Beto Mi

HUMBERTO MIRANDA NETO
(60 anos)
Cantor, Compositor, Produtor Musical e Arranjador

☼ Guaratinguetá, SP (04/07/1958)
┼ Guaratinguetá, SP (10/06/2019)

Humberto Miranda Neto, conhecido artisticamente por Beto Mi, foi um cantor, compositor, produtor musical e arranjador nascido em Guaratinguetá, SP, no dia 04/07/1958.

Muito cedo, percebeu-se o seu interesse pela música, quando se emocionava ouvindo rádio ou discos de seu pai, com músicas clássicas ou os clássicos da música brasileira ou, ainda, quando passava horas ouvindo o violão de Dilermando Reis, ao lado da casa de seus avós, o que não era comum para meninos de sua idade.

Já na adolescência, cantou em coral, sob a regência do maestro Martinho Lutero, tocou em bandas e grupos musicais, que entre outras coisas, tocavam em missas de jovens, na região.

Em meados da década de 70 mudou-se para São Paulo, para cursar a Universidade, e começava ali a trilhar seu caminho musical. Nas andanças por bares de estudantes e noites paulistas, conheceu outras realidades, pessoas e personagens, que ficaram para sempre registradas em sua memória, enriquecendo suas poesias e iniciando-o na sua carreira musical. Nessa mesma época, foi convidado a participar do grupo de Teatro Experimental Universitário (TEU), onde atuou como diretor musical. Logo em seguida começou a participar de festivais de Música Popular Brasileira (MPB), que eram muito respeitados e que serviram de escola para muitos músicos e compositores daquela época.


Tornou-se conhecido e respeitado, no meio, por vencer vários festivais e por ter recebido, várias vezes, os prêmios de melhor letra e melhor intérprete. Foi chamado de o "Rei da Afinação", por Durval Ferreira e de "Divino", por Angela Maria. Armazenou diversas vitórias e conquistou vários amigos e parceiros, com o seu trabalho e a sua simplicidade.

Em 1982, após vencer o festival de Ubá, com a música "Ói u Trem", onde recebeu o prêmio das mãos do compositor Alcyr Pires Vermelho, que o comparou a Chico Buarque, no início de carreira, foi convidado por diretores da gravadora RCA Victor, presentes ao evento, a gravar seu primeiro disco, um compacto que foi distribuído somente no Estado de Minas Gerais.

Em 1983, Beto Mi assinou um contrato com a gravadora RCA e lançou seu segundo compacto, desta vez com distribuição em todo território nacional. Em seguida lançou o seu primeiro LP, intitulado "Beto Mi", que foi produzido por Durval Ferreira, e contou com as participações especiais de Hector Costita (saxofone), Maestro Ubirajara (bandoneão) e Milton Banana (percussão). Esse disco vendeu mais de 100.000 cópias, na época, e tornou-se um grande sucesso nacional, com destaques para as músicas "Pra Dizer Que Não Falei do Verso", "Anjo da Guarda", "Ói U Trem" e "O Ano Que Virá".


Seu primeiro LP foi muito elogiado pela crítica e foi considerado um clássico na MPB. Nessa longa caminhada, conquistou amigos e parceiros que só vieram a acrescentar na sua vida e conseqüentemente no seu trabalho, como: Sá & Guarabyra, Flávio Venturini, Vanusa, Ivan Lins, Ronnie VonDurval Ferreira, Rosemary, Peninha, Toninho Horta, Tavinho Lima, Nilson Chaves, Leo Saldanha, Sérgio Eduardo, só para citar alguns nomes de destaques na música brasileira contemporânea com os quais já trabalhou.

Em 1986, Beto Mi lançou seu segundo LP, "Espelhos", com produção de Ney Marques, pela gravadora Polydisc, com destaque para a música-título.

"Um Tempo Pra Sonhar", terceiro álbum do cantor, foi lançado em 1989, pela gravadora Warner. Este trabalho, também produzido por Ney Marques, contou com a participação especial de Guarabyra, na faixa "No Coração de Quem Ama". O disco obteve grande sucesso nacional, com as músicas "Espanhola" e "Sonhos de Primavera", sendo executado em todas as rádios do país. Com o resultado deste sucesso, Beto Mi ganhou um videoclipe e conquistaria o Prêmio Sharp de Música de 1990.

Em 1995, Beto Mi gravou o seu 6º disco - e 1º CD - na carreira, "Andarilhos da Luz". Este CD teve a produção do próprio Beto Mi e a participação especial de sua filha Thais Giubelli Miranda, na época, com 11 anos de idade. Foi também o primeiro trabalho realizado por sua gravadora, a BTM.


O 7º disco, "16 anos de Beto Mi", foi lançado em 1999 em comemoração aos 16 anos de carreira do cantor e, também, ao final do milênio, também pelo selo BTM.

Além de cantar e compor, Beto Mi criou e desenvolveu em parceria com a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente e Fundação SOS Mata Atlântica, o Projeto Educativo, Musical, Cultural e Ambientalista "Planeta Caipira".

Em 2003, pela BTM, lançou o CD "Planeta Caipira", com os apoios da Natura Cosméticos, Petrobras e BASF, novamente pela BTM.

Em 2005, Beto Mi foi indicado e nomeado Secretário da Cultura de Guaratinguetá, onde desenvolveu um trabalho, justo e perfeito, em prol dos Projetos Culturais de Guaratinguetá e região. Três anos depois, foi indicado e eleito Diretor de Comunicação do Fórum dos Dirigentes Culturais do Estado de São Paulo (FECULT).

Em 2009, Beto Mi lançou o CD "25 Anos", uma coletânea composta dos maiores sucessos do cantor, como: "Pra Dizer Que Não Falei do Verso", "Anjo da Guarda", "O Ano Que Virá", "Ói u Trem", "Espelhos", "Espanhola", "Sonhos de Primavera", "Volto Já", e outras músicas inéditas. Foi o quarto álbum lançado sob chancela da BTM.

Em 2017, Beto Mi lançou seu primeiro DVD, além de fazer um show em comemoração aos 35 anos de carreira artística.

Morte

Beto Mi faleceu na segunda-feira, 10/06/2019, aos 60 anos, em Guaratinguetá, SP, vítima de um infarto fulminante.

Seu corpo foi velado no Velório Municipal ao lado do IML e o sepultamento ocorreu às 12h00, no Cemitério dos Passos, em Guaratinguetá, SP.

Fonte: Wikipédia

Gabi Costa

GABRIELLE DE NOVAES COSTA
(33 anos)
Atriz, Modelo, Garota Propaganda, Roteirista, Diretora, Produtora e Dubladora

☼ Carangola, MG (20/07/1985)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/06/2019)

Gabrielle de Novaes Costa, mais conhecida por Gabi Costa, foi uma atriz, modelo, garota propaganda, roteirista, diretora, produtora e dubladora nascida em Carangola, MG, no dia 20/07/1985.

Gabi Costa destacou-se como astro infantil. Formada em Teatro, Propaganda e Marketing, era filha de Paulo Alberto Costa e de Marina de Novaes Costa.

Sua carreira se restringiu à TV Globo e entre 2010 e 2012, atuou nos programas humorísticos "Aventuras do Didi", "Zorra Total" e "A Grande Família".

Em 2013, interpretou Jessica na novela "Tapas e Beijos". Em 2014 participou do remake de "O Rebu" e, no ano seguinte, repetiu a parceria com o diretor da novela, José Villamarim, na série "Nada Será Como Antes", vivendo Gabriela, uma figurinista de TV nos anos 1960.


Em "Sol Nascente" (2016), foi a repórter Vanessa. Em 2017, entrou para "Malhação" como Antônia, mãe de uma das protagonistas.

Na novela das 18h00, "Órfãos da Terra", Gabi Costa interpretava a síria Nazira, mulher do médico Faruq vivido pelo ator Eduardo Mossri.

Paralelamente, ela ainda fazia dublagens de games (Era a Ciri de "The Witcher") e iniciou uma carreira como roteirista, lançando seu primeiro curta-metragem, "Amor Suspenso", em 2015. O filme fala sobre um casal formado por duas mulheres, Gabi e Lorena Comparato, que sofre por não ser aceito pela família. Filmado em um único plano sequência de 11 minutos, está disponível em seu canal no Youtube.

Gabi Costa se preparava ainda para lançar dois novos projetos escritos por ela: Seu curta "Enquanto Chovia" e o monólogo "Formigas", que fala sobre a violência contra a mulher.

Morte

Gabi Costa faleceu no domingo, dia 02/06/2019, aos 33 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória, no Rio de Janeiro, RJ. Ela foi encontrada desacordada, mas ainda com vida, em casa e levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde veio a falecer.

O velório de Gabi Costa aconteceu na segunda-feira, 03/06/2019, a partir das 8h00 na capela 7 do Jardim da Saudade, no Rio de Janeiro.

Gabi Costa como Nazira, sua personagem em "Órfãos da Terra", próxima novela das 18h00 da TV Globo.
Carreira

  • 1993 - Em Busca do Tesouro Encantado (Teatro)
  • 2001 -  Os Malas (Teatro)
  • 2002 - Moulin Rouge (Teatro)
  • 2003 - Cabaret (Teatro)
  • 2003 - Cara ou Coroa (Teatro) - Assistência de Direção
  • 2003 - É Preciso Saber Viver (Teatro)
  • 2003 - Satiricon (Teatro)
  • 2005 - Máscaras do Mundo (Teatro)
  • 2005 - Mudanças (Teatro)
  • 2005 - Mulheres Pineis (Teatro) - Autoria
  • 2010 - Aventuras do Didi (Televisão)
  • 2011 - Aventuras do Didi (Televisão)
  • 2011 - As Cuspidas (Teatro)
  • 2011 - Curvas de Oscar Niemeyer (Cinema)
  • 2012 - A Grande Família (Televisão)
  • 2012 - Zorra Total (Televisão)
  • 2013 - Tapas & Beijos ... Jéssica (Televisão)
  • 2014 - O Rebu (Televisão)
  • 2015 - Amor Suspenso ... Alice (Cinema) - Além de Roteiro e Produção
  • 2015 - Babilônia ... Repórter (Televisão)
  • 2015 - Chapa Quente: Marlene Encontra Ex-Noivo em Posto ... Kátia (Televisão)
  • 2016 - Justiça: Maurício (Televisão)
  • 2016 - Nada Será Como Antes ... Míriam (Televisão)
  • 2016 - Naturaleza Muerta (Teatro)
  • 2016 - O Primeiro Dia do Resto de Nossas Vidas (Teatro)
  • 2016 - Websérie Sociedade Psi (Internet) - Atuação e Roteiro
  • 2016 - Sol Nascente ... Repórter Vanessa Louzada (Televisão)
  • 2017 - Sol Nascente ... Repórter Vanessa Louzada (Televisão)
  • 2016-2018 - Websérie Curta 1 Minuto (Internet) - Atuação, Roteiro, Direção e Produção
  • 2017 - Intervenção Dalloway: Rio dos Malefícios do Diabo (Teatro) - Produção
  • 2017/2018 - Malhação: Viva a Diferença ... Antônia (Televisão)
  • 2019 - Culpado (Cinema)
  • 2019 - Verão 90 ... Doméstica (Televisão)
  • 2019 - Órfãos da Terra ... Nazira (Televisão)

Brenda Lee

CÍCERO CAETANO LEONARDO
(48 anos)
Transexual e Militante dos Direitos LGBT

☼ Bodocó, PE (10/01/1948)
┼ São Paulo, SP (28/05/1996)

Cícero Caetano Leonardo, mais conhecido por Brenda Lee, foi um transexual, militante dos direitos LGBT, nascido em Bodocó, PE, no dia 10/01/1948. Brenda Lee foi considerada o "Anjo da Guarda das Travestis" e tinha como objetivo ajudar a todos, doentes ou não, que eram discriminados pela sociedade.

Nascida como Cícero Caetano Leonardo no interior de Pernambuco, Brenda Lee era muito efeminada ainda na infância, o que desde cedo lhe tornou alvo de preconceitos. Inicialmente adotou o nome social de Caetana, mas ao se estabelecer em São Paulo escolheu o nome que a tornaria conhecida: Brenda Lee.

Ela não fez sucesso por sua beleza, pelos trabalhos artísticos e muito menos por escândalos na televisão. Mesmo assim, tornou-se referência e exemplo de ser humano: Brenda Lee, um anjo bom do amparo, da doação e da entrega para aquelas que, expulsas pela família, tinham tudo para serem expulsas da vida. Uma militante dos direitos humanos e minorias e do grupo LGBT, que acolheu uma população sujeita à vulnerabilidade social.

Brenda Lee veio de Pernambuco para São Paulo aos 14 anos e se instalou no bairro Bixiga e fez muitas amizades ao comprar em 1984 uma casa e acolheu o primeiro portador do vírus HIV, numa época em que predominava muita desinformação e preconceito sobre a AIDS, quando até mesmo os familiares rejeitavam quem sofria dessa doença e não havia infraestrutura para acolher quem recebia alta hospitalar e não tinha onde morar. Esta casa se tornou uma pensão para travestis e transexuais, na Rua Major Diogo, 779.

Lúcio Mauro e Brenda Lee
Na Pensão da Caetana, como era chamada inicialmente, amparava jovens abandonados e abandonadas pela família, que até então não contavam com nenhum apoio do Governo e sequer das ONGs.

Brenda Lee era uma transexual alegre, sem papas na língua e devota de Nossa Senhora Aparecida. Usava saltos enormes, estava sempre com taillerus, grandes brincos e preferia frasqueiras a bolsas, disse Maria Luiza, amiga e presidente da Casa de Apoio Brenda Lee.

Tudo caminhava bem até que uma hóspede ficou acamada e uma série de outras travestis também adoeceram. Era a Peste Gay ou Câncer Gay, títulos que a mídia sensacionalista tratava a AIDS, propagando a desinformação. Porém, ao contrário do que pensavam na época e da maioria das reações, as garotas não foram expulsas da pensão, muito menos estiveram fadadas à morte social. Na verdade, foram acolhidas por Brenda Lee, cuidadas e atendidas à medida do possível.

Outras transexuais saudáveis abandonaram a pensão, com receio do contágio, mas Brenda Lee seguiu firme no apoio, se desfez da pensão e automaticamente, sem saber aonde a ação daria, criou um centro de apoio.

Com o tempo, perdeu quase tudo, mas ganhou o apoio do Hospital Emílio Ribas, ainda que sem remédios. Seu nome ganhou repercussão na tevê, foi parabenizada pela apresentadora Hebe Camargo, e convidada a vários eventos com a intenção de angariar fundos. Porém, muitos a enganaram, querendo se promover às custas do espaço, sem qualquer tipo de ajuda.

Brenda Lee e Hebe Camargo
As dificuldades aumentaram, Brenda Lee cogitou se prostituir na Europa, mas graças à ajuda do Governo e apoiadores individuais, conseguiu suprir as necessidades da casa.  O tratamento era tão diferenciado que, na falta de leitos, oferecia sua própria cama para acomodar os doentes.

Em 1988, firmou convênio com a Secretaria de Estado de Saúde do Estado de São Paulo para acolhimento e cuidado de soropositivos.

A Casa de Apoio Brenda Lee, também conhecida como Palácio das Princesas, foi instituída formalmente em 1988 para abrigar pessoas homossexuais e portadores de HIV rejeitados por parentes e também com o objetivo de dar assistência médica, social, moral e material, fossem elas travestis ou não. A casa, que ficava na Rua Major Diogo, 779 começou com três pacientes ainda no ano de sua compra. A casa de apoio foi uma semente que germinou e continua na ativa há mais de 30 anos.

Em 1988, o cineasta suíço Pierre-Alain Meier dirigiu o filme-documentário intitulado "Dores de Amor" (Douleur d'Amour), no qual expôs a vida nua e crua de quatro mulheres transgêneras. Além da própria Brenda Lee, figuravam Andrea de Mayo, Cláudia Wonder, Condessa Mônica e Telma Lipp.

Seu trabalho se tornou um referencial e um marco importante e, por isso, em 21/10/2008 foi instituído o "Prêmio Brenda Lee" concedido quinquenalmente para sete categorias por ocasião das comemorações do Dia Mundial de Combate à AIDS e aniversário do Programa Estadual DST/AIDS do Estado de São Paulo.

Google Doodle Celebration

Quem abriu o Google na terça-feira, dia 29/01/2019, se deparou com um Doodle especial em homenagem ao 71º aniversário da militante transexual brasileira Brenda Lee. A iniciativa do Google aconteceu no Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais.


Morte

O trabalho de Brenda Lee foi interrompido precocemente em 28/05/1996, aos 48 anos, quando foi encontrada morta, assassinada com tiros na boca e no peito, no interior de uma Kombi, em São Paulo, SP.

A polícia prendeu os irmãos Gilmar Dantas Felismino, ex-funcionário de Brenda Lee, e José Rogério de Araújo Felismino, na época policial militar, pelo crime. O motivo seria um golpe financeiro que o funcionário tentou dar em Brenda Lee e que teria sido descoberto.

Em sua missa de corpo presente, o padre Júlia Lancellotti representou o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e foi à sede da Casa de Apoio Brenda Lee.

Com o assassinato de Brenda Lee, o espaço criado por ela foi vendido e se tornou uma Organização Não Governamental (ONG), e entre 2011 e 2015 passou a oferecer apenas cursos.

A Casa de Apoio Brenda Lee reabriu em março de 2016, onde voltou a sua vocação original, de atender ao marginalizados pela sociedade. Atualmente, além do serviço de acolhimento, oferece atividades e engajamento social com treinamento de liderança, comunidade e defesas, psicológicos, jurídicos, educação, encaminhamentos e intervenção em defesa das vítimas.

Fonte: WikipédiaNLUCON e El País