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Raul Longras

RAUL DA SILVA LONGRAS
(76 anos)
Radialista, Locutor, Apresentador, Jornalista, Repórter, Letrista, Compositor, Escritor e Comissário de Polícia

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/01/1914)
┼ Juiz de Fora, MG (04/04/1990)

Raul Longras foi um radialista, locutor, apresentador, jornalista, repórter, letrista, compositor e escritor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/01/1914.

Filho de José da Silva Longras e Leonor Copelli da Silva Longras, foi casado com Zilda da Silva Longras (in memoriam) e posteriormente, com Marlene Lomba. Pai de José da Silva Longras Neto (in memoriam), cujo um dos filhos é o advogado Raul da Silva Longras Neto, do seu casamento com Zilda e pai da Monalisa Longras, nascida em Brasília em 1983, do casamento com Marlene. Além do advogado Raul Neto, é avô de Márcia Longras.

Raul Longras foi era torcedor do Flamengo, simpatizante do América e ligado à Escola de Samba Império Serrano, pela qual foi homenageado.


No rádio, foi narrador esportivo, introduzindo o "pimba", na hora do gol. Antes de se tornar narrador esportivo, foi apresentador de um programa de nome "Para Você Recordar" e de "Cancioneiros Famosos", ambos de Januário Ferrari, levados ao ar pela Rádio Educadora do Brasil, que se transformou em Rádio Tamoio. Esses programas passaram depois para a Rádio Ipanema (depois Mauá) e terminaram na Rádio Rio de Janeiro. Somente depois, Raul Longras passou a locutor esportivo e chefe da equipe de esportes da Rádio Mundial.

Na televisão, apresentou o  "Casamento na TV", programa de auditório, exibido na TV Globo, TV Excelsior e TV Rio, cujo objetivo era unir casais, tendo contabilizado 1.380 casamentos.

Como compositor, Raul Longras compôs, com Ari Monteiro, o samba "Rua das Ilusões", gravado por Carlos Galhardo.

Em Juiz de Fora, MG, Raul Longras residiu na rua Julieta Andrade, no bairro Granbery, Zona Sul da cidade e foi proprietário de loja e de colégio.

Casamento na TV

"Casamento na TV" foi um programa de auditório exibido de 06/08/1967 à 06/07/1969 na TV Globo. O programa realizava entrevistas com mulheres e homens solteiros que desejavam se casar. Com 45 minutos de duração, o programa era transmitido ao vivo no período das 19h00 aos domingos.

Apresentado e dirigido por Raul Longras, "Casamento na TV" contava também com a direção de Mário FrancoAugusto César Vannucci entre outros. Já a produção ficou por conta de Ruy Mattos.

Produzido e transmitido inicialmente no Rio de Janeiro, com o tempo passou a ser transmito em São Paulo através de video-tape. O programa também foi apresentado por Silvio Santos.

Os candidatos do programa eram dispostos no auditório em fileiras separadas de homens e mulheres. O apresentador Raul Longras andava pelo auditório com seu microfone na mão e ia até um candidato ou candidata e perguntava as características que essa pessoa pretendia encontrar de sua futura noiva ou noivo. A pessoa descrevia todas as características que considerava importante, como por exemplo no caso de uma candidata os atributos esperados poderiam ser "bonito, trabalhador, bom marido, que cuide de nossos filhos".


E assim o programa seguia com o apresentador fazendo a pergunta aos demais participantes. Os candidatos que encontrasse alguém que gostasse e decidissem casar, tinham todas as despesas do casamentos bancadas pela TV Globo. A emissora organizava a cerimônia do casamento em uma igreja perto de suas instalações. Já a festa ocorria dentro da própria emissora, em um terraço que era todo enfeitado para a recepção dos noivos. Os patrocinadores tinham uma participação muito importante durante a cerimônia de casamento e na vida do casal após o enlace. Presenteavam os noivos com toda a alimentação e bebida do casamento, as roupas dos noivos, alianças, viagem de lua-de-mel e também móveis e enxovais para a casa do casal. Em seu auge o programa chegou a realizar de 10 a 15 casamentos por mês.

Os telespectadores acabavam acompanhando o namoro do casal pela televisão, muitas vezes se emocionando com as declarações de amor dos participantes. O apego com os candidatos era tanto, que muitos telespectadores acabavam comparecendo na igreja no dia do casamento.

No começo de sua exibição o programa não fez tanto sucesso, porém um escândalo no meio do programa despertou o interesse de novos telespectadores, causando um aumento significativo da audiência. Em um dos programas uma mulher grávida, com a devida autorização da produção, parou o programa para delatar um dos candidatos a noivos como pai de seu filho. Essa acusação surpreendeu muito o rapaz e segundo o produtor Ruy Mattos estava em todos os jornais no dia seguinte. Com o aumento da popularidade o programa que antes era transmitido em 45 minutos passou a ter uma hora de duração e contava agora com apresentações musicais.

Morte

Raul Longras faleceu na quarta-feira, 04/04/1990, aos 76 anos, em Juiz de Fora, MG, no Hospital Cotrel, vítima de um infarto agudo do miocárdio, sendo sepultado em 05/04/1990, no Cemitério Municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Poço Rico.

Indicação: Carlos Ferreira

Syn De Conde

SYNÉSIO MARIANO DE AGUIAR
(95 anos)
Ator

* Belém, PA (14/06/1894)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1990)

Syn De Conde foi um ator brasileiro nascido em 14/06/1894, na cidade de Belém, PA, batizado como Synésio Mariano de Aguiar. Foi um ator conhecido por atuar em "Revelation" (1918), "The Girl Who Stayed At Home" (1919) e "Rouge e Riches" (1920). Ele foi casado com Anna Pauley De CondeSyn De Conde foi o primeiro brasileiro a virar ator em Hollywood.

Synésio Mariano de Aguiar era filho de um industrial paraense. No inicio do século passado, quando a fase da exploração da borracha nativa ainda deixava um pouco do seu lastro de ouro na sociedade local, o jovem seguiu a praxe das grandes famílias, sendo mandado para a Europa concluir os seus estudos básicos. Na Suíça fixou residência e por lá recebia regularmente a mesada paterna, escrevendo-lhes para contar seu aproveitamento no estabelecimento de ensino. Mas o irrequieto Synésio tinha outras pretensões. Embarcou para a América do Norte e passou a residir na Califórnia, especificamente em Hollywood, onde arranjou um quarto de pensão, dividindo a despesa de aluguel com outro estrangeiro, o italiano Rodolfo Valentino.

Supostamente influenciado por Rodolfo Valentino, o paraense passou a se exibir como dançarino de tango nas boates elegantes. Entretanto, tentou se envolver com uma garota em um restaurante escrevendo-lhe um bilhete. Como resposta, a jovem lhe passou o seu endereço e o telefone. Tratava-se da atriz Alah Nazimova que mais tarde seria a namorada efetiva de Rodolfo Valentino. Através dela, o paraense conheceu um estúdio de cinema e ao presenciar uma cena onde dançavam um tango, disse ao diretor que faria melhor, demonstrando na ocasião esta qualidade. Dessa forma, foi aceito como coadjuvante do filme em produção e daí em diante passou a figurar em produções "Classe A", atuando em oito filmes durante 2 anos.

Syn De Conde e Carol Dempster
O filme "A Garota Que Ficou em Casa" (The Girl Who Stayed At Home / EUA, 1919) de David Wark Griffith não é dos mais conhecidos ou aplaudidos trabalhos do cineasta considerado "o pai do cinema", por seu pioneirismo na criação dos elementos que fazem a linguagem cinematográfica. Mas para nós brasileiros e principalmente para os paraenses, tem significativa importância pelo fato de ter no elenco um brasileiro, Synésio Mariano de Aguiar. Por ironia ele interpreta um conde francês na história de uma jovem norte-americana, filha de um confederado (homem que lutou pelo sul na Guerra Civil). A garota (Carol Dempster, atriz muito conhecida na época) vê seu namorado (Richard Barthelmess) e o amigo deste (Robert Harron), também pretendente à sua mão, partirem para a guerra (a Primeira Mundial).

As cartas ao pai agradecendo a mesada faziam o percurso Estados Unidos - Suiça - Brasil graças à colaboração de um amigo que ficara na Suíça encarregado dessa correspondência. Mas, certo dia seu pai, o velho Mariano de Aguiar, soube da carreira artística do filho alertado por uma pessoa que lhe disse ter visto "o Synésio no Cinema Olympia". Ao argumentar que isso era impossível, que o Marianinho estava na Europa, o informante completou dizendo que ele estava na tela, puxando um camelo no papel do árabe Abdulah em "A Chama do Deserto" (Flame Of Desert).

Mariano de Aguiar espantou-se:

- Não é possível, o menino está em Berna, na Suíça!- Não, ele não estava na platéia: estava na tela!

O pai, aflito, foi logo ao cinema. E viu o filho vestido de beduíno puxando um camelo em uma aventura do folclore árabe. Foi o fim da carreira do astro promissor que chegou a morar com o ídolo da época, Rodolfo Valentino.

Syn De Conde e Pauline Frederic
Contrariado com a situação, solicitou o retorno urgente do filho rebelde. Desconhecia, contudo, que este havia se casado na Califórnia com Anna Pauley. Logo foi providenciado o divorcio e Syn De Conde retornou.

Em 1921, Syn De Conde foi processado por sua ex-esposa, Anna Pauley De Conde, e condenado a pagar US$ 150 dólares por mês em pensão alimentícia, com base em sua alegação de que sua renda anual foi de US$ 30.000 e que o pai dela, Hubert, tinha um depoimento dizendo que sua conta bancária tinha recentemente um saldo de US$ 50.000.

De acordo com as referências extraídas do New York Times, em 1921, Syn De Conde passou a residir em New York, na 118 West Seventy-Second Street.

Em 1927 ele retornou ao Brasil, via Rio de Janeiro. Nesse ano estreava na então Capital Federal o filme "O Homem Mosca" (Safety Last, 1923) onde se via o comediante Harold Lloyd escalar um edifício. A divulgação do lançamento baseava-se nessa proeza de Harold Lloyd, que foi assumida por Syn De Conde e, segundo ele, para provar que "não era só norte americano que tinha essa coragem", escalando um prédio na Av. Rio Branco, e, com isso, ganhando manchetes de jornais.

Em 1928, já em Belém, o ousado ex-estudante acomodou-se como professor de inglês, na Escola Normal, casando-se com uma paraense. Teria sido um casamento arranjado pelo pai. Nada que o transformasse num sério chefe de família.

Syn De Conde só muito mais tarde foi reconhecido como o "ator paraense em Hollywood", em 1972, através de uma informação de Adalberto Affonso, gerente local da empresa Severiano Ribeiro, ao crítico Pedro Veriano. Na busca pelo personagem, encontrou-o doente, num dos sobrados da Av. Serzedelo Corrêa, que herdara de familiares. A atuação do critico como médico fez a amizade com o então lendário ator, que lhe mostrou um álbum com as fotos de sua atuação no mundo do cinema mudo. Tudo o que ele havia dito numa primeira entrevista e que se supunha ser delírio do ancião enfermo, foi constatado.


Não só fotos com artistas famosos e de sua atuação como dançarino ao lado de sua partner, uma jovem belíssima, mas pôsteres de filmes e cartas de recomendação de gerentes de produtoras como do famoso Louis B. Mayer, da Metro Goldwyn Mayer.

Esse material serviu a uma exposição do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) dirigido por Cosme Alves Neto. Depois chegou à Belém junto com a organização da primeira mostra de cinema amador e a reunião dos cineclubistas da região norte em 1976.

No fim da década de 80, Synésio Mariano de Aguiar retornou ao Rio de Janeiro, onde faleceu em 1990 vítima de de insuficiência cardíaca.

Como se vê, a trajetória artística deste aventureiro entre as câmeras e na vida privada daria um filme. Para um documentário, o material hoje perdido e em algum lugar, talvez seja precário, não se sabe o destino de seu álbum, mas, quem sabe, um longa de ficção. Afinal, apenas esta odisseia narrada neste texto demonstra uma realidade pitoresca de um tempo em que as famílias com recursos dispunham do destino de seus filhos e estes divergiam e tomavam outro rumo.

Fonte: IMDb, FilmowACCPA, Guarulhos Web e Veja, 6 de junho, 1990 – Edição 1133 Pág. 86
Indicação: Taty

Victor Civita

VICTOR CIVITA
(83 anos)
Jornalista e Empresário

* Nova York, Estados Unidos (09/02/1907)
+ São Paulo, SP (24/08/1990)

Victor Civita foi um dos empresários mais bem sucedidos da história recente do país. Com persistência e ousadia, ele inventou o negócio de revistas no Brasil e foi o fundador do maior grupo editorial brasileiro, a Editora Abril.

Filho de uma família de imigrantes italianos, ele nasceu em 09/02/1907, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Em 1909 mudou-se para Milão, na Itália. Lá concluiu os estudos secundários e, com o irmão, publicou uma revista de automobilismo. Em 1939 retornou a Nova York, onde se transformou em sócio minoritário e vice-presidente de uma empresa gráfica. Depois de uma viagem a Buenos Aires para conhecer a operação editorial do irmão, visitou o Brasil em 1949 e decidiu estabelecer-se em São Paulo.

Casado com Sylvana Alcorso, sua esposa até o fim da vida, e pai de dois filhos, Roberto Civita Richard CivitaVictor Civita.

Contrariando todos os conselhos e previsões negativas, resolveu fundar sua empresa em São Paulo, que nessa época não rivalizava em prestígio com o Rio de Janeiro.

Editora Abril nasceu em 1950, que começou a funcionar em uma pequena sala no centro de São Paulo, inicialmente com o nome de Editora Primavera, tendo apenas uma revista em seu catálogo: a versão brasileira dos quadrinhos de O Pato Donald. O nome é uma referência a Editoral Abril, editora argentina do irmão Cesar Civita, desde 1941. Na década de 1930, Cesar Civita trabalhou na editora italiana Arnoldo Mondadori Editore, editora que publicava histórias em quadrinhos da Disney na Itália, por conta disso consegui a licença dos títulos Disney na América Latina.

Nos anos seguintes, a empresa lançou uma série de títulos de grande sucesso, como CaprichoQuatro Rodas Exame, criando assim o mercado editorial de revistas brasileiro. Visionário e incansável fazedor, como os amigos o definiam, fundou mais de uma dezena de outras empresas, de grupo hoteleiro a negócios frigoríficos.

Victor Civita destacou-se por fazer o trabalho da empresa junto aos funcionários. Consta que teria pregado pessoalmente nos bondes de São Paulo cartazes dizendo: "Chegou O Pato Donald", quando do lançamento da primeira revista publicada pela editora.

Clara Nunes, Silvio Santos e Victor Civita na entrega do Troféu Imprensa 1977
O Pato Donald já havia sido publicado no país em 1946, na revista Seleções Coloridas da EBAL do jornalista Adolfo Aizen, as revistas foram impressas na Argentina pela Editorial Abril de Cesar Civita.

Em 1968 publicou Veja, a revista de maior circulação do país.

Em 1985, criou a Fundação Victor Civita, tendo como propósito lutar por um país onde não faltassem escolas, bons professores, incentivo ao trabalho docente e materiais de apoio às práticas pedagógicas. Permaneceu no comando do grupo até a morte.

Em março de 1986, a Fundação Victor Civita passou a publicar Nova Escola, outro sonho que Seu Victor, como era conhecido pelos funcionários da Editora Abril, manteve por toda a vida. Na edição de lançamento, em um editorial, apresentou os objetivos que inspiraram a publicação:

"Fornecer à professora informações necessárias a um melhor desempenho de seu trabalho; valorizá-la; resgatar seu prestígio e liderança junto à comunidade; integrá-la ao processo de mudança que ora se verifica no país; e propiciar uma troca de experiências e conhecimentos entre todas as professoras brasileiras de 1º grau."

Victor Civita ao lado do filho Roberto Civita em 1990
Morte

Victor Civita morreu em 24/08/1990, em São Paulo. Em um dos bilhetes que deixou aos filhos contendo seus desejos póstumos, escreveu que todo o dinheiro de que dispunha, em contas bancárias, ações ou propriedades pessoais, deveria reverter para a Fundação Victor Civita. Aos filhos, que já tinham as empresas, não caberia um centavo. "Se vocês não conseguirem viver das empresas que possuem, não as merecem", decretou. Sylvana fez um adendo ao mesmo texto explicando que a ordem de destinar os bens pessoais à Fundação Victor Civita incluía suas jóias. E assim foi feito.

Seu filho, Roberto Civita, o sucedeu como Presidente do Conselho de Administração e Diretor Editorial do Grupo Abril.


Eliana Macedo

ELY MACEDO DE SOUSA
(63 anos)
Cantora e Atriz

☼ Itaocara, RJ (21/09/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/06/1990)

Eliana Macedo foi uma atriz e cantora brasileira. Nasceu em Portela, terceiro distrito do município de Itaocara, RJ. Seu avô incentivou filhos e netos a tocarem algum instrumento musical, formando a banda XV de Novembro e tendo Eliana Macedo como intérprete da banda.

Sua primeira atuação em filmes foi no "E o Mundo Se Diverte", em 1948, sendo dirigida por Watson Macedo, seu tio, ao lado de Carlos Manga, que foi responsável pela época áurea da Atlântida CinematográficaWatson Macedo dirigiu Eliana Macedo por quase toda a sua vida artística. Nos filmes, em vários números musicais, Eliana Macedo imitou por diversas vezes os trejeitos de Carmen Miranda.

Seu grande momento como atriz foi no filme "Carnaval de Fogo" de 1949, em que ela fez dois papéis. Watson Macedo tinha preferência pelas atrizes Maria Della Costa e Cacilda Becker, mas os diretores da Atlântida impuseram Eliana Macedo e foi um sucesso.


Estrela das chanchada da Atlântida fez cerca de 26 filmes. Contracenou com artistas que marcaram época tais como Oscarito, Anselmo Duarte, Cyll Farney, Trio Irakitan, José Lewgoy, Grande Otelo, entre muitos outros.

Cantou, gravou e interpretou seus filmes com a Adelaide Chiozzo e seu acordeão, sobressaindo os sucessos "Pedalando" (Anselmo Duarte e Bené Nunes), "Bate o Bombo Sinfrônio", "Encosta Sua Cabecinha" e "Vem Cá Sabiá".

Eliana Macedo casou-se com o pioneiro do rádio no Brasil, o radialista da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, atual CBN, Renato Murce, em 1950, causando muitos comentários devido a grande diferença de idade.

Em 1954 foi agraciada com o Prêmio Saci de melhor atriz, com o filme "A Outra Face do Homem". Participou também do filme "Malandros em Quarta Dimensão", de Luiz de Barros.

Eliana Macedo faleceu aos 63 anos no Rio de Janeiro vitima de um Infarto.

Participação Especial

Na telenovela "Feijão Maravilha" (1979), contracenou com a sua amiga de chanchadas Adelaide Chiozzo, e cantaram alguns sucessos dos musicais dos filmes da Atlântida Cinematográfica.

Discografia
  • 1953 - Queria Ser Patrona / Com Pandeiro na Mão (Copacabana, 78 rpm)
  • 1954 - Beijinho Doce / Cabeça Inchada (Copacabana, 78 rpm)
  • 1955 - Ele... Ela... e o Outro / Procura do Samba (Continental, 78 rpm)

Filmografia
  • 1948 - E o Mundo Se Diverte
  • 1949 - Carnaval no Fogo ... Marina
  • 1950 - A Sombra da Outra
  • 1950 - Aviso Aos Navegantes ... Cléia
  • 1951 - Aí Vem o Barão ... Norma
  • 1952 - Carnaval Atlântida ... Regina
  • 1953 - Amei um Bicheiro ... Laura
  • 1954 - A Outra Face do Homem
  • 1954 - Malandros em Quarta Dimensão
  • 1954 - Nem Sansão Nem Dalila ... Dalila
  • 1955 - Sinfonia Carioca ... Susana
  • 1955 - Guerra ao Samba ... Sônia
  • 1956 - Vamos Com Calma ... Sandra
  • 1956 - Depois Eu Conto
  • 1957 - Doutora é Muito Viva
  • 1957 - Rio Fantasia
  • 1957 - O Barbeiro Que se Vira ... Rosinha
  • 1958 - E o Espetáculo Continua ... Celinha
  • 1958 - Alegria de Viver ... Elizabeth
  • 1959 - Titio Não é Sopa
  • 1960 - Maria 38 ... Maria
  • 1960 - Samba em Brasília ... Teresa
  • 1961 - Três Colegas de Batina ... Celina
  • 1964 - Um Morto ao Telefone ... Helena
  • 1974 - Assim Era a Atlântida
  • 1978 - Mulheres de Cinema

Fonte: Wikipédia

Rubem Braga

RUBEM BRAGA
(77 anos)
Escritor,  Repórter, Redator, Editorialista e Cronista

☼ Cachoeiro de Itapemirim, ES (12/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/12/1990)

Rubem Braga foi um escritor, irmão do poeta e jornalista Newton Braga. Era considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, em 12 de janeiro de 1913.

Iniciou seus estudos em Cachoeiro de Itapemirim, porém, quando fazia o ginásio, revoltou-se com um professor de matemática que o chamou de burro e pediu ao pai para sair da escola. Sua família o enviou para Niterói, RJ, onde moravam alguns parentes, para estudar no Colégio Salesiano.

Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte, MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais - no front da Mantiqueira conheceu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Adhemar de Barros.

Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou, mãe de seu único filho Roberto Braga.

Rubem Braga foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália, onde escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945, sendo que lá fez amizade com Joel Silveira. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro. Primeiro numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos. Depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, e por fim num apartamento na Rua Barão da Torre, em Ipanema.

Rubem Braga (E) e Newton Braga (D) em 1932
Sua vida no Brasil, no Estado Novo, não foi mais fácil do que a dos tempos de guerra. Foi preso algumas vezes, e em diversas ocasiões andou se escondendo da repressão.

Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu:

"A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde."

De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade.

Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou:

"Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento."

Foi com Fernando Sabino e Otto Lara Resende que Rubem Braga fundou, em 1968, a Editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel García Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges.

Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos texto de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."


A chave para entendermos a popularidade de sua obra, toda ela composta de volumes de crônicas sucessivamente esgotados, foi dada pelo próprio escritor: ele gostava de declarar que um dos versos mais bonitos de Camões"A Grande Dor Das Coisas Que Passaram", fora escrito apenas com palavras corriqueiras do idioma. Da mesma forma, suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.

Como jornalista, Rubem Braga exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de O Globo em Paris, em 1947, e do Correio da Manhã em 1950.

Amigo de Café Filho, vice-presidente e depois presidente do Brasil, foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile, em 1953. Em 1961, com os amigos Jânio Quadros na Presidência e Affonso Arinos no Itamaraty, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos. Mas Rubem Braga nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados Unidos, em Cuba, e em outros países.

Quando faleceu, era funcionário da TV Globo. Seu amigo Edvaldo Pacote, que o levou para lá, disse:

"O Rubem era um turrão, com uma veia extraordinária de humor. Uma pessoa fechada, ao mesmo tempo poeta e poético. Era preciso ser muito seu amigo para que ele entreabrisse uma porta de sua alma. Ele só era menos contido com as mulheres. Quando não estava apaixonado por uma em particular, estava apaixonado por todas. Eu o levei para a Globo... Ele escrevia todos os textos que exigiam mais sensibilidade e qualidade, e fazia isto mantendo um grande apelo popular."

Morte

Na noite de segunda-feira, 17/12/1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote.

Às 23:30 hs da noite de quarta-feira, 19/12/1990, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos. A causa da morte foi uma Parada Respiratória em conseqüência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.

Homenagem

Foi inaugurada no dia 30/06/2010 a terceira saída da estação General Osório do Metrô em Ipanema, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O novo acesso, que conta com duas torres com dois elevadores ligando a Rua Barão da Torre ao Morro do Cantagalo, recebeu o nome de Complexo Rubem Braga, em homenagem ao escritor que por anos morou na cobertura do prédio vizinho à estação.

Crônica

  • 1936 - O Conde e o Passarinho
  • 1944 - O Morro do Isolamento
  • 1945 - Com a FEB na Itália
  • 1948 - Um Pé de Milho
  • 1949 - O Homem Rouco
  • 1951 - 50 Crônicas Escolhidas
  • 1954 - Três Primitivos
  • 1955 - A Borboleta Amarela
  • 1957 - A Cidade e a Roça
  • 1958 - 100 Crônicas Escolhidas
  • 1960 - Ai de Ti, Copacabana
  • 1961 - O Conde e o Passarinho e O Morro do Isolamento
  • 1964 - Crônicas de Guerra - Com a FEB na Itália
  • 1964 - A Cidade e a Roça e Três Primitivos
  • 1967 - A Traição das Elegantes
  • 1988 - As Boas Coisas da Vida
  • 1990 - O Verão e as Mulheres
  • 200 Crônicas Escolhidas
  • Casa dos Braga: Memória de Infância (Público Juvenil)
  • 2002 - 1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma Fada no Front)
  • Histórias do Homem Rouco
  • Os Melhores Contos de Rubem Braga (Seleção Davi Arrigucci)
  • O Menino e o Tuim
  • Recado de Primavera
  • Um Cartão de Paris
  • Pequena Antologia do Braga


Romance

  • Casa do Braga


Adaptações

  • O Livro de Ouro dos Contos Russos
  • Os Melhores Poemas de Casimiro de Abreu (Seleção e Prefácio)
  • Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand
  • Coleção Reencontro: As Aventuras Prodigiosas de Tartarin de Tarascon Alphonse Daudet
  • Coleção Reencontro: Os Lusíadas - Luis de Camões (Com Edson Braga)


Tradução

  • Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens.


Sobre Rubem Braga

  • Na Cobertura de Rubem Braga (João Castello)
  • Rubem Braga (Jorge de Sá)
  • Rubem Braga - Um Cigano Fazendeiro do Ar (Marco Antonio de Carvalho)


No volume publicado, também de crônicas, "As Coisas Boas da Vida", em 1988, Rubem Braga enumera, no texto que dá título ao livro "as dez coisas que fazem a vida valer a pena". A última delas: "Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte - o assim chamado descanso eterno".

Fonte: Wikipédia e Releituras

Caio Prado Júnior

CAIO DA SILVA PRADO JÚNIOR
(83 anos)
Historiador, Geógrafo, Escritor, Político e Editor

* São Paulo, SP (11/02/1907)
+ São Paulo, SP (23/11/1990)

As suas obras inauguraram, no país, uma tradição historiográfica identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira.

Caio da Silva Prado Júnior nasceu em São Paulo, em 11 de fevereiro de 1907. Proveniente de uma família de políticos e da sociedade nobre paulista, vários parentes seus exerceram papel de destaque na vida político-econômica de São Paulo, como por exemplo, seu avô Martinho Prado Júnior e seus tios-avô Antônio Prado e Eduardo Prado, sendo que os dois primeiros também possuíram mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo em 1928, onde mais tarde seria livre-docente de Economia Política.

Como intelectual teve importante atuação política ao longo das décadas de 1930 e 1940, tendo participado das articulações para a Revolução de 1930. Decepcionado com a inconsistência política e ideológica da República Nova, aproximou-se do marxismo e filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em 1931.

Em 12 de agosto de 1931, em São Paulo, nasceu seu filho com Hermínia F. Cerquilho, Caio Graco, que mais tarde conduziu a Editora Brasiliense, fundada pelo pai em 1943.

Publicou, em 1933, a sua primeira obra, "Evolução Política do Brasil", uma tentativa de interpretação da história política e social do país. Após uma viagem à União Soviética em 1933, à época no governo de Stalin, e a alguns países socialistas, alinhados à União Soviética, publicou "URSS - Um Novo Mundo" (1934), edição apreendida pela censura do governo de Getúlio Vargas, que passaria a combater. Ingressou na Aliança Nacional Libertadora (ALN), a qual presidiu em São Paulo.

Em 1934, ano de implantação da Universidade de São Paulo (USP), juntamente com os professores Pierre Deffontaines, Luís Flores de Morais Rego e Rubens Borba de Morais, Caio Prado Júnior participou da fundação da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), primeira entidade científica de caráter nacional.

Em 1942 publicou o clássico "Formação do Brasil Contemporâneo - Colônia", que deveria ter sido a primeira parte de uma coletânea sobre a evolução histórica brasileira, a partir do período colonial. Entretanto, os demais volumes jamais foram escritos. Neste livro, alcança superar uma prática até então usual na Historiografia brasileira, qual seja, a da anacronia, consistente em se se analisarem os fatos passados sem perder de vista o seu desenlace presente. Caio Prado Júnior, por seu turno, é capaz de analisar os processos históricos a partir do mundo em que se desenvolveram, elaborando o mais completo quadro do Brasil Colônia até então traçado.

Pautando a sua investigação em relatos coetâneos ao período do Brasil Colônia, pinta um retrato sem retoques de um plano geográfico de que se encontram não poucas marcas no Brasil de hoje. O livro "Formação do Brasil Contemporâneo - Colônia", ao lado de "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, e de "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, forma uma tríade inelutável para se alcançar um conhecimento de como funcionam as estruturas sociais do país. Entrementes, em diferenciação a seus pares, Caio Prado Júnior tende a dar as costas a um certo subjetivismo e a um certo tom redentor - apegando-se a evidências e evitando lucubrações simplistas, acaba por elaborar o livro que mais solidamente caracteriza a formação da sociedade brasileira.

Em 1945 foi eleito deputado estadual, como terceiro suplente pelo Partido Comunista Brasileiro e, em 1948 como deputado da Assembleia Nacional Constituinte. Todavia, este último mandato lhe seria cassado em 1948, na sequência do cancelamento do registro do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Dirigiu o vespertino A Plateia e, em 1943, juntamente com Arthur Neves e Monteiro Lobato, fundou a Editora Brasiliense, na qual lançou, posteriormente, a Revista Brasiliense, editada entre 1956 e 1964.

Na década de 1950, desenvolveu sua discussão sobre dialética, publicando dois livros: "A Dialética do Conhecimento" (1952) e "Notas Introdutórias à Lógica Dialética" (1959).

Sofreu novas perseguições durante o Regime Militar, após 1964.

Em 1966 foi eleito o Intelectual do Ano, com a conquista do Prêmio Juca Pato, concedido pela União Brasileira de Escritores, devido à publicação, naquele ano, do polêmico "A Revolução Brasileira", uma análise dos rumos do país após o movimento de 1964.

Caio Prado Júnior faleceu em 23 de novembro de 1990.


As Principais Obras de Caio Prado Júnior

  • 1933 - Evolução Política do Brasil
  • 1934 - URSS - Um Novo Mundo
  • 1942 - Formação do Brasil Contemporâneo
  • 1945 - História Econômica no Brasil
  • 1952 - Dialética do Conhecimento
  • 1953 - Evolução Política do Brasil e Outros Estudos
  • 1954 - Diretrizes Para Uma Política Econômica Brasileira
  • 1957 - Esboço de Fundamentos da Teoria Econômica
  • 1959 - Introdução à Lógica Dialética (Notas Introdutórias)
  • 1962 - O Mundo do Socialismo
  • 1966 - A Revolução Brasileira
  • 1971 - Estruturalismo de Lévi-Strauss - O Marxismo de Louis Althusser
  • 1972 - História e Desenvolvimento
  • 1979 - A Questão Agrária no Brasil
  • 1980 - O Que é Liberdade
  • 1981 - O Que é Filosofia
  • 1983 - A Cidade de São Paulo

Fonte: Wikipédia
Indicação: Simone Cristina Firmino

Newton Teixeira

NEWTON CARLOS TEIXEIRA
(72 anos)
Compositor, Cantor e Violonista

* Rio de Janeiro, RJ (16/04/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/03/1990)

Newton Carlos Teixeira, conhecido como Newton Teixeira, foi um compositor, cantor e violonista brasileiro. É o compositor de pelo menos dois dos grandes clássicos da música brasileira, a marcha-rancho "Malmequer", feita e parceria com Cristóvão de Alencar e gravada em 1939 por Orlando Silva, e a valsa "A Deusa da Minha Rua", em parceria com Jorge Faraj e gravada, entre muitos outros, por grandes nomes da Música Popular Brasileira tais como Sílvio Caldas, Nelson Gonçalves, Gilberto Alves, Cauby Peixoto, Dilermando Reis, Tito Madi, Jessé, Zélia Duncan e Roberto Carlos, para além do português António Zambujo.
Nascido no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, morou com os pais na Rua Petrocochino e depois na rua Jorge Rudge, ambas em Vila Isabel, bairro tradicional da cidade do Rio de Janeiro, famoso por ter em sua principal avenida, o Boulevard 28 de Setembro, uma calçada musical com a partitura de músicas feitas por grandes nomes do bairro, como Noel Rosa e do próprio Newton Teixeira.

Newton Teixeira foi incentivado pelo pai Edgard Carlos Teixeira, violonista, e pela mãe Niza Chaves Teixeira, pianista, a se dedicar a música desde pelo menos os 10 anos, quando começou a estudar bandolim com Chico NetoNewton Teixeira era irmão mais novo do violonista Norival Carlos Teixeira,Valzinho.

Vida Pessoal

Newton Teixeira teve uma única filha, Maria Cristina (1957), de sua mulher Ione Fidalgo, com quem teve uma relação bastante irregular e com quem se casou somente já em avançada idade. Apesar de morar durante toda a vida no Rio de Janeiro, cidade a qual dedicou algumas canções, sua filha foi criada em Brasília, para onde a família da mãe mudou-se ainda antes da inauguração oficial.

Torcedor fanático do Fluminense Football Club nos últimos anos de sua vida morou em um apartamento na Rua Professor Euríco Rabelo, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã), para ficar próximo do estádio onde ia assistir a todos os jogos de seu clube em sua cadeira cativa.

Muito bem humorado era admirado pelos amigos por sempre estar a contar e a fazer piadas. Boêmio, acompanhou Noel Rosa no famoso "Ponto dos Cem Réis", em Vila Isabel, tradicional bar onde uma importante parte da música brasileira foi ouvida e mesmo criada.

Newton Teixeira abandonou os estudos no Colégio Barão de Macaúbas, onde fizera o primário, no 4º ano do curso secundário.

Trajetória Profissional

Aos 20 anos compôs sua primeira música a ser gravada, "Tudo me Fala do Teu Olhar", em parceria com Cristóvão de Alencar e gravada por Sílvio Caldas, a quem conhecera fugindo da polícia nas noites de seresta no bairro de Vila Isabel. Sua segunda música, "Ela Disse Adeus", também composta com Cristóvão de Alencar, foi gravada por Francisco Alves.

Compôs ainda inúmeros sucessos em carnavais na década de 30 e 40. Em 1940 concorreu ao prêmio de melhor marcha do ano, com a marcha-rancho "Malmequer", acabando em terceiro lugar, mas que gravada pelo "Cantor das Multidões" Orlando Silva fez muito sucesso.

Porém o seu maior sucesso foi mesmo a valsa "A Deusa da Minha Rua", um dos maiores sucessos de Sílvio Caldas que, como conta o próprio Newton Teixeira no disco "A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes, Volume 3 CD 7", não queria gravar a música para a qual não havia nem sido providenciado arranjo, que foi feito de improviso na hora da gravação. Acabou por ser um dos maiores sucessos de Sílvio Caldas depois re-gravada por muitos artistas de renome na Música Popular Brasileira.

Em 1969 ainda obtinha bastante sucesso com a marcha "Avenida Iluminada", feita em parceria com Brasinha, que transformou-se numa das mais executadas músicas nos carnavais de todo o Brasil.

Fonte: Wikipédia

Araken

ABRAHAM PATUSCA DA SILVEIRA
(84 anos)
Jogador de Futebol

☼ Santos, SP (17/07/1905)
┼ Santos, SP (24/01/1990)

Abraham Patusca da Silveira, ou simplesmente Araken, foi um jogador de futebol brasileiro. Jogou no Santos, São Paulo e no Flamengo. Era irmão de Ary Patusca, grande atacante do clube no período de 1915-1923. Ambos eram primos de outro ídolo da época, Arnaldo da Silveira.

Araken fez parte do primeiro time do Santos a entrar para a história, muito antes da era Pelé.

Em 1927 formou com Siriri, Camarão, Feitiço e Evangelista o ataque dos cem gols dos quais 31 pertenceram a ele. O fato desses jogadores terem marcado 100 gols em uma edição de Campeonato Paulista já seria algo marcante mas, o que chamou mesmo a atenção, foi o fato de terem levado apenas 16 partidas para alcançar esse número, resultando em uma média fantástica de 6,25 gols por partida que, até hoje, é recorde mundial de média de gols marcados em um campeonato oficial.

O ingresso de Araken no futebol teve um fato curioso: Araken estava na Vila Belmiro vendo o jogo amistoso entre Santos e Jundiaí, ele era filho do então presidente e fundador do Santos, Sizino Patusca, e foi posto para jogar em lugar de Edgar da Silva Marques, que havia passado maus momentos antes da partida.

Araken, na época com apenas quinze anos, foi responsável por quatro dos cinco gols do Santos, no empate com o Jundiaí: 5 x 5.

Excursão à Europa Pelo Paulistano

Araken aumentou sua fama quando foi emprestado pelo Santos para participar de uma excursão à Europa, em 1925, do Paulistano, clube que não se profissionalizou. Jogando ao lado de outro craque, Arthur Friedenreich, o ótimo desempenho levou a que os jogadores brasileiros fossem chamados de "Reis do Futebol" pelos jornais franceses. Vaidoso, gostava de jogar usando uma boina.

Dono de um futebol rápido e elegante, Araken foi três vezes vice-campeão do Campeonato Paulista pelo Santos: 1927, 1928 e 1929. Nesse clube seria campeão somente em 1935, marcando um gol na última partida do campeonato, em São Paulo, contra o Corinthians, vencida por 2 x 0.

Na Seleção Brasileira

Araken foi o único jogador paulista a defender a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1930 no Uruguai. Na ocasião, Araken estava brigado com o Santos e aproveitando a passagem do selecionado pelo porto da cidade, a caminho de Montevidéu, integrou-se ao elenco, contrariando os dirigentes paulistas.

Sem contar com sua força máxima, o Brasil foi eliminado logo na primeira fase, sendo ele criticado pelos outros jogadores da seleção, que o teriam chamado de "bailarino".

Araken Escritor

Araken Patusca escreveu um livro sobre a brilhante atuação do Paulistano em campos europeus com o título de "Os Reis do Futebol".

Fonte: Wikipédia

Marília Batista

MARÍLIA MONTEIRO DE BARROS BATISTA
(72 anos)
Cantora, Compositora e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (13/04/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/07/1990)

Marília Monteiro de Barros Batista foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira nascida no Rio de Janeiro em 13 de abril de 1918. Em 29 de agosto de 1930, com 12 anos, levada pelo jornalista Lauro Samo Nunes, pai de Max Nunes, deu seu primeiro recital de violão no Cassino Beira-Mar, cantando entre canções sertanejas, sambas e cateretês, suas primeiras composições.

Era filha do médico do Exército Renato Hugo Batista e da pianista Edith Monteiro de Barros Batista. Tinha três irmãos Renato, Henrique e Valéria. Herdeira de tradicional família da sociedade carioca, neta do poeta e Barão Monteiro de Barros, mostrou desde menina, seu interesse pela música.

Aos seis anos, ganhou o primeiro violão por acaso. O barbeiro da família, numa ida à sua casa para cortar os cabelos do pai e do irmão, esqueceu lá o seu instrumento. A menina não largou nunca mais o violão, que seria uma de suas eternas paixões. Para o instrumento querido chegou até a escrever versos:

"Fala tudo que meu peito sente / pois, meu amigo verdadeiro / nem brincando você mente"

Aos oito anos, já compunha. Estudou no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde formou-se em teoria, solfejo e harmonia, apesar de abandonar o curso de piano no 4º ano.

Começou a estudar violão com Josué de Barros aos 12 anos, por iniciativa do próprio violonista, que depois de ficar encantado com um recital da menina no Cassino Beira-Mar fez questão de ministrar-lhe aulas de graça. Depois, estudou violão clássico com o virtuoso José Rebelo, pois sua intensão era tornar-se uma concertista. Apesar disso, seu interesse pela música popular sempre foi mais forte.


Um de seus passatempos favoritos era tricotar, atividade que exercia nos intervalos dos programas de rádio de que participava. Depois da morte de Noel Rosa, foi a ela que Dona Martha, a mãe do compositor, deu os manuscritos do filho. Entregou-os às mãos de Almirante, que os conservou cuidadosamente.

Em 1933, a convite de Almirante, participou, ao lado de Silvio Caldas e Ary Barroso, do show "Broadway Cocktail", apresentado no Cine-Teatro Broadway, e logo depois foi contratada por Ademar Casé, que assistira ao espetáculo, para seu programa na Rádio Philips. No programa Ademar Casé, apresentou-se inicialmente (1934) ao lado de Noel Rosa, com quem improvisava versos cantados com o estribilho "De Babado Sim / De Babado Não", e depois sozinha (1935), lançando pelo rádio o samba de Noel Rosa "Pela Décima Vez".

Em 1936 gravou com Noel Rosa, na Odeon, "De Babado" (Noel Rosa e João Mina) e "Cem Mil-Réis" (Noel Rosa e Vadico). Ainda com Noel Rosa e acompanhada pelo conjunto de Benedito Lacerda, lançou mais dois discos nesse ano: Pela RCA Victor, os dois cantaram os sambas "Quem Ri Melhor" (Noel Rosa) e "Quantos Beijos" (Noel Rosa e Vadico); e, em disco Odeon, registraram "Provei" (Noel Rosa e Vadico) e "Você Vai Se Quiser" (Noel Rosa). Aos poucos, foi-se tornando conhecida como compositora e uma das principais intérpretes de Noel Rosa e já por essa época, seu trabalho lhe valeu o titulo de "Princesinha do Samba" e, em 1940, gravou na RCA Victor o samba-canção de Noel Rosa, "Silêncio de Um Minuto".

Em 1945, interrompeu a vida artística para casar-se e só retornou em 1950. Na década de 1960, resolveu voltar a estudar e formou-se em Direito.

Em 1945 interrompeu por alguns anos suas atividades musicais, retomando a vida artística cinco anos depois, quando lançou pela Musidisc o LP "Samba e Outras Coisas", que reuniu as composições que fez com o irmão Henrique Batista - "Nunca Mais", "Você Não é Feliz Porque Não Quer", "Imitação", "Vai, Eu Te Dou a Liberdade", "Praia da Gávea", "Vila dos Meus Amores" e mais duas composições de Noel Rosa.

Pela mesma etiqueta gravou em 1954, LP só com musicas de Noel Rosa, nele incluindo o samba "Tipo Zero" e, nove anos mais tarde, voltou a gravar só composições do compositor da Vila Isabel, num álbum com dois LPs, editado pelo selo Nilser, de Nilo Sérgio, intitulado "Historia Musical de Noel Rosa".

Em 1967 voltou a gravar sambas desse compositor. Em toda a sua carreira, gravou cerca de 30 discos, além dos LPs citados.

Destacou-se como intérprete e divulgadora da obra de Noel Rosa,  que conheceu em 1932, quando, com apenas 14 anos, foi convidada para cantar no espetáculo "Uma Hora de Arte", no Grêmio Esportivo Onze de Junho. Tornaram-se grandes amigos e até hoje os historiados da MPB se perguntam se ela foi a intérprete favorita de Noel Rosa.  Ainda em 1931, em festa realizada na casa da cantora Elisinha Coelho conheceu grandes nomes da música popular da época: o maestro Heckel Tavares, o compositor Luís Peixoto, Almirante e o Bando dos Tangarás.

Em 1932, gravou seu primeiro disco com composições suas em parceria com seu irmão Henrique Batista: o samba "Pedi, Implorei" e a marcha "Me Larga". Na ocasião foi acompanhada pelo violão de Rogério Guimarães e o bandolim de João Martins.

Em 1933, foi convidada por Almirante para fazer parte do oitavo "Broadway Cocktail", show que precedia o filme no Cine Broadway, ao lado de grandes nomes da música popular de então: Sílvio Caldas, Jorge Fernandes e Rogério Guimarães. O sucesso foi tanto que a jovem cantora recebeu convite de Ademar Casé para integrar o famoso "Programa Casé", na Rádio Phillips, com um contrato altíssimo para a época, de 45 mil-réis.


No "Programa Casé", em dupla com Noel Rosa, ficaram famosos os improvisos com o samba "De Babado" (Noel Rosa e João da Mina) e dos versinhos das propagandas de anunciantes do programa. Os improvisos, às vezes, chegavam a durar 10 minutos sem repetição de versos criados na hora por ela e o parceiro Noel Rosa. Chegou a criar um prefixo para sua participação no programa:

"Fala o Programa Casé! / Veja se adivinha quem é... / Faço a pergunta por troça / pois todo mundo já conhece / A garota da voz grossa"

Foi no programa que a cantora lançou o samba de Noel Rosa "Pela Décima Vez", em 1935.

Em 1936, gravou com Noel Rosa o disco com o famoso samba "De Babado" e com o samba "Cem Mil-Réis" (Noel Rosa e Vadico). No mesmo ano, gravou mais dois discos com Noel Rosa, o primeiro, com os sambas "Provei" (Noel Rosa e Vadico) e "Você Vai Se Quiser" (Noel Rosa), pela Odeon acompanhados pelo conjunto de Benedito Lacerda.

O outro disco foi lançado pela RCA Victor e acabou sendo o último disco gravado por Noel Rosa com os sambas "Quem Ri Melhor" (Noel Rosa) e "Quantos Beijos" (Noel Rosa e Vadico), acompanhados pela orquestra de Pixinguinha e coro de Cyro Monteiro, Odette AmaralAlmirante e pelas pastoras e ritmistas da Mangueira, puxados por Cartola.

Após o enterro de Noel Rosa, compôs com o irmão Henrique Batista o samba "Não Há Mais Samba Na Terra", apresentado na mesma noite na Rádio Educadora. Nessa época, recebeu o título de "Princezinha do Samba".

Integrou o elenco da Rádio Nacional, desde a sua inauguração, em 12 de setembro de 1936. Para a rádio, passou a integrar o grupo vocal As Três Marias, com o qual acompanhava cantores da emissora. Atuou ainda na Rádio Cajuti, Rádio Cruzeiro do Sul e Rádio Transmissora, apresentando o programa "Samba e Outras Coisas".

Em 1938, viajou ao Uruguai onde fez oito apresentações em rádios diferentes. Em 1940, gravou pela RCA Victor o samba "Silêncio De Um Minuto" (Noel Rosa). No mesmo ano, gravou com Edmundo Silva o samba "No Samburá da Baiana" (Moacir Bernardino e J. Portela) e o batuque "Vai Andar" (Roberto Martins e Mário Rossi). No mesmo ano, apresentou-se na Rádio Tupi.

Em 1943, teve o samba "Grande Prêmio" parceria com Henrique Batista, gravado por Linda Batista na RCA Victor. Participou do programa de apresentação do novo programa de Almirante em seu retorno à Rádio Nacional, em 14 de março de 1944. Nesse mesmo ano, gravou seu último disco antes do casamento e do afastamento da vida artística por cinco anos interpretando os sambas "Liberdade" (Pereira Matos e Manoel Vieira) e "Salão Azul", de sua parceria com o irmão Henrique Batista.

Depois de um longo afastamento, voltou à carreira artística na década de 1950. Nessa década algumas de suas músicas passaram a ser difundidas, entre elas "Praça Sete", gravada com sucesso por Elizeth Cardoso. Em 1951, gravou pelo selo Carnaval os sambas "Lamento" e "Tamborim Batendo", parcerias com Henrique Batista.

Em 1952, lançou pela Musidisc o LP "Samba e Outras Coisas" no qual interpretou, entre outras, "Remorso" (Noel Rosa), "Imitação""Vai, Eu Te Dou a Liberdade" e "Praia da Gávea", as três, parcerias com o irmão Henrique Batista.

Em 1954, gravou um LP só com músicas de Noel Rosa interpretando entre outras composições do Poeta da Vila "Quando o Samba Acabou", "Dama do Cabaré", "Até Amanhã" e "Com Que Roupa".

Em 1956, gravou dois discos pela Musidisc interpretando os sambas "Vila Dos Meus Amores", "Você Não é Feliz Porque Não Quer" e "Nunca Mais", de sua parceria com Henrique Batista e "Tipo Zero", de Noel Rosa.

Em 1960 gravou o LP "Marília Batista, Sua Personalidade, Sua Bossa", com composições como "João Teimoso", que ela musicou a partir de versos deixados por Noel Rosa"Morena Sereia" (Noel Rosa e José Maria de Abreu) e "Consciência", de sua parceria com Renato Filho.

Em 1961, apresentou-se em programas de TV e na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. No mesmo ano, gravou pela Copacabana os sambas "Rio, 61" e "Bossa do Futuro", de sua autoria.

Em 1963, gravou o LP duplo "História Musical de Noel Rosa" pela Nilser de Nilo Sérgio cantando 44 obras do Poeta da Vila.

Em 1965, participou com Aracy de Almeida, Dircinha Batista, Cyro Monteiro e outros, do show de despedida do cantor Sílvio Caldas, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Em 1988, quando participou do projeto "Corcerto Ao Meio Dia" no Teatro João Teotônio, entrevista musical conduzida por R. C. Albin, chegou a ir às lágrimas com o tributo de aplausos que recebeu da platéia que superlotava o teatro.

Marília Baista deixou cerca de 30 registros gravados em 78 rpm e vários LPs.


Discografia

  • 1932 - Me Larga! / Pedi, Implorei (RCA Victor)
  • 1932 - Enquanto Eu Viver Na Orgia / Eu Sou Feliz (RCA Victor)
  • 1936 - De Babado / Cem Mil Réis (Odeon)
  • 1936 - Provei / Você Vai Se Quiser (Odeon)
  • 1936 - Quem Ri Melhor / Quantos Beijos (RCA Victor)
  • 1940 - Adão Carnavalesco (RCA Victor)
  • 1940 - Amendoim Torradinho / Silêncio De Um Minuto (RCA Victor)
  • 1940 - No Samburá Da Baiana / Vai Andar (RCA Victor)
  • 1944 - Liberdade / Salão Azul (RCA Victor)
  • 1951 - Lamento / Tamborim Batendo (Carnaval)
  • 1952 - Samba e Outras Coisas (Musidisc)
  • 1953 - Marília Batista Com Orquestra Rádio e Trio Vocal (Rádio)
  • 1954 - Poeta Da Vila Nº 1 (Discos Rádio)
  • 1954 - Marília Batista Com Orquestra (Musidisc)
  • 1956 - Vila Dos Meus Amores / Você Não é Feliz Porque Não Quer (Musidisc)
  • 1956 - Tipo Zero / Nunca Mais (Musidisc)
  • 1961 - Rio, 61 / Bossa do Futuro (Copacabana)
  • 1962 - Marília Batista Com Orquestra (Musidisc)
  • 1963 - História Musical de Noel Rosa (Nilser)
  • 1966 - História Musical de Noel Rosa Por Marília Batista (Vols. 1 e 2)