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Cornélio Pires

CORNÉLIO PIRES
(73 anos)
Jornalista, Escritor, Folclorista e Empresário

☼ Tietê, SP (13/07/1884)
┼ São Paulo, SP (17/02/1958)

Cornélio Pires foi um jornalista, escritor, folclorista e empresário brasileiro. Foi um importante etnógrafo da cultura e do dialeto caipira.

Iniciou a sua carreira viajando pelas cidades do interior do estado de São Paulo e outros, como humorista caipira.

Em 1910, Cornélio Pires apresentou no Colégio Mackenzie, hoje Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, um espetáculo que reuniu catireiros, cururueiros e duplas de cantadores do interior. O Colégio Mackenzie foi fundado e sempre mantido pela Igreja Presbiteriana, à qual Cornélio Pires pertencia.

Ambicionando cursar a Faculdade de Farmácia, deslocou-se de Tietê para a cidade de São Paulo, a fim de prestar concurso de admissão. Não tendo obtido sucesso em seu intento, conseguiu empregar-se na redação do jornal O Comércio de São Paulo. Posteriormente trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, onde desempenhou a função de revisor. A partir de 1914, passou a trabalhar no periódico O Pirralho.

Cornélio Pires foi autor de mais de vinte livros, nos quais procurou registrar o vocabulário, as músicas, os termos e expressões usadas pelos caipiras. No livro "Conversas ao Pé do Fogo", Cornélio Pires faz uma descrição detalhada dos diversos tipos de caipiras e, ainda no mesmo livro, ele publica o seu "Dicionário do Caipira".

Na obra "Sambas e Cateretês" recolhe inúmeras letras de composições populares, muitas das quais hoje teriam caído no esquecimento se não tivessem sido registradas nesse livro. A importância de sua pesquisa começa a ser reconhecida nos meios acadêmicos no uso e nas citações que de sua obra faz Antonio Candido, professor na Universidade de São Paulo (USP), o nosso maior estudioso da sociedade e da cultura caipira, especialmente no livro "Os Parceiros do Rio Bonito".

Cornélio Pires foi o primeiro a conseguir que a indústria fonográfica brasileira lançasse, em 1928, em discos de 78 rpm, a música caipira. Segundo José de Souza Martins, Cornélio Pires foi o criador da música sertaneja, mediante a adaptação da música caipira ao formato fonográfico e à natureza do espetáculo circense, já que a música caipira é originalmente música litúrgica do catolicismo popular, presente nas Folias do Divino, no cateretê e na catira (dança ritual indígena, durante muito tempo vedada às mulheres, catolicizada no século XVI pelos padres jesuítas), no cururu (dança indígena que os missionários transformaram na dança de Santa Cruz, ainda hoje dançada no terreiro da igreja da aldeia de Carapicuíba, em São Paulo, por descendentes dos antigos índios aldeados, nos primeiros dias de maio, na Festa da Santa Cruz, a mais caipira das festas rurais de São Paulo).

A criação de Cornélio Pires permitiu à nascente música caipira comercial, que chegou aos discos 78 rpm, libertar-se da antiga música caipira original, ganhar vida própria e diversificar seu estilo.

Atualmente a música caipira é chamada de música raiz para se diferenciar da música sertaneja. A música caipira dos discos 78 rpm nasceu, no final da década de 1920, como o último episódio de afirmação de uma identidade paulista após a abolição da escravatura, em 1888, que teve seu primeiro grande episódio na pintura, especialmente a do ituano Almeida Júnior, expressa em obras como "Caipira Picando Fumo", "Amolação Interrompida", dentre outras.

A ironia e a crítica social da música sertaneja originalmente proposta por Cornélio Pires, situa-se na formação do nosso pensamento conservador, que se difundiu como crítica da modernidade urbana. O melhor exemplo disso é a "Moda do Bonde Camarão", uma das primeiras músicas sertanejas e uma ferina ironia sobre o mundo moderno.

Após encerrar a sua carreira jornalística, Cornélio Pires organizou o "Teatro Ambulante Cornélio Pires", viajando com o mesmo de cidade em cidade, aplaudido por onde passava.

Cornélio Pires é primo dos escritores Elsie Lessa, Orígenes Lessa, Ivan Lessa, Juliana Foster e Sérgio Pinheiro Lopes.

Cornélio Pires e o Espiritismo

Cornélio Pires pertencia a uma extensa família de presbiterianos e, na juventude, frequentava as reuniões da igreja com os seus familiares.

Durante as suas viagens pelo interior do país, teve contato com vários fenômenos mediúnicos, particularmente algumas comunicações do espírito Emílio de Menezes, que muito o impressionaram.

A partir de então passou a estudar as obras espíritas principalmente as de Allan Kardec, Léon Denis, Albert de Rochas e alguns livros psicografados pelo então jovem médium Francisco Cândido Xavier. A partir de então dedicou-se ao Espiritismo, com particular interesse pelos fenômenos de efeitos físicos.

Nos anos de 1944 a 1947 escreveu os livros "Coisas do Outro Mundo" e "Onde Estás, ó Morte?", tendo falecido quando se dedicava à redação da obra "Coletânea Espírita".

Pouco antes de falecer, retornou à sua cidade natal, onde adquiriu uma chácara, tendo fundado a instituição Granja de Jesus, um lar para crianças desamparadas, que não teve a oportunidade de ver implantado.

Cornélio Pires foi tio do jornalista espírita José Herculano Pires, tradutor e estudioso das obras de Allan Kardec e associado à corrente científica do Espiritismo brasileiro.

Cornélio Pires faleceu em São Paulo, SP, no dia 17/05/1958, aos 73 anos, vítima de câncer na laringe.

Fonte: Wikipédia

Affonso Camargo

AFFONSO ALVES DE CAMARGO
(85 anos)
Político

* Guarapuava, PR (25/09/1873)
+ Curitiba, PR (16/04/1959)

Affonso Alves de Camargo nasceu em Guarapuava, PR, em 25/09/1873, filho de Pedro Alves da Rocha Loures e Francisca de Camargo Loures. Depois de concluir o curso primário, transferiu-se para Curitiba, onde frequentou o Parthenon Paranaense, Colégio Arthur Loyola, terminando humanidades em São Paulo, em fase preparatória, com vista à Faculdade de Direito. Aprovado com distinção, cumpriu brilhantemente o período universitário, formando-se em 1894.

Já estava a essa altura envolvido em política, por força de inegável vocação de liderança. Valeu-lhe muito o apadrinhamento do conselheiro Jesuíno Marcondes, oráculo do Partido Liberal e último presidente provincial do Paraná. Durante a Revolução Federalista, ainda adolescente, Affonso Camargo revelou seu pendor maragato, aliando-se aos correligionários do governador revolucionário João de Menezes Dória.

Foi nomeado chefe de polícia e depois promotor público da Capital, ainda que por pouco tempo.

Nas eleições parlamentares de 1897 disputou, com sucesso, pela oposição, lugar no Congresso Legislativo estadual. Cumpriu cinco legislaturas, sempre com destacada, atuação graças à habilidade e competência na condução das questões político-partidárias. Culto, capaz, dinâmico e planejador, não custou a ocupar espaços importantes, notadamente quando se celebrou a Coligação Republicana, em 1908, de que participou da coordenação do movimento de reconciliação entre os pica-paus e maragatos. Era ainda deputado estadual.

Desde a sua primeira eleição, manteve-se no Congresso Legislativo até 1914. Mantinha permanente colaboração na imprensa, notadamente nos jornais: "A Federação", "Diário da Tarde" e "Gazeta do Povo", além de uma movimentada banca de advocacia, apesar dos encargos parlamentares que lhe absorviam o tempo, principalmente a presidência do Congresso Legislativo.

Sua ascensão ganharia contornos definitivos a partir de 1911, no governo Carlos Cavalcanti, do qual era 1º vice-presidente. Desafeito à política partidária, o presidente confiou-lhe integralmente os encargos dessa área, permitindo-lhe ampla liberdade de ação. Com tais triunfos na mão, Affonso Camargo preparou sua candidatura à sucessão governamental. Não ganhou pacificamente o governo. Teve pela frente a candidatura do médico e deputado Randolpho Pereira Serzedelo, apoiado por forte dissidência comandada por Alencar Guimarães, Generoso Marques dos Santos e Xavier da Silva, poderoso triunvirato de largas tradições na política local. Mas, ainda assim, Affonso Camargo elegeu-se, tendo por base a plataforma de resistir até a última gota de sangue à ameaça ao território paranaense do Contestado. Este foi povoado por bandeirantes curitibanos, desde o século XVIII.

Um pseudo "direito" oriundo de decreto de Dom João VI (1820) e mesmo quando conseqüências ulteriores, dele proveniente fossem reais, estaria em desacordo com o direito da mesma posse derivado. Este argumento, o do "uti possidetis" conferiu ao Barão do Rio Branco vitória contra Zeballos, advogado argentino, no caso de Missões.

A decisão do Supremo Tribunal Federal, contrária aos direitos paranaenses, publicada em 06/07/1904, causou profundo abalo. Entretanto, em face de embargos opostos à sentença. A questão vinha se arrastando. Exauridos todos os recursos judiciais, e na iminência da execução da sentença, chegou ao clímax em 1916. Ou o Paraná se sujeitava ao acordo proposto pelo presidente da República, Wenceslau Braz, perdendo 28.000 quilômetros quadrados do seu território, ou se submeteria a maiores danos e perdas, pois o acórdão do Supremo Tribunal Federal alcançava, em favor de Santa Catarina, as margens do Rio Iguaçu.

Resistir à força das armas, como desejavam alguns, era temeridade. Selar o acordo, suicídio político. Os interesses do Estado, entretanto, estavam acima das paixões que dividiam a população. O entendimento poderia resgatar área que hoje compreende dezenas de municípios, tais como: Palmas, Pato Branco, Francisco Beltrão, Mangueirinha, Clevelândia, etc.

Pressionado por essas perplexidades, Affonso Camargo não teve outra alternativa, senão assentir para salvar grande parte da área contestada. A maioria do Congresso Legislativo respaldou-lhe a dramática decisão, referendando-lhe o ato corajoso. O acordo foi celebrado a 20/10/1916.

Atacado impiedosamente pelos radicais, respondeu o presidente paranaense:

"Agora, se julgardes que o humilde filho desta abençoada terra errou, não obstante os aplausos gerais da nação, dos poderes Executivo e Legislativo da República e das suas forças armadas de terra e mar, de todos os Estados da União, da alta magistratura do país, da mocidade das escolas, das classes conservadoras do Estado, dos nossos eminentes advogados e de jurisconsultos eméritos, entre eles o grande brasileiro Ruy Barbosa, todos unânimes em declarar que mais do que foi feito era impossível se conseguir para o Paraná na sua atual aflitíssima situação; se, mesmo com essas manifestações de confortante solidariedade por esse ato da minha vida pública, ainda julgardes que errei, então seja Deus testemunha da sinceridade com que agi nesta fase histórica, querendo, de todo coração, fazer a felicidade da família paranaense, trazendo-lhe a paz e a prosperidade no presente, para assim preparar em futuro próximo, a grandeza do nosso Estado, que tem todos os elementos para ser forte, rico e poderoso dentro da Pátria grande - que é o nosso estremecido Brasil.
Palácio da Presidência do Estado do Paraná, em Curitiba, aos 25 de novembro de 1916".
(Ass. Affonso Alves Camargo)

O fantasma do "Acordo do Contestado" lhe perseguiria a carreira política, sob o estímulo da oposição ao seu governo, pois se tornou enorme a frustração do povo, tendo havido em algumas regiões, como em União da Vitória, a tentativa de movimento separatista. Todavia, não declinou seu poderio político. Preparou seu sucessor, Caetano Munhoz da Rocha, que exerceu dois mandatos consecutivos e voltaria ao governo em 1928. Mandou, de forma absoluta, durante 19 anos.

Elegeu-se deputado federal em 1921, sendo 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados. No ano seguinte, com a vaga aberta por Xavier da Silva, chegou ao Senado, onde se manteria até 1927, mantendo sob controle a liderança que exercia na política paranaense, cada vez mais abrangente, já que a própria oposição não se aventurava aos enfrentamentos das urnas. Caetano Munhoz da Rocha não teve competidores, nem o próprio Affonso Camargo no seu segundo pleito governamental.

Seus períodos governamentais foram agitados, não só pelas tensões provocadas pela Primeira Guerra Mundial, quanto pela crise da erva-mate, a qual aniquilou as finanças do Estado, acrescido do "crack", da Bolsa de Nova York. Com essas repercussões, o funcionalismo viu atrasarem seus vencimentos e a economia estadual diluir-se. Foram esses alguns dos ingredientes que serviram de combustível à Revolução de 1930. No Paraná, da sua administração destacamos a ligação rodoviária Curitiba - Foz do Iguaçu, a construção do ramal ferroviário de Jaguariaiva e Jacarezinho, que permitiu a penetração no norte do Paraná, abrindo perspectivas para o "rush" do café e a colonização daquela importante área.

A abertura da linha férrea até Guarapuava foi outra realização meritória. Preocupou-se com o Porto de Paranaguá e notadamente com a melhoria do nível do ensino em todos os graus. O Ginásio Paranaense foi equiparado ao Colégio Dom Pedro II e as escolas superiores tiveram reconhecimento oficial graças a sua iniciativa.

Fundou o Banco do Estado do Paraná e abriu novos horizontes ao plantio do café no norte do Estado, com medidas de estímulo ao processo de colonização, idealizado inicialmente pelos empresários ingleses.

Deu integral apoio às atividades culturais, promovendo alguns literatos e músicos aos cargos eletivos, de que são exemplo Nestor Victor, Rocha Pombo e Léo Kessler. Instalou ainda a Granja do Canguiri, a Bolsa de Títulos de Valores e a Câmara Sindical. Iniciou igualmente a construção da estrada da Ribeira, entre outros empreendimentos.

Affonso Camargo era casado com Etelvina Rebelo, filha do coronel José Pinto Rebelo, descendente de troncos tradicionais. Professor catedrático da Faculdade de Direito, seu amor pela instrução pública inspirou-o a reformas e melhoramentos essenciais nesse campo.

Apesar dos desgastes característicos das oligarquias demasiado longas, seu predomínio absoluto na política paranaense só foi interrompido em 1930, com a revolução liderada por Getúlio Vargas. Amargou terrível ostracismo e abandono, próprios dessas ocasiões passionais. Afastado das lides políticas, dedicou-se exclusivamente ao magistério, onde suas qualidades de professor realçaram cada vez mais seu perfil intelectual.

Affonso Camargo faleceu em Curitiba a 16/04/1959. 

Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994. 

Benedito Lacerda

BENEDITO LACERDA
(54 anos)
Compositor, Maestro e Flautista

* Macaé, RJ (14/03/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/02/1958)

Benedito Lacerda nasceu em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora. Filho da lavadeira Dona Lousada, Benedito sempre foi muito ágil em suas questões.

Aos 8 anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da banda Nova Aurora em sua cidade natal.

Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Benedito Lacerda cresceu num ambiente de muitos chorões e sambistas. Cresceu ao lado de Bide, Noel Rosa e Ismael Silva. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição.

Em 1922, ingressou na Polícia Militar, mas não abandonando suas atividades musicais. De 1923 a 1925, participou da banda do batalhão tocando bumbo, uma vez que não conhecia música na pauta. Nessa época, estudou música para valer e logo passou a tocar flauta na banda. Em pouco tempo no posto de flautista da corporação, passou numa prova, em 1925, em primeiro lugar para flautista de primeira classe, ao tocar toda a parte de flauta de "O Guarany", de Carlos Gomes. Obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Benedito Lacerda ficou cinco anos na carreira militar, e, em 1927 pediu baixa e mergulhou na música popular.

Em 1928, foi tocar com o grupo regional Boêmios da Cidade, acompanhando Josephine Baker, tocando em cinemas, orquestras de teatros, dancings e cabarés. Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz.

Ao findar os anos 20 e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro. O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa.

Como o Gente do Morro não vingou, Benedito Lacerda chamou Dino Sete Cordas, que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, além de atuar com êxito como compositor.

Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e sax com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito Lacerda fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Benedito Lacerda em parceiro de pérolas como "Sofres Porque Queres", "Naquele Tempo" e "Um a Zero", esta feita muito antes por ocasião do gol de Friedenreich no Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919. Mas o que importa é destacar os arranjos e contrapontos executados pela dupla, que revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.

Benedito Lacerda foi compositor de carnaval premiado e em 1942 foi um dos fundadores da União Brasileira de Compositores (UBC). Em 1947 transferiu-se para a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951.

Benedito Lacerda faleceu vitima de um câncer no pulmão, antes de completar 55 anos, num domingo de carnaval, ele que tanto sucesso obtivera em vários carnavais.

Benedito Lacerda e Pixinguinha
Principais Sucessos
(Ordem Alfabética)

  • 1939 - "A Jardineira", com Humberto Porto
  • 1949 - "A Lapa", com Herivelto Martins
  • 1949 - "Acerta o Passo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Acorda, Escola de Samba!", com Herivelto Martins
  • 1952 - "Acho-te Uma Graça", com Carvalhinho e Haroldo Lobo
  • 1947 - "Ainda me Recordo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Aliança Partida", com Roberto Martins
  • 1938 - "Amigo Infiel", com Aldo Cabral
  • 1937 - "Amigo Leal", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Boneca", com Aldo Cabral
  • 1939 - "Brasil", com Aldo Cabral
  • 1942 - "Carnaval da Minha Vida", com Aldo Cabral
  • 1946 - "Cheguei", com Pixinguinha
  • 1942 - "Chorei", com Pixinguinha
  • 1945 - "Coitado do Edgar!", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Despedida de Mangueira", com Aldo Cabral
  • 1949 - "Devagar e Sempre", com Pixinguinha
  • 1935 - "Dinorá", com José Ferreira Ramos
  • 1936 - "Duvi-d-o-dó", com João Barcellos
  • 1940 - "E o Vento Levou", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Ele e Eu", com Pixinguinha
  • 1946 - "Espanhola", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Espelho do Destino", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Eva Querida", com Luiz Vassalo
  • 1948 - "Falta um Zero no Meu Ordenado", com Ary Barroso
  • 1945 - "Fica Doido Varrido", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Ingênuo", com Pixinguinha
  • 1941 - "Lero-Lero", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Naquele Tempo", com Pixinguinha
  • 1949 - "Normalista", com David Nasser
  • 1939 - "Número Um", com Mário Lago
  • 1949 - "O Gato e o Canário", com Pixinguinha
  • 1947 - "Os Oito Batutas", com Pixinguinha
  • 1940 - "Pedro, Antônio e João", com Oswaldo Santiago
  • 1942 - "Pombo-Correio", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Proezas de Solon", com Pixinguinha
  • 1938 - "Professora", com Jorge Faraj
  • 1936 - "Querido Adão", com Oswaldo Santiago
  • 1944 - "Sabiá de Mangueira", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Segura Ele", com Pixinguinha
  • 1946 - "Seresteiro", com Pixinguinha
  • 1948 - "Seu Lourenço no Vinho", com Pixinguinha
  • 1946 - "Sofres Porque Queres", com Pixinguinha
  • 1949 - "Soluços", com Pixinguinha
  • 1946 - "Um a Zero", com Pixinguinha
  • 1936 - "Um Caboclo Abandonado (Rolinha Triste)", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Urubatã", com Pixinguinha
  • 1944 - "Verão no Havaí", com Haroldo Lobo
  • 1942 - "Voltei Pro Morro", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Vou Vivendo", com Pixinguinha

Assis Valente

JOSÉ DE ASSIS VALENTE
(46 anos)
Compositor

* Santo Amaro, BA (19/03/1911)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/03/1958)

Assis Valente foi um compositor brasileiro conhecido por compor diversos sucessos para Carmem Miranda, além da canção "Brasil Pandeiro", que foi recusada por ela, mas tornou-se um imenso sucesso com os Anjos do Inferno e principalmente os Novos Baianos.

Era filho de José de Assis Valente e Maria Esteves Valente. Segundo relatava, foi criado por uma família que o tirou dos pais. Viveu em Santo Amaro, passou dificuldades desde criança. Tratado como empregado, mudou-se para a capital baiana onde estudou desenho no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia e se especializou em próteses dentárias, área profissional que atuou até o fim da vida. 

Aos dez anos de idade revelava-se admirador de grandes poetas, como Castro Alves e Guerra Junqueiro, cujos versos declamava, encantando aos que ouviam.

Em 1927 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se empregou como protético e conseguiu publicar alguns desenhos. Na década de 30 compôs seus primeiros sambas, bastante incentivado por Heitor dos Prazeres.

Muitas de suas composições alcançaram o sucesso, nas vozes de grandes intérpretes da época, como Carmem Miranda, Orlando Silva, Altamiro Carrilho e muitos outros. Sua admiração por Carmem Miranda o fez até procurar aprender a tocar, pensando que o professor fosse pai adotivo da cantora, o que não procedia. A paixão não impediu que, para ela, compusesse várias canções, sempre presentes em seus discos.

Casou-se, em 23 de dezembro de 1939, com Nadyli da Silva Santos. Em 1942 nasceu sua única filha, Nara Nadyli, e separou-se da esposa.


O Suicídio

Em 13 de maio de 1941 tentou suicídio mais uma vez, saltando do Corcovado. Na queda, bateu na copa de uma árvore, frondosa o suficiente para amortecê-lo e livrá-lo da morte. Ele teve que administrar o próprio chabu, que rendeu-lhe não mais que umas costelas quebradas. Foi um caso único no até então 100% fatal cartão postal do Rio de Janeiro. Não bastasse ser uma figura conhecida na cena carioca de sua época, ganhou as páginas dos jornais no dia seguinte como o único sujeito a escapar da morte pulando do famoso morro. Viveu mais algum tempo, o suficiente para legar à humanidade mais algumas dezenas de obras-primas.

Em outra ocasião, graças a uma dívida cobrada por Elvira Pagã, que lhe cantou alguns sucessos, junto com a irmã, tentou o suicídio pela primeira vez, cortando os pulsos, igualmente fracassada.

Outra vez desesperado com as dívidas, Assis Valente foi ao escritório de direitos autorais, na esperança de conseguir dinheiro. Ali só conseguiu um calmante. Telefonou aos empregados, instruindo-os no caso de sua morte, e depois para dois amigos, comunicando sua decisão.

Ao pôr do sol na Praia do Russel, sentando-se num banco de rua, ingeriu um guaraná batizado com formicida, e lá ficou se contorcendo sob o efeito do veneno, deixando no bolso um bilhete à polícia, onde pedia ao também compositor e amigo Ary Barroso que lhe pagasse dois alugueis em atraso. Morreu às 18:00 hs. No bilhete, o último verso:

"Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo."

Carmem Miranda e Assis Valente
Composição e Poética

Seu trabalho foi um dos mais profícuos da música, constando que chegava a compor quase uma canção por dia, muitas delas vendidas a baixos preços para outros, que então figuravam como autores.

Seu primeiro sucesso, ainda de 1932, foi "Tem Francesa no Morro", cantando por Aracy Cortes.

Foi autor, também, de peças para o Teatro de Revista, como "Rei Momo na Guerra", de 1943, em parceria com Freire Júnior.

Após sua morte, foi sendo esquecido, para ser finalmente redescoberto nos anos 1960, nas vozes de grandes intérpretes da MPB, como Chico Buarque, Maria Bethânia, Novos Baianos, Elis Regina, Adriana Calcanhoto, e vários outros.

Suas canções foram muitas vezes regravadas, mesmo depois de sua morte, atingindo sucessivas gerações, no Brasil. Suas composições trazem um conteúdo poético, que buscam emocionar, algumas com um teor mais reflexivo. Alguns exemplos:

Já faz tempo que eu pedi
mas o meu Papai Noel não vem.
Com certeza já morreu
ou então felicidade
É brinquedo que não tem.
(de: "Boas Festas")

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui à Penha e pedi à padroeira para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, pendura a saia que eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar.
(de: "Brasil Pandeiro")


Discografia e Homenagens

  • 1956 - Marlene Apresenta Sucessos de Assis Valente (Marlene)
  • 1970 - Assis Valente - RCA Victor / Abril Cultural
  • 1977 - Assis Valente - Abril Cultural
  • 1977 - A Rede Globo dedicou-lhe todo um programa da série "Brasil Especial"
  • 1980 - A Rede Globo usou um título de uma composição sua para nominar um programa: "Brasil Pandeiro"
  • 1989 - Assis Valente - Funart
  • 1999 - Assis Valente Com Dendê - Sons da Bahia (Secretaria da Cultura e Turismo da Bahia)
  • 2004 - "Brasil Pandeiro - Assis Valente" (Coleção "Canta um Conto")

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Zarzur

ALBERTO ZARZUR
(45 anos)
Técnico e Jogador de Futebol

* São Paulo, SP (22/12/1912)
+ São Paulo, SP (07/07/1958)

Alberto Zarzur atuou pelo Club de Regatas Vasco da Gama. Porém, antes, defendeu a equipe do São Paulo Futebol Clube, quando o clube chamava-se São Paulo da Floresta. Regressou ao São Paulo em 1942, já com o atual nome.

Grandalhão e líder, apoiava e destruía com impetuosidade, levantando a torcida e ganhando espaço nas colunas dos críticos mais exigentes, em especial aqueles que mais influenciavam na formação de escretes nacionais da época. Em São Januário  constituiu com o uruguaio Figliola e o argentino Dacunto uma das linhas medias mais populares do pais.

Conhecidos como os "Tres Mosqueteiros", faziam e desfaziam de técnicos, escalando, barrando e até mesmo contratando e dispensando jogadores. Quando Ondino Viera assumiu o cargo de treinador no Vasco para formar o embrião do que seria o Expresso da Vitoria, os três foram dispensados por serem considerados muito envolvidos com a politica do clube, apesar de bons jogadores.

Atuou pelo Vasco durante o período de 1935 a 1942. Zarzur foi eleito o melhor jogador do Vasco nas temporadas 1937, 1941 e 1942.

Zarzur, meio-campista do São Paulo e do Vasco da Gama nos anos de 40, virou técnico do São Paulo depois que pendurou as chuteiras e se aposentou. Foi treinador da equipe por apenas cinco partidas. Deixou o cargo após o time sofrer goleada por 7 a 2 para o Bahia, em Salvador.


Títulos

  • 1931 - Campeonato Paulista - São Paulo da Floresta
  • 1936 - Campeonato Carioca - Vasco da Gama
  • 1943 - Campeonato Paulista - São Paulo
  • 1945 - Campeonato Paulista - São Paulo

Clubes

  • 1930-1932: Atlético Santista - SP
  • 1932-1935: São Paulo da Floresta - SP
  • 1935: San Lorenzo - Argentina
  • 1935-1942: Vasco da Gama - RJ
  • 1942-1945: São Paulo FC - SP

Fonte: Wikipédia e Vascão Minha Paixão

Marechal Rondon

CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON
(92 anos)
Militar, Sertanista, Explorador, Geógrafo e Pacificador

☼ Santo Antônio do Leverger, MT (05/05/1865)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/01/1958)

Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon, foi um militar, sertanista, explorador, geógrafo e pacificador brasileiro.

De origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororo e Terena) e bisavó paterna (Guará), Cândido Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido criado pelo tio e, depois de sua morte, transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar: além dos estudos serem gratuitos, os alunos da escola recebiam - desde que assentassem praça - soldo de sargento.

Alistou-se no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Dentre outros estudos, cursou Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra.

Ainda estudante, teve participação nos movimentos abolicionista e republicano. Foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Foi então designado para a comissão de construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás.

O governo republicano tinha preocupação com a região oeste do Brasil, muito isolada dos grandes centros e em regiões de fronteira. Assim decidiu melhorar as comunicações construindo linhas telegráficas para o centro-oeste.

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios.


Manteve contato com muitas tribos indígenas, entre elas os Bororo, Nambikwara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariquemes, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya e Macurape.

Em 1889 Cândido Rondon participou diretamente com Benjamin Constant Botelho de Magalhães das articulações que resultaram na criação da República Brasileira.

Entre 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás.

Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia.

Em 1906 encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia.

Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon. Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Nesta mesma época estava sendo construída a Ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Cândido Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.

Cândido Rondon realizou expedições com a Comissão Rondon, com o objetivo de explorar a região amazônica. Em 1910 organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção Aos Índios e de maio de 1913 a maio de 1914 realizou mais uma expedição, em conjunto com ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt.


Em setembro de 1913, Cândido Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios Nambikwara, sendo salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda, ordenou a seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz.

Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do atual estado de Rondônia.

Em 01/01/1915, concluiu sua missão com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira.

De 1919 a 1924 foi diretor de engenharia do Exército. Com a Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder, foi preso.

Em maio de 1956, Juarez Távora escreve:

"Esclareço que o fato de haver oposto restrição quanto à oportunidade do empreendimento (linhas telegráficas) do Marechal Rondon, não significava desapreço pelo conjunto de sua obra sertanista - e aí incluo o nobre esforço de catequese leiga de nossos índios — Rondon foi sem dúvida um pioneiro."

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios. Manteve contato com diversos povos indígenas, porém, sem nunca levar a morte ou o horror dos brancos a eles.

Desbravador do interior do país, foi inspiração para criar o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Teve seu primeiro encontro com os índios, alguns hostis, outros escravos de fazendeiros, quando construía as linhas telegráficas que ligaram Goiás a Mato Grosso.

Apoio a Getúlio Vargas

Tornou-se então colaborador de Getúlio Vargas. Em 1942, pronunciou discurso em apoio de Getúlio Vargas:

"Por este conduzir a bandeira política e administrativa da Marcha para o Oeste, visando ao alargamento do povoamento do sertão e de seu aproveitamento agropecuário com fundamentos econômicos mais sólidos e eficientes. Homenagem pela sua expressão de simpatia para com os indígenas e disposição de ocupar o vazio do território que permanecia despovoado."

Marechal Rondon em contato com índios entre Mato Grosso e Rondônia.
Homenagens

Em 05/05/1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional.

Em 17/02/1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, em 1981 elevado a Estado.

O município de Marechal Cândido Rondon foi criado em 1960.

Em 1957 foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de New York.

Seu rosto foi estampado na nota de mil cruzeiros.

O principal aeroporto de Mato Grosso chama-se Aeroporto Internacional Marechal Rondon, enquanto o Aeroporto de Marechal Cândido Rondon serve à cidade homônima.

O Marechal Rondon é também homenageado nomeando diversos bairros, escolas e logradouros no Brasil, como a Rodovia Marechal Rondon e a Escola Marechal Rondon, em Recife, PE.

O reconhecimento da obra de Rondon extrapolou as fronteiras do Brasil. Teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de New York, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Peary, descobridores dos pólos norte e sul; e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas.

Marechal Rondon é o Patrono das Telecomunicações no Brasil, e 05 de maio é o Dia Nacional das Comunicações, criado em sua homenagem.

Em 01/07/2015, o Governo Federal determinou a inscrição do nome de Rondon no Livro de Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.

Em 1963, o Marechal Rondon foi homenageado com a designação de Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.

Carreira Militar


  • Segundo-tenente em 4 de janeiro de 1890;
  • Primeiro-tenente, três dias depois, por serviços relevantes à Proclamação da República, no mesmo ato em que o Marechal Deodoro foi promovido a Generalíssimo e Benjamin Constant a General, em 7 de janeiro de 1890;
  • Marechal Honorário (Lei nº 2.409, de 27 de janeiro de 1955) em 5 de maio de 1955.


Positivismo

Sob influência do positivismo, Marechal Rondon fez seu credo:

"Eu Creio:
Que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Que a Ciência integrou o homem ao Universo, alargando a unidade constituída pela mulher, criando, assim, modesta e sublime: simpatia para com todos os seres de quem, como poverello, se sente irmão.
Que a Ciência, estabelecendo a inateidade (sentimento nato) do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo. E os meios de se transformar e de se aperfeiçoar.
Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças,: nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem: tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Nas leis da Sociologia, fundada por Augusto Comte, e por que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das massas humanas: desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam incorporar à Sociedade.
Que, sendo, incompatíveis às vezes os interesses da Ordem com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.
Que a ordem material deve ser mantida, sobretudo, por causa das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias e das crianças, as pátrias do futuro.
Que no estado de ansiedade atual, a solução é deixando o pensamento livre como a respiração, promover a Liga Religiosa,: convergindo todos para o Amor, o Bem Comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade."

Rondon ingressou na Igreja Positivista ao fim de 1898, como major e como ardoroso membro na teoria e na prática positivista.

Fonte: Wikipédia