Pedro Ludovico

PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA
(87 anos)
Político

* Cidade de Goiás - Goiás Velho, GO (23/10/1891)
+ Goiânia, GO (16/08/1979)

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1915). Um dos líderes da Revolução de 1930 em Goiás, interventor federal no estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937, foi responsável direto pela mudança da capital da Cidade de Goiás para Goiânia.

Pedro Ludovico Teixeira, político goiano, fazia parte do núcleo de oposição em Goiás que se esboçava em Rio Verde, Inhumas e Anápolis, contra o poderio político dos Caiado.

Pedro Ludovico reuniu um grupo de 120 voluntários de Goiás e Triângulo Mineiro com a intenção de invadir o sudoeste goiano. Perto de Rio Verde, Pedro Ludovico foi preso pelas tropas caiadistas (04/10/1930), sendo solto logo que chegou a notícia em Goiás da vitória da revolução.

O objetivo político do governo de Pedro Ludovico era impulsionar a ocupação do Estado de Goiás, direcionando os excedentes populacionais para os espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica.

A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de uma infra-estrutura básica ligando a região Centro-Oeste a região Sul do Brasil.

As Medidas Adotadas Por Pedro Ludovico

  1. Mudança da capital
  2. Construção de estradas internas
  3. Reforma agrária
  4. Marcha para o Oeste
A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 3 de outubro de 1933 como homenagem aos 3 anos do início da Revolução de 1930.

Pedro Ludovico foi Deputado Constituinte da Constituição de 1946.

Interventor federal pela segunda vez (1937-1945) e governador eleito (1951-1954), além de ser senador eleito por duas vezes (1955-1962 e 1962-1970), em 1968, estava na vice-presidência do Senado Federal quando teve o mandato cassado e suspensos seus direitos políticos por dez anos, em 1969 pelo AI-5.

A antiga Rua 26, atualmente Rua Dona Gersina Borges, abriga uma casa que faz parte da história do povo goiano. Lá morou o fundador da capital, Pedro Ludovico Teixeira que iniciou sua construção em 1934, tendo concluído a obra em 1937. A arquitetura em Art-Déco, em voga na época, marca o prédio até hoje conservado assim como o deixou seu proprietário.

Tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual foi transformada em museu em 1987. Distribuído por toda residência está o acervo, constituído de 1836 peças. São porcelanas, mobiliário, vestuário, cristais e objetos de uso pessoal. Dois mil livros e oitocentos documentos originais datados dos anos vinte até a década de setenta, compőem a biblioteca particular de Pedro Ludovico. O acervo iconográfico contém um mil, cento e quarenta e duas fotos, formando importante registro histórico.

Fonte: Wikipédia

Denis Brean

AUGUSTO DUARTE RIBEIRO
(52 anos)
Compositor, Jornalista e Radialista

* Campinas, SP (28/02/1917)
+ São Paulo, SP (16/08/1969)

Jovem ainda, interessou-se por música, formando com seus colegas do Colégio Ateneu Paulista, de Campinas, o Conjunto do Duarte, que tocava em festinhas.

Em 1934 mudou-se com a família para São Paulo, passando a trabalhar como escriturário. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo mas não chegou a fazer o curso, preferindo dedicar-se ao jornalismo. Dois anos depois, sua música Poesia da Uva obteve o primeiro prêmio na Festa da Uva de Jundiaí, gravada por Ciro Monteiro, em disco não comercial.

Em 1937, o Grupo X lançou em disco seu samba Brazilian Clipper, pela gravadora Columbia, e no ano seguinte, pela mesma gravadora, O Modelo de Beleza.

Em 1944 lançou a valsa carnavalesca No Tempo da Onça, gravada com enorme sucesso por Carlos Galhardo na RCA Victor. Mas seu maior sucesso foi obtido com Boogie-Woogie Na Favela, gravado por Ciro Monteiro em 1945 na gravadora RCA Victor, regravado nos anos seguintes por Zacarias e Sua Orquestra e pelos Anjos do Inferno, respectivamente.

Ainda em 1947, seu samba Bahia com H foi gravado com sucesso por Francisco Alves na gravadora Odeon.

Formou com Osvaldo Guilherme, que já conhecia há quatro anos, uma parceria que ia produzir dezenas de músicas, sendo a primeira Onde Há Fumaça, Há Fogo, gravada em 1947 por Joel e Gaúcho, tendo no outro lado do disco o sucesso Boogie-Woogie do Rato (de sua autoria). Na época, era um dos poucos compositores paulistas que gravavam no Rio de Janeiro.

Em 1950 compôs, com Raul Duarte, a toada Marrequinha, gravada por Isaura Garcia. Compôs ainda La Vie En Samba (com Blota Júnior), gravado na Odeon por Dircinha Batista (1951), a mesma cantora que lançou o baião Mambo Não (com Luiz Gonzaga), lançando no ano seguinte a marcha Grande Caruso (com Osvaldo Guilherme), grande sucesso carnavalesco, interpretado por João Dias.

Trabalhou ainda como jornalista em São Paulo, no City News, Shopping News, Diário de São Paulo (sob o pseudônimo de Ribeiro Maia) e finalmente em A Gazeta Esportiva, onde permaneceu por mais de vinte anos.

Foi produtor de rádio, televisão e discos, tendo lançado na Odeon, entre outros, Hebe Camargo e Mário Genari Filho.

Na CBS produziu o LP Brasil na Copa do Mundo (1958), com os principais gols da Seleção Brasileira e seis músicas de sua autoria e Osvaldo Guilherme: Aquarela da Vitória, Brasil, Campeão do Mundo, Copa Que Pedimos a Deus, Futebol em Tempo de Samba, Os Reis do Futebol e Vingamos o Maracanã.

O grupo Simonetti e Sua Orquestra gravou pela RGE um LP só com músicas suas, entre as quais Bahia com H, A Moda de Cavaquinho, Boogie-Woogie na Favela, Festa do Samba e Moleque Teimoso.

Morreu vítima de Leucemia na Santa Casa de Misericórdia.

Fonte: Letras.com.br, Pró-Memória de Campinas e Projeto VIP

Geraldo José

GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA
(57 anos)
Radialista e Locutor Esportivo

* São Paulo, SP (12/03/1919)
+ São Paulo, SP (16/08/1976)

Foi um narrador esportivo e radialista brasileiro. Criador de um estilo próprio de locução esportiva, Geraldo José conquistou a fama entre os admiradores do gênero. A partir de 1954, acompanhou a Seleção Brasileira de Futebol em Copas do Mundo até 1974.

Começou sua carreira aos 17 anos na Rádio Record (São Paulo), ao vencer um concurso público realizado pela emissora, trabalhando junto com Murilo Antunes Alves, onde permaneceu vinte e oito anos na emissora. Como era menor de idade, o contrato profissional foi assinado pelo pai. Torcedor do São Paulo Futebol Clube, Geraldo não escondia sua paixão durante as transmissões.

Por um curto período, trabalhou na Rádio Panamericana (hoje Rádio Jovem Pan, de São Paulo) e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Fez também duas rádionovelas na Rádio São Paulo e voltou para a Rádio Record.

De 1954 até 1966, Geraldo José de Almeida transmitiu todas as copas do mundo por rádio. A partir de 1954, passou a apresentar ao lado de Raul Tabajara o programa Mesa Redonda, que marcou época na história esportiva de São Paulo.

Em 1968, foi para a Rádio Excelsior, e logo em seguida para a TV Excelsior, iniciando ali sua carreira na televisão brasileira. Na Rede Excelsior fez dupla com o comentarista Mario Moraes.

Dois anos depois, foi para a Rede Globo, onde passou a ser conhecido nacionalmente. Fazendo dupla com o comentarista João Saldanha, Geraldo marcou sua carreira com a atuação na Copa do México, criando expressões como "Linda! Linda! Linda!", "Que que é isso, minha gente!", "Mata no peito e baixa na terra!", "Ponta de bota" e "Seleção Canarinho do Brasil". Também chamava os jogadores de maneira peculiar: Pelé era o "Craque Café", Rivellino o "Garoto do Parque" e Tostão de "Mineirinho de Ouro".

O duo Almeida-Saldanha se repetiu na Copa da Alemanha em 1974, mas em seguida, Geraldo José saiu da Rede Globo e ficou dois anos em Porto Alegre, onde trabalhou na Rádio Difusora e na TV Difusora (atual afiliada da Rede Bandeirantes na cidade).

Foi ainda presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. Sua gestão foi marcada pela criação do jantar comemorativo, logo em seu primeiro ano comandando a entidade.

Em 1976 voltou para São Paulo, para a Rede Record, onde trabalhou de abril a julho. O último grande evento narrado por Geraldo José de Almeida foi os Jogos Olímpicos de Montreal naquele mesmo ano. Faleceu um mês depois aos 57 anos.

Casado com Consuelo, teve quatro filhos. Um deles, Luís Alfredo, seguiu seus passos como narrador esportivo.

Em homenagem ao narrador, o Ginásio do Ibirapuera leva o nome de Ginásio Estadual Geraldo José de Almeida.

Fonte: Wikipédia

Orestes Barbosa

ORESTES BARBOSA
(73 anos)
Jornalista, Cronista, Poeta, Escritor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (07/05/1893)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/1966)

Filho do major Caetano Lourenço da Silva Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, nasceu em Aldeia Campista, bairro perto de Vila Isabel. A família morou na Ilha de Paquetá e, quando ele tinha sete anos, foi para o bairro da Gávea.

Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinicius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar.

Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde aprendeu o ofício de revisor.

Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Ruy Barbosa.

Depois de algum tempo, deu início a uma longa militância jornalística, que se estenderia ao Diário de Notícias, O Imparcial, A Folha, A Crítica, A Manhã, A Gazeta e A Notícia. Estreou como poeta em 1917 com o livro de versos Penumbra Sagrada.

Em 1920 foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga, estando também com Guerra Junqueiro pouco antes da morte deste.


Como jornalista, incluía-se entre os que criticavam os acontecimentos e as autoridades da época, com destemor e ironia. Seus artigos levaram-no várias vezes à prisão, sendo que a primeira ocorreu em 1921, por haver denunciado o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono.

Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro de crônicas-reportagens, na prisão, que contava histórias de dentro do cárcere. Ainda em 1921 apareceu Água-Marinha, seu segundo livro de poesias.

Mais ou menos em 1925, quando ainda existiam só três rádios no Rio de Janeiro - Rádio Sociedade, Rádio Clube do Brasil e Rádio Mayrink Veiga -, foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal A Manhã.

Durante a presidência de Artur Bernardes (1922-1926), esteve novamente preso, mas escrevendo sempre: Bam-bam-bam (1923), Portugal de Perto! (1923), O Português no Brasil (1925), O Pato Preto (1927), todos em prosa.

Estreou como letrista em 1930, com a música Bangalô (com Osvaldo Santiago), gravada por Alvinho na Odeon (1931). Nesse mesmo ano, duas músicas suas, em parceria com J. Tomás, foram gravadas na RCA Victor: o fox Flor do Asfalto e o samba Carioca, por Castro Barbosa.

Ainda em 1931, cantou pela primeira vez em disco, Nega, Meu Bem (Heitor dos Prazeres), na Parlophon, e em 1933 sua marchinha As Lavadeiras (com Nássara), na Columbia.

Por essa época, com a colaboração de Nássara, fundou A Jornada, jornal que durou seis meses e que tinha como epígrafe "Não quero saber quem descobriu o Brasil, quero saber quem é que bota água no leite". As pautas mais constantes eram da língua brasileira e campanhas contra a Light.


Foi influenciado por suas críticas que Noel Rosa compôs o samba Não Tem Tradução (1933), em que faz referência às particularidades próprias do idioma falado no Brasil.

Em 1933, com Noel Rosa, fez o samba Positivismo, gravado pelo próprio Noel na Columbia. Com Nássara fez Caixa Econômica, samba gravado por João Petra de Barros e Luís Barbosa, na RCA Victor.

Ainda nesse ano a Livraria Educadora, do Rio de Janeiro, editou Samba, livro de crônicas que, em estilo telegráfico, registra a ascensão do samba urbano.

Assíduo freqüentador do Café Nice, foi parceiro de grandes compositores, como Custódio Mesquita, Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e, seu parceiro mais constante, Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções que marcaram época na música popular e firmaram a fama de seresteiro do cantor.

Francisco Alves gravou em 1934, na Odeon, a marcha Há Uma Forte Corrente Contra Você, e na RCA Victor A Mulher Que Ficou na Taça, a valsa Romance e a canção Adeus (todas em parceria com Francisco Alves). Nesse mesmo ano, compôs com Nonô a canção Olga, gravada por Castro Barbosa na Odeon. Ainda em 1934, Sílvio Caldas gravou na RCA Victor Serenata e, no ano seguinte, na Odeon, a valsa-canção Quase Que Eu Disse (ambas com o cantor).

De 1934 é Santa dos Meus Amores, valsa registrada na RCA Victor por Sílvio Caldas, que no ano seguinte gravou na Odeon Torturante Ironia.

Em 1937 gravou, também na Odeon, Arranha-Céu e Chão de Estrelas, hoje antológica. Em 1938 Sílvio Caldas gravou pela Columbia a valsa Suburbana, outra grande criação da dupla. Ainda nesse ano compuseram A Única Rima, gravada mais tarde por Sílvio Caldas.

Além das letras para valsas e canções, ponto forte de sua obra, fez ainda letras para sambas de outros parceiros: com Ataulfo Alves fez O Negro e o Café, que o próprio Ataulfo Alves gravou na RCA Victor em 1945. Com Custódio Mesquita, o samba-choro Flauta, Cavaquinho e Violão, gravado por Aracy de Almeida na Odeon em 1946. Com Wilson Batista, Cabelo Branco, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor em 1946, e Abigail, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1947. Com Valzinho compôs Óculos Escuros, gravado em 1955 por Zezé Gonzaga.

Na década de 1970 foi relembrado por Paulinho da Viola, que, no LP Paulinho da Viola, gravado na Odeon em 1971, regravou Óculos Escuros. Em 1974 Macalé gravou Imagens (com Valzinho), em seu LP Aprender a Nadar, pela Philips.


Morte

Faleceu em sua residência às 14:00 hs do dia 15/08/1966 no Rio de Janeiro, em decorrência de uma Trombose Cerebral.