, e sendo uma das pioneiras na venda de geladeiras, artigos de luxo na época.

Nos anos 1950, com intuito de promover mais vendas de eletrodomésticos, Abraham Medina costumava associar uma de suas lojas para patrocinar o programa dominical na Rádio Nacional, do cantor Francisco Alves. Por esse auditório desfilavam vozes: Orlando Silva, Sílvio Caldas e outros. As lojas de Abraham Medina chamavam-se Rei da Voz em virtude da grande amizade que o unia a Francisco Alves, detentor do título de Rei da Voz.

Abraham Medina
é pai do também empresário Roberto Medina.

Fonte: Wikipédia

Celso Daniel

CELSO AUGUSTO DANIEL
(50 anos)
Político

☼ Santo André, SP (16/04/1951)
┼ Juquitiba, SP (20/01/2002)

Celso Daniel foi um político brasileiro, nascido em 16/04/1951, na cidade de Santo André, SP. Celso Daniel era divorciado e tinha no basquetebol um de seus hobbies. Nas horas vagas, era jogador da equipe de veteranos da Pirelli.

Prefeito de Santo André por oito anos, foi reeleito com 70,13% em 1999. Celso Daniel havia cumprido mandato na prefeitura de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de janeiro de 2001 até a fatídica noite em que foi sequestrado na cidade de São Paulo.

Sua competência administrativa e política era evidente em sua carreira acadêmica: Mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e doutorando em Ciências Políticas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Celso Daniel era professor de Economia na PUC e no departamento de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. O prefeito se formou engenheiro civil pela Escola de Engenharia Mauá, em 1973.

Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santo André, Celso Daniel lançou-se na política em 1982, concorrendo à prefeitura da cidade, quando foi derrotado por Newton Brandão. Foi o próprio Newton Brandão que Celso Daniel derrotou em 1989, conseguindo sua primeira eleição para o Executivo andreense com 173 mil votos.

Em 1994 foi à Câmara dos Deputados, eleito com 97 mil votos. Durante seu mandato, atuou na Comissão de Reforma Tributária e Fiscal da Câmara. Mas ele deixou o Legislativo dois anos depois, para voltar à Prefeitura de Santo André, aclamado por 205 mil eleitores.


Celso Daniel representou Santo André e o Brasil em junho de 2001 na Conferência Mundial Istambul+5, promovido pelo Programa Habitat das Organização das Nações Unidas (ONU). O prefeito do ABC foi o único a expor uma experiência brasileira no congresso e um dos quatro escolhidos entre experiências da América Latina.

Ele também era diretor-geral da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e fundador do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, composto pelos sete prefeitos da região. Celso Daniel presidiu o Consórcio nos anos de 1991, 1992 e 1997.

Recebeu, como prefeito de Santo André, as seguintes premiações:

  • Projeto Criança da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente pelo trabalho "Andrezinho Cidadão" em 1999 (finalista)
  • Pela Fundação Getúlio Vargas / Fundação Ford os prêmios Gestão Pública e Cidadania, em 1999 pelo Programa de Modernização Administrativa e em 2000 pelo Programa Integrado de Inclusão Social (destaque) e pelo trabalho de Coleta Seletiva (finalista).

Morte

O corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi encontrado no dia 20/01/2002 na Estrada das Cachoeiras, no Bairro do Carmo, em Juquitiba, na grande São Paulo. Celso Daniel foi assassinado com oito tiros - três na cabeça e cinco nas costas. Segundo a perícia, o prefeito foi morto por volta das 22h00 de sábado, 19/01/2002.

O prefeito foi sequestrado na sexta-feira, 18/01/2002, por volta das 23h00, quando saía, na companhia de um amigo, de uma churrascaria na alameda Santos, na Zona Sul de São Paulo. Celso Daniel estava no banco do passageiro quando a Pajero blindada do empresário Sérgio Gomes da Silva foi abordada por uma Blazer preta e um Tempra branco, próximo à Rodovia Anchieta. O carro foi fechado por várias vezes, inclusive batendo na lateral, e foi alvo de tiros, que atingiram o pneu traseiro do lado direito e três vidros do carro.

Celso Augusto Daniel, foi assassinado aos 50 anos, tendo sua trajetória política e pessoal encerrada no auge, quando poderia vir a compor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Celso Daniel era coordenador da elaboração do programa de governo de Lula.

Alcindo Guanabara

ALCINDO GUANABARA
(53 anos)
Jornalista e Político

* Magé, RJ (19/07/1865)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/08/1918)

Alcindo Guanabara, jornalista e político, nasceu em Magé, RJ, em 19 de julho de 1865, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de agosto de 1918. Convidado para a última sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, fundou a Cadeira nº 19, que tem como patrono Joaquim Caetano.

Foram seus pais o professor Manuel José da Silva Guanabara e a professora Júlia da Silva de Almeida Guanabara. Passou a infância em várias localidades do interior fluminense. Aos 13 anos, em Mangaratiba, concluiu a instrução primária e tentou ganhar a própria vida executando pequenos trabalhos. Transferiu-se com a família para Petrópolis, onde Alcindo entrou para o Colégio José Ferreira da Paixão. Para compensar a gratuidade das lições que recebia, desempenhava as funções de bedel (espécie de contínuo de alguns estabelecimentos de ensino). Em 1883 concluiu os estudos secundários. Prestou exames no Colégio Pedro II e, em 1884, estava matriculado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Para viver, fez-se inspetor disciplinar no Asilo dos Menores Desvalidos, do Drº Daniel de Almeida.

Em 1886, fundou seu primeiro jornal, a Fanfarra, órgão acadêmico. Entre os colaboradores estava Olavo Bilac. Num artigo de Fanfarra, analisando o regulamento da Faculdade de Medicina, Alcindo fez censuras ao ministro do Império, o que levou o Drº Daniel de Almeida a demiti-lo do emprego no Asilo dos Menores Desvalidos. Deixou o curso de Medicina no 3º ano. Aproximou-se, então, de José do Patrocínio, com uma apresentação de Marinho de Andrade, e foi admitido na Gazeta da Tarde. Ali encontrou como redatores Raul Pompéia e Luís Murat. Tinha como encargo fazer a mala de São Paulo. Foi quando executava tão modesta função que Alcindo teve ocasião de demonstrar seu talento e capacidade de trabalho. O pessoal da Gazeta da Tarde deliberara, na ausência de José do Patrocínio e de Raul Pompéia, fazer greve. A Gazeta não sairia naquele dia porque não havia ninguém para escrever. Então Alcindo prontificou-se fazer tudo sozinho. Meteu-se sozinho na redação, e a Gazeta rodou, naquela tarde, toda feita por ele. Logo depois José do Patrocínio lhe confiava a crônica política, que ele assinava com o pseudônimo Aranha Minor. Nessa fase, foi um brilhante articulista em prol da Abolição da Escravatura. No mesmo ano, seu nome aparecia em vários jornais e revistas da cidade, assinando ora páginas de prosa, ora poesia e sonetos na Semana e na Vida Moderna.

O Partido Conservador atemorizava-se diante da força cada vez mais forte da campanha da Abolição, e sua facção escravocrata fundou o jornal Novidades, cujo nº 1 saiu em 25 de janeiro de 1887, sob a direção de Alcindo Guanabara. Estavam com ele Moreira Sampaio, Artur Azevedo e, pouco depois, Olavo Bilac.

Alcindo contava apenas 22 anos e já era um dos maiores jornalistas brasileiros. Publicava ali as suas "Teias de Aranha" (a seção assinada Aranha Minor, que trouxera da Gazeta da Tarde) e também as "Notas Políticas", assinadas Nestor, ambas quotidianas. Nesses artigos debatia as grandes questões do momento, e com tal perícia e saber, que granjeou a admiração de quase todos os leitores, neles incluindo-se Lafayette e o ministro da Fazenda Francisco Belisário. Mas provocou também adversários, e entre estes contava-se então o próprio José do Patrocínio. Alcindo escrevia também trabalhos de outros gêneros, em crônicas assinadas com o pseudônimo Marcelo, críticas humorísticas assinadas por Diabo Coxo e contos e fantasias por Mefisto.

Feita a Abolição, passou a trabalhar no Diário do Comércio e fez a campanha da República no Correio do Povo. Com o novo regime, foi eleito para a Constituinte. Quando ocorreu a dissolução do Congresso com o golpe de estado de 1891, ele protestou contra o ato de Deodoro da Fonseca. Restabelecida a legalidade, permaneceu na Câmara até o final da legislatura (1891-1893).

Em 1893, viajou para a Europa, feito superintendente geral de imigração. No ano seguinte, tomou assento na Câmara dos Deputados para a segunda legislatura republicana (1894-1896). Escreveu a História da República, editada primeiro nas colunas do Comércio de São Paulo e depois em livro.

Como conseqüência do atentado de 5 de novembro de 1897, foi preso e mandado, juntamente com Barbosa Lima, para a ilha de Fernando de Noronha, mas logo depois o Supremo Tribunal concedeu o habeas-corpus impetrado em favor de ambos.

Regressando ao Rio de Janeiro, fundou a Tribuna, órgão de oposição a Prudente de Moraes. No período de Campos Sales (1899-1902), Alcindo se tornou o grande jornalista da situação. Findo o quatriênio, publicou o longo e minucioso livro A Presidência de Campos Sales. Fundou A Nação, onde desenvolveu a propaganda de um programa socialista. Colaborava em O Dia, onde publicou esplêndidas páginas literárias com o pseudônimo Pangloss.

Foi nomeado redator-chefe de O Paiz, e ali ficou até 1905. Na luta de Ruy Barbosa contra Hermes Rodrigues da Fonseca, Alcindo Guanabara estava na Imprensa (jornal que ele fundou) fazendo a campanha do candidato de José Gomes Pinheiro Machado. Foi o período menos feliz do notável jornalista.

Em 1918, foi eleito para o Senado, como representante do Estado do Rio, e tomava parte na Comissão dos Poderes. Mal iniciara o período dessa legislatura quando Alcindo Guanabara veio a falecer.

Obras
  • 1886 - Amor (Romance)
  • 1894 - História da revolta de 6 de Setembro de 1893
  • 1902 - A Presidência Campos Sales 1898-1902
  • 1905 - A Dor (Conferência)
  • 1908 - Jornal de Commercio - A Tradição (Discurso)
  • 1911 - Discursos Fora da Câmara
  • 1917 - Pela Infância Abandonada e Delinquente no Distrito Federal

Academia Brasileira de Letras

Convidado para a última sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, é o fundador da cadeira 19, que tem como patrono Joaquim Caetano.