Ísis de Oliveira

IVETE SAVELLI
(91 anos)
Cantora, Locutora e Atriz

☼ Niterói, RJ (18/03/1922)
┼ Niterói, RJ (07/05/2013)

Ísis de Oliveira era o nome artístico de Ivete Savelli que nasceu em Niterói, RJ, em 18/03/1922. Ela ingressou na Rádio Nacional em 1941, aos 15 anos, após vencer um teste de radioteatro, juntamente com o ator Altivo Diniz, no programa "Rádio-K Em Busca de Talentos".

Estreou no radioteatro, em 1942, na primeira radionovela brasileira, "Em Busca da Felicidade", interpretando Alice Medina, filha de uma relação extraconjugal de Alfredo Medina com Carlota.

Entre 1941 e 1944, acumulou a função de secretária de Victor Costa, diretor-geral da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Ísis de Oliveira protagonizou a  radionovela "O Direito de Nascer", em 1951, um dos maiores sucessos populares radiofônico de todos os tempos. Interpretando Maria Helena de Juncal, ao lado de Paulo Gracindo, Ísis de Oliveira alcançou em definitivamente o estrelato.


Em 1953 atuou na série "Que o Céu Me Condene", com histórias dramáticas e comoventes levadas ao ar pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, envolviam os ouvintes mantendo a sua atenção do princípio ao fim.

Em dezembro de 1952, sob o patrocínio do Melhoral, do Leite de Magnésia e da Phillips, entrou no ar pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro um dos seriados radiofônico nacionais de maior sucesso: "Jerônimo, o Herói do Sertão", criada por Moysés Weltman. No cast estava Ísis de Oliveira interpretando Aninha, personagem que vive um romance com o herói da série.

Durante os 14 anos em que permaneceu nos ar pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foram apresentados 126 histórias.

Por mais de 20 anos, Ísis de Oliveira tomou  parte em quase todos os horários de novelas e peças de radioteatro da Rádio Nacional. Foi casada com o locutor Jairo Argileu, que em 1964 foi demitido da Rádio Nacional, após ser denunciado como subversivo.

Capa da Revista da Rádio Nacional, ano 1, n. 5 - Rio de. Janeiro, dez 1950.
Ísis de Oliveira permaneceu na Rádio Nacional até 1972, quando se afastou do rádio por dois anos e se dedicou a advocacia.

Em 1974, ingressou na Rádio Tupi do Rio, onde trabalhou até 1979.

Em 2011, a atriz participou do álbum da cantora Marion Duarte, onde declamou as letras: "As Aparências Enganam", de Tunai e Sérgio Natureza, e "A Galeria do Amor" de Agnaldo Timóteo.

Ísis de Oliveira morreu na manhã do dia 07/05/2013, terça-feira, em Niterói, RJ, na casa onde morava. Ela foi sepultada às 16:00 hs no Cemitério de Maruí, no bairro do Barreto, em Niterói.

Ernani Satyro

ERNÂNI AIRES SÁTIRO E SOUSA
(74 anos)
Fazendeiro, Poeta, Cronista, Romancista, Ensaísta e Político

☼ Patos, PB (11/09/1911)
┼ Brasília, DF (08/05/1986)

Ernâni Aires Sátiro e Sousa foi um fazendeiro, poeta, cronista, romancista, ensaísta e político brasileiro, que exerceu oito mandatos de deputado federal pela Paraíba. Foi ainda prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba.

Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras e à Academia Campinense de Letras.

Filho de Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Ayres Sátiro e Sousa, formou-se em 1933 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1934 elegeu-se deputado estadual pelo Partido Republicano Libertador (PRL) a exemplo do que fizera antes seu pai. Durante a vigência do Estado Novo getulista, dedicou-se à advocacia, fase interrompida apenas em 1940 quando foi nomeado prefeito de João Pessoa, cargo que exerceu por apenas dezoito dias.

Homem importante da União Democrática Nacional (UDN) foi eleito deputado federal para a Assembléia Nacional Constituinte em 1945 sendo reeleito em 1950, 1954, 1958 e 1962.

Partidário do Golpe Militar de 1964 foi eleito presidente da União Democrática Nacional (UDN), o último antes da instituição do bipartidarismo pelo Ato Institucional Número 2 em 27/10/1965. Ernâni Sátiro ingressou na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e foi reeleito em 1966.

Líder do governo Costa e Silva na Câmara dos Deputados entre 1967 e 1968, renunciou ao mandato em 09/05/1969 após ser escolhido ministro do Superior Tribunal Militar.

Em 1970 foi escolhido governador da Paraíba pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, fato que o levou a abdicar da toga ministerial.

De volta à política Ernâni Sátiro foi reeleito deputado federal em 1978 e 1982 quando já estava no Partido Democrático Social (PDS). Em seu último mandato ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985.

Ficou conhecido por tratar a todos que encontrava pela expressão "amigo velho".

Ernâni Sátiro faleceu vítima de derrame cerebral.

Academia Paraibana de Letras

É o fundador da cadeira número 32 da Academia Paraibana de Letras, que tem como patrono Carlos Dias Fernandes. Atualmente é ocupada por Wills Leal. Assumiu a sua cadeira em 03/08/1963, com saudação do acadêmico Ivan Bichara.


Obras

  • O Canto do Retardatário (Poesias)
  • 1954 - O Quadro-Negro (Romance)
  • 1957 - Mariana (Romance)

Fonte: Wikipédia

Geir Campos

GEIR NUFFER CAMPOS
(75 anos)
Poeta, Escritor, Contista, Radialista, Jornalista, Tradutor e Professor

☼ São José do Calçado, ES (28/02/1924)
┼ Niterói, RJ (08/05/1999)

Geir Nuffer Campos foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro. Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora.

Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes, RJ, e parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói, RJ.

Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói.

Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com "Rosa dos Rumos", após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo, que chegaram a publicar vinte volumes de poesia e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros. Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, "Arquipélago", o seu segundo livro de versos.


Como professor ginasial, atual ensino fundamental, lecionou no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói. Como professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho, publicado, sobre "Tradução e Ruído na Comunicação Teatral", e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre "O Ato Criador na Tradução".

Como tradutor, começou a publicar em 1953, uma coletânea de poemas de Rainer Maria Rilke.

Como contista, lançou em 1960 a primeira edição de "O Vestíbulo".

Como radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva". Para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.

Como jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.

É o autor da letra do Hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.

Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Obras

Poesia
  • 1950 - Rosa dos Rumos
  • 1952 - Arquipélago
  • 1953 - Coroa de Sonetos
  • 1956 - Da Profissão do Poeta
  • 1957 - Canto Claro e Poemas Anteriores
  • 1959 - Operário do Canto
  • 1960 - Canto Provisório
  • 1964 - Cantigas de Acordar Mulher
  • 1968 - Canto ao Homem da ONU
  • 1969 - A Meus Filhos
  • 1970 - Metanáutica
  • 1977 - Canto de Peixe e Outros Cantos
  • 1982 - Cantos do Rio (Roteiro lírico do Rio de Janeiro)
  • 1983 - Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada

Contos
  • 1979 - O Vestíbulo
  • 1982 - Conto & Vírgula

Teatro
  • 1959 - O Sonho de Calabar
  • 1967 - Édipo-Rei, de Sófocles
  • 1970 - Macbeth, de William Shakespeare
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1972 - Castro Alves ou O Canto da Esperança
  • 1972 - As Sementes da Independência
  • 1976 - Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Diz-que-sim & Diz-que-não, de Bertolt Brecht
  • 1977 - O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
  • 1978 - Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht
  • 1978 - O Julgamento de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1978 - A Condenação de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)

Peças Não Publicadas, Mas Registradas na Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais (Levantamento Parcial)
  • 1967 - De Bocage a Nelson Rodrigues, (Com Nelson Rodrigues e Jaime Barcelos)
  • 1969 - Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não, de Bertolt Brecht
  • 1974 - O Quarto Vazio
  • 1974 - Nós
  • 1974 - Arruda Para Você Também
  • 1974 - O Refugiado e os Sentados, de Miguel Hernandez
  • 1974 - A Estranha História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe
  • 1974 - Amar / Luar, de Jack Larson
  • 1983 - Esse Bocage

Teatro Infantil
  • 1959 - O Gato Ladrão
  • 1960 - A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga
  • 1960 - História dos Peixinhos Voadores (Parceria com Maria Niedenthal)

Literatura Infanto-Juvenil
  • 1973 - Qual é a História de Hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187)
  • 1987 - Estórias Pitorescas da História do Brasil (Para Gente Grande e Pequena)
  • 1991 - Histórias de Anjos

Ensaios
  • 1960 - Carta aos Livreiros do Brasil
  • 1967 - Rubén Dário, Poeta Participante
  • 1978 - O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro
  • 1981 - Tradução e Ruído na Comunicação Teatral
  • 1985 - Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado - Inédita em livro)

Referências
  • 1960 - Pequeno Dicionário de Arte Poética
  • 1986 - Como Fazer Tradução
  • 1986 - O Que é Tradução
  • 1989 - Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo

Antologias
  • S/D - Alberto de Oliveira
  • S/D - Livro de Ouro da Poesia Alemã
  • 1960 - Poesia Alemã Traduzida no Brasil
  • 1986 - Versei, Antologia Poética (Exterior)

Traduções (Levantamento Parcial)
  • 1953 - Poemas de Rainer Maria Rilke
  • 1956 - Parábolas e Fragmentos de Kafka
  • 1956 - Nossa Vida Com Papai, Romance de Clarence Day Jr.
  • 1957 - O Coronel Jack, Romance de Daniel Defoe
  • 1958 - A Sabedoria de Confúcio
  • 1959 - A Alma Boa de Setsuan, Fábula Teatral de Bertolt Brecht (Com Antônio Bulhões)
  • 1964 - Folhas de Relva, Poesia de Walt Whitman
  • 1964 - Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos, seleção, introdução e notas por T. B. Bottomore e Maximilien Rubel
  • 1965 - Flor do Abandono, Romance de Zsigmond Móricz
  • 1966 - Poemas e Canções, Bertolt Brecht
  • 1967 - Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke (Com Fernando Jorge)
  • 1967 - Édipo-Rei, Peça de Sófocles
  • 1976 - Andares, Poesia de Hermann Hesse
  • 1977/1978 - Teatro de Bertolt Brecht (Várias peças como supervisor e tradutor)
  • 1980 - A Tragédia do Homem, Peça de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1983 - Folhas das Folhas de Relva, seleção de poesias de Folhas de Relva, de Walt Whitman
  • 1985 - Arco-íris de Amor, de Joan Walsh Anglund
  • 1988 - A Vida de Nosso Senhor, romance de Charles Dickens
  • 1988 - Haicais: Poesia do Japão, da versão de Jan Ulenbrook
  • 1988 - O Quinto Evangelho, romance de Mario Pomilio
  • 1990 - Frases de Cabeceira Gerald Goodfrey
  • 1984 - Frases de Cabeceira 2 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 3 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 4 Gerald Goodfrey
  • 1991 - As Melhores Histórias de Natal
  • 1991 - O Livro de Emmanuel, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1992 - As Fogueiras do Rei, romance de Pedro Casals
  • 1993 - O Livro de Horas, poesia de Rainer Maria Rilke
  • 1994 - O Livro de Emmanuel II, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1995 - Cantos do Meu Coração, poemas e fotografias de Daisaku Ikeda

Traduções Que Colaborou
  • 1956 - A Terra Inútil, de T. S. Eliot - Tradução de Paulo Mendes Campos
  • 1982 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol - Tradução de Fernanda Lopes de Almeida. Geir Campos traduziu os poemas das páginas 8 e 9, 49, 98 e 99, 102 e 103, 116 e 117.


Fonte: Wikipédia
Nota: Todas as informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir Campos. Elas estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Visconde de Sousa Franco

BERNARDO SE SOUSA FRANCO
(69 anos)
Jornalista, Magistrado e Político

☼ Belém, PA (28/06/1805)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1875)

Bernardo de Sousa Franco, o Visconde de Sousa Franco, foi um jornalista, magistrado e político brasileiro. Foi deputado geral, presidente da província do Rio de Janeiro, ministro, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1855 a 1875.

Filho legítimo do negociante matriculado da província do Pará, Manuel João Franco, e de Catarina de Sousa Franco, nasceu na capital da mesma província em 28/06/1805.

Formado em Direito pela Faculdade de Olinda em 1835, foi Conselheiro de Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Em 1836 ocupou o lugar de procurador fiscal da Tesouraria de Pernambuco, cargo em que permaneceu por dois anos e de juiz do cível da Capital.

Exerceu a presidência das Províncias do Pará em 1839, de Alagoas em 1844 e a do Rio de janeiro em 1864.

Em 1848 foi Ministro da Fazenda interino e em 1857, com o Gabinete Olinda, convidado, ocupou pela segunda vez a pasta da Fazenda. Executou a Nova Tarifa Alfandegária. As moedas inglesas passaram a ser recebidas nas repartições públicas, pois era sua convicção de que a expansão das emissões fomentava a indústria e o comércio.

Filiado à escola da pluralidade bancária, sua gestão no Ministério da Fazenda foi denominada, por Joaquim Nabuco, de período de ensaio da chamada liberdade bancária, pois então se desenrolou a luta entre os partidários da pluralidade e os da unidade emissora.

Visconde de Sousa Franco foi Senador em 1855.

Além de muitos relatórios publicados, como Ministro de Estado e como Administrador de Província, escreveu artigos políticos editados em diversas folhas. Na sua bibliografia destaca-se o seguinte:

  • 1848 - Os Bancos do Brasil - Sua história, defeitos da organização atual e reforma do sistema bancário
  • 1863 - A Situação Econômica e Financeira do Brasil (Biblioteca Brasileira, Rio de Janeiro, I (1/2). Revista mensal editada por uma Associação de Homens de Letras)
  • 1857-1858 - Proposta e relatório apresentados à Assembléia Geral Legislativa (Rio de Janeiro, Tipografia Nacional)


Tuca

VALENIZA ZAGNI DA SILVA
(33 anos)
Cantora e Compositora

☼ São Paulo, SP (17/10/1944)
┼ São Paulo, SP (08/05/1978)

Tuca foi uma cantora e compositora brasileira. Formou-se em música erudita, em 1957, pelo Conservatório Paulista, começando a compor nesse mesmo ano. Fez parte do Grupo de Música Popular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Em 1962 teve, pela primeira vez, uma canção de sua autoria registrada em disco, com a gravação de sua música "Homem de Verdade", pela cantora Ana Lúcia.

Sua primeira apresentação profissional foi no programa "Primeira Audição", produzido por João Leão e Horácio Berlinck para a TV Record de São Paulo.


Participou, ainda na década de 60, dos seguintes festivais:

  • Festival Nacional de Música Popular da TV Excelsior, São Paulo, interpretando com Aírto Moreira a música "Porta Estandarte", de Geraldo Vandré e Fernando Lona, classificada em 1º lugar e premiada com o Berimbau de Ouro (1966).
  • I Festival Internacional da Canção da TV Rio, Rio de Janeiro, apresentando "Cavaleiro", de sua autoria e Geraldo Vandré, classificada em 2º lugar na fase nacional do festival (1966).
  • O Brasil Canta no Rio, interpretando, com a soprano Stella Maris, a canção de sua autoria "Paixão Segundo o Amor", classificada em 3º lugar.
  • III Festival Internacional da Canção da TV Globo, apresentando a canção "Mestre Sala", de Reginaldo Bessa e Ester Bessa (1968). 

Seu primeiro disco, "Eu, Tuca", lançado pela Chantecler, com composições de sua autoria, introduziu a viola caipira nas orquestrações.

Convidada pelo Itamaraty, participou, ao lado de Gilberto Gil e do Jongo Trio, da Semana de Arte Brasileira, realizada na África.

De volta ao Brasil, apresentou-se com Miéle e Ronaldo Bôscoli no Rui Bar Bossa, no Rio de Janeiro, com o show "Uma Noite Perdida". Ainda com Miéle, inaugurou a Boate Blow Up em São Paulo e apresentou-se na casa noturna Sucata no Rio de Janeiro.


Em 1969, viajou para a Europa, fixando residência em Paris durante seis anos. Fez turnês por vários países como Espanha, Itália e Holanda.

Voltou para o Brasil em 1975, para o lançamento de seu LP "Drácula, I Love You", gravado na França.

Em 1977, produziu um quadro com Fafá de Belém para o especial de Milton Nascimento realizado na TV Bandeirantes, em São Paulo, por Roberto de Oliveira.

Tuca morreu no ano seguinte, em 08/05/1978, aos 33 anos, em função de uma parada cardíaca provocada por sucessivos regimes de emagrecimento.

Heitor Penteado

HEITOR TEIXEIRA PENTEADO
(68 anos)
Advogado e Político

☼ Campinas, SP (16/12/1878)
┼ Campinas, SP (08/05/1947)

Heitor Teixeira Penteado foi um advogado e político brasileiro, presidente interino do Estado de São Paulo, deposto em 24/10/1930 pela Revolução de 1930.

Notabilizou-se pela construção do Ginásio do Ibirapuera, hoje oficialmente denominado Ginásio Estadual Geraldo José de Almeida, em 1930. O ginásio foi construído ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Era filho de Salvador Leite de Camargo Penteado e de Leonor Teixeira Penteado. Fez seus estudos primários em sua terra natal, vindo para São Paulo, matriculou-se no Seminário Episcopal para completar a sua seus estudos.

Em 1896 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e bacharelou-se em 1900. Quando cursava o terceiro ano foi eleito presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto e redator da Revista Acadêmica. Depois de formado voltou a Campinas onde iniciou o exercício de sua profissão e logo depois foi nomeado promotor público daquela comarca, cargo que exerceu de 1901 a 1910. Neste tempo já se dedicava a política, filiou-se ao Partido Republicano Paulista (PRP), pelo qual candidatou-se a uma cadeira de vereador para a Câmara Municipal. Depois de eleito foi escolhido para ocupar o cargo de prefeito do município, sendo sucessivamente reeleito várias vezes.

Passando da atividade política municipal para a estadual, candidatou-se a uma cadeira de deputado na Câmara Paulista. Foi eleito em 1919 e em 1920 deixou o seu lugar na Câmara dos Deputados para ocupar o cargo de Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas, no governo Washington Luis, quando recuperou as finanças da Estrada de Ferro Sorocabana e dirigiu a construção de diversas rodovias no estado.

Em 1924, quando deixou a secretaria, foi eleito representante de São Paulo na Câmara Federal, exercendo o seu mandato até 1927, quando foi escolhido para o cargo de vice-presidente do Estado, como companheiro de chapa de Júlio Prestes, a quem substituiu como presidente interino em 21/05/1930 na chefia do Executivo Paulista depois da vitória deste nas eleições para a presidência do Estado, mantendo-se no cargo até 24/10/1930, quando triunfou o movimento revolucionário da Aliança Liberal.

Depois da Revolução de 1930, Heitor Penteado abandonou a política, dedicando-se a lavoura. Só em 1936 é que retornou, recomeçando as suas atividades públicas na região municipal de Campinas, elegendo-se a vereador.

Durante muitos anos Heitor Penteado ocupou a presidência da Comissão Diretora do Partido Republicano e da Sociedade Anônima Correio Paulistano. Foi também diretor do Banco do Estado de São Paulo de 1938 até abril de 1939.

Era casado com Evelina de Queiroz Teles Penteado e tiveram dez filhos.

Homenagens

Foi homenageado na cidade de São Paulo com a Rua Heitor Penteado, uma importante via da zona oeste, e que liga a região da Avenida Paulista e Avenida Doutor Arnaldo à Lapa e o Alto de Pinheiros.

Foi homenageado na cidade de Campinas com a Avenida Heitor Penteado, na região da Lagoa do Taquaral, e com a Rodovia Heitor Penteado, na saída para o distrito de Sousas.

Heitor Penteado dá nome a uma escola na cidade de Americana, SP.

Fonte: Wikipédia

Francisco Félix de Sousa

FRANCISCO FÉLIX DE SOUSA
(94 anos)
Comerciante e Traficante de Escravos

☼ Salvador, BA (04/10/1754)
┼ Uidá, Benim (08/05/1849)

Francisco Félix de Sousa, apelidado de Chachá, foi o maior traficante de escravos brasileiro. Ele foi uma figura histórica controvertida, tanto pelo poder e riqueza que obteve, quanto pelas suas origens, pois era, provavelmente, um mulato ou mestiço indefinido.

Seus descendentes registraram em seu túmulo que ele nasceu em 04/10/1754. Entretanto, outros dizem que ele nasceu em 1771. Certa somente é a data de sua morte, 08/05/1849.

Era filho de um português traficante de escravos e de uma escrava. Aos 17 anos foi alforriado. Entretanto, seus descendentes o retratam atualmente como se fosse muito branco e louro. O mais provável é que tenha sido um mestiço indefinido.

Conforme contado pela sua família, Francisco Félix estabeleceu-se em 1788 no atual Benim. Entretanto, é mais provável que ele tenha se estabelecido definitivamente na África em 1800, depois de várias viagens, a primeira entre 1792 e 1795.

O litoral da baía de Benin e seus arredores era, nesta época, uma das regiões mais densamente povoadas da África e conhecida internacionalmente como "Costa dos Escravos", devido ser este o seu principal produto de exportação. O rei da cidade de Abomey, também chamada de Abomé, localizada no interior, dominava a região da baía de Benim, embora lá houvesse vários fortes de feitorias europeias, entre os quais a já antiga fortaleza portuguesa de São João Baptista de Ajudá, localizada na atual cidade de Uidá.

Pela estrutura econômica do reino de Daomé, o rei era dono de toda a terra e detinha o monopólio de todo o comércio podendo conceder concessões aos comerciantes. Nesta época, praticamente o único produtos exportado era escravos, o que também acontecia nos reinos vizinhos.

Francisco Félix começou a negociar na região atuando como traficante de escravos, a mesma profissão que tinha sido exercida por seu pai. Entretanto, como chegou na África praticamente em estado de miséria, alguns relatos dizem que entrou no negócio de tráfico de escravos levado pelo seu sogro Comalangã, régulo da ilha de Glidji, na localidade de Popó, e pai de sua primeira esposa, Jijibu ou Djidgiabu.

Tudo indica que não teve inicialmente sucesso nos negócios, pois em 1803 empregou-se na Fortaleza de São João Baptista de Ajudá como escrivão e contador.

Em 1804, seu irmão Jacinto José de Sousa partiu do Brasil para assumir o cargo de Comandante desta mesma fortaleza em que ele trabalhava, mas isto foi apenas coincidência.

Em 1805, seu irmão morreu e ele assumiu, sem autorização do governo português, o cargo de 16º Diretor da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, em exercício até 1818 e em definitivo até 1844, e desde 07/09/1822 até esse ano sob a soberania do Império do Brasil.

Depois de algum tempo abandonou a função, pois obteve autorização real para comerciar, incluindo traficar escravos que eram comprados diretamente do rei de Daomé, Adandozan. Os escravos eram pagos com búzios, uma forma de moeda local, ou, como ficou comum depois de certa época, com mercadorias importadas da Europa (tecidos de algodão, veludos, damascos, lãs e sedas, armas de fogo, pólvora, contaria, facas, catanas, manilhas, vasilhame de cobre e latão) ou das Américas (tabaco baiano, cachaça, rum).

Mesmo depois da Independência do Brasil, os produtos manufaturados europeus eram contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.

Quando já estava muito rico, Francisco Félix afrontou o rei Adandozan por não ter recebido os escravos pelos quais pagara adiantadamente com mercadorias. Caiu em desgraça perante o rei e foi preso quando visitava a cidade de Abomei, capital de Daomé. O poder do rei de Daomé sobre os súditos era total: era comum a morte em sacrifícios humanos, a execução de centenas de prisioneiros de guerra ou a venda de milhares como escravos para as Américas. Entretanto, a tradição de sua família conta que o branco era a cor da morte e matar um branco, mesmo um mulato, era tabu. O rei Adandozan ordenou então que Francisco Félix fosse imergido em tonéis de índigo para que ficasse azul-escuro e nunca mais usasse a cor da pele para afrontar o rei.

Planta do forte francês de Ajudá (1747)

Nesta época, conheceu Guapê, um meio-irmão do rei Adandozan, tornou-se seu amigo e, com sua influência, conseguiu ser libertado ou fugiu de Abomei para Popó Pequeno, terra de seu primeiro sogro, Comalangã.

Francisco Félix e Guapê fizeram um pacto vodu de sangue e começaram a conspirar para depor o rei Adandozan. Francisco Félix contrabandeou armas e munições para Guapê que, em 1820, derrubou Adandozan do poder e tornou-se rei de Daomé, assumindo o nome de Guezô.

O rei Guezô concedeu-lhe, em 1821, o cargo de primeiro conselheiro e o título de Chachá. A origem do nome do título é desconhecida. Possivelmente era seu apelido, originado do modo com que Francisco Félix costumava apressar os negócios dizendo "já, já".

Não é correto que o título de Chachá conferisse poderes de vice-rei e "chefe dos brancos". Estes poderes eram conferidos com o título de Yovogan que esteve com um daomeano chamado Dagba durante a maior parte da vida de Francisco Félix em Uidá. Um estrangeiro que chegasse na cidade tinha que falar com o Yovogan antes de se encontrar com o Chachá.

Francisco Félix, como todo traficante rico do reino, tinha o título de "cabeceira" do reino e a obrigação de fornecer soldados armados para o rei. Portanto, suas atividades eram mais comerciais do que políticas.

A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá tinha sido abandonada pelos portugueses. Francisco Félix continuou a comandá-la e, por extensão, governava a cidade de Uidá que se desenvolveu nos seus arredores. A cidade transformou-se em um dos mais ativos entrepostos de embarque de escravos de toda a África para as Américas, principalmente para o Brasil e Cuba.

O rei Guezô concedeu-lhe também o total controle do comércio exterior do reino de Abomé. Atuava como agente do rei, gozando do privilégio real da primeira opção: "os outros comerciantes só podiam transacionar com aquilo que ele não desejava".

Devido ao grande crescimento do tráfico de escravos para o Brasil que ocorria na época, Francisco Félix acumulou uma fortuna gigantesca. Além do virtual monopólio do comércio de escravos sediado em Uidá, também exportava azeite de dendê, noz-cola e outros produtos do reino. Importava tecidos, tabaco, aguardente, armas de fogo, pólvora e utensílios de metal, produtos utilizados no escambo para aquisição de escravos.

Teve vários sócios no Brasil como o banqueiro Pereira Marinho, que recebeu os seus filhos que viajaram para estudar. O Conde de Joinville considerava-o um dos três homens mais ricos de seu tempo.

Depois da Independência do Brasil, ofereceu, em nome do rei Guezô, o protetorado do reino de Daomé e a posse da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá ao imperador Dom Pedro I do Brasil. O acordo não prosperou e, a partir de então, Francisco Félix passou a dizer-se cidadão português, talvez porque isto lhe conferia vantagens jurídicas, oriundas de acordos internacionais, quando seus navios eram apresados pela frota britânica.

Quando os ex-escravos alforriados no Brasil ou seus descendentes voltavam para o Benim, encontravam em Francisco Félix um ponto de referência da cultura afro-brasileira na região. Ao mesmo tempo, Francisco Félix agia como um protetor local daqueles que, contraditoriamente, poderiam ter sido enviados por ele como escravos para o Brasil. Assim, em torno da rica residência do traficante de escravos formou-se um bairro de Agudás, descendentes de escravos do Brasil que retornaram para África, atualmente chamado Brasil, em francês, Brésil, em língua fon, Blezin.

Por volta de 1845, Francisco Félix estava arruinado e devendo dinheiro ao rei. A causa mais provável do seu declínio foram os enormes prejuízos que a frota britânica causava ao passar a apreender seus navios negreiros. Com seu empobrecimento, o rei Guezô deixou de considerá-lo como o único agente real para o comércio exterior, mas ainda o manteve como um funcionário coletor de taxas por escravo exportado e emprestava dinheiro para ele. Nesse mesmo ano foi o 2º Governador da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá até à sua morte a 08/05/1849.

Seus descendentes contam que morreu com 94 anos. Deixou viúvas 53 mulheres, mais de 80 filhos do sexo masculino e 2 mil escravos. O rei Guezô concedeu-lhe um funeral de grande chefe daomeano, no qual, apesar dos protestos de seus filhos, houve até a oferenda de sacrifícios humanos, honra conferida somente aos enterros reais.

Francisco Félix de Sousa foi enterrado no mesmo quarto onde dormia e seu túmulo é até hoje reverenciado pelos seus descendentes e pelos Agudás.

Alguns de seus filhos mais velhos estudaram no Brasil, alguns dos mais novos em Portugal. Depois de uma disputa feroz entre os três filhos mais ricos, um deles, Isidoro Félix de Sousa, foi escolhido pelo rei Guezô para sucedê-lo com o título de Chachá II, que então passou a ser hereditário, o qual em 1851 foi o 26º Governador Subalterno da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, cargo que ocupou até 08/05/1858 tendo, nesse mesmo ano, seu filho Francisco Félix de Sousa, Chachá III, sido nomeado 29º Governador.

Os seus descentes, a família Souza, têm até hoje uma grande importância política e social em Benim, sendo líderes da comunidade de Agudás. Também podem ser encontrados descendentes em toda a região do centro-oeste africano, especialmente no país vizinho Togo. Um descendente direto, Honoré Feliciano Julião Francisco de Souza, é o oitavo Chachá, um título de nobreza sem poder político, mas que confere grande prestígio social.

Nos dias de festas da comunidade dos Agudás, Chachá VIII comparece paramentado com vestes reais e acompanhado de nobres e rainhas locais. Cada novo Chachá assume o título com uma visita obrigatória ao rei de Daomé, hoje sem poder político, mas ainda reverenciado como líder religioso. Nesta visita são reforçados os antigos laços de união entre a família Souza e a família real do Daomé.

Fortaleza de Ajudá, Benim
Fortaleza de São João Baptista de Ajudá

A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá ou simplesmente Ajudá, localiza-se na cidade de Uidá, na costa ocidental africana, atual República de Benim.

As costas da Mina e a da Guiné foram percorridas por navegadores portugueses desde o século XV, que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos africanos. É desse período que data a ascensão do antigo reino de Daomé e a importância de sua capital, Abomei, ou Abomé.

Ao final do século XVIII, o rei Dom Pedro II de Portugal (1667-1705) determinou ao Governador de São Tomé e Príncipe, Jacinto de Figueiredo e Abreu, erguer uma fortificação na povoação de Ouidah, para proteger os embarques de escravos (1680 ou 1681). Posteriormente abandonado em data incerta, foi sucedido entre 1721 e 1730 por uma nova estrutura, com as obras a cargo do comerciante brasileiro de escravos José de Torres. Sob a invocação de São João Baptista, a construção do forte de Ouidah (Ajudá) foi financiada por capitais levantados pelos comerciantes da capitania da Bahia, mediante a cobrança de um imposto sobre os escravos africanos desembarcados na cidade de Salvador.

Concluído, funcionou como centro comercial para a região, trocando tabaco, búzios e aguardente brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufaturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios provenientes do Brasil.

Bartholomew Roberts captura embarcações no porto de Ajudá (1722)
Em janeiro de 1722 o pirata Bartholomew Roberts, "Black Bart", penetrou no seu porto e capturou todas as onze embarcações ali fundeadas.

No final do século XIX a costa ocidental africana foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidos pelas guarnições das fortificações antes pertencentes a Portugal, entre as quais a Fortaleza de São João Baptista de Ajudá.

Em 1911, após a Proclamação da República Portuguesa, o novo governo mandou retirar permanentemente a guarnição militar destacada para a Fortaleza de São João Baptista, substituindo-a pela presença de dois funcionários coloniais.

O Daomé tornou-se uma colônia francesa a partir de 1892, obtendo independência em 01/08/1960, quando se transformou em República do Benim. No ano seguinte, tropas do Benim invadiram Ouidah, então uma dependência da colônia portuguesa de São Tomé e Príncipe, intimando os ocupantes portugueses do forte a abandoná-lo até 31/07/1961. Sem condições para oferecer resistência, o governo de Oliveira Salazar ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar, o que foi cumprido na data-limite.

Em 1965 foi promovido o encerramento simbólico da fortaleza pelas autoridades do Daomé, vindo as suas dependências a sediar o Museu de História de Ouidah, sob administração da República do Benim (1967).

A anexação foi reconhecida por Portugal em 1985, tendo os trabalhos de recuperação e restauro sido desenvolvidos em 1987, com orientação e recursos da Fundação Calouste Gulbenkian.

A grande descendência deixada por um dos escrivães da fortaleza no século XIX, Francisco Félix de Sousa, inspirou um romance do escritor britânico Bruce Chatwin intitulado "O Vice Rei de Ajudá". Espalhados atualmente por toda a África, os De Sousa têm dado várias figuras de destaque ao Benim. Uma das grandes avenidas de Cotonou, a capital econômica, chama-se Avenida Monsenhor De Sousa.

Trivia
  • Francisco Félix de Sousa foi personagem do romance "O Vice-Rei de Uidá", de Bruce Chatwin, que propagou, falsamente, que ele fora um vice-rei;
  • Foi tema do romance "O Último Negreiro" de Miguel Real;
  • Inspirou o personagem do filme "Cobra Verde" de Werner Herzog;
  • Foi tema de um documentário de Joana Cunha Ferreira, "Filmes do Tejo, Portugal", que se debruça essencialmente sobre a forma como sua memória é ainda vivida por seus descendentes em Benim;
  • É personagem do romance "Escravos", do togolense Kangni Alem, traduzido para o português e publicado em 2011.

Fonte: Wikipédia