Waldir 59

WALDIR DE SOUZA
(88 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/03/1927)
┼ Rio de Janeiro, RJ (25/11/2015)

Waldir de Souza, mais conhecido como Waldir 59, foi um cantor e compositor brasileiro. Foi integrante da Ala de Compositores da Portela a partir da década de 1950, tendo vencido vários carnavais na Escola em 1955, 1956, 1957, 1959 e 1965.

Seu pseudônimo se originou devido a ter três pessoas com o mesmo nome "Waldir" na Ala de Compositores da Portela, assim ficou conhecido como o Waldir que morava no número 59, em uma casa próxima à escola.

Trabalhou como ferroviário e também integrou a Ala de Compositores do Bloco Recreativo Embalo de Madureira a partir de 1963.

Waldir 59 era considerado o responsável por Clara Nunes e Paulinho da Viola terem integrado a Portela.

Participou do filme "Orfeu do Carnaval", sendo responsável por toda parte musical do samba. Era integrante da Velha-Guarda da Portela desde sua fundação no ano de 1970. Atuou como Diretor de Harmonia da Portela a partir do ano de 1973 e em 1990 foi premiado com o "Troféu O Dia" por sua atuação.

No ano de 1955 a Portela desfilou com samba-enredo de sua autoria em parceria com Candeia "Festas Juninas em Fevereiro", com o qual a escola classificou-se em 3º lugar no Grupo 1.

Em 1956 a Portela foi a Vice-campeã do Grupo 1 desfilando com o samba-enredo "Tesouros do Brasil, Riquezas do Brasil ou Gigante Pela Própria Natureza" (Waldir 59Candeia). Apesar do nome, um pouco grande, o samba-enredo logo após o desfile transformou-se em um clássico do gênero e ficou mais conhecido, em diversas gravações, por "Riquezas do Meu Brasil",  também, em outras tantas gravações de vários intérpretes, por "Riquezas do Brasil" e ainda por "Riquezas do Nosso Brasil". Ainda em 1956 compôs com Candeia o samba de terreiro "Vem Amenizar", apresentado pela primeira vez na Portelinha - primeira sede da escola.


Em 1957, compôs com Candeia e Picolino da Portela o samba-enredo "Legados de D. João VI", com o qual a Portela foi campeã. Neste mesmo ano foi lançado o disco "A Vitoriosa Escola de Samba da Portela", pela Gravadora Sinter, no qual foram incluídos os sambas "Legados de D. João VI" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela), "Despertar de um Gigante" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela) e "Riquezas do Brasil" que foi editado no disco como "Brasil Poderoso", aparecendo nas três composições, estranhamente, o nome de Picolino da Portela como parceiro de Candeia e Waldir 59, tendo como intérprete As Pastoras da Portela.

No ano de 1959, compôs com Casquinha, BubuCandeia e Picolino da Portela, o samba-enredo "Brasil, Panteão de Glórias", com o qual a escola voltou a ser campeã.

Em 1965, no aniversário dos 400 anos da cidade do Rio de Janeiro, compôs com Candeia "Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão", com o qual a Portela se classificou em terceiro lugar no desfile daquele ano.

Em 1971 no LP "Quem Samba Fica... Adelzon Alves Mete Bronca e a Rapaziada do Samba dá o Recado", da gravadora Odeon, produzido por Adelzon Alves, o cantor Nadinho da Ilha interpretou "Lapa" (Waldir 59 e Ari Guarda).

Em 1974 no LP "História das Escolas de Samba - Portela", lançado pela gravadora Discos Marcus Pereira, foi incluído o samba-enredo "Brasil, Panteão de Glórias" (Waldir 59Candeia, Casquinha e Bubu da Portela), não aparecendo nesta gravação o nome de Picolino da Portela, sendo a faixa interpretada por Altair e Bubu da Portela.

Em 1977 o parceiro Candeia, no LP "Luz da Inspiração", da gravadora WEA, interpretou de autoria de ambos "Riquezas do Nosso Brasil".

Em 1978, Candeia no disco "Axé! Gente Amiga do Samba" incluiu "Vem Amenizar", outra parceria com Waldir 59, desta vez com participações especiais de Dona Ivone Lara e Chico Santana.

Em 1980 Martinho da Vila no LP "Samba Enredo", pela gravadora RCA Victor, interpretou "Legados de D. João VI" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela).


No ano de 1991, Waldir 59 ganhou o prêmio "Estandarte de Ouro", do jornal O Globo, na categoria "Personalidade do Carnaval".

No ano de 2002 Zeca Pagodinho, no disco "Deixa a Vida me Levar", da Universal Music, regravou "Riqueza do Nosso Brasil" (Waldir 59 e Candeia), faixa na qual contou com a participação especial da Velha-Guarda da Portela.

Em 2008 foi lançado o filme "Eu Sou Povo", com direção de Bruno Barcellar, Regina Rocha e Luís Fernando Couto, documentário sobre a vida e obra de Candeia, no qual Waldir 59, ao lado de Carlos MonteJoão Batista M. Vargens, Teresa Cristina, Tantinho da Mangueira e Sérgio Cabral, prestou depoimento sobre o parceiro.

Em 2010 Cristina Buarque e Grupo Terreiro Grande no CD "Terreiro Grande e Cristina Buarque Cantam Candeia" regravaram "Brasil, Panteão de Glórias" (Waldir 59CandeiaCasquinha e Bubu da Portela), não aparecendo o nome de Picolino da Portela nesta gravação, e "Riquezas do Brasil" (Waldir 59 e Candeia). Neste mesmo ano participou do show "Samba do Ouvidor Visita as Escolas de Samba!", no Teatro Rival Petrobras, Rio de Janeiro, ao lado do também convidado especial Ledi Goulart, puxador oficial da Aprendizes de Lucas e da Unidos de Lucas na década de 1960. Ainda em 2010 concorreu com samba-enredo "Rio, Azul da Cor do Mar" (Waldir 59, PQD e Fernando Cabelo) para o carnaval da Portela, não se classificando para o desfile da escola para o ano de 2011.

No ano de 2012 os cineastas Anita Ekman e Alberto Bellezia deram início às filmagens do documentário "Waldir 59", contando sua vida e obra.

Em 2013, o show-palestra "Lapa em Três Tempos", acompanhado pela cantora Nina Wirtti, o bandolinista Luis Barcellos, o violonista Rafael Mallmith e o percussionista Sandro Carioca, em palco montado embaixo dos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, em projeto realizado com patrocínio do Governo do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura, idealizado pela artista plástica Anita Ekman Simões em parceria com o músico Sérgio Krakowski. Neste mesmo ano era considerado o compositor mais antigo da Portela ainda vivo, quando o cantor e compositor Monarco o convidou para integrar a "Velha-Guarda Show" da escola. Ainda em 2013 fez show solo no Cordão da Bola Preta, também na Lapa.

Há anos, com a visão prejudicada por conta de cataratas nos dois olhos, o poeta nunca deixou de frequentar a quadra da escola. Participou este ano, como integrante de uma das parcerias, do concurso que escolheu o samba para 2016.

Morte

Waldir 59 morreu, na madrugada de quarta-feira, 25/11/2015, aos 87 anos, vítima de insuficiência respiratória, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. De acordo com a escola de samba, ele foi atendido com problemas respiratórios no local, sendo liberado. Horas depois, teve uma piora, foi levado pela família de volta à UPA, e não resistiu.

Seu corpo foi velado, a partir das 15h00min, na antiga quadra da escola, a Portelinha, na Estrada do Portela, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio de Janeiro. O enterro de Waldir 59 ocorreu às 10h00min da manhã de quinta-feira, 26/11/2015, no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio de Janeiro.

"Waldir era um bom letrista e excelente pesquisador. Estudava muito antes de fazer uma letra. Fez uns 10 sambas-enredo pra Portela, mas o de 57, na minha opinião, é o mais belo de todos. Waldir seguiu muito bem os ensinamentos de Paulo da Portela, que dizia que o sambista tinha que estar sempre bem arrumado. Ele sempre foi um portelense educado e elegante. Estava sempre muito bem vestido. Nunca apareceu na Portela vestindo short. Nunca vi o Waldir levantando a voz para ninguém!"
(Monarco, líder da Velha Guarda Show e presidente de honra da Portela)

Monarco acrescentou que Waldir chegou a se afastar por breve tempo da escola onde fez história. "Nos anos 80, ele se aborreceu na Portela e foi para Unidos da Tijuca. Ficou lá por pouco tempo, mas não aceitou escrever samba para disputar com a Portela. Logo voltou pra nossa escola", afirmou o presidente de honra portelense, que convidou Waldir 59 a integrar a "Velha Guarda Show" em 2013, para, segundo ele, reparar uma injustiça histórica da escola.

Indicação: Miguel Sampaio

Alfredo Halpern

ALFREDO HALPERN
(74 anos)
Médico e Professor

☼ São Paulo, SP (29/08/1941)
┼ São Paulo, SP (25/11/2015)

Alfredo Halpern nasceu na cidade de São Paulo, em 29/08/1941. Ele era médico e professor-livre docente da Faculdade de Medicina das Universidade de São Paulo (USP), e criador da "Dieta dos Pontos". Com este projeto ele se tornou um dos endocrinologistas mais respeitados do país.

Graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1966, na 49ª turma dessa prestigiada escola médica. Fez dois anos de residência em clínica médica (1967 e 1968) na 1ª Clínica Médica - no serviço do professor Antonio Barros de Ulhôa Cintra e, em 1969, iniciou seu aprendizado específico de endocrinologia e metabologia, no grupo chefiado pelo professor Bernardo Leo Wajchenberg.

Ao mesmo tempo tornou-se assistente do pronto-socorro do Hospital das Clínicas, tendo permanecido neste posto até 1973, quando foi contratado pelo Departamento de Clínica Médica, onde permaneceu até sua morte.

Defendeu doutorado em 1973 com uma tese sobre os "Efeitos da Fenformina e do Álcool em Indivíduos Obesos Diabéticos e Não Diabéticos".

Tornou-se professor livre-docente em clínica médica no Departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo em 1986, com tese sobre "Imunoglobulinas Tireoativas no Bócio Endêmico".

Criou o grupo geral de endocrinologia em 1977 e o grupo de obesidade, agora chamado de grupo de obesidade e síndrome metabólica, em 1987. Era chefe desse grupo até o dia de sua morte. Criou também a disciplina "Obesidade" de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP).

Foi orientador de pós-graduação da endocrinologia e metabologia, tendo tido a oportunidade de formar doutores e mestres há mais de 15 anos.

Publicou vários livros médicos, mais de 200 artigos médicos (nacionais e internacionais) e tem capítulos escritos em mais de 30 livros médicos.

Suas atividades básicas eram o ensino, o atendimento aos pacientes e pesquisas clínicas. Tinha papel destacado como comunicador de assuntos médicos para o público leigo, tendo tido centenas de aparições em jornais, revistas, televisão e internet.

Livros

É autor dos seguintes livros para leigos:
  • Entenda a Obesidade e Emagreça
  • Obesidade, Pontos Para o Gordo
  • Desta Vez Eu Emagreço
  • Magro Para Sempre, Abaixo o Regime
  • A Dieta Dos Pontos
  • Pontos Para a Garotada
  • A Nova Dieta dos Pontos
  • Estômago Possuído


A credibilidade lhe trouxe o convite para ser consultor do programa "Bem Estar" da TV Globo.

Morte

Alfredo Halpern morreu na quarta-feira, 25/11/2015, aos 74 anos, vítima de câncer. Há um ano ele lutava contra um câncer de pâncreas. 

Indicação: Miguel Sampaio

Lomanto Júnior

ANTÔNIO LOMANTO JÚNIOR
(90 anos)
Político

☼ Jequié, BA (29/11/1924)
┼ Salvador, BA (23/11/2015)

Antônio Lomanto Júnior foi um político brasileiro, governador da Bahia de 1963 a 1967. Filho do italiano Antonio Lomanto, mais conhecido como Tote Lomanto, e de Almerinda Miranda Lomanto, formou-se em odontologia em 1946, sendo o orador da turma. Sua verdadeira vocação sempre foi a política, que exerceu no meio acadêmico.

Voltando para a terra natal, por pouco tempo exerceu a profissão, logo ingressando na política, primeiro como vereador.

Aliado ao governador Otávio Mangabeira, elegeu-se prefeito, servindo-se do cargo para atrair a atenção de políticos de expressão nacional, o que o colocou na proa do cenário estadual. Iniciou, para isto, uma campanha municipalista, pregando a reforma da Constituição, tendo presidido a Associação Brasileira dos Municípios.

Esta administração alavancou sua estatura política, de forma a eleger-se deputado estadual e novamente prefeito, até fazê-lo pleitear a candidatura ao Governo, em 1962.

Em Jequié, BA, tem sua base eleitoral, fazendo do filho, Leur Lomanto, e do neto, Leur Lomanto Júnior, herdeiros desse legado.

Após o Regime Militar, sua carreira desviou-se da oposição liberal, fazendo parte do grupo de lideranças que apoiaram a ditadura. Na Aliança Renovadora Nacional (ARENA), passou a ser mais uma das lideranças sob o comando de Antônio Carlos Magalhães, depois com a redemocratização integrando os quadros do Partido da Frente Liberal (PFL). Perdendo expressão estadual, voltou na década de 90 a ocupar o cargo de prefeito em sua cidade, não mais exercendo cargos públicos.

Visita de Lomanto Júnior a John Kennedy, na Casa Branca, em 02/07/1963
Governo da Bahia

Tomando posse em 07/04/1963, Lomanto Júnior encontrou sérias dificuldades para efetuar alguma realização. A crise econômica do governo de João Goulart refletia nos estados mais pobres, e Lomanto Júnior reuniu os demais Governadores. Desta reunião resultou um documento que só foi entregue após a queda da democracia ante o Golpe de 1964.

A mudança do regime, e a subsequente adesão de Lomanto Júnior à ditadura que se instalava, proporcionou ao seu governo a concretização na Bahia de algumas obras de destaque, tais como a Estrada Federal conhecida por Rio-Bahia, ainda em 1963, a estrada Feira de Santana-Juazeiro, o Teatro Castro Alves e ampliação da usina hidrelétrica de Paulo Afonso.

Cargos Públicos
  • 1947 a 1950 - Vereador (Jequié)
  • 1951 a 1955 - Prefeito (Jequié)
  • 1955 a 1959 - Deputado Estadual (Bahia)
  • 1959 a 1963 - Prefeito (Jequié)
  • 1963 a 1967 - Governador (Bahia)
  • 1971 a 1975 - Deputado Federal
  • 1975 a 1978 - Deputado Federal
  • 1979 a 1987 - Senador
  • 1993 a 1996 - Prefeito (Jequié)


Lomanto Júnior e a a neta Duda
Morte

Lomanto Júnior morreu em Salvador, na noite de segunda-feira, 23/11/2015, aos 90 anos. O ex-governador estava internado desde o dia 04/10/2015, no Hospital Português, onde faleceu vítima de insuficiência de múltiplos órgãos.

O velório será na terça-feira, 24/11/2015, no Palácio da Aclamação, em Salvador, BA, e na quarta-feira, 25/11/2015, na Catedral de Santo Antônio, em Jequié, no sudoeste da Bahia, cidade onde o político nasceu.

O sepultamento será ás 17h00min, no Cemitério São João Batista, também em Jequié.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fadinha Veras

Sandra Moreyra

SANDRA MARIA MOREYRA
(61 anos)
Jornalista, Repórter, Apresentadora, Diretora de Programação e Editora

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/08/1954)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/11/2015)

Sandra Maria Moreyra foi uma jornalista brasileira, nascida no Rio de Janeiro, em 28/08/1954, com o jornalismo correndo nas veias.

Era neta da jornalista Eugênia Moreyra e do poeta e escritor Álvaro Moreyra, membro da Academia Brasileira de Letras, e dirigiu importantes revistas nos anos 1950, como Fon-Fon e Paratodos. Seu pai, Sandro Moreyra, fez história como um dos mais importantes cronistas esportivos do jornalismo brasileiro. Sua mãe, Lea de Barros Pinto, era professora. Era mãe da também jornalista Cecília Moreyra. Foi casada com o arquiteto Rodrigo Figueiredo, tinha dois filhos, Cecilia e Ricardo, e um neto, Francisco. Ela era irmã da também jornalista e diretora da GloboNews, Eugenia Moreyra.

Começou no jornalismo em 1975. Após um concurso, começou seu primeiro estágio, no Departamento de Pesquisa do Jornal do Brasil.

Formou-se em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1976, foi contratada e, em 1978, foi para a reportagem geral do Jornal do Brasil, onde começou a carreira de repórter.

Em 1979, deixou o Jornal do Brasil para acompanhar o marido que trabalhava numa empresa de engenharia e foi transferido para a Argélia.

Engravidou, voltou para o Brasil e começou a trabalhar numa agência de publicidade, onde teve seu contato com o vídeo.

TV Globo

Após passagens pela TV Aratu, na época afiliada da TV Globo, pela TV Bandeirantes e pela TV Manchete, entrou na TV Globo em 1984, como repórter em Minas Gerais.

No ano seguinte, participaria ativamente da cobertura da eleição e morte de Tancredo Neves. No dia da morte do primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar, Sandra Moreyra apareceu no Jornal Nacional acompanhando o cortejo fúnebre.

Em 1986, Sandra Moreyra deixou Minas Gerais e voltou para o Rio de Janeiro, se tornando uma das principais repórteres da editoria, cobrindo todo o tipo de pauta na região metropolitana, passando a fazer reportagens para o RJTV, Jornal Nacional, Globo Repórter e Bom Dia Brasil.

Entre 1999 e 2004, atuou na GloboNews na parte gerencial e administrativa do jornalismo. No canal, também apresentou o programa "Espaço Aberto Literatura".

Sandra Moreyra e Ricardo Boechat
40 Anos de Carreira

Com 40 anos de carreira, Sandra Moreyra participou de coberturas jornalísticas de importantes momentos do Brasil. Ela cobriu a morte de Tancredo Neves, o Plano Cruzado, o acidente radioativo em Goiânia com o Césio 137, a tragédia do iate Bateau Mouche, a Rio-92 e a ocupação do Complexo do Alemão.

A cobertura que a jornalista considerava mais marcante foi o enterro dos mortos na chacina de Vigário Geral, em 1993.

"Na hora de escrever o texto, a matéria tinha uma carga de emoção tão forte, da dor daquelas pessoas, da violência, que pensei: 'Tenho que botar isso nas palavras mais simples'. Quando a matéria entrou no ar, foi um soco no estômago!"
"Ela estava muito mais forte do que eu poderia imaginar, porque consegui exatamente isso, lidar com a realidade sem querer ser mais do que ela, sem querer aparecer mais. No dia em que fiz aquela matéria foi quando senti: 'Puxa vida, cresci. Que bom!'"
(Sandra Moreyra relatou ao site Memória Globo)

Já trabalhou como repórter, apresentadora, diretora de programação e editora. Nos anos 2000, apresentou a coluna de gastronomia "Arte da Mesa", no Bom Dia Brasil.

Dentre seus trabalhos na televisão destaca-se o especial "1808 - A Corte no Brasil", uma série de reportagens sobre os 200 anos da mudança da corte portuguesa para o Brasil.

No cinema, Sandra Moreyra trabalhou como roteirista no documentário "70" (2013), da diretora Emília Silveira. O filme refere-se a um episódio ocorrido no auge da ditadura militar do Brasil, quando um grupo de 70 presos políticos foi libertado e banido do país, em troca da libertação do embaixador suíço, Giovanni Enrico Bucher, que havia sido sequestrado por guerrilheiros da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Morte

Sandra Moreyra morreu na manhã de terça-feira, 10/11/2015, no Rio de Janeiro, aos 61 anos vítima de um câncer. O velório será na quarta-feira, 11/11/2015, às 12:00 hs, no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.

Sandra Moreyra tinha entre suas várias paixões o time Botafogo. Após a notícia da morte da jornalista, o clube carioca decretou luto de três dias. Na nota, eles manifestaram solidariedade aos familiares:

"Com profundo pesar e tristeza, o Botafogo lamenta o falecimento de Sandra Moreyra, aos 61 anos. A jornalista botafoguense morreu na tarde deste terça-feira no Hospital Samaritano, onde estava internada e lutava contra um câncer. Filha do botafoguense Sandro Moreyra, Sandra sempre demonstrava seu amor pelo Botafogo. Atualmente, era repórter da TV Globo, com 40 anos de experiência na profissão. O Botafogo decreta luto oficial de três dias e manifesta sua solidariedade a familiares e amigos neste momento tão triste e difícil."

Fonte: WikipédiaG1 e Ego 

Bob Lester

EDGARD DE ALMEIDA NEGRÃO DE LIMA
(102 anos)
Cantor, Sapateador e Dançarino

☼ Santa Maria, RS (17/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/11/2015)

Edgard de Almeida Negrão de Lima, nome artístico Bob Lester, foi um cantor, dançarino e sapateador brasileiro que se destacou nas décadas de 30 e 40.

Bob Lester nasceu Edgard de Almeida Negrão de Lima, em 17/01/1913, na cidade de Santa Maria, RS. Suas tendências musicais surgiram desde muito cedo, pois sua mãe Maria do Carmo era musicista de uma orquestra em Porto Alegre. Em meados da década de 30, ainda com o pseudônimo de Almeida, participou do programa de rádio "A Hora do Gongo", apresentado por Ary Barroso. Nas duas primeiras participações, por estar muito nervoso, acabou sendo gongado. Quando já pensava em desistir, amigos o convenceram a fazer uma terceira tentativa. E foi desta vez que Edgard recebeu a nota máxima do programa, sendo contratado para cantar e sapatear no Cassino da Urca, apresentando-se ao lado de artistas como Oscarito, Grande Otelo e da famosa vedete Mistinguett.

Bob Lester foi o primeiro sapateador do Cassino da Urca e nessa mesma época, atuou também em vários espetáculos do Copacabana Palace e do Quintandinha, em Petrópolis, RJ, além de ser contratado pela Rádio Cajuti.

Por volta de 1937, Bob Lester recebeu convite para atuar na Espanha e Portugal, mas acabou por conhecer toda a Europa numa excursão que fez com a orquestra "Suspiro de Espanha". De volta ao Brasil, o artista não ficou muito tempo por aqui.

Em 1942, viajou novamente para Portugal, Espanha e, finalmente, chegou aos Estados Unidos onde passou a residir. Bob Lester também se apresentou nos cassinos da França, Suíça, Itália, Escócia, Monte Carlos e Filadélfia e atuou como dançarino em espetáculos de Frank Sinatra, Bob Hope e Doris Day, realizados em New York. Foi também nos Estados Unidos que, por sugestão de Bob Hope, adotou o pseudônimo Bob Lester.

Bob Lester permaneceu no exterior por um bom tempo, mas, atendendo ao chamado de sua mãe que estava enferma e gostaria de vê-lo, retornou a seu país. Com o falecimento de sua progenitora, o artista decidiu não mais voltar aos Estados Unidos, embora ainda tenha se apresentado no Uruguai, (Teatro Solis), Paraguai (Clube Biguá), e em cassinos e emissoras de televisão da Argentina e da Bolívia. No Brasil, atuou com sucesso ao lado de ídolos populares como Leny Eversong, Trigêmeos Vocalistas e na Companhia Teatral de Procópio Ferreira. Com relação à gravação de músicas, não se encontra nenhum registro em nome de Bob Lester.

Mudando-se para o Rio Grande do Sul, Bob Lester começou a encontrar dificuldades para se apresentar, embora atuasse como jurado numa emissora de rádio local. Em inícios dos anos 60, foi contratado pelo empresário Fernando Eiras Morales para uma temporada na Argentina e Uruguai, e foi neste país que recebeu a trágica notícia do falecimento de sua família, esposa e duas filhas, num acidente automobilístico. O cantor nem mesmo conseguiu chegar a tempo para o enterro. Traumatizado, iniciou um longo período de tratamento em hospital psiquiátrico de Porto Alegre e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Parcialmente recuperado, mas já arruinado financeiramente por seu último empresário, tentou sem êxito retornar ao estrelato do anos 30 e 40, apresentando-se em programas de TV que lhe renderam algumas homenagens.

Na década de 80, mais uma fatalidade abalou a vida de Bob Lester: Uma enchente no bairro de Jacarepaguá onde morava, deixou sua residência inabitável e destruiu quase todos os seus pertences, inclusive instrumentos musicais de trabalho, reportagens e material fotográfico trazidos dos Estados Unidos.

Por um longo período que começou em meados dos anos 80, o cantor foi completamente esquecido pelos meios de comunicação, apresentando-se esporadicamente em uma ou outra emissora de televisão.

Após se recuperar de um tumor na bexiga, já no início da década de 2000, Bob Lester retomou seus trabalhos, sendo assunto principal de várias revistas e jornais das pequenas cidades por onde se apresentou em praça pública, com seus shows de música, sapateado e imitações dos quais ainda sobrevivia.

O artista também voltou a marcar presença em programas de TV de grande audiência como o "Programa do Jô", "Mais Você", "Pânico na TV", entre outros, além de ser convidado para participar de apresentações de cantores nos mais variados estilos tais como Lobão e Agnaldo Timóteo.

Entre 2002 e 2004, Hanna Godoy e Mariana Silveira começam a produzir o curta metragem "Bob Lester". O filme, cujo roteiro foi premiado, traz o ator Stênio Garcia no papel principal, e exibe cenas com apresentações do conjunto "Bando da Lua". Por falta de verba, no entanto, somente em 2010 é que se pôde concluí-lo. A estréia se deu no Cine Odeon, na 20ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, e contou com a presença do próprio Bob Lester e de Stênio Garcia.

Em dezembro de 2010, Bob Lester gravou a marchinha carnavalesca "Cuidado Com o Pereira", do cantor e compositor Luiz Henrique. A gravação foi um acontecimento inédito em sua carreira, já que o artista nunca havia gravado antes como solista.

Em 2011, com 98 anos, ao lado dos artistas Luiz Henrique e Marion Duarte, participou, cantando e sapateando, do show "Tributo ao Rei do Samba Sinhô", que foi apresentado em vários locais do Rio de Janeiro como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Estudantina Musical da Praça Tiradentes.

Não tendo residência fixa, Bob Lester costumava viver entre Rio de Janeiro e São Paulo e, quando se encontrava no Rio de Janeiro, era de praxe que fizesse seus shows, aos finais de semana, na Praia do Arpoador. Segundo declarações do próprio Bob Lester, sobrevivia com a ajuda financeira de artistas amigos.

Morte

Bob Lester morreu na sexta-feira, 06/11/2015, vítima de insuficiência cardíaca, aos 102 anos de idade, no Rio de Janeiro. O enterro ocorreu no sábado, 07/11/2015, às 13:00 hs no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Bob Lester estava hospedado no Retiro dos Artistas, no Pechincha, com saúde debilitada. Foi internado na quarta-feira, 04/11/2015, no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo a administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, era a terceira vez que Bob Lester ficava no retiro:

"Ele era um cidadão do mundo e não gostava de ficar parado. Morava na quitinete de um amigo em Niterói, mas estava muito debilitado. Então, o trouxeram para cá, na terça-feira passada. Infelizmente, na madrugada de quarta-feira, precisamos levá-lo às pressas para a emergência."

Controvérsias

O primeiro ponto obscuro na carreira de Bob Lester seria com relação à atuação do músico no "Bando da Lua", acompanhando Carmen Miranda, quando da estada da cantora nos Estados Unidos. Ruy Castro, autor da mais recente biografia de Carmen Miranda, em estrevista dada ao jornalista Adriano Quadrado, do Jornal da Cidade, nega a participação do artista no renomado conjunto. Nos livros já publicados sobre Carmen Miranda, pouquíssimas são as referências ao nome Bob Lester. No entanto na obra "Carmen Miranda, a Cantora do Brasil", Abel Cardoso Júnior, a respeito do grupo, relata que, a partir de 1944, "a troca de elementos foi constante", inclusive com a participação de alguns componentes do conjunto "Anjos dos Inferno". Somente por volta de 1949 é que o conjunto liderado por Aloísio de Oliveira, já com formação completamente diferente, passa a usar novamente o nome "Bando da Lua", o que inclusive em muito desagradou os primitivos componentes do conjunto.

Ao serem entrevistados pela Revista Manchete, de 27/05/2000, o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin, o percussionista Vadeco, integrante da primeira formação do "Bando da Lua", e Ricardo Quartin, produtor musical de Frank Sinatra, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, endossam as palavras de Bob Lester, ao afirmarem que ele realmente tocou com Carmen MirandaRicardo Quartin inclusive não descarta a possibilidade de Bob Lester ter caído no ostracismo devido à grande inimizade entre ele e o líder do "Bando da Lua", Aloísio de Oliveira. Já Ricardo Cravo Albin esclarece que Bob Lester não foi uma figura permanente no grupo. Em matéria da Revista Contigo, publicada em 28/04/2010, Bob Lester confessa que não foi propriamente um componente do conjunto, com a seguinte afirmação sobre Carmen Miranda e o seu "Bando da Lua":

"É que eu subia ao palco com ela, acompanhado do Bando da Lua... isso sim... Fui amigo do pessoal todo."

E a essa conclusão também nos faz chegar a "Enciclopédia de Música Brasileira, Erudita e Folclórica Popular - Vol. 1" (Art Editora Ltda, 1977), em seu verbete sobre o artista:

"Em 1939, trabalhou em vários 'shows' nos cassinos da Urca, do Quitandinha de Petrópolis, RJ, e do Copacabana Palace Hotel. Acompanhou Carmen Miranda e o Bando da Lua quando a cantora foi para os Estados Unidos."

A segunda controvérsia é o fato de Bob Lester ter sido mesmo dançarino nos shows de Frank Sinatra. Alguns estudiosos contestam esta informação, no entanto, quando da vinda do astro americano ao Brasil, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, de 24/01/1980, Bob Lester, já em sua fase de penúria, foi reconhecido na rua pelo músico Shepard Coleman, da banda de Frank Sinatra. Jornalistas que presenciaram a cena, comoveram-se com a situação de Bob Lester e lhe compraram terno e sapatos para que ele pudesse assistir ao show de Frank Sinatra, e uma foto de Bob Lester sorrindo ao lado do grande artista americano foi imediatamente levada à suíte do cantor por um assessor zeloso, que também prometeu um encontro dos velhos companheiros, conforme reportagem da revista Veja, de 30/01/1980.

E, por fim, teríamos a polêmica no que se refere ao acidente automobilístico ocorrido com a família do cantor. Não é possível saber ao certo a data do ocorrido, muito menos quais os familiares que faleceram. As matérias que tratam sobre o assunto não são precisas. Acredita-se que o acidente tenha ocorrido antes de 1970, data em que a revista O Cruzeiro publicou uma grande reportagem sobre o artista e já relatando a fatalidade, cujos detalhes são narrados por um Bob Lester já abalado mentalmente. Outra hipótese seria a de que o próprio cantor é quem estaria dirigindo o automóvel e, por ter se sentido culpado pela morte da família, abdicou totalmente de sua existência, passando a viver como mendigo. Esta última hipótese, inclusive, justificaria a falta de precisão encontrada nas declarações do artista ao falar sobre este assunto.

Curiosidades

  • No inicio dos anos 90, Bob Lester passou por Blumenau e conseguiu com a prefeitura municipal, hospedagem, por três dias, no asilo municipal. Em retribuição, Bob Lester promoveu um show para todos os hospedes do asilo. Para que o show acontecesse a prefeitura de Blumenau pediu para que a banda Ximya de Ovo tocasse.
  • Com o falecimento do cantor de operetas Johannes Heesters, em 24/12-2011, Bob Lester passou a ser o mais velho cantor e sapateador em atividade no mundo.
  • De acordo com matéria publicada no jornal O Globo, de 22/05/2011, o hotel onde Bob Lester morava, era pago pelo cantor Roberto Carlos, fato que foi confirmado ao jornal pela assessoria de Roberto Carlos.
  • Em 24/08/2011, no Largo da Carioca, RJ, Bob Lester, aos 98 anos, levou uma surra de guardas municipais e foi parar no Hospital Souza Aguiar para tratar os ferimentos. Bob Lester tentava impedir que os guardas covardemente espancassem um camelô que estava trabalhando. O fato foi noticiado pelo jornal O Dia e pelas Rádio Globo e Rádio Nacional.
  • Em maio de 2013, Bob Lester deu entrevista ao programa de Antônio Carlos, da Rádio Globo do Rio de Janeiro, informando que, por ter sido cortada a ajuda que recebia da produção do cantor Roberto Carlos, não tendo mais como pagar sua hospedagem em hotel, conseguiu ser abrigado no Retiro dos Artista, em Jacarépagua, RJ, de onde teve que fugir logo em seguida, visto que lá não lhe davam a liberdade de sair quando quisesse.
  • Em 01/10/2013, Bob Lester foi assessorado por advogados voluntários na 5º DP, na Lapa, após sofrer devido a intoxicação por gás lacrimogênio ao participar de protesto na Câmara dos Deputados apoiando os professores. Ele emocionou a todos os presentes com a sua simpatia. 

Indicação: Miguel Sampaio

Felipe Pinheiro

FELIPE PINHEIRO
(33 anos)
Ator, Redator e Dramaturgo

☼ Rio de Janeiro, RJ (29/01/1960)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/11/1993)

Felipe Pinheiro foi ator e dramaturgo brasileiro. Estreou na TV participando do elenco do programa humorístico "TV Pirata" na TV Globo.

Teve uma carreira curta de apenas sete anos, mas se tornou um rosto conhecido do público por sua participação em várias campanhas publicitárias, a mais famosa delas a do Casal Unibanco.

Participou das minisséries "O Pagador de Promessas" (1988) e "Contos de Verão" (1993), e das novelas "Bebê a Bordo" (1988), "Vamp" (1991) e "Olho no Olho" (1993).

Pedro Cardoso e Felipe Pinheiro
A carreira de Felipe Pinheiro se desenvolveu mais no teatro, onde trabalhou por 11 anos ao lado do ator Pedro Cardoso, atuando, roteirizando, produzindo e dirigindo várias peças do estilo "besteirol" como "A Porta" e "C de Canastra". Como redatores, a dupla também fez parte do time de grandes nomes do humor que escreviam os quadros do famoso programa "TV Pirata", um marco do humorismo televisivo brasileiro.

Sua única experiência no cinema acabou sendo o seu último trabalho, o filme "O Judeu", onde interpretava o personagem principal. O filme só foi concluído e exibido alguns anos depois da sua morte.

Felipe Pinheiro participou também de muitos comerciais para a televisão.

Ele morreu repentinamente, em seu apartamento, no Jardim Botânico, no dia 01/11/1993, vítima de um ataque cardíaco, de acordo com o médico da família, sem concluir sua participação da novela "Olho no Olho". Seu personagem, o ator Bob Walter, que mal apareceu na novela, teve sua saída da trama explicada por uma viagem a Los Angeles.

Fonte: Wikipédia

Lucídio Portella

LUCÍDIO PORTELLA NUNES
(93 anos)
Médico e Político

☼ Valença do Piauí, PI (08/04/1922)
┼ Teresina, PI (30/10/2015)

Lucídio Portela Nunes foi um médico e político brasileiro, governador do estado do Piauí de 1979 a 1983. Era o irmão mais velho do falecido Petrônio Portella Nunes, articulador da abertura política ocorrida nos governos de Ernesto GeiselJoão Baptista Figueiredo.

Filho de Eustáquio Portella Nunes e Maria Ferreira de Deus, era formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização em Tisiologia pelo Ministério da Saúde e pós-graduação em Radiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Era membro da Associação Piauiense de Medicina.

Durante pelo menos três décadas sua atividade política resumiu-se a acompanhar a carreira de seu irmão sempre recusando um papel mais ativo no cenário político estadual. Tal postura mudaria em 1978 quando foi referendado pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) para o cargo de Governador do Piauí, indicação feita pelo presidente Ernesto Geisel e confirmada pelo Colégio Eleitoral Estadual em 01/09/1978, sendo o último governador eleito pelo voto indireto. Com a morte de seu irmão em 1980 assumiu o comando do Partido Democrático Social (PDS) e presidiu as eleições gerais de 1982 nas quais seu partido conquistou uma ampla maioria.

Em 15/11/1982 o PDS elegeu o governador Hugo Napoleão, o vice-governador Bona Medeiros e o senador João Lobo. Além disso seus filiados conquistaram 6 das 9 vagas na Câmara dos Deputados e 17 das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa, além de assegurar o controle de 102 das 113 prefeituras em disputa, número elevado para 104 por causa da nomeação de Freitas Neto para prefeito de Teresina por decisão de Hugo Napoleão e a manutenção de Júlio César como prefeito de Guadalupe, PI.


Dos 971 vereadores eleitos 774 pertenciam ao partido governista. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) apresentou a candidatura do senador Alberto Silva e elegeu 3 deputados federais, 10 deputados estaduais, 11 prefeitos e 194 vereadores. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu 3 vereadores no município de Esperantina, PI, e teve José de Ribamar Santos como candidato a governador.

Lucídio Portella deixou o governo em 15/03/1983 mas conservou influência no meio político e se manteve afinado com o sucessor até que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a candidatura de Paulo Maluf à presidência da República em favor do oposicionista Tancredo Neves. O resultado foi a "implosão" do PDS e a criação do Partido da Frente Liberal (PFL), partido liderado por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos antigos despesistas. Para se ter uma ideia do estrago feito nas hostes do PDS, dos 17 deputados estaduais eleitos em 1982 apenas 01 ficou ao lado de Lucídio Portella, justamente seu sobrinho Marcelo Coelho.

Aturdido pelo golpe encorajou a candidatura de sua esposa Myriam Portella a prefeitura de Teresina em 1985 com o intuito de avaliar o quanto lhe restava de capital político. No ano seguinte avalizou a coligação de seu partido com o PMDB e foi eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva, até então o mais combatido inimigo político de sua família, em especial de seu irmão Petrônio Portella. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de 03 deputados federais e 06 deputados estaduais.

Após a necessária convivência política com Alberto Silva, o PDS rompeu com o governador que ajudou a eleger e firmou uma aliança com o PFL, visando as eleições de 1990 e em meio as negociações para a formalização da coligação "Frente de Recuperação do Piauí", Lucídio Portella fez valer seu cacife ao assegurar a vaga de vice-governador para o seu então genro Guilherme Melo na chapa de Freitas Neto e apresentou-se como candidato a senador, união afinal vitoriosa ante o desgaste do bloco situacionista.

Lucídio Portella recebendo o papa João Paulo II em Teresina, PI
Extinto o PDS em 1993, Lucídio Portella migrou para seus sucedâneos, ora o Partido Progressista Reformador (PPR), depois o Partido Progressista Brasileiro (PPB) e por fim o atual Partido Progressista (PP). Apesar das mudanças, a condução de seu grupo político sempre coube ao próprio Lucídio Portella.

Seu familiar mais conhecido é Petrônio Portella Nunes, político que ao longo de trinta anos foi guindado de deputado estadual a Ministro da Justiça com passagens pelo Governo do Piauí e ainda pelo Senado Federal onde ocupou funções de destaque. Seu sobrinho, Marcelo Coelho, foi eleito deputado estadual em 1982, 1986, 1998 e 2002 sempre pelo PDS e pelas legendas que o sucederam, sem mencionar que sua esposa Myriam Portella, foi candidata a prefeita de Teresina em 1985, eleita deputada federal em 1986 e novamente derrotada na eleição para a prefeitura da capital piauiense em 1988, isso quando filiada ao PDS. A seguir seu então genro Guilherme Melo trocou o PMDB pelo PDS e foi eleito deputado estadual em 1986, vice-governador do Piauí em 1990 sendo efetivado em 1994 ante a renúncia de Freitas Neto.

Entre abril de 1998 e janeiro de 1999 seu irmão Elói Portella Nunes exerceu o mandato de senador enquanto Freitas Neto foi Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais ao final do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, seu genro Ciro Nogueira exerce seu primeiro mandato como senador, e sua filha, Iracema Portella, é deputada federal.

O Terminal Rodoviário de Teresina é oficialmente "Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portella" e uma escola da rede estadual de ensino localizada na referida cidade também leva o seu nome.

Morte

Lucídio Portella morreu no fim da tarde de sexta-feira, 30/10/2015, aos 93 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da deputada federal Iracema Portella, filha do ex-político, Lucídio Portella estava na clínica do filho, para onde ia todos os dias, quando passou mal e veio a falecer em questão de minutos. O velório aconteceu na Assembleia Legislativa do Piauí a partir das 21:00 hs e o enterro ocorreu no sábado, 31/10/2015, às 12:00 hs, no Cemitério Jardim da Ressurreição.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fadinha Veras