Blecaute

OTÁVIO HENRIQUE DE OLIVEIRA
(63 anos)
Cantor e Compositor

*  Espírito Santo do Pinhal, SP (05/12/1919)
+  Rio de Janeiro, RJ (09/02/1983)

O mais carioca dos paulistas, como ele mesmo se dizia, durante quase 40 anos, ajudou a animar, com seu sorriso muito branco, a voz e a ginga de corpo, a maior festa popular brasileira. Era a figura ilustre que abria o Carnaval carioca, sábado de manhã, na Cinelândia: "Eu não gosto de carnaval. Eu sou o Carnaval".

Era também conhecido pela alcunha de "General da Banda", devido a seu maior sucesso.

Em 1925, aos seis anos, órfão de pai e mãe, foi para São Paulo. Teve uma infância difícil em São Paulo. Foi engraxate, entregador de jornais, biscateiro.

Em 1933, participou do programa de calouros "A Peneira de Ouro", na Rádio Tupi. Em 1941, já cantava na Rádio Difusora, adotando o nome artístico, sugerido por Capitão Furtado, de Black-Out, aportuguesado para Blecaute, devido a sua etnia negra.

Em 1942, contratado pela Rádio Tamoio, foi para o Rio de Janeiro. Lá apresentou-se também na Rádio Mauá e na Rádio Nacional.

Em 1944 participou, como cantor, do filme "Tristezas Não Pagam Dívidas" e gravou o primeiro disco, "Eu Agora Sou Casado".

O Carnaval de 1949 trouxe os grandes sucessos "O Pedreiro Valdemar" (Wilson Batista e Roberto Martins) e "General da Banda" (Tancredo Silva, Sátiro de Melo e José Alcides), que lhe valeria a alcunha que carregaria para o resto da vida.

Em 1954, faria participações nos filmes "Malandros em Quarta Dimensão", de Luiz de Barros, e "O Rei do Movimento", de Victor Lima e Hélio Barroso.

Morte

Blecaute morreu aos 63 anos de idade às 12:45 hs do dia 09/02/1983, após uma prolongada doença. Ele estava internado no Hospital Cardoso Fontes em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Foi enterrado mo Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Blecaute estava afastado do mundo artístico por conta de sua saúde se encontrar debilitada. Ele sofria de Hipertensão Arterial e, segundo os médicos do Hospital Cardoso Fontes, onde estava internado, originou outros males. No atestado de óbito constam como causas da morte, além da  Hipertensão Arterial, Choque Cardiogênito, Cardiopatia Hipertensiva, Insuficiência Renal Crônica e Hemorragia Subaracnóide.

Blecaute viveu os últimos anos em sérias dificuldades financeiras, com saúde extremamente debilitada. "Tudo isso é assim mesmo", dizia conformado. Um anos antes de morrer, artistas realizaram um show beneficente. Sabia que não realizaria mais o antigo sonho que nutriu a vida inteira: um LP reunindo todos os seus sucessos de carnaval.

Discografia

  • 1944 - Minha Tereza / Eu Agora Sou Casado
  • 1947 - Opa.. Opa… / Dona Maria
  • 1948 - O Biriba Esteve Aqui / Carioca Bonita
  • 1948 - Chegou a Bonitona / Zing-zing-bum
  • 1948 - Vote! Que Mulher Bonita! / Que Samba Bom
  • 1948 - Pedreiro Waldemar / Desce, Favela
  • 1949 - Moreninha, Moreninha / Meu Guarda-Chuva
  • 1949 - Oito Mulheres / Baiana Tereza
  • 1949 - Rei Zulu / O Presidente Chegou
  • 1949 - General da Banda / Marcha do "O"
  • 1949 - Leilão de Ali Babá / Salve Mangueira
  • 1950 - Ave-Maria / Rosinha, Vem Cá
  • 1950 - Joãozinho Boa-Pinta / Meu Doce de Côco
  • 1951 - Ai Cachaça / Papai Adão
  • 1951 - Borocochô / Onda Vai, Onda Vem
  • 1951 - Dia dos Namorados / O Delegado Quer Prender o Antônio
  • 1951 - Mambo no Samba / Fã Número 1
  • 1951 - Sujeito Sem Jeito / Televisão
  • 1951 - Borboleta Dourada / Que Coisa Boa!
  • 1951 - Maria Candelária / Não Dou Cartaz
  • 1952 - Santo Antônio Não Gosta
  • 1952 - Pedido à São João / Calvário do Amor
  • 1953 - Dona Cegonha / Rico Vai na Chuva
  • 1953 - A Banca do Guarda / Não Agüento Essa Mulher
  • 1953 - Santo Antonio Sabe / Tim Tim o Lá Lá
  • 1953 - A Dor Que Mais Dói / Primeiro Eu
  • 1953 - Escravo da Obrigação / Papagaio Falador
  • 1953 - Ai Meu Senhor / Piada de Salão
  • 1954 - Marina Sapeca / Primeira Valsa
  • 1954 - Caridade / Cabrocha
  • 1954 - Batuque dos Meninos / Samambaia Pegou Fogo
  • 1955 - Lágrimas / Maria Escandalosa
  • 1955 - Napoleão Boa Boca / Velha Guarda
  • 1955 - Quem Será? / Agarradinho
  • 1955 - Torcedor do Mengo
  • 1955 - Minha Senhora / Ingrata Rosinha
  • 1955 - Linguagem do Povo / Use a Cabeça
  • 1955 - Natal das Crianças / Noiva Querida
  • 1956 - Ressurreição / Marcha das Fãs
  • 1956 - Mulher é Aquela / Maria Champanhota
  • 1956 - Vou-me Embora Sá Dona / A Vez do Bobo
  • 1956 - Baião de Minas Gerais / A Mulher do Palhaço
  • 1956 - Mambo Bacana / Carla
  • 1957 - Aquele Amor / Lavadeira
  • 1957 - Inventor da Mulata / Meu Coração Soluçou
  • 1957 - Ambição / Lá Vem Ela
  • 1957 - Mambo Carioca / Triste Recordação
  • 1957 - Canção da Mamãe
  • 1957 - Se Papai Fosse Eleito / História de Sempre
  • 1957 - Decisão Amarga / Rei dos Reis
  • 1958 - Tô de Prontidão / Serenou, Serenou
  • 1958 - Chora, Doutor / Volta Redonda
  • 1958 - Está Chegando o General / Rebola Feola
  • 1959 - Um Romance em Brasília / Samba do Play-Boy
  • 1959 - Natal de Jesus / Feliz Ano Novo
  • 1959 - É Pra Todo Muno Cantar
  • 1960 - Banho Diferente / A Sogra Vem Aí
  • 1960 - Sem Mulata é Fogo / Balançou, Balançou
  • 1960 - Rosa Errante / Quero Morrer no Rio
  • 1961 - Samba da Cor
  • 1961 - Acabou a Sopa / Direitos Iguais
  • 1961 - Mulher Toda Hora / A Casa Oficial
  • 1961 - Maria Brasília
  • 1962 - Na Boca do Povo
  • 1968 - Carnavália - Museu da Imagem e do som LP
  • 1993 - Carnaval - Sua História e Sua Glória, Vol. 9
  • 1994 - Carnaval - Sua História e Sua Glória, Vol. 11

Fonte: Wikipédia

Marcos Carneiro de Mendonça

MARCOS CARNEIRO DE MENDONÇA
(93 anos)
Historiador, Escritor e Goleiro

* Cataguases, MG (25/12/1894)
+ Rio de janeiro, RJ (19/10/1988)


Dono de reflexos apurados, grande sentido de colocação, estilo clássico e refinado, Marcos Carneiro de Mendonça, com seus 1,87m de altura, também chamava atenção pelo modo elegante como trajava o uniforme tricolor. Sempre ao final das partidas, curiosamente, as roupas do goleiro (camisa e calção brancos, este último preso a cintura com uma fita roxa) ainda estavam praticamente limpas pelo simples fato de estar sempre bem colocado, fato que fazia com que não se atirasse muito ao chão.

Com suas exibições primorosas, Marcos Carneiro de Mendonça acumulou fama e prestígio numa época em que jogar no gol era algo reservado aos menos hábeis coma bola nos pés.

Marcos escolheu a posição na infância, quando teve febre amarela, sarampo, forte infecção intestinal e problemas pulmonares: "Todo mundo me cercava de cuidados, impedindo-me de fazer grandes esforços. Mas eu queria jogar futebol, e achei que no gol seria menos exigido".


Marcos Carneiro de Mendonça foi o primeiro goleiro da Seleção Brasileira de Futebol e detem até os dias atuais o título de goleiro mais jovem a ser selecionado, pois tinha 19 anos quando de seu primeiro jogo, contra o Exeter City, da Inglaterra em 21 de Julho de 1914. Foi titular por nove anos, conquistando os campeonatos sul americanos de 1919 e 1922.

Marcos chegou ao Rio de Janeiro aos 6 anos, começou a carreira aos 13 anos no time Haddock Lobo, time da Rua do Bispo, na Tijuca.  com a fusão deste clube ao América F.C. passou a defender o time rubro, onde foi campeão carioca de 1913. Tinha 1,87 m.

Assim como outras dezenas de sócios e atletas do América, descontentes com a diretoria, Marcos se transferiu para o Fluminense em 1914, tendo sido seu goleiro titular até 1922. Em 127 jogos nesse período, sofreu 164 gols e foi tricampeão carioca em 1917/1918/1919. No Fluminense jogou até o fim da carreira, aos 29 anos, quando sofreu séria lesão.

Após encerrar a sua carreira, Marcos trabalhou como historiador e foi presidente do Fluminense, conquistando como dirigente, o bicampeonato carioca em 1940/1941.

Casado com a poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça, pai da crítica teatral Bárbara Heliodora, uma das maiores especialistas em Shakespeare, que escreve semanalmente, coluna no jornal O Globo.

Títulos

  • America-RJ - Campeonato Carioca: 1913
  • Fluminense - Campeonato Carioca: 1917,1918 e 1919
  • Seleção Brasileira - Copa Roca: 1914 e Campeonato Sul-Americano: 1919 e 1922

Fonte Wikipédia

Anna Amélia

ANNA AMÉLIA DE QUEIROZ CARNEIRO DE MENDONÇA
(75 anos)
Poetisa, Tradutora e Feminista

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1896)
+ Rio de Janeiro, RJ (1971)

Anna Amélia nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de agosto de 1896,  filha do engenheiro e colecionador José Joaquim de Queiroz Júnior. Passou a infância em uma fazenda no interior de Minas Gerais, onde recebeu instruções de professoras estrangeiras: aprendendo inglês, francês e alemão. Dos 12 aos 14 anos, começou a escrever versos, publicados em 1911, com o título de "Esperanças". Em 1922, publicou seu segundo livro de poemas, "Alma", em 1926, "Ansiedade", em 1936, "A harmonia das Coisas e dos Seres", em 1939, "Mal de Amor", em 1951, "50 Poemas de Anna Amelia" e em 1957, "Todomundo".

Para além de suas atividades literárias, Anna Amélia foi profundamente ativa para o reconhecimento da mulher no Brasil. Dirigiu durante dois anos a página feminina do Diário de Notícias. Foi a primeira mulher a ser membro do Tribunal Eleitoral (1934), fazendo parte também de uma mesa apuradora. Foi nomeada por Getúlio Vargas representante do Brasil no I Congresso Feminista Internacional, da Woman League International, em Istambul, 1935. Nesta época era vice-presidente da Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino. Foi delegada do Brasil de 1941 a 1943 na Comissão Interamericana de Mulheres.

Entre estas atividades, Anna Amélia fundou em 1939 a Casa do Estudante do Brasil, sendo por este motivo eleita a "Rainha dos Estudantes Brasileiros". Com sede especialmente construída, a Casa do Estudante do Brasil era uma instituição voltada para o intercâmbio cultural entre os estudantes. Reunindo alguns residentes e muitos associados, o prédio possuía um restaurante, salão de festa e conferência, auditórios para cursos de extensão universitária, biblioteca, apartamentos para professores visitantes, consultórios médico e dentário, farmácia e barbearia. Tinha ainda uma publicação chamada "Rumo", onde eram publicados artigos sobre o ensino, história do Rio de Janeiro e do país, debates de temas atuais e textos literários.

Toda esta estrutura educacional fora idealizada por Anna Amélia, que foi presidente vitalícia da instituição até a sua morte, em 1971. E em retribuição a sua dedicação, a Casa do Estudante do Brasil ergueu, em 1975, o busto em um largo em frente a sua sede, no Castelo. Este largo, no dia da inauguração do busto passou a ser chamado Praça Anna Amélia. A cerimônia foi concorrida e noticiada em quase todos os jornais da cidade. Estiveram presentes ministros, o prefeito da cidade, o secretário de Educação, várias escolas de primeiro grau, o coral do Colégio Pedro II, a família, amigos intelectuais e os dirigentes da Casa do Estudante do Brasil. No discurso de Paschoal Carlos Magno está explícita a intenção da bronzificação.

"Não faltam por aí pessoas sempre dispostas a fundar instituições que se apresentam como beneficentes e, as mais das vezes, prestam serviços a certo grupo de necessitados. Na maioria dos casos, porém, o objetivo principal consiste em promover os fundadores e mantenedores - seja com propósitos eleitorais, seja com finalidade lucrativa. Bem diferente é o caso da Casa do Estudante do Brasil. Ana Amélia que dirigiu a Casa do Estudante até o seu último dia de vida, era uma poetisa ilustre, uma dama de prestígio social e era rica. Não precisava se promover. Só pensou em servir. Seu busto foi agora colocado à frente da Casa. Ela continua, em espírito eterno e em bronze eterno, no lugar que gostava." 

Anna Amélia casou-se com Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro e historiador. A partir de 1944 o casal passou a residir em um palacete do século 19 no bairro do Cosme Velho, conhecido como "Solar dos Abacaxis", por conta dos adornos em ferro fundido que ainda hoje decoram a balaustrada das janelas frontais do solar. A mansão foi erguida em 1843 pelo bisavô de Anna Amélia, o comendador Borges da Costa.

Em seu segundo livro "Alma", em 1922, a poetisa introduziu o tema do futebol na poesia brasileira e colaborou a seu modo para difundir e popularizar esse esporte. Ensinava o jogo aos operários da fábrica de seu pai e dava instruções preciosas durante as partidas. Desde muito jovem era entusiasta do esporte: no seu 12º aniversário, pediu aos pais como presente, uma bola, uma botina de sola grossa e começou a treinar.

Anna Amélia e Marcos tiveram três filhos, sendo a mais nova a crítica teatral Bárbara Heliodora.

Anna Amélia é considerada hoje uma expressão importante da literatura brasileira do século XX. Rever a sua vida é resgatar a importância da mulher para a nossa cultura e arte. 

Fonte: Wikipédia e Bolsa de Mulher

Simões Filho

ERNESTO SIMÕES DA SILVA FREITAS FILHO
(71 anos)
 Político, Jornalista e Empresário 

* Cachoeira, BA (04/10/1886)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/11/1957)

Ernesto Simões da Silva Freitas Filho, mais conhecido como Simões Filho foi um político, jornalista e empresário brasileiro, ex-Ministro da Educação, fundador do jornal A Tarde e em cuja homenagem foi batizado o município baiano de Simões Filho.

Filho do coronel Ernesto Simões da Silva Freitas e de Emília Rosa Simões da Silva Freitas, Simões Filho nasceu em Cachoeira em 4 de outubro de 1886.

Foi aluno do tradicional Ginásio Bahiano, instituição por onde passaram outros grandes nomes da História da Bahia, como o poeta Castro Alves e Ruy Barbosa, de quem Simões Filho se tornaria um grande admirador e defensor das suas candidaturas à Presidência do Brasil.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Direito, um local de produção intelectual efervescente, Simões Filho casou-se com Helena Guimarães Cerne, com quem teve os filhos Regina Simões de Mello Leitão, atual presidente do Grupo A Tarde; Renato Simões, advogado, empresário e atual superintendente do Grupo A Tarde; e Vera Simões Bainville, colunista de A Tarde.

A vocação de Simões Filho para o jornalismo começou ainda no curso preparatório no Ginásio Bahiano, onde fundou, com outros colegas, um jornalzinho estudantil chamado O Carrasco.

Aos 18 anos, Simões Filho criou O Papão, uma revista literária que aliava a circulação da informação sobre o cotidiano baiano com muito humor. Em seguida, Simões Filho fundou A Tarde. O jornal já surgiu trazendo conceitos inovadores, como anúncios classificados, realização de campanhas editoriais que defendiam questões de interesse da Bahia, uso de clichês, além do investimento em novas tecnologias de impressão. Isto fez com que rapidamente A Tarde se tornasse líder do mercado baiano de informação.

Dinamismo

Sem descuidar de modernizar e dar cada vez mais qualidade ao seu jornal, Simões Filho participava ativamente da vida política nacional. Foi deputado estadual, deputado federal, líder da bancada da Bahia e ministro da Educação e Saúde (1951-1953) no segundo governo de Getúlio Vargas.

Durante o turbulento período que foi da Revolução de 1930 ao chamado Estado Novo, Simões Filho foi um defensor incansável da autonomia da Bahia. Sua posição o colocou como forte opositor aos interventores nomeados por Getúlio Vargas para assumir o governo baiano, afinal o Estado estava sob a intervenção do poder federal.

Por conta dos seus freqüentes protestos, Simões Filho foi perseguido, inclusive tendo de passar períodos fora do Brasil. Um dos mais dolorosos desafios desta fase foi a censura ao seu jornal. A Tarde chegou a ficar, em 1934, nove dias sem circular por conta da censura determinada por Juracy Magalhães.

Em 1946, Simões Filho apoiou a candidatura vitoriosa de Octávio Mangabeira. Após quatro anos, foi a vez de dar seu apoio a Lauro de Freitas, que enfrentou Juracy Magalhães.


No entanto, Lauro de Freitas morreu em um acidente de avião durante a campanha. Seu substituto, Régis Pacheco, venceu. Simões Filho tornou-se ministro da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas por indicação do governador da Bahia.

A sua passagem pelo ministério foi curta, mas brilhante. Apesar de indicado para concorrer à sucessão de Régis Pacheco, Simões Filho não aceitou o convite por divergir do grupo do governador antes mesmo da apresentação do seu nome na convenção do Partido Social Democrático (PSD). Mas, por solidariedade ao seu grande amigo, o professor Pedro Calmon, escolhido candidato ao governo, resolveu apoiar o grupo.

No dia 24 de novembro de 1957, Simões Filho morreu no Rio de Janeiro. O local escolhido para o seu sepultamento foi a capital da Bahia, palco maior das suas grandes lutas.

Fonte: A Tarde

Humberto Mauro

HUMBERTO MAURO
(86 anos)
Cineasta

* Volta Grande, MG (30/04/1897)
+ Volta Grande, MG (05/11/1983)

Humberto Mauro foi um dos pioneiros do cinema brasileiro. Fez filmes entre 1925 e 1974 sempre com temas brasileiros.

Filho de Gaetano Mauro, imigrante italiano, e de Teresa Duarte, mineira culta e poliglota, ele nasceu na Zona da Mata mineira dois anos depois da histórica sessão cinematográfica promovida pelos irmãos Lumière, em Paris. Quando criança, mudou-se com a família para Cataguases.


O Começo: O Ciclo de Cataguases

Desde cedo se dedicou à música, tocando o violino e o bandolim. Interessado também em mecânica, ingressou no curso de engenharia em Belo Horizonte, que abandonou um anos depois para voltar a Cataguases. Como as linhas de transmissão de eletricidade chegavam à região, trabalhou na instalação de energia elétrica nas fazendas.

Foi para o Rio de Janeiro em 1916, onde trabalhou como eletricista, retornando a Cataguases em 1920. Neste mesmo ano casou com Maria Vilela de Almeida (Dona Bebê), com quem permaneceu casado pelo resto da vida.

Em 1923, passou a se interessar por fotografia. Adquiriu uma câmera Kodak de Pedro Comello, pai da atriz Eva Nill, imigrante italiano a quem convenceu a se instalar em Cataguases como fotógrafo e de quem se tornaria amigo inseparável. Ambos compartilhavam de uma paixão pelo cinema, principalmente pelos filmes americanos de aventura. Admirava D.W. Griffith e King Vidor.

Em 1925, Humberto Mauro e Pedro Comello compraram uma câmara cinematográfica de 9,5 mm, marca Pathé, com a qual Humberto Mauro filmou um curta-metragem cômico de apenas 5 minutos de duração. Mostraram esse filme a comerciantes locais, tentando convencê-los a investir numa companhia produtora de filmes em Cataguases. Com o apoio financeiro de Homero Domingues compraram uma câmara de 35 mm e centenas de metros de filme. Mas o filme que resolveram fazer ficou inacabado.

Ainda em 1925, com a participação do negociante Agenor Cortes de Barros, fundaram em Cataguases a Phebo Sul América. Em 1926 realizam "Na Primavera da Vida" e em seguida "Thesouro Perdido", um filme nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e complicadas cenas de ação. Foi premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Este filme contou com a única participação nas telas da mulher de Humberto Mauro, com o nome artístico de Lola Lys.

Com o sucesso de "Thesouro Perdido", Humberto Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de Phebo Brasil, e desenvolver filmes de acordo com sua visão pessoal. Seu trabalho seguinte, "Brasa Dormida", é uma bem sucedida mistura de aventura e romance, com excelente aproveitamento dos cenários naturais, em que não falta uma excitante, para os padrões da época, cena erótica. Lançada em 1929, foi distribuída para todo o país.

Seu longa-metragem seguinte, seu último para a  Phebo Brasil, "Sangue Mineiro" é considerado sua obra-prima em Cataguases. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso de crítica e público. Aqui ele deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os únicos conflitos são os do coração.

Humberto Mauro manteve estreitas ligações com poetas e escritores modernistas da época, especialmente com os integrante do chamado Movimento Verde. Criado em Cataguases após a Semana de Arte Moderna de 1922, tinha como integrantes Rosário Fusco, Francisco Inácio Peixoto, Ascânio Lopes e Guilhermino César, dentre outros, que eram responsáveis pela edição da Revista Verde, um dos marcos da literatura modernista brasileira.

Humberto Mauro e Ronaldo Werneck (1975)
Cinédia

Com o surgimento da Cinédia, em 1929 ele vai para o Rio de Janeiro e começa a trabalhar com Adhemar Gonzaga, dirigindo as primeiras produções do estúdio, "Barro Humano" e "Lábios Sem Beijos", mostrando domínio na técnica do cinema falado.

O sucesso desses filmes tornou a Cinédia o estúdio mais importante da época. Em 1931 foi lançado "Mulher", na qual Humberto Mauro atuou como câmera, cabendo a direção a Octavio Gabus Mendes. Seu filme seguinte, "Ganga Bruta", teve dificuldades na sua realização que se prolongou de 1931 a 1933. Era um filme de estrutura narrativa revolucionária para a época, com flashbacks e cortes rápidos.

Depois de dirigir a "Voz do Carnaval" (1933), seu primeiro musical, troca a Cinédia pela Brasil Vita Filmes (1934), um estúdio fundado pela atriz Carmen Santos, estrela de vários filmes de Humberto Mauro. Na nova casa, fez "Favela dos Meus Amores" (1935) e "Cidade Mulher" (1936).

Instituto Nacional do Cinema Educativo

A convite de Edgar Roquette-Pinto, Humberto Mauro se junta ao Instituto Nacional do Cinema Educativo, onde por décadas realizou documentários sobre temas tão variados como astronomia, agricultura e música.

Enquanto trabalhou no Instituto Nacional do Cinema Educativo, Humberto Mauro dirigiu apenas três longas metragens: "Descobrimento do Brasil" (1937), com música de Villa-Lobos, "Argila" (1940) e "Canto da Saudade" (1952), onde também trabalha como ator, num papel secundário.

Afastado do cinema desde 1974, quando fez o curta-metragem "Carro de Bois", passou a viver em seu sítio Rancho Alegre, em Volta Grande, onde morreu, aos 86 anos, quase que completamente cego, após uma forte pneumonia.

Humberto Mauro é autor do mais significativo ciclo regional do cinema brasileiro, iniciado em 1926 com "Na Primavera da Vida". Durante seus últimos anos de vida, Humberto Mauro foi a inspiração principal da geração do Cinema Novo. Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha eram seus admiradores declarados.

Mesmo sem dirigir, deu colaboração informal a cineastas como o próprio  Nelson Pereira, para quem escreveu os diálogos em tupi-guarani de "Como era Gostoso o Meu Francês", Paulo César Saraceni e Alex Vianny.

Apesar de não ter feito carreira internacional, devido às limitações da época, foi homenageado no Festival de Cannes como um dos cineastas mais importantes do século XX.

Em 1936 a carreira de Humberto Mauro sofreu mudança, ele se rendeu ao documentário. A pedido do então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, o professor Edgar Roquette-Pinto criou o Instituto Nacional de Cinema Educativo e convidou Humberto Mauro. Filmou mais de 300 documentários de curta, entre 1936 e 1964: "Dia da Pátria", "Lição de Taxidermia", "Vacina Contra Raiva", "A Velha a Fiar" e "Higiene Doméstica", e, a série "As Brasilianas", na qual registrou exibições de músicas folclóricas.

Fonte: Wikipédia

Félix

FÉLIX MIÉLI VENERANDO
(74 anos)
Goleiro e Técnico de Futebol

* São Paulo, SP (24/12/1937)
+ São Paulo, SP (24/08/2012)

Félix Miéli Venerando, mais conhecido como Félix, foi um ex-futebolista que atuava como goleiro e ex-treinador do futebol brasileiro. Foi campeão com a Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo de 1970.

Sua carreira começou bem cedo, nas divisões de base do Nacional Atlético Clube da capital paulista e, com apenas 15 anos de idade, profissionalizou-se no Clube Atlético Juventus da Mooca.

Félix ficou no Juventus até 1955, quando foi contratado pela Portuguesa no dia 23 de julho de 1955. Sua estreia só veio acontecer, no dia 26 de março de 1956, no Torneio Rio-São Paulo Internacional, pois Cabeção estava defendendo a seleção e Félix jogou na vitória de 2 a 1 contra o Newell's Old Boys, da Argentina.

Com a saída de  Cabeção em 1957, a Portuguesa contratou no ano seguinte o goleiro Carlos Alberto, que havia jogado no Vasco da Gama. Félix passou a treinar com os aspirantes e foi Campeão Paulista em 1957. Depois foi emprestado ao Nacional, da capital paulista.

Retornou à Portuguesa no final de 1960, a pedido do treinador Nena, e assim finalmente, vestiu a camisa número 1 da Lusa. Foi titular absoluto de 1961 até 1963.

Félix (Foto: Gazeta Press)
De 1964 até 1968, Félix passou a revezar com Orlando, que havia sido contratado junto ao São Cristóvão do Rio de Janeiro. Em 1964 a Portuguesa foi convidada para tomar parte nos eventos ligados à Feira Internacional de Nova York, e teve de enfrentar em Massachusetts, uma seleção local. O time da Portuguesa era respeitável, com Ivair (o príncipe) e Henrique Frade entre outros. O jogo estava tão fácil que, quando já estava 9 a 0, Orlando entrou no gol e Félix, em vez de deixar o campo, decidiu jogar no ataque. Após um cruzamento de Almir pela direita, Félix entrou na área e marcou o décimo gol. O jogo acabou 12 a 1.

Jogando pela Portuguesa, disputou quatro partidas pela Seleção Brasileira de Futebol. Estreou no Pacaembu, em 22 de novembro de 1965 (domingo à noite), defendendo a chamada "Seleção Azul" na vitória de 5 a 3 sobre a Hungria. Esta seleção era composta somente por jogadores paulistas, que neste dia jogou desta maneira: Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Procópio e Edílson (Geraldino); Lima e Nair; Marcos, Prado, Coutinho, Servílio e Abel.

Félix também disputou a Copa Roca em Montevidéu, contra o Uruguai, entre 25 de junho e 1 de julho de 1967, em três empates (0x0, 2x2 e 1x1). A sua despedida pela  Portuguesa, aconteceu no dia 3 de março de 1968, quando enfrentou o São Paulo e empatou por 0x0. Foi vendido para o Fluminense do Rio de Janeiro, no dia 20 de julho de 1968, um dia antes do aniversário de 66 anos da equipe, por 150 mil cruzeiros.

Félix
Pela Seleção Brasileira de Futebol, Félix disputou 48 partidas, conquistando o bicampeonato da Copa Rio Branco em 1967 e 1968 e o tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970. Nesta competição, Félix fez defesas importantes. No difícil jogo contra a Inglaterra na primeira fase, quando o jogo estava 0x0, aos 12 minutos do primeiro tempo, ele fez uma defesa difícil em cabeçada de Francis Lee à queima-roupa, e ainda sofreu falta no lance, pois ele deu rebote e o atacante inglês tentou pegar o rebote, mas acabou acertando seu rosto, o que valeu um cartão amarelo ao atacante inglês.

Nas semifinais, ele fez o que muitos consideram como a "defesa que valeu por um título". O Brasil vencia o Uruguai por 2x1, quando, aos 40 minutos do segundo tempo, uma bola levantada da esquerda por Cortes foi cabeceada por Cubilla, que ia para o canto esquerdo, à meia altura, e Félix voou para espalmar a bola, e na sequência, a zaga afastou o perigo. Foi a última chance uruguaia para levar o jogo para a prorrogação. Dois minutos depois, o Brasil faria o terceiro gol, através de Roberto Rivellino, e garantiria sua vaga na final diante da Itália.

Pelo Fluminense, Félix foi Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975, além de campeão da Taça de Prata em 1970, e de diversos outros torneios,tendo sido indicado para o tricolor por ninguém menos do que Telê Santana.

Félix (Foto: Agência O Dia)
Uma de suas defesas mais espetaculares, aconteceu na vitória do Fluminense sobre o Botafogo por 2x1, pela Taça Guanabara de 1975, no dia 21 de abril, quando o então atacante alvinegro Nílson Dias, matou a bola no peito na meia-lua da grande área, e de costas para o gol, deu uma bicicleta, com Félix saltando do meio do gol e encaixando a bola no ângulo direito, perante 109.705 espectadores pagantes, garantindo a vitória e a classificação do Tricolor para a final da Taça Guanabara contra o América, quando o Fluminense se sagraria campeão.

Félix jogou no Fluminense até 1976, quando resolveu encerrar sua carreira no dia 23 de janeiro, após o diagnóstico de uma calcificação de 7 cm no ombro direito.

No ano de 1982 Félix foi técnico do Avaí Futebol Clube de Florianópolis. Atuou como tal por 18 jogos obtendo 6 vitórias 4 empates e 8 derrotas pelo "Leão da Ilha da Magia".

O seu apelido era Papel devido a sua magreza e aos vôos espetaculares que dava para agarrar a bola (voava como um papel).

Depois que encerrou sua carreira futebolística, Félix foi diretor comercial de uma empresa cujo proprietário era seu genro, casado com Lígia, uma das três filhas. Atualmente coordenava uma escolinha de futebol comunitária, voltada para as crianças carentes, além de passar sua experiência dentro e fora dos gramados, em palestras para empresas e faculdades.

Em 2007, assumiu o cargo de diretor-técnico da Inter de Limeira, que disputou a Série A-2 do Campeonato Paulista, tendo passado antes em Categorias de Base de alguns clubes e ter se aposentado como preparador de goleiros do Fluminense ainda em 1977, onde ficou ainda até 1980.

Félix
Morte

Félix morreu no dia 24/08/2012. De acordo com um boletim médico divulgado, ele estava internado desde o dia 18/08/2012 por conta de uma doença pulmonar obstrutiva crônica agravada por pneumonia, que ocasionou diversas paradas cardiorrespiratórias e, consequentemente, o óbito. Ele tinha 74 anos de idade. O enterro aconteceu no sábado 25/08/2012 no Cemitério do Araçá, às 9:30 hs.

Títulos Fluminense

  • Campeonato Carioca: 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976
  • Taça Guanabara: 1969, 1971 e 1975
  • Campeonato Brasileiro: 1970
  • Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro: 1973
  • Torneio de Paris: 1976

Títulos Seleção Brasileira

  • Brasil x Uruguai -  Copa Rio Branco: 1967 e 1968
  • Copa do Mundo FIFA: 1970
  • Brasil x Argentina - Copa Roca: 1971

Prêmios

Em 1970, ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Fonte: Wikipédia

Glória Magadan

MARIA MAGDALENA ITURRIOZ Y PLACENCIA
(81 anos)
Autora de Novelas

* Havana, Cuba (1920)
+ Miami, EUA (27/06/2001)

Maria Magdalena Iturrioz y Placencia, mais conhecida como Glória Magadan  foi uma autora de telenovelas cubana radicada no Brasil.

Para que a história da telenovela no Brasil seja contada e compreendida, é essencial que se escreva nela o nome de Glória Magadan. A escritora, nascida em Cuba, foi a mais importante novelista da década de 60, essencial no início do gênero, tornando-se a mulher mais poderosa da televisão da época.

Se Janete Clair foi a consolidação do gênero, Glória Magadan foi o seu alicerce. Suas histórias folhetinescas eram desprovidas de qualquer bom senso ou apego à realidade. Era a ilusão, a fantasia e o sonho na forma bruta, às vezes grotesca. Distanciados da realidade brasileira, os folhetins da autora traziam histórias mirabolantes e exóticas, que podiam ter como cenário o deserto do Saara, o Japão medieval, a corte francesa do século XVIII. Amarradas de forma consistente, mas longe de uma lógica narrativa, as suas aventuras fascinaram o então incipiente público das telenovelas, fazendo da TV Globo uma máquina de produção do gênero, assegurando a audiência que necessitava na época que se lançou como a mais nova emissora de televisão do Brasil.

A Rainha Louca (Rubens de Falco e  Nathália Timberg)
Após a Revolução Cubana de 1959, Glória Magadan se refugiou em Porto Rico, onde conseguiu emprego na estação de TV local Telemundo e acabou sendo contratada pela agência publicitária da Colgate-Palmolive para desenvolver telenovelas patrocinadas pela empresa. Pouco depois foi enviada para trabalhar na Venezuela, e em 1964, foi tranferida para o Brasil para produzir telenovelas. Ainda em 1964, auxiliada por Walter George Durst e por Daniel Más, iniciou a produção de telenovelas para a TV Tupi.

São desta época tramas como Gutierritos, o Drama dos Humildes, A Cor de Sua Pele e A Outra. No final de 1965 foi contratada pela TV Globo do Rio de Janeiro, onde desenvolveu novelas exóticas e super-produções.

Em 1966, reescreveu em uma nova versão a novela Eu Compro Esta Mulher, que a própria autora escrevera em 1960 para a Telemundo. Esta nova versão foi vendida para uma TV da Argentina em 1968. Ainda fez O Sheik de Agadir (1966), A Sombra de Rebeca (1967) entre outras.

Em 1967, após o fracasso de Anastácia, a Mulher sem Destino, Glória Magadan convida a autora Janete Clair, que estava realizando Paixão Proibida pela TV Tupi para escrever o final da trama.

Glória Magadan acumulava a função de escritora, supervisora e produtora de novelas na TV Globo. Com o acúmulo de funções, pediu para que Janete Clair continuasse trabalhando na emissora, o que abriu caminho para que Janete Clair fizesse sucesso com suas próprias tramas, desbancando as novelas de Glória Magadan. Isso gerou atrito entre as duas autoras. Glória Magadan acusou o diretor Daniel Filho de prestar maior atenção às produções de Janete Clair e isso levou o diretor a pedir demissão da emissora. Glória Magadan também proibiu que Janete Clair se comunicasse diretamente com o elenco.

Em 1968, a TV estava mudando. A TV Excelsior e TV Tupi investiam em novos meios para a teledramaturgia. A TV Excelsior, aproveitando-se da história do Brasil, realizou novelas como O Tempo e o Vento e A Muralha. A TV Tupi investiu em temas modernos, como em Beto Rockfeller e Nino, o Italianinho, enquanto na TV Globo a ordem era continuar baseando-se em clássicos da literatura mundial.

O Sheik de Agadir (Yoná Magalhães e Amilton Fernandes)
Mas a audiência global continuava a declinar, e em meados de 1969, a administração da  TV Globo decide dispensar Glória Magadan, apesar dos grandes sucessos entre 1966 e 1967. Era preciso renovar, e a TV Globo apostava em uma renovação com o trabalho contemporâneo de Janete Clair.

Dispensada pela TV Globo, Glória Magadan consegue retornar à TV Tupi, onde escreveu a trama de E Nós, Aonde Vamos?, novela em que tentava mudar seu estilo, ao fazer uma trama atual. Após o fracasso de sua passagem pela TV Tupi, foi morar em Miami, lar de muitos de seus compatriotas exilados. Nos Estados Unidos, continuou com sua carreira como escritora, mas agora dando mais destaque aos livros e revistas.

Em 1996, Glória Magadan foi procurada pela Rede Manchete, que a queria escrevendo uma novela. A autora chegou a entregar um projeto chamado Homens Sem Mulher, mas as crises constantes na emissora cancelaram o projeto.

Glória Magadan morreu em Miami no dia 27 de junho de 2001.

Telenovelas

  • 1960 - Yo Compro Esa Mujer - (Telemundo - Porto Rico)
  • 1960 - Yo Compro Esa Mujer (RCTV - Venezuela)
  • 1964 - O Sorriso de Helena (TV Tupi - Supervisão)
  • 1964 - Gutierritos, o Drama dos Humildes (TV Tupi - Supervisão)
  • 1964 - Pecado de Mulher (TV Excelsior - Supervisão)
  • 1965 - Teresa  (TV Tupi - Supervisão)
  • 1965 - O Cara Suja  (TV Tupi - Supervisão)
  • 1965 - A Outra (TV Tupi - Supervisão)
  • 1965 - A Cor de Sua Pele  (TV Tupi - Supervisão)
  • 1965 - Paixão de Outono (TV Globo)
  • 1965 - Um Rosto de Mulher (TV Globo - Supervisão)
  • 1966 - Eu Compro Essa Mulher (TV Globo)
  • 1966 - O Sheik de Agadir (TV Globo)
  • 1966 - O Rei dos Ciganos  (TV Globo - Supervisão)
  • 1967 - A Sombra de Rebecca (TV Globo)
  • 1967 - A Rainha Louca (TV Globo)
  • 1967 - Anastácia, a Mulher Sem Destino (TV Globo - Supervisão)
  • 1967 - Sangue e Areia (TV Globo - Supervisão)
  • 1968 - O Santo Mestiço (TV Globo)
  • 1968 - A Gata de Vison (TV Globo)
  • 1968 - A Grande Mentira (TV Globo - Supervisão)
  • 1968 - Passos dos Ventos (TV Globo - Supervisão)
  • 1968 - Yo Compro Esa Mujer (Argentina)
  • 1968 - Demian, O Justiceiro (TV Globo)
  • 1969 - A Ultima Valsa (TV Globo)
  • 1969 - Rosa Rebelde (TV Globo - Supervisão)
  • 1969 - A Ponte dos Suspiros (TV Globo - Supervisão)
  • 1969 - A Cabana do Pai Tomás (TV Globo - Supervisão)
  • 1970 - E Nós, Aonde Vamos? (TV Tupi)
  • 1972 - El Carruaje (A Rainha Louca) (Televisa - México) 
  • 1977 - Carolina (Eu Compro Essa Mulher) (RCTV - Venezuela)
  • 1990 - Yo Compro Esa Mujer (Televisa - México)
  • 1996 - Homens e Mulheres (Manchete - Projeto)

Fonte: Wikipédia e Virtualia

João Lorêdo

JOÃO LUIZ RODRIGUES MAIA DE ALVARENGA LORÊDO
(81 anos)
Ator, Cantor, Diretor e Escritor

Campo Grande, RJ (04/07/1930)
+   Juiz de Fora, MG (24/01/2012)

João Lorêdo foi um cantor e ator brasileiro, irmão do humorista Jorge Lorêdo. Foi autor do livro "Era Uma Vez… a Televisão" (Editora Alegro, 2000), cujos primeiros capítulos foram publicados inicialmente na revista Amiga em 1995. Escreveu outros dois livros, que permanecem inéditos: "A Vida Escreveu Isto...", com prefácio de Jô Soares, e "É Assim Que Se Ri"

É filho do comerciante Etelvino e da dona de casa Luiza, que tiveram seis filhos; o mais velho, o humorista Jorge Lorêdo, também faria carreira na televisão, com o personagem Zé Bonitinho. Foi interno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e chegou a dar aulas de português, geografia, matemática e história. Formou-se em psicologia.

Começou sua carreira artística como cantor, no Coro dos Apiacás, de Mme. Lucila Villa-Lobos, primeira esposa do maestro Villa-Lobos. Em seguida, por intermédio do ator Sadi Cabral, conseguiu um emprego de radioator na Rádio Mayrink Veiga. Em 1945, transferiu-se para a Rádio Nacional e, logo depois, para a Rádio Tupi. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de poemas, "Tempestade". Teve uma breve incursão no mercado publicitário, como redator da agência Standard Propaganda.

Grande Otelo e João Lorêdo
Sua primeira experiência no teatro amador, ainda na década de 1950, foi como ator e diretor do grupo de atores da Moderna Associação Brasileira de Ensino (Mabe). Com o grupo, venceu um concurso promovido pelo programa Teatrinho Kibon, dirigido por Alcino Diniz na TV Tupi. Em seguida, começou a trabalhar como ator e diretor de atores na TV Tupi, onde assumiria, tempos depois, a função de diretor artístico e de produção. Em 1954, foi eleito melhor ator pela revista Radiolândia. Contratado pela TV Rio, também como diretor artístico e de produção, assinou o programa Variety.

Trabalhou durante 10 anos na TV Continental, ao lado do diretor Costa Lima. Na mesma época, acumulou o trabalho na emissora carioca com um emprego na TV Cultura de São Paulo, onde dirigiu programas com a apresentadora Tia Amélia e a cantora Stellinha Egg. Na capital paulista, passou também pela TV Paulista, dirigindo programas de humor, e foi um dos fundadores da primeira produtora independente de televisão no Brasil, a Videum Produções. Em seguida, assumiu a direção da Rádio Piratininga e, logo depois, ocupou o cargo de diretor de teledramaturgia da Rede Tupi.

João Loredo e seu irmão Jorge Lorêdo
João Lorêdo começou a trabalhar na TV Globo, convidado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no final da década de 1960. Participou da criação do Fantástico, o Show da Vida, que estreou em agosto de 1973, e foi o primeiro a dirigir o programa. Trabalhou durante 12 anos na emissora, dirigindo atores como Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Chico Anysio e Costinha, em programas de sucesso como Dercy Espectacular (1966) e Dercy de Verdade (1967), Alô Brasil, Aquele Abraço (1969), Linguinha x Mr. Yes (1969) e Chico em Quadrinhos (1972). Em 1971, por seu trabalho à frente do programa Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), ganhou o Troféu Helena Silveira, o Antena de Ouro, entre outros.

Em 1973, dirigiu o programa Globo de Ouro, na época apresentado por artistas como Antonio Marcos, Vanusa, Jerry Adriani, Sandra Bréa, Wanderley Cardoso, Odair José e Murilo Néri.

Em 1976, foi o coordenador do programa Domingo Gente, que integrava uma faixa de programação chamada Bom Domingo, da qual também faziam parte: Esporte Espetacular (1973), Moacyr TV (1976) e 8 ou 800? (1976). Domingo Gente era produzido pela antiga Divisão de Reportagens Especiais da Rede Globo, que havia sido responsável por programas com perfis mais próximos do documentário, como Globo Repórter (1973) e O Mundo Em Guerra (1975).

Ainda nos anos 1970, trabalhou na TV Record e na TV Bandeirantes, onde dirigiu os programas do apresentador J. Silvestre. Também trabalhou na RTP, contratado para dirigir o programa de humor que marcou a volta do ator Raul Solnado à televisão portuguesa. Anos depois, voltou a trabalhar na TV Bandeirantes, como consultor artístico de seriados.

João Lorêdo e Jô Soares
Morte

João Lorêdo era cardíaco e diabético e passou por uma cirurgia no dia 10/01/2012, onde acabou amputando uma das pernas. Seu estado de saúde se agravou e ele teve um edema e uma pneumonia. João Lorêdo não resistiu e morreu na manhã do dia 24/01/2012 aos 81 anos. Foi sepultado em Juiz de Fora, no Cemitério Municipal.

Lyda Monteiro

LYDA MONTEIRO DA SILVA
(59 anos)
Secretária

* Niterói, RJ (05/12/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1980)

Lyda Monteiro da Silva foi uma secretária, morta em um atentado à bomba na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro.

Funcionária da Ordem dos Advogados do Brasil, onde ingressou em 1936, aos 16 anos de idade, ocupou também o cargo de Diretora do Conselho Federal da OAB, no Rio de Janeiro e em 1980 era secretária do então presidente da OAB no Rio de Janeiro, Eduardo Seabra Fagundes, quando foi vítima de um atentado à bomba na sede da Ordem no Rio de Janeiro. Na ocasião, a   OAB era vice-presidida por Sepúlveda Pertence.

Atentado à Ordem dos Advogados do Brasil

Em 27 de agosto de 1980, um atentado terrorista organizado por grupos extremistas de direita do Brasil, executaram a chamada Operação Cristal, no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Na época, o Brasil encontrava-se no chamado Estado de Exceção e os advogados cerravam fileiras na luta pelas liberdades democráticas. O atentado indignou a sociedade brasileira que viu o ato como um ato terrorista naqueles anos de autoritarismo.

Revista Veja: Enterro Lyda Monteiro 1980
Os Fatos

Lyda Monteiro era a mais antiga funcionária da OAB, secretária do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil quando, aos 59 anos de idade, abrindo a correspondência, fez explodir uma carta-bomba no início da tarde da quarta-feira, dia 27 de agosto de 1980. O artefato lhe decepou o braço, além de outras mutilações, e provocou a morte tão logo foi hospitalizada. 

Além do atentado à Ordem dos Advogados do Brasil, outras ações ocorreram na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na sede do jornal ligado ao Partido Comunista do Brasil, Tribuna da Luta Operária, o primeiro com seis feridos e o segundo, um artefato de pouca potência estourado na madrugada, provocou estragos materiais. Uma outra carta-bomba havia sido enviada à Associação Brasileira de Imprensa, mas foi desativada por seu presidente, Barbosa Lima Sobrinho, haver sido avisado por telefonema anônimo.

Em seu editorial do dia seguinte aos crimes o jornal Folha da Manhã declarou que, embora ninguém houvesse assumido a autoria dos atentados terroristas, estes certamente vieram de setores que tinham interesse em interromper o processo de abertura do país rumo à democracia, então levada a termo pelo governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo

Na noite do mesmo dia, o Conselho Federal da OAB, presidido pelo advogado Eduardo Seabra Fagundes, resolveu proclamar a data de 28 de agosto como Dia Nacional de Luto dos Advogados, em memória da vítima Lyda Monteiro.

Mesa de Lyda Monteiro da Silva, exposta ao público no dia da pré-inauguração do Museu em agosto de 2003
A mesa de trabalho de dona  Lyda Monteiro, local onde ela abriu a carta e veio a falecer, está guardada no Museu do Conselho Federal, em Brasília.

O depois membro do Supremo Tribunal Federal, ministro Sepúlveda Pertence, à época vice-presidente da OAB, declarou que "foi um dos dias mais chocantes da minha vida". Sepúlveda Pertence era o presidente em exercício da entidade classista, e chegou ao prédio momentos após o atentado. Segundo seu relato, feito 24 anos depois, "Desde aquele dia se pode dizer que cresceu a autoridade da OAB para a luta pela retomada do processo democrático"

A morte de Lyda Monteiro foi dada como resultado de "ato de sabotagem ou terrorismo". O registro de ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia tem o número 0853. Na explosão que resultou em sua morte saiu ferido outro funcionário, José Ramiro dos Santos.

O óbito de n° 313 foi assinado pelo Drº Hygino C. Hércules, do Instituto Médico Legal, tendo como declarante Joaquim Alves da Costa.

Lyda Monteiro foi enterrada no dia seguinte no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, com grande participação dos movimentos sociais, entre eles o grupo Tortura Nunca Mais que desempenhou papel fundamental na busca por justiça pelas vítimas da Ditadura Militar Brasileira. O acontecimento teve cobertura da imprensa nacional e internacional.

Na época, durante o governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, os inquéritos foram abertos e nada foi apurado.

27 Anos Depois

Em nota pública divulgada em 27 de agosto de 2007, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso apontou que o atentado que vitimou Lyda Monteiro em 1980, continua encoberto pelo manto da impunidade e simboliza o Dia Nacional de Luto dos Advogados:

"Ainda é preocupante que o atentado não tenha sido solucionado e os culpados punidos. A morte de Lyda Monteiro da Silva continua encoberta pelo manto da impunidade, que acoberta tantos outros casos de violência e pode, infelizmente, levar a população a desacreditar nas instituições."

Fonte: Wikipédia

Mauro Montalvão

MAURO MONTALVÃO
(74 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* (1936)
+ Rio de janeiro, RJ (06/02/2010)

Mauro Montalvão foi um apresentador de televisão e locutor de rádio brasileiro da década de 1970. Um dos últimos remanescentes da Era de Ouro da TV brasileira. Por duas décadas, comandou na TV Tupi o programa Mauro Montalvão Em Quatro Tempos. Passou também pela TV Record, TV Bandeirantes, e encerrou a carreira no vídeo nos anos 90, na extinta TV Rio.

Em 2000, teve breve passagem no rádio, ao lado de Francisco Barbosa e Paulo Martins, na Rádio Carioca (AM 710).

Mauro Montalvão já morou num apartamento de quatro quartos de frente para o mar na Rua Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro brasileiro a ter um Bugatti, carro de luxo esportivo. Era comum vê-lo em rodas de amigos cercado de craques como Pelé e Jairzinho.

Em 2001, os tempos áureos de Mauro Montalvão, repórter esportivo que cobriu três Copas do Mundo e ganhou fama como apresentador de um programa que levava seu nome na extinta TV Tupi, estavam presentes apenas nas fotografias que ele guardava em seu apartamento de um quarto alugado em Copacabana.

A queda de Mauro Montalvão começou em 1980, quando a TV Tupi saiu do ar. Dois anos depois passou ter sintomas de uma doença que só em 1990 foi diagnosticada como Síndrome do Pânico. Foi tratado como cardíaco por sentir palpitações. Melhorou, mas não entrava em elevador sozinho, sentia-se mal em congestionamentos e túneis. "A doença acabou com minha carreira", disse Mauro.

A Síndrome do Pânico, hoje uma doença curável se o tratamento for seguido corretamente, se arrastou no caso de Montalvão. "A doença se tornou crônica nele porque, por problemas financeiros, não seguiu o tratamento indicado. E também era hipertenso", explicou o neurologista Fernando Pompeu Filho, seu médico. "Cerca de 80% dos pacientes se curam em um ano, com medicamentos específicos. No terceiro mês dão sinais de melhora", disse a psiquiatra Silvana Forelli.

Gustavo Almeida e Mauro Montalvão
Mauro Montalvão foi dono de fábrica de pastel. Sem sucesso, vendia canetas e isqueiros em quiosques da orla,  mas abandonou a vida de ambulante porque não alcançava o lucro necessário para cuidar de sua doença e se manter. Vivendo com aposentadoria de R$ 900,00 por mês, morava com a mulher e o filho, desempregado, e amigos o ajudam a pagar o aluguel de R$ 900,00.

Mauro Montalvão faleceu vítima de um Infarto na madrugada de sábado, dia 06/02/2010, aos 74 anos, no Hospital Municipal de Itatiaia, região sul Fluminense.  O seu corpo foi sepultado às 15:00hs de sábado, dia 06/02/2010, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Mauro Montalvão deixou duas filhas, sete netos e bisnetos.