Aureliano Chaves

ANTÔNIO AURELIANO CHAVES DE MENDONÇA
(74 anos)
Político e Vice Presidente do Brasil

☼ Três Pontas, MG (13/01/1929)
┼ Belo Horizonte, MG (30/04/2003)

Aureliano Chaves foi um político brasileiro, governador de Minas Gerais (1975-1978) e vice-presidente da República (1979-1985).

Realizou o curso primário na Escola Professora Maria Augusta Vieira Correia, e o colegial no Ginásio Municipal São Luís, ambas em Três Pontas, sua cidade natal. Após isto, transferiu-se para Itajubá, onde cursou o científico, o curso médio correspondente mais ou menos ao 2º grau, no Colégio de Itajubá.

Ingressou no Instituto Eletrotécnico de Itajubá (IEI), atual Universidade Federal de Itajubá, quando, ainda aluno, e sendo o presidente do Diretório Acadêmico, em 29/05/1952, liderou uma comissão composta de quarenta e dois acadêmicos, que, no Rio de Janeiro, no Palácio do Catete, solicitou ao presidente da República, Getúlio Vargas, o interesse e apoio para a federalização do Instituto Eletrotécnico de Itajubá, que, naquela época, passava por situação financeira difícil, correndo risco até de extinção.

O presidente, diante da completa e exata exposição de Aureliano Chaves, prometeu o apoio solicitado, e foi dado encaminhamento ao processo, o qual seria sancionado pelo seu sucessor, Nereu Ramos.

Graduado em Engenharia Eletromecânica pelo Instituto de Engenharia de Itajubá em 1953, trabalhou na Serra Engenharia Arquitetura em 1954.

Aureliano Chaves foi engenheiro de obras rodoviárias, entre as quais a ligação de Itajubá a São Bento do Sapucaí, e o serviço de terraplenagem de Cumbica. Foi Chefe do Serviço de Obras da Prefeitura Municipal de Itajubá (1955-1956). Foi professor titular da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (1955-1982), onde estranhamente, não se conseguiu achar nenhum ex-aluno dele, e Diretor Técnico da Eletrobrás (1961). Em Belo Horizonte, foi professor do Instituto Politécnico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.


Iniciou sua carreira política como deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN) (1958-1966), integrando a linha ortodoxa do partido, conhecida como "Banda de Música", ao lado de Carlos Lacerda, Afonso Arinos e Pedro Aleixo. Chegou a liderar sua bancada da União Democrática Nacional (UDN) e também a exercer a liderança do governo Magalhães Pinto ao qual serviu como Secretário de Estado da Educação em 1964, e Secretário de Obras Públicas.

Participou do golpe que depôs o presidente João Goulart em 1964. Foi eleito deputado federal (1966-1974), pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), tendo sido membro e relator de várias comissões da Câmara, presidente das Comissões de Minas e Energia e Ciência e Tecnologia.

Em 1966 e 1970, posicionou-se contra a licença para processar o deputado Márcio Moreira Alves, episódio que foi pivô de grave crise política que resultaria no AI-5, em 1968.

Foi vice-presidente do Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoramento do Congresso Nacional (IPEAC) e presidente de várias Comissões Mistas do Congresso Nacional. Desempenhou, ainda, muitos outros cargos, como:

  • 1967 - Representante do Brasil na Conferência Sobre Energia Nuclear, em Viena;
  • 1974 - Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Energia Nuclear, pela Câmara dos Deputados;
  • Membro do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; membro do Comitê Nacional de Grandes Barragens.

Eleito governador de Minas Gerais, por via indireta, em 1974, governou o Estado por quatro anos, conseguindo harmonizar as antigas forças divergentes do Partido Social Democrático (PSD) mineiro e da União Democrática Nacional (UDN).

Aureliano Chaves apoiou o presidente Ernesto Geisel, em 1977, na crise provocada pelo então ministro do Exército, Sílvio Frota, demitido por tentar forçar sua própria candidatura à presidência da República.

Aureliano Chaves, Arthur Bernardes Filho e Bias Fortes
No ano seguinte, foi escolhido vice-presidente do general João Batista de Oliveira Figueiredo. Foi vice-presidente da República (1979-1985), exercendo várias vezes a presidência, sendo o primeiro vice-presidente civil do regime militar, desde Pedro Aleixo, o vice de Artur da Costa e Silva, impedido pelos militares de assumir a presidência quando Costa e Silva adoeceu, tendo sido substituído por uma junta.

Quando da segunda Crise do Petróleo, em 1979, foi presidente da Comissão Nacional de Energia, por delegação do Presidente da República.

Aureliano Chaves ocupou a presidência da República por dois períodos relativamente extensos: Dois meses em 1981 e cerca de um mês em 1983, devido aos problemas de saúde de João Batista de Oliveira Figueiredo.

Era um nacionalista clássico. Católico fervoroso, em 1981, quando ocupava interinamente a presidência, apesar de ser contra as invasões de terra, recusou-se a assinar o ato de expulsão dos dominicanos franceses Aristides Camio e François Gouriou, da Comissão Pastoral da Terra, acusados de incitar invasões de terra no sul do Pará. A recusa irritou a ala mais radical das Forças Armadas. Os sacerdotes não foram expulsos imediatamente, mas foram condenados a 10 e 15 anos de prisão, respectivamente, por terem apoiado a luta de posseiros na conflituosa região do Araguaia - cenário da guerrilha do Araguaia, organizada pelo Partido Comunista do Brasil, na década anterior. Os frades cumpriram 2 anos e 4 meses na prisão e afinal foram expulsos do país.

Por ocasião das eleições indiretas sucessórias à João Batista de Oliveira Figueiredo, se ofereceu em 1984 como candidato dentro de seu partido, o Partido Democrático Social (PDS). O mesmo fizeram Paulo Maluf, Mário Andreazza e Marco Maciel. Com a vitória de Paulo Maluf, que não contava com a simpatia da direção da legenda, na convenção, nomes como Aureliano Chaves, Marco Maciel, Antônio Carlos Magalhães e José Sarney, decidiram sair do Partido Democrático Social (PDS) e fundar um novo partido, o Partido da Frente Liberal (PFL), em alusão à Frente Liberal que esses políticos formavam a partir dali, para apoiar o candidato da oposição Tancredo Neves no colégio eleitoral, na chamada "Aliança Democrática". Com isso, Aureliano Chaves rompia com o governo de João Batista de Oliveira Figueiredo.

A união da legenda recém-formada mostrar-se-ia fundamental para a vitória de Tancredo Neves. Aureliano Chaves é considerado um dos responsáveis pela divisão do Partido Democrático Social (PDS), em 1984, o que enfraqueceu a candidatura de Paulo Maluf à presidência da República, na eleição indireta que levou Tancredo Neves do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) ao cargo.


Aureliano Chaves foi ministro de Minas e Energia no governo de José Sarney e defendeu a manutenção do programa brasileiro do álcool, o Pró-Álcool.

Concorreu à presidência nas eleições diretas de 1989 pelo mesmo Partido da Frente Liberal (PFL), tendo como vice em sua chapa Cláudio Lembo, obtendo irrisória votação, com cerca de 0,9% e terminando o pleito em oitavo lugar. Cláudio Lembo depois diria que boa parte dos correligionários da legenda os havia abandonado para apoiar informalmente Fernando Collor de Melo. Após isso, decidiu formalmente se retirar da vida pública, mas, ainda assim continuou a exercer influência sobre seu estado natal e mesmo na nação, era uma voz a ser ouvida, como na ocasião das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, em relação às quais manifestava-se radicalmente contra. O governador Aécio Neves, cujo avô, Tancredo Neves era um grande amigo e aliado de Aureliano Chaves, admitiu por ocasião de sua morte: "Ele era um consultor informal".

No final da vida estava filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Defensor dos valores democráticos, teve papel importante no restabelecimento da democracia no Brasil. Na campanha presidencial de 2002, apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando na aproximação entre o petista e os militares.

Interessado em tecnologia, quando Secretário da Educação de Minas Gerais visitou os Estados Unidos e o México, em busca de novos métodos de educação. Quando ministro, visitou os principais centros de estudos nucleares da França, Alemanha e Estados Unidos, onde, novamente, voltaria como vice-presidente do Brasil.

Sobre Aureliano Chaves, disse o deputado Mauri Torres:

"Apesar de ter feito sua carreira política dentro do regime militar, foi sempre um homem democrático e nacionalista, que sempre defendeu os interesses de Minas e do Brasil."

Morte

Aureliano Chaves estava internado desde o dia 14/04/2003 no Hospital Socor, em Belo Horizonte, por causa de uma infecção pulmonar. Ele sofria de diabetes e apresentava nos últimos dias insuficiência cardíaca e insuficiência renal.

No sábado, 26/04/2003, foi submetido a uma cirurgia para colocar uma ponte safena, sendo transferido à Unidade de Tratamento Intensivo. No dia 30/04/2003 Aureliano Chaves faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos. Aureliano Chaves era viúvo e foi sepultado em Itajubá, MG.

Condecorações

Em reconhecimento a seu brilhante desempenho profissional, à sua carreira política pautada por comportamento ético, austero e transparente e por uma vida íntegra e honesta, recebeu várias condecorações:

Nacionais

  • Grande Medalha da Inconfidência
  • Medalha General Couto Magalhães
  • Medalha Tamandaré
  • Medalha Santos Dumont
  • Medalha Pacificador
  • Medalha Marechal Trompowsk
  • Medalha Marechal Deodoro
  • Medalha Wenceslau Brás
  • Medalha Delmiro Golveia
  • Medalha do Governo do Estado do Espírito Santo
  • Medalha do Governo do Estado do Sergipe
  • Medalha do Governo do Distrito Federal
  • Medalha do Mérito Naval
  • Medalha do Mérito Militar
  • Medalha do Mérito Aeronáutico
  • Medalha Rio Branco
  • Medalhas do Mérito Legislativo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais
  • Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados de Minas Gerais
  • Medalha do Mérito Legislativo da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte
  • Medalha do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
  • Medalha do Superior Tribunal Militar
  • Medalha do Superior Tribunal do Trabalho

Estrangeiras

  • Medalha da Legião de Honra da França
  • Medalha do Mérito Civil da Espanha
  • Medalha do Mérito Asteca, do México
  • Medalha Simon Bolívar, da Venezuela
  • Medalha General San Martin, da Argentina
  • Medalha General Solano Lopes, do Paraguai
  • Medalha Infante Dom Henrique, de Portugal

Fonte: Wikipédia, Folha.com e Projeto VIP

Franco Montoro

ANDRÉ FRANCO MONTORO
(83 anos)
Político

* São Paulo, SP (14/07/1916)
+ São Paulo, SP (16/07/1999)

Foi um político brasileiro e 15° governador de São Paulo entre 15 de março de 1983 e 15 de março de 1987.

Filho do tipógrafo André de Blois Montoro e de Tomásia Alijostes, possuía ascendência italiana e espanhola. Fez o primário na Escola Modelo Caetano de Campos e concluiu o secundário no Colégio São Bento. Em 1934 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde formou-se em 1938. No mesmo período cursou Filosofia e Pedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, posteriormente nomeada de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, obtendo licenciatura também em 1938. Professor universitário da PUC-SP nos dois anos seguintes a sua formatura foi ainda secretário-geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e procurador do estado entre 1940 e 1950.

Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, como "O Debate" (do qual foi diretor), "O Legionário", "Folha da Manhã", "A Noite" e "Diário de São Paulo".

Carreira Política

Sua longa carreira política iniciou quando foi eleito vereador em São Paulo pelo PDC, ao lado de Jânio Quadros, em 1947. Eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.

Foi ministro do Trabalho e Previdência Social no gabinete parlamentarista de Tancredo Neves, de 8 de setembro de 1961 a 12 de julho de 1962.

Ingressou no MDB após a queda de João Goulart e a instauração do Regime Militar de 1964. Eleito senador em 1970 e 1978, filiou-se ao PMDB e foi eleito governador de São Paulo em 1982 na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação do sociólogo Fernando Henrique Cardoso em sua vaga na Câmara Alta do país.

Eleito em 15 de novembro de 1982 e empossado em 15 de março de 1983 venceu quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistano Reinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT).

Durante o mandato foi um dos artífices da campanha das Diretas Já e a seguir da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985 quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória de Orestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação do PSDB em 1988. Presidente nacional do PSDB, foi derrotado na eleição para senador em 1990 mas recompôs sua liderança política ao ser eleito deputado federal em 1994 e 1998.

O Governo Montoro

Como governador, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo. Na área da educação, municipalizou a merenda e as construções escolares, além de implantar o ciclo básico no extinto primeiro grau.

Construiu quatro mil quilômetros de estradas vicinais, ampliou as redes de água e esgoto e a quantidade de municípios atendidos pela Sabesp, expandiu a linha Leste-Oeste do Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha) e reequipou as Polícias Civil e Militar, criando a Operação Polo e o Tático Móvel, como iniciativas para reduzir a criminalidade.

Seu governo herdou muitas dívidas da gestão de Paulo Maluf e José Maria Marin, o que não deu a Montoro a fama de tocador e inaugurador de grandes obras.

Montoro também enfrentou greves de professores e servidores públicos.

Curiosamente, alguns membros do secretariado de Montoro tornariam-se governadores de São Paulo anos mais tarde: José Serra, Secretário de Planejamento de Montoro, foi Governador do Estado entre 2007 e 2010; Orestes Quércia foi vice-governador durante a gestão de Montoro, e acabou por sucedê-lo, governando no período de 1987 a 1991; Mário Covas foi prefeito de São Paulo nomeado por Montoro em 1983 e foi Governador do Estado por duas vezes, de 1995 a 1999 e de 1999 até a sua morte em 2001.

Por esses motivos, parte da oposição acusa que o Estado de São Paulo está ocupado desde 1983 pelos mesmas poucas pessoas e grupos políticos, sendo esse processo iniciado por Montoro. Portanto dois governos, Luiz Antônio Fleury Filho e Geraldo Alckmin, constituem exceção a esta regra.

A Luta Pela Redemocratização

Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.

Em 1988, descontente com os rumos do PMDB, foi um dos fundadores e presidente do PSDB em 1988. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo para Eduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que faleceu.

Família de Políticos

Dois de seus filhos seguem a carreira política do pai, Ricardo Montoro elegeu-se duas vezes vereador pela cidade de São Paulo e André Franco Montoro Filho foi secretário de estado no governo Covas e tentou uma cadeira na Câmara Federal em 2006 pelo PSDB. Teve 58.010 votos (equivalente a 0,28% dos votos válidos) e não se elegeu.

Homenagens

Atualmente seu nome figura homenageado no Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos. É, também, patrono do Centro Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Franca. Também é homenageado em Mogi Guaçu com seu nome em uma faculdade municipal, "Faculdade Municipal Professor Franco Montoro".

Fonte: Wikipédia