Benjamin Constant

BENJAMIN CONSTANT BOTELHO DE MAGALHÃES
(54 anos)
Militar, Engenheiro, Professor e Estadista

☼ Niterói, RJ (18/10/1836)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1891)

Formado em engenharia pela Escola Militar, participou da Guerra do Paraguai (1865 - 1870) como engenheiro civil e militar. Benjamin Constant esteve no Paraguai de agosto de 1866 a setembro de 1867, de onde voltou, devido doença, acompanhado de sua mulher, que o fora buscar.

As suas cartas, escritas sobretudo para a esposa e o sogro, nas quais crítica duramente a direção da guerra em geral, e a Duque de Caxias, em especial, foram publicadas por Renato Lemos, no livro "Cartas da Guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai", editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Museu Casa de Benjamin Constant, em 1999.

Como professor, lecionou nas escolas militar, predecessora do Instituto Militar de Engenharia, Politécnica, Normal e Escola Superior de Guerra, entre outras.

Adepto do positivismo, em suas vertentes filosófica e religiosa - cujas idéias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército Brasileiro -, foi um dos principais articuladores do levante republicano de 1889. Foi nomeado Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública no Governo Provisório. Na última função, promoveu uma importante reforma curricular.

As disposições transitórias da Constituição de 1891 consagraram-no como fundador da República brasileira.

Ação no Governo Provisório

A despeito de ter sido militar e ter sido condecorado como tal devido a sua participação na Guerra do Paraguai, era pacifista, pregando o fim das Forças Armadas em um futuro mais ou menos distante, reduzidas à mera atuação policial para manutenção da ordem pública. Essa opinião, calcada nas idéias de Auguste Comte, fundador do Positivismo, foi o que lhe permitiu criar a doutrina do Soldado-Cidadão, segundo a qual, antes de serem soldados, os membros das Forças Armadas eram cidadãos de um regime republicano e como tais deveriam comportar-se.

Por outro lado, foi em reação à "civilização" (no sentido de reforço do papel civil, em oposição à atuação propriamente militar) iniciada na gestão de Benjamin Constant à frente da pasta da Guerra que, a partir da I Guerra Mundial, surgiu uma nova geração de militares e de intelectuais militares que propôs a "profissionalização" do Exército.

Essa geração era a dos Jovens Turcos brasileiros e, procurando referências para suas doutrinas militares na Alemanha, constituiu o germe tanto do Tenentismo quanto dos militares que chegaram, de uma maneira ou de outra, ao poder no Brasil a partir de 1930 até 1985. Em outras palavras, as inúmeras intervenções e golpes militares ocorridos no Brasil ao longo do século XX não tiveram relação com a atuação de Benjamin Constant e, por extensão, com o Positivismo.

Museus e Instituições

Benjamin Constant também foi o terceiro diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, instituição criada em 1854 por Dom Pedro II para cuidar da edução de crianças com deficiência visual.

Em virtude de ter permanecido por longos anos à frente dessa instituição, em 1890 o Governo Provisório da recém-proclamada República renomeou-a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais.

Além disso, em 1972 o governo brasileiro transformou a antiga residência de Benjamin Constant, no bairro de Santa Teresa, no município do Rio de Janeiro, no Museu Casa de Benjamin Constant, como uma homenagem - ainda que tardia - a esse valoroso líder político. Esse museu expõe para o público em geral a casa conforme ela arrumava-se no final do século XIX, quando lá residia. Para o público acadêmico, realizam-se pesquisas de caráter histórico e sociológico sobre o Brasil de fins do século XIX e início do século XX.

Benjamin Constant morreu em extrema pobreza no Rio de Janeiro. Exemplo de grande idealista não conseguiu adaptar-se à política. Manteve-se firme nas suas opiniões e jamais deixou de defender seus ideais.

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