Ademilde Fonseca

ADEMILDE FONSECA DELFINO
(91 anos)
Cantora

* Macaíba, RN (04/03/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/03/2012)

Mais conhecida como Ademilde Fonseca, foi uma cantora brasileira. Suas interpretações a consagraram como a maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a "Rainha do Choro".

Nasceu na localidade de Pirituba, no município de Macaíba, no estado do Rio Grande do Norte.

Aos quatro anos de idade, foi viver com a família em Natal, RN, onde morou até o início da década de 40. Desde criança gostava de cantar e ainda na adolescência, começou a se interessar pelas serestas, onde travou conhecimento com músicos locais.

Pouco mais tarde se casou com um desses seresteiros, Naldimar Gedeão Delfino. Com ele se mudou para o Rio de Janeiro em 1941. Seu nome oficial sofreu duas alterações ao longo da vida. Foi registrada como Ademilde Ferreira da Fonseca. Ao se casar com o violonista Naldimar Gideão Delfino mudou o nome para Ademilde Fonseca Delfino. Ao separar-se de Naldimar, adotou o nome artístico de Ademilde Fonseca como seu nome documental.

Recebeu do instrumentista Benedito Lacerda o título de "Rainha do Chorinho".

Em 1942, se apresentou no programa "Papel Carbono", de Renato Murce. No mesmo ano, acompanhada pelo regional de Benedito Lacerda interpretou durante uma festa o choro "Tico-Tico No Fubá" (Zequinha de Abreu), com letra de Eurico Barreiros. O flautista gostou tanto de sua interpretação que tomou a iniciativa de levá-la aos estúdios da gravadora Columbia, na época dirigida pelo compositor João de Barro (Braguinha).

Sua estréia em disco aconteceu em agosto de 1942, num 78 rpm que trazia o choro "Tico-Tico No Fubá" e o samba "Voltei Pro Morro" (Benedito Lacerda e Darci de Oliveira). Foi a primeira vez que o choro de Zequinha de Abreu, composto em 1917, era gravado com a letra escrita por Eurico Barreiros após a morte do compositor. No mesmo ano, gravou os sambas "Racionamento" (Caio Lemos e Humberto Teixeira) e, com Lauro Borges"Altiva América" (Esdras FalcãoHumberto Teixeira).

Abel Ferreira e Ademilde Fonseca
Em 1943 gravou os choros  "Apanhei-te, Cavaquinho" (Ernesto Nazareth), com letra de Darci de OliveiraBenedito Lacerda, e "Urubu Malandro", de motivo popular, com arranjos de Lourival de Carvalho e versos de João de Barro, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Desde então, passou a ser conhecida como cantora identificada com o gênero que a consagraria: o choro. Passou a ser reconhecida como "Rainha do Choro". Ainda em 1943, assinou contrato com a Continental, que relançou seus primeiros discos.

Em 1944, gravou o samba "Brinque A Vontade!..." (Osvaldo dos Santos, Odaurico Mota e Antônio Ferreira da Silva) e a marcha "Os Narigudos" (Benedito Lacerda e Haroldo Lobo). No mesmo ano, lançou os choros "Dinorá" e "É De Amargar", ambos da dupla Darci de OliveiraBenedito Lacerda. Ainda em 1944, foi contratada pela Rádio Tupi, apresentando-se com os regionais de Claudionor Cruz e Rogério Guimarães.

Em 1945, gravou os choros "O Que Vier Eu Traço" (Osvaldo dos Santos e Zé Maria) e "Xem-Em-Ém" (Geraldo Medeiros e Nestor de Holanda). No mesmo ano, gravou em ritmo de choro a polca "Rato" (Claudino da Costa e Casimiro Rocha). Da gravação fez parte o violonista Garoto com o conjunto Bossa Clube.

Em 1946, gravou o samba "Estava Quase Adormecendo" (João de Deus e Sebastião Figueiredo) e o choro "Sonoroso" (Del Loro e K-Ximbinho), que foi um de seus sucessos.

Voltou a gravar apenas dois anos depois, em 1948, quando registrou os choros "Vou Me Acabar" (Altamiro Carrilho e Pereira Costa) e "Sonhando" (K-Ximbinho e Del Loro).

Voltou a ficar mais dois anos sem gravar e em 1950, lançou a marcha "João Paulino" e o samba "Adeus, Vou-me Embora", ambas as composições de autoria de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu. No mesmo ano, suas gravações para "Brasileirinho" (Waldir Azevedo e Pereira da Costa) e "Teco-Teco" (Pereira da Costa e Milton Vilela) resultaram em enorme sucesso, sendo acompanhada nas duas composições pelo regional de Waldir Azevedo. Ainda no mesmo ano, assinou com a gravadora Todamérica, onde estreou com os choros "Molengo" (Severino Araújo e Aldo Cabral) e "Derrubando Violões" (Carioca).

Abel Ferreira e Ademilde Fonseca
Em 1951, gravou os baiões "Delicado" (Waldir Azevedo e Ari Vieira), uma de suas gravações mais marcantes, e "Arrasta-pé" (Rafael de Carvalho). No mesmo ano, gravou dois clássicos do repertório do choro: "Galo Garnizé" (Antônio Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima) e "Pedacinhos Do Céu" (Waldir Azevedo), com letra de Miguel Lima.

Em 1952, gravou o samba "Só Você" (Bruno Gomes e Ivo Santos) e "Baião em Cuba" (Pedroca e Miguel Lima). No mesmo ano, seguiu para a França com a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, participando de um espetáculo em Paris produzido pelo jornalista Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados.

Em 1953, gravou o choro "Vaidoso" (Poly e Juraci Rago), os baiões "Turista" (Poly e Geraldo Blota) e "Meu Cariri" (Dilu Melo e Rosil Cavalcânti), e a marcha "Uma Casa Brasileira" (Wilson Batista e Everardo de Barros).

A partir de 1954, na Rádio Nacional, passou a apresentar-se com os regionais de Canhoto, Jacob do Bandolim, Pixinguinha e também com as orquestras de Radamés Gnattali e do maestro Chiquinho. Também em 1954, gravou a polca "Pinicadinho" (Jararaca e Ratinho) e o baião "Tem 20 Centavos Aí?" (Zé Tinoco).

Em 1955 gravou o maxixe "Rio Antigo" (Altamiro Carrilho e Augusto Mesquita) e o choro "Saliente" (Altamiro Carrilho e Armando Nunes). No mesmo ano, transferiu-se para a Odeon e lançou os choros "Polichinelo" (Gadé e Almanir Grego) e "Na Vara Do Trombone" (Gomes Filho).

Em 1956 gravou o samba "Império Serrano" (Lobo, Hinha e Amorim Roxo) e a marcha "Me Leva" (Arsênio de Carvalho). Ainda em 1956 gravou, entre outros, "Xote Do Totó" (Arsênio de Carvalho e Nelson Sampaio), o choro "Acariciando" (Abel Ferreira e Lourival Faissal), o baião "A Situação" (Miguel Lima e Gil Lima), e a toada "Procurando Você" (Catulo de Paula e Fernando Lopes).


Em 1957 gravou o samba "Telhado De Vidro" (Marino Pinto e Mário Rossi). No mesmo ano, ficou em terceiro lugar no concurso para a escolha da "Rainha e Rei do Rádio" com 100.445 votos.

Em 1958 gravou o LP "À La Miranda", no qual interpretou músicas que foram sucessos na voz de Carmen Miranda, como "Camisa Listrada", "Uva De Caminhão" e "Recenseamento", todas de Assis Valente.

Em 1959, gravou o samba "Na Baixa Do Sapateiro" (Ary Barroso). No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora Philips e lançou o LP "Voz + Ritmo = Ademilde Fonseca" com destaque para "Tá Vendo" (Antônio Almeida), "Se Eu Te Perdesse" (Marino Pinto e Vadico), "Boato" (João Roberto Kelly), e "13 De Maio" (René Bittencourt).

Em 1960 gravou o LP "Choros Famosos", cantando uma série de choros clássicos como "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), "Pedacinhos Do Céu" (Waldir Azevedo e Miguel Lima), "Apanhei-te Cavaquinho" (Benedito Lacerda, Darci, Oliveira e Ernesto Nazareth), e "Comigo É Assim" (José Menezes e Luiz Bittencourt).

Em 1961, gravou o samba "De Apito Na Boca" (Bidu Reis e Murilo Latini) e a marcha "É O Que Ela Quer" (J. Cascata e Luiz Bittencourt).

Em 1962 gravou as marchas "Pé De Meia" (Luiz de França e Nahum Luiz) e "Quem Resolve É A Mulher" (Luiz Bittencourt e Bidu Reis).

Excursionou pela Espanha e por Portugal em 1964, juntamente com o cantor Francisco Egydio. Em Lisboa, permaneceu em cartaz durante cerca de seis meses.

Em 1967, interpretou o choro de Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho "Fala Baixinho" no II Festival Internacional da Canção (FIC), da TV Globo.


Na década de 1970, apresentou-se em shows no Teatro Opinião no Rio de Janeiro e lançou um LP pela gravadora Top Tape, em 1975. Neste disco destaca-se a faixa "Títulos De Nobreza", que tem também o nome de "Ademilde no Choro". Trata-se de um presente para a cantora da dupla de compositores João Bosco e Aldir Blanc.  A letra se refere a diversos títulos de choros, muitos deles gravados anteriormente por ela própria. Este disco, que marcou o retorno da cantora às gravações, e tinha ainda as faixas "Choro Chorão" (Martinho da Vila), "Meu Sonho" (Paulinho da Viola) e "Amor Sem Preconceito" (Paulinho da Viola e Candeia).

Em 1997, integrou-se ao conjunto As Eternas Cantoras do Rádio ao lado de Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima.

Em 1999, recebeu a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, a mais alta comenda concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Em 2001, participou do CD "Café Brasil", produzido por Rildo Hora, ao lado de Marisa Monte, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Henrique Cazes, Leila Pinheiro, o conjunto Época de Ouro, entre outros.

Admirada no Brasil e no exterior, uma prova disso pode ser dada pela admiração da cantora japonesa Yoshimi Nakayama que tendo obtido, no Japão, um CD de Ademilde Fonseca, decorou as letras, sem saber o significado das palavras, veio ao Brasil e passou a cantá-las em seus shows. Posteriormente, Yoshimi Nakayama veio ao Brasil para conhecer Ademilde Fonseca que a recebeu em sua casa e lhe ensinou, além do significado das palavras das músicas do seu repertório, diversos segredos da sua interpretação. Yoshimi Nakayama fez uma gravação no Rio de Janeiro, cantando junto com Ademilde Fonseca e acompanhada pelo violonista Walter Silva, o Waltinho, e fez algumas apresentações, junta com Ademilde Fonseca, no Restaurante Panorama no Leblon.


A partir de 2004, passou a se apresentar sempre em companhia da sua filha Eymar Fonseca. Entre as apresentações mais marcantes das duas juntas, destacam-se os festivais do choro "Na Cadência do Choro", no Circo Voador, em 2005, no qual se apresentou em duas noites, na primeira acompanhada pelo flautista Altamiro Carrilho, e na segunda, pelo grupo Noites Cariocas, onde foi a grande homenageada. "A Noite do Chorinho", em Conservatória, em 2007, e o show "De Mãe Para Filha", realizado na Sala Baden Powell, em maio de 2008.

Foi homenageada pela Escola de Samba Imperatriz Alecrinense, em Natal, RN, que desfilou, no Carnaval de 2007, tendo como tema a sua história: "Saudação da Imperatriz a uma Rainha (Ademilde Fonseca)".

Em 2008 recebeu convite da cantora Carmélia Alves para voltar a integrar o grupo "Cantoras do Rádio", o que aceitou.

Ademilde Fonseca foi uma cantora de importância fundamental na música popular brasileira, e particularmente para o desenvolvimento do choro. Até o seu surgimento, o choro não era para ser cantado e era considerado como um gênero exclusivo dos instrumentistas.

Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA), a caixa "100 Anos De Música Popular Brasileira" com a reedição em quatro CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 4 estão incluídas as suas interpretações acompanhada por Abel Ferreira e seu conjunto para os choros "Brasileirinho" e "Delicado", ambos de Waldir Azevedo.

Em 2012, sua interpretação para o samba "Recenseamento", de Assis Valente, foi incluída no CD duplo "Assis Valente Não Fez Bobagem - 100 Anos De Alegria" lançado pela EMI em homenagem ao centenário de nascimento do compositor.

Morte

A cantora Ademilde Fonseca morreu no final da noite de terça-feira, 27/03/2012, no Rio de Janeiro. Ela tinha 91 anos e sofria problemas cardíacos.

Segundo a neta, Ana Cristina, Ademilde sofreu um mal súbito e morreu em casa, por volta das 23:00 hs.

Ademilde Fonseca deixou uma filha, a também cantora Eimar Fonseca, três netas e quatro bisnetos. O enterro da cantora foi realizado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Millôr Fernandes

MILTON VIOLA FERNANDES
(88 anos)
Cartunista, Humorista, Dramaturgo, Escritor e Tradutor

* Rio de Janeiro, RJ (16/08/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/03/2012)

Com passagem marcante pelos veículos impressos mais importantes do Brasil, como O Cruzeiro, O Pasquim, Veja e Jornal do Brasil, entre vários outros, Millôr é considerado uma das principais figuras da imprensa brasileira no século XX.

Multifacetado, obteve sucesso de crítica e de público em todas os gêneros em que se aventurou, como em seus trabalhos de ilustração, tradução e dramaturgia, sendo várias vezes premiado. Além das realizações nas áreas literária e artística, ficou conhecido também por ter sido um dos idealizadores do frescobol.

Juventude

Filho do engenheiro espanhol Francisco Fernandes e de Maria Viola Fernandes, Millôr nasceu no do Méier em 16 de agosto de 1923, mas só foi registrado como Milton Viola Fernandes, no ano seguinte, em 27 de maio de 1924. De Milton se tornou Millôr graças à caligrafia duvidosa na certidão de nascimento, cujo traço não completou o "t" e deixou o "n" incompleto. Aos dois anos perde o pai, e sua mãe passa a trabalhar como costureira para sustentar os quatro filhos.

Millôr Fernandes (Fonte: AE)
De 1931 a 1935 estudou na Escola Ennes de Souza. Nesse meio tempo se torna leitor voraz de histórias em quadrinhos, especialmente Flash Gordon. A forte influência, e o estímulo de seu tio Antônio Viola, o leva a submeter um desenho ao períodico carioca O Jornal que, aceito e publicado, lhe rende um pagamento de 10 mil réis.

Aos doze anos perde a mãe, passando a morar com o tio materno Francisco, sua esposa Maria e quatro filhos no subúrbio de Terra Nova, próximo ao Méier. Dois anos depois, em 1938, passa a trabalhar para o médico Luiz Gonzaga da Cruz Magalhães Pinto, entregando seu remédio para os rins Urokava em farmácias. Pouco depois é empregado pela revista O Cruzeiro, assumindo as funções de contínuo, repaginador e factótum.

Na mesmo época, assinando sob o pseudônimo Notlim, ganha um concurso de contos na revista A Cigarra. É promovido a arquivista da publicação, e com o cancelamento de quatro páginas de publicidade desta, é convidado a preencher o espaço vago. Cria então a seção Poste Escrito, que assina como Vão Gogo.

Carreira Literária

O sucesso de sua coluna em A Cigarra faz com que ela passe a ser fixa, e Millôr assume a direção do periódico, cargo que ocuparia por três anos. Ainda sob o pseudônimo Vão Gogo, começa a escrever uma coluna no Diário da Noite. Passa a dirigir também as revistas O Guri, com histórias em quadrinhos, e Detetive, que publicava contos policiais.

Em 1941 volta a colaborar com a revista O Cruzeiro, continuando a assinar como Vão Gogo na coluna Pif-Paf, o fazendo por 18 anos. A partir daí passou a conciliar as profissões de escritor, tradutor (autodidata) e autor de teatro.

Já em 1956 divide a primeira colocação na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhista norte-americano Saul Steinberg. Em 1957, ganha uma exposição individual de suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Dispensa o pseudônimo Vão Gogo em 1962, passando a assinar apenas como Millôr em seus textos na revista O Cruzeiro. Deixa a revista no ano seguinte, por conta da polêmica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica.

Em 1964, passa a colaborar com o jornal português Diário Popular e obtém o segundo prêmio do Salão Canadense de Humor. Em 1968, começa a trabalhar na revista Veja, e em 1969 torna-se um dos fundadores do jornal O Pasquim.

Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de voltar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre estas, clássicos de Sófocles, William Shakespeare, Molière, Bertolt Brecht e Tennessee Williams.

Depois de colaborar com os principais jornais brasileiros, retornou à Veja em setembro de 2004, deixando a revista em 2009 devido a um desentendimento acerca da digitalização de seus antigos textos, publicados sem sua autorização no acervo on-line da publicação.

Problemas de Saúde

No princípio de fevereiro de 2011, Millôr sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Permaneceu em torno de duas semanas inconsciente na UTI, e após cinco meses de internação em uma clínica no Rio de Janeiro, recebeu alta no dia 28 de junho. Dois dias depois voltou a se sentir mal, passando outros cinco meses internado.

Após o segundo internamento a família de Millôr manteve em privado os detalhes a respeito de sua saúde, até que em 28 de março de 2012 é divulgado à imprensa que o escritor morrera no dia anterior, em decorrência de Falência Múltipla dos Órgãos e Parada Cardiorrespiratória.

Fonte: Wikipédia