Amíris Veronese

AMÍRIS ALBA VERONESSE DE GUARISCHI
Atriz e Escritora

* Rio de Janeiro, RJ
+ Rio de janeiro, RJ (07/1979)

Não foram localizadas informações sobre data e local de nascimento de Amíris Veronese

Amíris Veronese era casada com o médico e crítico de cinema Moniz Vianna (1950-1979), e teve três filhos: Isadora, Gonçalo e Isolda. Formou-se em odontologia e também atuava como tradutora de literatura inglesa. Ao se casar, mudou seu nome para Amíris Alba de Guarischi Moniz Vianna.

A atriz Amíris Veronese teve seu papel mais marcante na novela "Escrava Isaura", exibida em 1976, interpretando a personagem Alba Vidal. Ela atuou no cinema, teatro e TV. Fez carreira entre os anos de 1967 e 1976.

No cinema, Amíris Veronese participou dos filmes "Uma Pantera em Minha Cama" (1971), "Viver de Morrer" (1969), "O Quarto", "O Menino e o Vento" (1967).

Amíris Veronese faleceu em julho de 1979 de causas desconhecidas.

Stefana de Macedo

STEFANA DE MOURA MACEDO
(72 anos)
Cantora

* Recife, PE (29/01/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/09/1975)

Stefana de Macedo foi uma das principais cantoras-pesquisadoras brasileiras, a quem nossa memória folclórica muito deve. Incluiu 43 músicas de características regionais nos seus 22 discos gravados. São cocos, toadas pernambucanas, cateretês, maracatus, corta-jacas, baiões, canções do Amazonas, tanto de domínio público (muitas vezes com adaptações suas) quanto de autores conhecidos, numa época em que só homens atuavam nesse setor, abrindo caminho para artistas que vieram depois, como Dilu Melo, Inezita Barroso e Ely Camargo.

Quando tinha nove anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio R. William e teve aulas de violão com Patrício Teixeira e Rogério Guimarães, logo começando a cantar e tocar em festas familiares.

Em 1926 apresentou-se ao violão no Cassino do Copacabana Palace, quando esse instrumento ainda estava restrito à então chamada malandragem. No ano seguinte, apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo.

Em 1928 estreou em disco na Odeon as canções "Tenho |Uma Raiva de Vancê" e "Sussuarana", ambas de Luiz Peixoto e Hekel Tavares. "Sussuarana" obteve grande sucesso, embora tivesse sido gravada pouco antes por Gastão Formenti. No mesmo ano, gravou de Catulo da Paixão Cearense o samba "Leonor" e de Hekel Tavares e Joracy Camargo, a canção "Lua Cheia".

Em 1929 apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo e gravou pela Columbia o samba-choro "Bambalelê", a canção "Stela", os corta-jaca "A Mulher e o Trem" e "O Homem e o Relógio", o cateretê "Bicho Caxinguelê", a toada "Saia do Sereno", o batuque "Dança do Quilombo dos Palmares", talvez a música brasileira mais antiga conhecida, com a primeira gravação de um batuque com batida na caixa do violão, executada por ela, e a canção "História Triste de Uma Praieira" seu maior sucesso, todos de motivo popular, com arranjos de sua autoria. Ainda no mesmo ano, gravou de João Pernambuco os cocos "Tiá de Junqueira" e "Biro Biro Iaiá" e as toadas "Siricóia" e "Vancê", esta última em parceria com E. Tourinho.

Em 1930 gravou pela Columbia o batuque "Mãe Maria Camundá" de sua autoria e o baião "Estrela D'Alva" de João Pernambuco. No mesmo ano gravou a toada "Como se Dobra o Sino", de motivo popular com arranjos de sua autoria. Também fez arranjos de outros motivos populares, entre os quais o coco "O-le-lê Tamandaré" e a canção "Rede do Ceará". Gravou diversas composições de João Pernambuco, entre as quais "Manaca dos Gerais", de parceria de João Pernambuco e E. Tourinho. Gravou diversas composições de Amélia Brandão Nery, a Tia Amélia, entre as quais a cantiga "Casa de Farinha" e a canção "Nos Cafundó do Coração". Ainda em 1930 gravou do compositor pernambucano Raul Moraes o coco "Lenhadô".

Em 1931 cantou no filme "Coisas Nossas", de Alberto Byington. Em 1933 gravou de sua autoria, o maracatu "Dois de Oro" e a canção "Sodade Véia". Em 1935 deu dois recitais no Teatro Colón, de Buenos Aires, Argentina. No primeiro, com a presença do mundo oficial da Argentina e do Brasil, executou na primeira parte suas canções ao violão e, na segunda, com Villa-Lobos ao piano, músicas do compositor.

Em 1939 regravou a canção "História Triste de Uma Praieira", com arranjos de sua autoria e versos de Adelmar Tavares. Em 1942 gravou a canção "Rede do Ceará", de motivo popular e arranjos de sua autoria. Em fins dos anos 1950, a cantora Ely Camargo gravou de sua autoria e Aldemar Tavares, "História Triste de Uma Praieira".

A partir dos anos 1950 só se apresentava em raros recitais, consolidando, contudo, uma aura de elegância e sofisticação, sempre saudada por intelectuais, críticos e até músicos eruditos. Em 1968 gravou histórico depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Passou seus últimos anos de vida na cidade de Volta Redonda, sempre esquecida pela chamada grande mídia.

Aladim

JOSÉ NASCIMENTO CARDOSO
(35 anos)
Cantor

* Visconde do Rio Branco, MG (1956)
+ (01/10/1992)

Alan & Aladim formaram a dupla no ano de 1976 durante um concurso musical onde Aladim deu nota zero a Alan num concurso musical. Alan, antes da carreira artística  foi torneiro mecânico. Aladim teve outras duplas com outros parceiros antes de formar a dupla Alan & Aladim e tocou quatro anos com João Mineiro & Marciano.

Alan & Aladim gravaram o seu primeiro LP no ano de 1981, pela gravadora CBS/Sony Music com ajuda de Marciano da dupla João Mineiro & Marciano. Na época a CBS estava investindo na área sertaneja, contudo fecharam seu departamento sertanejo e eles viram-se novamente sem gravadora. Mais uma vez Marciano os apoiou, levando a dupla para a Copacabana onde permaneceram até o último LP.

Em seu primeiro LP pela nova gravadora fizeram sucesso com a música "Parabéns amor", mesmo assim ficaram quase três anos sem gravar. Gravam mais três álbuns, sendo um no ano de 1987 que vendeu quase um milhão de cópias e os consagrou em todo Brasil, um segundo no ano de 1989 que vendeu 200 mil cópias, cinco meses depois já haviam vendido 500 mil repetindo o sucesso do disco anterior e ainda o último álbum da formação original, que emplacou o sucesso "Remédio ou Veneno", no ano de 1991. Os maiores sucessos da primeira formação ainda com José Nascimento, o Aladim, foram as músicas "Parabéns Amor", "Dois Passarinhos" , "Liguei Pra Dizer Que Te Amo", "A Dois Graus", "Dona", "Pra Poder Voltar Aqui", "Remédio ou Veneno" e outras.

Com os sucessos dos discos, a dupla conquistou três discos de ouro e um de platina.


Morte

Infelizmente, a formação original terminou em 01/10/1992, quando Aladim faleceu em decorrência de uma corriqueira cirurgia dentária aos 35 anos. O cantor desenvolveu alergia a anestesia, que lhe causou uma Parada Cardiorrespiratoria. Aladim deixou dois filhos de 8 e 2 anos na época. Este relato foi mostrado no SBT Repórter, em 2006.

O último show de Aladim foi realizado na cidade de Cristalina, no estado de Goiás, a 120 km de Brasília.

Novo Integrante

Após a morte do parceiro, Alan buscou novas parcerias, formando dupla com Alex, não obtendo boa aceitação, e também com Nando, ambos em 1995, com o qual também gravou um disco, mas não deslanchou.

Em 1996, formou novamente a dupla, onde a gravadora Copacabana fez uma seleção para encontrar um substituto que assumisse o nome artístico de Aladim, e o parceiro escolhido desta vez foi Patrick, um cantor de músicas italianas nas noites de São Paulo, adotando Alan & Alladin, mudando a grafia com "l" dobrado e "n" no final. Gravaram 05 álbuns e após 11 anos da formação, se separaram.

Atualmente Alan forma dupla com Arnaldo dos Reis, irmão da dupla Gian & Giovani, mantendo o nome Alan & Aladim.

Discografia

  • 1997 - Alan e Aladin (EMI Music - 98006)
  • 1991 - Alan e Aladin (Copacabana - 603.003)
  • 1989 - Alan e Aladin (Copacabana - 612.991)
  • 1987 - Alan e Aladin (Copacabana - COMLP 25213)
  • 1984 - A Distância (Copacabana - COELP 41951)
  • 1981 - Alan e Aladin (Veleiro/CBS - 2013)

Participações

  • 2000 - Bis Sertanejo (EMI Music - CD)
  • 1992 - O Melhor do Sertanejo (Som Livre - LP)

Barrosinho


JOSÉ CARLOS BARROSO
(65 anos)
Compositor e Trompetista

* Campos dos Goytacazes, RJ (08/07/1943)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/03/2009)

José Carlos Barroso foi um compositor e instrumentista brasileiro idealizador do Maracatamba, que mistura maracatu com samba.

Barrosinho, nasceu em Campos dos Goytacazes, filho do saxofonista Benedito Gomes Barroso. Começou a estudar música aos 6 anos de idade e aos 8 a tocar trompete.

Chegou no Rio de Janeiro no início dos anos 60, onde vivenciou suas primeiras experiências profissionais nas orquestras de baile e gafieiras, com Mestre Severino, Mestre Cipó e Paulo Moura. Este convívio lhe deu a habilidade de embalar as pessoas com seu som dançante. Após as orquestras, Barrosinho tocou em bandas menores onde havia espaço para o improviso e assim desenvolveu suas aptidões de instrumentista e solista.

Barrosinho fez parcerias com músicos como Raul de Souza, Edson Machado, SivucaOderban Magalhães.

No início dos anos 70, convidado por Oderban, integrou o "Grupo Abolição", liderado por Dom Salvador. Com a ida de Dom Salvador para Nova York, formou a legendária Banda Black Rio com Oderban Magalhães e outros talentosos instrumentistas. Esta banda é até hoje uma referência musical, por ter abrasileirado o som americano quando antes se fazia o inverso. Ainda nos anos 70  acompanhou artistas como Gerson King Combo e Tim Maia. Assim como bons músicos do cenário "Soul Black Brasil" da época, fez parte de uma das formações da Banda Vitória Régia que acompanhava o cantor Tim Maia.

Possuidor de musicalidade rara, sendo um notável arranjador vocal, que tem em suas fontes a soul music estadunidense e o lendário Cassiano.

Participou em 1988 do disco "Alma Negra", com Tony Tornado, Tony Bizarro, Luiz Vagner e Lady Zu, onde ele interpreta a música "Raízes".

Ativo defensor da conscientização do negro na sociedade, procura elevar com a sua música, a importância da cultura negra no Brasil.

A memória das experiências musicais e sociais vividas na cidade do Rio de Janeiro durante sua carreira caracteriza este músico incomum, que optou por um caminho autêntico sem cair em padronizações. Barrosinho buscou sua própria linguagem. Como depoimento, constitui uma expressão criativa e personalizada da música instrumental brasileira, assim também, como uma manifestação profundamente brasileira do jazz universal.

Barrosinho (Foto: Cristiana Miranda)
Morte

Barrosinho morreu no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, vítima de Falência Múltipla de Órgãos. Barrosinho tinha 65 anos, e estava internado há 20 dias.

O corpo foi velado na capela do Cemitério São João Batista, Riode janeiro, e o enterro ocorreu às 17:00 hs de quinta-feira, (05/03/2009), no mesmo local.

Fonte: Wikipédia

Tia Amélia

AMÉLIA BRANDÃO NERY
(86 anos)
Compositora e Pianista

* Jaboatão, PE (25/05/1897)
+ Goiânia, GO (18/10/1983)

Nascida em Jaboatão, PE, em 25 de maio de 1897, começou a ter contato com o piano aos 4 anos de idade. Seu pai era maestro da banda da cidade de Jaboatão, e também clarinetista e solista de violão. Sua mãe tocava piano. Aos seis anos, Amélia começou a estudar música, mas, seu pai exigiu-lhe que se dedicasse aos clássicos. Com doze anos, ela compôs sua primeira música, a valsa "Gratidão".

Com 17 anos, ela se casou e seu esposo a impediu de seguir carreira como pianista, os planos que ela acalentava. Indo morar em uma fazenda nos arredores de Jaboatão, Amélia tocava somente nas festas de amigos. Ela aproveitou para estudar o folclore musical das cercanias da cidade. Com três filhos, e aos 25 anos, ela ficou viúva. Para criá-los, ela abraçou a carreira artística profissionalmente.

A Rádio Clube de Pernambuco a contratou e lá, ela começou a fazer sucesso.

Por volta de 1929, foi ao Rio de Janeiro resolver algumas questões de direitos autorais com a gravadora Odeon. Logo, foi convidada a dar recital no Teatro Lírico, com grande êxito. Era chamada de a coqueluche dos cariocas. Devido a esse sucesso, ainda se apresentou na Rádio Mayrink Veiga, Rádio Sociedade e Rádio Clube do Brasil.

Ao voltar para Recife, continuou na Rádio Clube de Pernambuco e retomou suas pesquisas sobre a música folclórica pelo interior do estado.

Em 1930, vários intérpretes de nossa música popular gravaram composições suas: Elisa Coelho, Vicente Cunha, Elsie Houston, Alda Verona, Jararaca, Stefana de Macedo e Silene Brandão Nery (sua filha).

Voltou ainda ao Rio de Janeiro para algumas apresentações, quando o Itamarati, em 1933, a convidou para excursionar pelas Américas ao lado de sua filha, Silene, para que elas apresentassem composições inspiradas no folclore brasileiro.

Na Venezuela, o governo local a convidou para permanecer dois anos no país estudando o folclore venezuelano. Ela recusou o convite e partiu para os Estados Unidos, onde foi contratada por uma emissora de rádio de Schenactady, apresentando-se durante cinco meses sob o patrocínio da General Eletric.

Apresentou-se em New York e em New Orleans. Em Hollywood, ela e a filha foram convidadas para participar de um filme da RKO Pictures ao lado da orquestra de Rudy Vallée, mas não quis apresentar-se cantando e recusou.

Ela e a filha excursionaram pelo Brasil em 1939. Quando Silene se casou, ela resolveu abandonar a carreira, apresentando-se uma única vez no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, antes de se aposentar.

Foi morar em Marília, interior de São Paulo, e, depois, em Goiânia. Lá, na casa de sua filha, conheceu a cantora Carmélia Alves, que era uma grande admiradora do talento de Amélia. Foi Carmélia Alves quem a convenceu voltar a se apresentar. Depois de 17 anos, ela voltou apresentando-se no Rio de Janeiro e em São Paulo, com um repertório de chorinhos de sua autoria, agora com o nome artístico de Tia Amélia.

Trabalhou na Rádio Nacional, no Clube da Chave e em outros clubes cariocas, e em São Paulo atuou durante três meses na TV Record, TV Tupi e TV Paulista, hoje TV Globo. Viajou, em seguida, para Pernambuco trabalhando na Rádio Clube de Pernambuco e Rádio Jornal do Comércio, de Recife.


O seu grande sucesso, entretanto, foi o programa "Velhas Estampas", que manteve durante 14 meses na TV Rio, no qual, além de tocar piano e apresentar suas composições, contava histórias dos velhos tempos de sua juventude. A convite da Odeon gravou o LP "Velhas Estampas", interpretando ao piano diversas composições de sua autoria, entre elas os chorinhos "Dois Namorados", "Chora, Coração", "Sem Nome", "Bordões ao Luar" (nome escolhido pelo poeta Vinícius de Moraes), "Sorriso de Bueno" e algumas valsas, acompanhada pela Banda Vila Rica.

Com esse disco, grande sucesso de vendagem, recebeu o prêmio de melhor solista e compositora do ano. Lançou depois novo LP pela Odeon, "Musicas da Vovó no Piano da Titia", e em julho de 1960 foi contratada pela TV Tupi, do Rio de Janeiro, para fazer um retrospecto da época áurea do choro brasileiro, semelhante ao que já fizera no programa "Velhas Estampas".

Tia Amélia fez sua última gravação em 1980, aos 83 anos, pelo selo Marcus Pereira, com o LP "A Benção Tia Amélia", onde interpretava 12 composições inéditas, entre valsas e choros.

Nessa época, o historiador musical José Ramos Tinhorão escreveu sobre ela:

"Assim, quando se ouve o som atual de Tia Amélia, pode-se dizer que é toda a história do piano popular brasileiro que soa em sua interpretação."

Amélia Brandão Nery, a Tia Amélia, faleceu em Goiânia, GO, em 18 de outubro de 1983, aos 86 anos de idade.


A Casa de Tia Amélia

A casa onde residiu a famosa pianista Amélia Brandão localiza-se no final da Rua Duque de Caxias, em frente a Praça Santos Dumont, próximo aos Correios de Jaboatão Centro e à Primeira Igreja Batista de Jaboatão. Ela é bastante conhecida de todos, pois destaca-se por sua volumetria e arquitetura que indicam ser uma casa bastante antiga. O que poucos sabem é que ela foi residência de umas das artistas mais importantes e conhecidas surgidas em nossa terra: Amélia Brandão.

Apesar da importância que Amélia Brandão teve para a música brasileira, sua antiga residência encontra-se hoje abandonada e correndo sérios riscos de ser demolida. Isso está acontecendo por causa de um impasse jurídico sobre a propriedade da casa que está impedindo que os verdadeiros donos assumam a posse da residência. Enquanto a lenta justiça brasileira não resolve a questão, mais um patrimônio do povo jaboatonense vai desaparecendo.

Para quem quiser conhecer mais, é só consultar o livro "Relembrando Tia Amélia" de Adiuza Vieira Belo disponível no Instituto Histórico de Jaboatão.

Discografia

  • 1980 - A Benção, Tia Amélia
  • 1960 - Cuíca no Choro / Bom dia Radamés Gnattali
  • 1960 - As Músicas da Vovó no Piano da Titia
  • 1959 - Valência / Revoltado
  • 1959 - Velhas Estampas

Dona Canô

CLAUDIONOR VIANA TELES VELOSO
(105 anos)
Cidadã Baiana Centenária

* Santo Amaro da Purificação, BA (16/09/1907)
+ Santo Amaro da Purificação, BA (25/12/2012)

Claudionor Viana Teles Veloso, mais conhecida como Dona Canô, era uma cidadã baiana centenária. Mãe de seis filhos, entre eles os músicos Caetano Veloso e Maria Bethânia. É viúva de José Teles Veloso, Seu Zeca, funcionário público dos Correios e Telégrafos, falecido em 13 de dezembro de 1983, aos 82 anos.

Considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação, teve publicadas suas memórias no livro "Canô Veloso, Lembranças Do Saber Viver", escrito pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, falecido antes do término da obra.

Dona Canô organizava periodicamente Terno de Reis na cidade.

Dona Canô e Lula

Em 2009, Caetano Veloso, em entrevista a O Estado de São Paulo ao qual declara seu apoio à candidatura de Marina Silva, disse:

"Não posso deixar de votar nela. É por demais forte, simbolicamente, para eu não me abalar. Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem."
(Caetano Veloso, O Estado de São Paulo)

Esta frase em especial causou grande repercussão, chegando a fazer com que Dona Canô quisesse ligar para o presidente Lula para pedir desculpas por Caetano Veloso.

"Lula não merece isso. Quero muito bem a ele. Foi uma ofensa sem necessidade. Caetano não tinha que dizer aquilo. Vota em Lula se quiser, não precisa ofender nem procurar confusão."
(Dona Canô)

A polêmica praticamente se encerrou após Lula ligar pessoalmente para Dona Canô e perdoar Caetano Veloso.

"Não fique chateada, preocupada, porque gosto muito da senhora e gosto do Caetano também. Está tudo bem, essas coisas acontecem."
(Presidente Lula)

Sobre a Fama

Dona Canô também era cantora, e fez grandes cantos religiosos. Apareceu em alguns vídeos na internet, cantando com os filhos.

Quando perguntada sobre a própria fama, Dona Canô diz que não entende a razão:

"Apenas fiquei conhecida por causa de meus dois filhos que nunca se esqueceram de onde vieram nem da mãe que têm."
(Dona Canô)

Celebração

No dia 16 de setembro 2012 a cidade de Santo Amaro recebeu mais uma vez a celebração pelo aniversário da matriarca dos Veloso que completou 105 anos em 2012.

O aniversário de Dona Canô foi festejado com uma missa na Igreja da Purificação seguida de uma festa na casa da família, que este ano foi restrita para os mais íntimos.

Saúde

Em 07/07/2011, Dona Canô foi hospitalizada com dores abdominais e falta de ar. Durante o período de uma semana, os boletins médicos do hospital, assinados pelo médico pneumologista Guilherme Montal e pelo cirurgião Paulo Amaral, assinalavam que a paciente respirava sem ajuda de aparelhos e estava lúcida.

Morte

Claudionor Viana Teles Veloso, mais conhecida como Dona Canô, morreu aos 105 anos, na terça-feira, 25/12/2012, em sua residência localizada na cidade de Santo Amaro da Purificação. Dona Canô esteva internada por seis dias, recebendo alta do Hospital São Rafael, em Salvador, na sexta-feira, 21/12/2012. Ela tinha sofrido um ataque isquêmico cerebral, que gera redução do fluxo de sangue nas artérias do cérebro, segundo informou o boletim médico.

De acordo com informações de Edson Nascimento, amigo da família, Dona Canô pediu um vestido novo e branco para deixar o hospital. Foi com ele que ela foi vestida para a cidade, acompanhada da filha Mabel. Maria Bethânia acompanhou a transferência da mãe.

Antes da alta, seu quadro neurológico era considerado agudo, mas ela seguia consciente e respirava sem ajuda de aparelhos.

Dona Canô era considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Teve suas memórias publicadas no livro "Canô Velloso, Lembranças do Saber Viver", de Antônio Guerreiro de Freitas e Arthur Assis Gonçalves.

Fonte: Wikipédia, A Tarde e G1
Indicação: Pedro Lex  

Eduardo Maiorino

EDUARDO MAIORINO
(33 anos)
Lutador de Muay Thai

* Campo Grande, MS (16/08/1979)
+ Campo Grande, MS (23/12/2012)

Eduardo Maiorino fez 11 lutas profissionais no Mixed Martial Arts (MMA), com três vitórias e oito derrotas. Ele já perdeu para alguns nomes bem conhecidos do esporte, como Junior Cigano (no Minotauro Fights 5, em 2006), Rafael Feijão (no Pantanal Combat, em 2006), e o italiano Alessio Sakara (no Real Fight 1, em 2004). O último combate dele foi contra Gerônimo Mondragon, também do Ultimate Fighting Championship (UFC), em maio deste ano, quando foi nocauteado com 50 segundos do primeiro round no Max Fight 13.

Ele foi ainda três vezes campeão brasileiro de Muay Thai, campeão do K-1 Brasil, da World Muay Thai Association (WMTA), campeão da World Kick-Boxing Corporation (WKBC) e ministrava aulas de Muay Thai e MMA em Campo Grande.

Eduardo Maiorino voltou a Campo Grande neste ano, depois de uma temporada nos Estados Unidos. No tempo em que esteve fora, Eduardo Maiorino treinou os lutadores da American Top Team (ATT), uma das principais equipes de Mixed Martial Arts (MMA) do mundo e ministrou aulas nas academias Pacific Ring Sports e Ralph Gracie.

Morte

Morpheus, como era conhecido, sofreu um ataque cardíaco no começo da tarde de domingo, 23/12/2012. Segundo Maycom Gomes, que era aluno de Eduardo Maiorino, o ex-campeão mundial estava na casa de um aluno se preparando para um campeonato em São Gabriel do Oeste,  MS, a 140 km de distância da capital, quando começou a passar mal. Ele foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu e morreu por volta das 16:10 hs. Eduardo Maiorino seria árbitro do evento em São Gabriel do Oeste.

O corpo de Eduardo Maiorino foi transferido para o Instituto Médico e Odontológico Legal para a realização da necropsia. O velório e sepultamento ocorre na segunda-ferira, 24/12/2012 no Cemitério Parque de Campo Grande.

Eduardo Maiorino deixou esposa e três filhos.

Fonte: Esporte ÁgilMidia Max News e Campo Grande News

Lêdo Ivo

LÊDO IVO
(88 anos)
Jornalista, Poeta, Romancista, Contista, Cronista e Ensaísta

* Maceió, AL (18/02/1924)
+ Sevilha, Espanha (23/12/2012)

Quinto ocupante da Cadeira nº 10, eleito em 13 de novembro 1986, na sucessão de Orígenes Lessa e recebido em 7 de abril de 1987 pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. Recebeu os acadêmicos Geraldo França de Lima, Nélida Piñon e Sábato Magaldi.

Lêdo Ivo nasceu no dia 18 de fevereiro de 1924, em Maceió, AL, filho de Floriano Ivo e Eurídice Plácido de Araújo Ivo. Casado com Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), tem o casal três filhos: Patrícia, Maria da Graça e Gonçalo.

Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal. Em 1940, transferiu-se para o Recife, onde ocorreu sua primeira formação cultural. Em 1941, participou do I Congresso de Poesia do Recife. Em 1943 transferiu-se para o Rio de Janeiro e se  matriculou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, pela qual se formou. Passou a colaborar em suplementos literários e a trabalhar na imprensa carioca, como jornalista profissional.

Em 1944, estreou na literatura com "As Imaginações", poesia, e no ano seguinte publicou "Ode e Elegia", distinguido com o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Nos anos subsequentes  sua obra literária avolumou-se com a publicação de livros de poesia, romance, conto, crônica e ensaio.

Em 1947, seu romance de estréia "As Alianças" mereceu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha. Em 1949, pronunciou, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a conferência "A geração de 1945". Nesse ano, formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, mas nunca advogou, preferindo continuar exercendo o jornalismo.


No início de 1953, foi morar em Paris. Visitou vários países da Europa e, em fins de 1954, retornou ao Brasil, reiniciando suas atividades literárias e jornalísticas.

Em 1963, a convite do governo norte-americano, realizou uma viagem de dois meses (novembro e dezembro) pelos Estados Unidos, pronunciando palestras em universidades e conhecendo escritores e artistas.

Ao seu livro de crônicas "A Cidade e os Dias" (1957) foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.

Como memorialista, publicou "Confissões de um Poeta" (1979), distinguido com o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal, e "O Aluno Relapso" (1991).

Seu romance "Ninho de Cobras" foi traduzido para o inglês, sob o título "Snakes’ Nest", e em dinamarquês, sob o título "Slangeboet". No México, saíram várias coletâneas de poemas seus, entre as quais "La Imaginaria Ventana Abierta", "Oda al Crepúsculo", "Las Pistas", "Las Islas Inacabadas", "La Tierra Allende", "Mía Patria Húmeda" e "Réquiem".

Em Lima, foi editada uma antologia, "Poemas"; na Espanha saíram "La Moneda Perdida" e "La Aldea de Sal"; nos Estados Unidos, "Landsend", antologia poética; na Holanda, a seleção de poemas "Vleermuizen em blauw Krabben" (Morcegos e Goiamuns).

No Chile, saiu a antologia "Los Murciélagos". Na Venezuela, foi publicada a antologia "El Sol de los Amantes".

Na Itália foram publicados "Illuminazioni" e "Réquiem".


Em 1973, foram conferidos a "Finisterra" o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (poesia) do PEN Clube do Brasil, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal e o Prêmio Casimiro de Abreu do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

O seu romance "Ninho de Cobras" conquistou o Prêmio Nacional Walmap de 1973. Em 1974, "Finisterra" recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1982, foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras.

Ao seu livro de ensaios "A Ética da Aventura" foi atribuído, em 1983, o Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro. Em 1986, recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé, pela sua obra poética.

Eleito "Intelectual do Ano de 1990", recebeu o Troféu Juca Pato do seu antecessor nessa láurea, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Ao seu livro de poemas "Curral de Peixe" o Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo em 1996.

Em 2004 foi-lhe outorgado o Prêmio Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro, pelo conjunto da obra.

No plano internacional, Lêdo Ivo é detentor do Prêmio de Poesia del Mundo Latino Victor Sandoval (México, 2008), do Prêmio de Literatura Brasileira da Casa de las Américas (Cuba, 2009) e do Prêmio Rosalía de Castro, do PEN Clube da Galícia (Espanha, 2010).

Ao longo de sua vida literária, Lêdo Ivo foi convidado numerosas vezes para representar o Brasil em congressos culturais e participar de encontros internacionais de poesia.

É sócio efetivo da Academia Alagoana de Letras, sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, sócio efetivo da Academia de Letras do Brasil, sócio honorário da Academia Petropolitana de Letras, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

Morte

Lêdo Ivo morreu, na madrugada de domingo, 23/12/2012, em Sevilha, na Espanha, vítima de Infarto, aos 88 anos.

Segundo informações de familiares, o jornalista passou mal quando almoçava num restaurante. Ele seguiu até o hotel onde recebeu atendimento médico, mas acabou falecendo antes mesmo de ser encaminhado ao hospital da cidade.

O corpo de Lêdo Ivo vai ser cremado na Europa. As cinzas serão trazidas para o Rio de Janeiro e serão sepultadas no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras no Cemitério São João Batista.

O imortal vai ser homenageado numa sessão extraordinária da Academia Brasileira de Letras no dia 10 de janeiro de 2013.


Condecorações

  • Ordem do Mérito dos Palmares, no grau de Grã-Cruz
  • Ordem do Mérito Militar, no grau de Oficial
  • Ordem do Rio Branco, no grau de Comendador
  • Medalha Manuel Bandeira
  • Cidadão honorário de Penedo, Alagoas
  • Grande Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro
  • Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas
  • Pertence ao PEN Clube Internacional, sediado em Paris

Bibliografia
Conjunto da obra de Lêdo Ivo

Poesia

  • 1944 - As Imaginações
  • 1945 - Ode e Elegia
  • 1948 - Acontecimento do Soneto. Barcelona: O Livro Inconsútil
  • 1948 - Ode ao Crepúsculo
  • 1949 - Cântico. Ilustrações de Emeric Marcier
  • 1951 - Linguagem: (1949-19041)
  • 1951 - Ode Equatorial. Com xilogravuras de Anísio Medeiros
  • 1951 - Acontecimento do Soneto. Incluindo Ode à Noite
  • 1955 - Um Brasileiro em Paris e O Rei da Europa
  • 1960 - Magias
  • 1962 - Uma Lira dos Vinte Anos
  • 1964 - Estação Central
  • 1965 - Rio, a Cidade e os Dias: Crônicas e Histórias
  • 1972 - Finisterra
  • 1974 - O Sinal Semafórico
  • 1980 - O Soldado Raso
  • 1982 - A Noite Misteriosa
  • 1985 - Calabar
  • 1987 - Mar Oceano
  • 1990 - Crepúsculo Civil
  • 1995 - Curral de Peixe
  • 1997 - Noturno Romano. Com gravuras de João Athanasio
  • 2000 - O Rumor da Noite
  • 2004 - Plenilúnio
  • 2008 - Réquiem
  • 2004 - Poesia Completa - 1940-2004
  • 2008 - Réquiem. Com pinturas de Gonçalo Ivo e desenho de Gianguido Bonfanti

Antologias

  • 1965 - Antologia Poética
  • 1966 - O Flautim
  • 1966 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
  • 1976 - Central Poética
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Lêdo Ivo (2ª edição, 1990)
  • 1986 - 10 Contos Escolhidos
  • 1987 - Cem Sonetos de Amor
  • 1991 - Antologia Poética
  • 1995 - Os Melhores Contos de Lêdo Ivo
  • 1988 - Um Domingo Perdido (Contos)
  • 2000 - Poesia Viva
  • 2004 - Melhores Crônicas de Lêdo Ivo
  • 2004 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
  • 2005 - Cem Poemas de Amor
  • 2010 - O Vento do Mar

Romance

  • 1947 - As Alianças (Prêmio da Fundação Graça Aranha)
  • 1948 - O Caminho Sem Aventura
  • 1964 - O Sobrinho do General
  • 1973 - Ninho de Cobras (V Prêmio Walmap)
  • 1984 - A Morte do Brasil

Conto

  • 1961 - Use a Passagem Subterrânea
  • 1966 - O Flautim
  • 1986 - 10 Contos Escolhidos
  • 1995 - Os Melhores Contos de Lêdo Ivo
  • 1998 - Um Domingo Perdido

Crônica

  • 1957 - A Cidade e os Dias
  • 1971 - O Navio Adormecido no Bosque
  • 2004 - As Melhores Crônicas de Lêdo Ivo

Ensaio

  • 1951 - Lição de Mário de Andrade
  • 1955 - O Preto no Branco. Exegese de um poema de Manuel Bandeira
  • 1958 - Raimundo Correia: Poesia (apresentação, seleção e notas)
  • 1961 - Paraísos de Papel
  • 1963 - Ladrão de Flor
  • 1963 - O Universo Poético de Raul Pompéia
  • 1967 - Poesia Observada
  • 1972 - Modernismo e Modernidade
  • 1976 - Teoria e Celebração
  • 1976 - Alagoas
  • 1982 - A Ética da Aventura
  • 1995 - A República da Desilusão
  • 2009 - O Ajudante de Mentiroso
  • 2009 - João do Rio

Autobiografia

  • 1979 - Confissões de um Poeta
  • 1991 - O Aluno Relapso

Literatura Infanto-Juvenil

  • 1990 - O Canário Azul
  • 1995 - O Menino da Noite
  • 2000 - O Rato da Sacristia
  • 2009 - A História da Tartaruga

Edição Conjunta

  • 1971 - O Navio Adormecido no Bosque (reunindo A Cidade e os Dias e Ladrão de Flor)

Elisinha Coelho

ELISA DE CARVALHO COELHO
(92 anos)
Cantora

* Uruguaiana, RS (01/03/1909)
+ Volta Redonda, RJ (2001)

Elisinha Coelho nasceu em Uruguaiana, RS, e era filha do tenente do exército Marcelino Coelho e Acelina Piernard de Carvalho. Toda a família morava no Rio Grande do Sul e transferiu-se para o Rio de Janeiro por conta da carreira de Elisinha. Sua mãe, Acy Carvalho, escritora e jornalista, foi responsável pela seção feminina de O Jornal, do Rio de Janeiro.

Elisinha passou a infância e a adolescência em Florianópolis, considerando-se por isso catarinense. Casou-se pela primeira vez com Flávio Goulart de Andrade, filho do senador Eusébio Goulart de Andrade. Casou-se pela segunda vez com José Inácio da Costa Couto, que era croupier de um casino. Conheceram-se numa tournée e ela abandonou a carreira. Ela era mãe mãe do apresentador e jornalista Goulart de Andrade.


Elisinha costumava cantar acompanhando-se ao piano em reuniões na casa da família, no Rio de Janeiro. Em 1929, um coronel amigo de seu pai e diretor da Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial) convidou-a para cantar na emissora.

Em 1930, levada por Josué de Barros, gravou seu primeiro disco na RCA Victor, com "A Minha Viola é de Primeira" e "Capelinha de Melão", sambas de Tia Amélia. Seu segundo disco continha os sambas "Escrita Errada" (Joubert de Carvalho) e "Iaiazinha" (Plinio Brito). Em fins de 1930, convidada por Hekel Tavares, interpretou canções do compositor numa série de recitais na Bahia e outros Estados do Nordeste. A cantora recebeu do compositor Hekel Tavares o título de "O Pássaro Cantor".

Em 1931, Ary Barroso convidou-a para gravar seu samba-canção "No Rancho Fundo". Essa gravação, realizada nos estúdios da RCA Victor com o próprio Ary Barroso ao piano e Rogério Guimarães no violão, projetou nacionalmente a intérprete.

Elisinha Coelho gravou mais músicas de Ary Barroso como "Terra de Iaiá" e "Batuque" (1931), em dueto com Sílvio Caldas, e "Tenho Saudade" e "É Bamba". Em 1932, a canção "Primeiro Amor" e o samba-canção "Palmeira Triste", entre outras.

Atuando em diversas emissoras, para o carnaval de 1933 gravou as marchas "Coração de Picolé"(Paulo Neto de Freitas) e "Fon-fon" (Heitor dos Prazeres). Em 1934 fez suas últimas gravações, com destaque para um disco na RCA Victor em que, acompanhada dos Irmãos Tapajós interpretou "Dança Negra" (Hekel Tavares e Sodré Viana) e, do outro lado, "Humaitá", folclore recolhido por Hekel Tavares, e "Biá-tá-tá" (Hekel Tavares e Jaime D’Altavilla), e para outro clássico, o samba-canção, "Caco Velho" (Ary Barroso), seu único disco na Odeon.

Sua discografia compõe-se de 15 discos com 30 músicas, sendo 11 de autoria de Ary Barroso. Em 1935 e 1936, apresentou-se no Uruguai e na Argentina. Em 1938 foi atriz e cantora na peça "Malibu", de Henrique Pongetti, encenada pela Companhia de Raul Roulien.

Apresentou-se no Cassino da Urca, onde também fez duetos com astros internacionais como Pedro Vargas e Jean Sablon e onde, em 1939, ensinou Josephine Baker a cantar em português o samba "O Que é Que a Baiana Tem?" (Dorival Caymmi). Logo depois, deixou a carreira artística.

Em 1989, a gravadora Revivendo lançou o LP "No Rancho Fundo", com interpretações de Elisinha Coelho, Jesy BarbosaSílvio Caldas e Breno Ferreira.

A carreira de Elisinha Coelho foi curta. Estreou profissionalmente em 1930 e em 1934 já abandonava os palcos, mesmo fazendo muito sucesso no rádio, no teatro e no cinema.

Fonte: Cifra Antiga e A Minha Rádio

Murilo Amorim

MURILO AMORIM CORREA
(70 anos)
Ator e Humorista

☼ Campinas, SP (19/12/1926)
┼ São Paulo, SP (13/05/1997)

Murilo Amorim Correa iniciou sua carreira no rádio, mas ganhou fama no cenário humorístico ao integrar o elenco do programa "A Praça da Alegria" nos anos 60, e depois na "A Praça é Nossa" nos anos 80. Seu papel mais conhecido foi no quadro "Vitório e Marieta", no qual atuava ao lado da comediante Maria Tereza. Outro personagem conhecido bastante conhecido foi Jacinto, o Donzelo.

Murilo Amorim e Maria Tereza, além de atuarem em várias estações de TV, também registraram vários álbuns humorísticos para a etiqueta Odeon nos anos 60. Murilo Amorim se destacou em outros selos discográficos, CBS e Copacabana, com Jacinto, o Donzelo.

Murilo Amorim Correa parece mais nome de visconde ou de professor de literatura, mas é aí, até no nome, que começa a graça do comediante que imortalizou o quadro do casal Vitório e Marieta e o Jacinto, o Donzelo, que risca, cisca, rabisca, prega fogo, mas não consegue garfar uma mulher!


Murilo fez fama como artista de rádio, TV e boates. Morando em São Paulo, capital, ficou tão conhecido como Roberto Carlos e o Pelé, apesar de não cantar e de nem saber jogar bola.

Murilo foi premiado várias vezes com o extinto Prêmio Roquete Pinto, que na época era o Oscar dos artistas no Brasil. O seu sucesso teve início com o quadro Vitório e Marieta, um dos maiores sucessos do rádio na década de 60.

Após esse trabalho, Murilo passou a interpretar o engraçado Jacinto, o Donzelo, um caipira maluco por mulher. O personagem, assim como o seu Vitório, logo ganhou fãs em todo o Brasil. Os textos, muito inteligentes, eram de Irvando Luiz.

Murilo Amorim Correa faleceu vítima de complicações circulatórias em São Paulo no dia 14 de fevereiro de 1997.

Vitório e Marieta

O italianíssimo casal Vitório e Marieta foi um grande sucesso no rádio, que acabou passando para a televisão. Mas fez sucesso também no teatro e vendeu muitos discos. O comendador Vitório era vivido por Murilo Amorim Correa e sua esposa Marieta era Maria Tereza.


Vitório e Marieta era um casal unido por uma coisa em comum: a burrice. Mas ambos julgavam-se muito espertos e inteligentes. Falavam as maiores asneiras e se achavam os tais, sempre rindo da "burrice" das pessoas com quem falavam.


No fim do quadro, Marieta encerrava sempre com a seguinte frase:


"Por isso que te admiro você, Vitório. Não existe homem mais inteligente que você na face da Terra. Ah, Vitório, eu não sei o que seria de mim sem você. É por isso que digo e repito sempre: e viva o Vitório!!!"


O quadro foi sucesso na "Praça da Alegria" e em outros programas humorísticos nos anos 60 e 70. As últimas apresentações, antes da morte de Murilo Amorim foi no programa do SBT, "Maria Tereza Especial", já nos anos 90.

Televisão

  • 1969 - Hotel do Sossego
  • 1968 - As Professorinhas ... Guedes
  • 1966 - Alma de Pedra
  • 1965 - A Indomável ... Nicolau
  • 1965 - Pecado de Mulher
  • 1964 - Uma Sombra em Minha Vida ... Noel
  • 1964 - Mãe ... Acácio
  • 1953 - TV de Vanguarda

Cinema

  • 1976 - Sabendo Usar Não Vai Faltar
  • 1957 - Absolutamente Certo ... Guilherme

Júlia Kubitschek


JÚLIA COELHO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA
(98 anos)
Professora

☼ Diamantina, MG (1873)
┼ Belo Horizonte, MG (01/05/1971)

Júlia Coelho Kubitschek de Oliveira foi uma professora brasileira nascida em Diamantina, MG, em 1873. Foi mãe do presidente brasileiro Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Teve como pais Augusto Elias Kubitschek e Maria Joaquina Coelho Kubitschek. Casou-se em 1898, aos 25 anos, com João César de Oliveira com quem teve três filhos: Eufrosina Kubitschek de Oliveira, em 1900, Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira em 1901 e, já citado, Juscelino Kubitschek de Oliveira em 12/09/1902.


Apelidada carinhosamente por familiares como Dona Naná, possuía ascendência tcheca. Era neta de um marceneiro checo nascido na Boémia chamado Jan Nepomuscký Kubitschek, que chegou ao Brasil por volta de 1831, o ano em que Dom Pedro I abdicou do trono.

Foi professora primária em Diamantina, MG, por muitos anos.

Em 1905 ficou viúva de João César de Oliveira e teve que criar sozinha seus três filhos. Com a morte do marido, Júlia Kubitschek se mudou para uma casa no interior onde ela e suas crianças viveriam por 11 anos. A residência da família abriga hoje o museu Casa de Juscelino.

Em sua homenagem, seu nome foi dado a um bairro do município de Coronel Fabriciano, MG, e a uma das principais avenidas do centro da cidade de Cabo Frio, RJ.

Fonte: Wikipédia

Darcy Penteado

DARCY PENTEADO
(61 anos)
Desenhista, Artista Plástico, Pintor, Escritor, Cenógrafo, Figurinista, Autor Teatral e Militante do Movimento LGBTTTs

* São Roque, SP (1926)
+ São Paulo, SP (02/12/1987)

Distinguindo-se sempre pelos elegantes desenhos a bico de pena, trabalhou primeiro em publicidade e como figurinista, ilustrando revistas de moda, passando logo a trabalhar em teatro, como figurinista e cenógrafo, tendo participado, na década de 1950, do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

Participou de inúmeras exposições, ilustrou livros e foi uma figura presente na cena cultural da cidade de São Paulo entre a década de 1950 e década de 1980. Foi reconhecido em Nova York como um dos dez melhores retratistas do mundo.


Em 1973 participou da XII Bienal com um audiovisual que propunha uma tese em termos estéticos contra a violência e a intolerância. Nesse ano foi produzido um filme documentário de curta metragem intitulado "Via Crucis Segundo Darcy Penteado".

Em 1976 publicou o seu primeiro livro de contos "A Meta" e a partir desse mesmo ano iniciou o ativismo na luta contra a discriminação aos homossexuais. Participou ativamente, durante os anos de repressão da ditadura militar, do jornal O Lampião, publicação pioneira para os gays brasileiros, ativo na defesa dos direitos dos homossexuais.


Por anos Darcy carregou sozinho a bandeira dos homossexuais no Brasil. Foi dele, ainda no início da década de 1980, a primeira tentativa de arrecadação de fundos em benefício da pesquisa sobre a AIDS no Brasil, através de um leilão. Apesar de desiludido com os resultados, participou de diversas campanhas de conscientização da doença. Gravou uma chamada para a televisão, de alerta ao público.

Na literatura, Darcy Penteado ilustrou o primeiro livro de Jorge Amado, "O País do Carnaval" e "Navegação de Cabotagem".

Darcy Penteado faleceu em dezembro de 1987, aos 61 anos vitimado pela AIDS.

Atualmente, suas obras podem ser vistas no museu mantido pelo Centro Cultural Brasital, no município de São Roque, em São Paulo.


Em frente a entrada principal do Edifício Copan, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Major Sertório, centro de São Paulo, existe ali uma praça com o nome de Praça Darcy Penteado. Uma justa homenagem a este pioneiro no combate à intolerância.

Para finalizar, uma frase de Darcy Penteado escrita em uma de suas obras de 1985:

"Subsistir apenas, não basta. É preciso dignificar a vida!"
(Darcy Penteado)

Fonte: Blog Grisalhos e Wikipédia