Tiradentes

JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
(45 anos)
Dentista, Tropeiro, Minerador, Comerciante, Militar e Ativista Político

* Fazenda do Pombal, MG (Batizado em 12/11/1746)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/04/1792)

Ativista político, atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.

O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem.

Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João Del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O nome da fazenda "Pombal" é uma ironia da história: O Marquês de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.

Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos sete filhos.

Em 1755, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José. Dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

A Inconfidência Mineira

Além das influências externas, fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita provincial, devido ao declínio da atividade da cana de açúcar, a administração de Martinho de Melo e Castro instituiu medidas que garantissem o Quinto, imposto que obrigava os moradores das Minas Gerais a pagar, anualmente, cem arrobas de prata, destinadas à Real Fazenda. A partir da nomeação de Antônio da Cunha Meneses como governador da província, em 1782, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que preciso fosse confiscar todo o dinheiro e bens do devedor, a ser executada pelo novo governador das Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6.º Visconde de Barbacena (futuro Conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 538 arrobas de ouro em impostos atrasados.

O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da "inconfidência" sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por sua delação e outros serviços prestados à Coroa, Silvério dos Reis receberia o título de Fidalgo.

Entrementes, em 14 de março, o Visconde de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.

Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim José dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.

Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar manufaturas no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João Del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais, e em seus planos não estava prevista a libertação dos escravos africanos, apenas daqueles nascidos no Brasil.

Julgamento e Sentença

Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "inconfidência", inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.

Os réus foram sentenciados pelo crime de "lesa-majestade", definida, pelas ordenações afonsinas e as Ordenações Filipinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Filipinas:

"Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa."

Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de D. José I de Portugal, a família Távora, no processo dos Távora, havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha Dona Maria I sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.

Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como maçom.

E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas.

Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.

"Portanto condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi do Regimento pago da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios das maiores povoações, até que o tempo também os consuma, declaram o réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu; [...]"
Sentença proferida contra os réus do levante e conjuração de Minas Gerais


Legado de Tiradentes Perante a História do Brasil

Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O "Código Criminal do Império do Brasil", sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia:

"Art. 87. Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo."
Código Criminal de 1830

Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "inconfidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que "entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa", e, que para julgar estes crimes eram criadas "juntas de inconfidência".

Historiadores como Francisco de Assis Cintra e o brasilianista Kenneth Maxwell procuram diminuir a importância de Tiradentes, enquanto autores mineiros como Oilian José e Waldemar de Almeida Barbosa procuram ressaltar sua importância histórica e seus feitos, baseando-se, especialmente, em documentos sobre ele existente no Arquivo Público Mineiro.

Atualmente, onde se encontrava sua prisão, funcionou a Câmara dos Deputados na chamada "Cadeia Velha", que foi demolida e no local foi erguido o Palácio Tiradentes que funcionava como Câmara dos Deputados até a transferência da capital federal para Brasília. No local onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.

Descendência

A questão da descendência de Tiradentes é controversa. Há poucas provas documentais sobre os mesmos.

Tiradentes nunca se casou. Teve um caso com Antónia Maria do Espírito Santo, a quem prometeu casamento e teve uma filha, Joaquina da Silva Xavier (31 de agosto de 1786). Constam autos do processo de Antónia Maria descobertos no Arquivo Público Mineiro que a mesma pediu a posse de um escravo que Tiradentes lhe havia dado e havia sido confiscado após sua morte. Ali é citada sua filha (cujo padrinho foi o também inconfidente Domingos de Abreu Vieira, rico comerciante) e faz dela a única descendente direta comprovada por documentação. Tiradentes também teria querido casar-se com uma moça de nome Maria, oriunda de São João del-Rei, filha de abastados portugueses que se opuseram à união.

Sem registros comprovados por documentação, Tiradentes teria tido com Eugênia Joaquina da Silva dois filhos, uma Joaquina que logo morreu e João de Almeida Beltrão, que teve oito filhos.

Para escapar das perseguições da coroa e da população, um destes netos trocou seu sobrenome para Zica, dos quais alguns descendentes recebem pensões.

Além destes, também foi concedida à sua tetraneta Lúcia de Oliveira Menezes, por meio da Lei federal 9.255/96, uma pensão especial do INSS no valor de R$ 200,00, o que causou polêmica sobre a natureza jurídica deste subsídio, mas solucionado pelo STF no agravo de instrumento 623.655.

Fonte: Wikipédia

Orlando Peçanha

ORLANDO PEÇANHA DE CARVALHO
(74 anos)
Jogador de Futebol

* Niterói, RJ (20/09/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/02/2010)

Foi um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro pela sua grande habilidade, aplicação, força física e incrível capacidade de antecipação.

Se destacou no Vasco, pelo qual atuou entre 1955 e 60. Pelo clube, chegou à seleção brasileira em 58. No mesmo ano, formou a zaga titular da equipe campeã na Suécia ao lado de Bellini, seu companheiro no clube carioca, atuando em todos os seis jogos da equipe no Mundial.

Em 1960, foi contratado pelo Boca Juniors, onde permaneceu até 1964 e atuou ao lado de outros brasileiros (Dino Sani, Paulinho Valentim e Almir Pernambuquinho). No clube argentino, foi campeão nacional em 62 e 64. Mostrou sua categoria na Argentina, mas a transferência para o exterior acabou impedindo sua convocação para a Copa de 1962, perdendo a chance de ser bicampeão mundial no Chile. Na época, atletas brasileiros que atuavam no exterior não eram convocados para a seleção.

Voltou ao Brasil em 65, para atuar no Santos. No Alvinegro Praiano, foi campeão paulista em 65 e 67 e da Taça Brasil de 65 . E voltou à seleção brasileira. Aos 31 anos, disputou a Copa do Mundo de 66. No Mundial disputado na Inglaterra, sofreu sua única derrota em 34 partidas pela seleção: 3 a 1 para Portugal, jogo que eliminou o Brasil do torneio.

O zagueiro encerrou a carreira em 1970, no Vasco, aos 35 anos.

Após pendurar as chuteiras, tentou iniciar a carreira de treinador, comandando o CSA, em 1977, e o Vitória, em 1980. Mas acabou se destacando por defender os interesses dos técnicos, como presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol.

Clubes: Vasco, Boca Juniors e Santos

Títulos por clubes: Campeão Carioca em 1956 e Super-Super Campeão Carioca de 1958, campeão argentino em 1962 e 64, campeão paulista em 65 e 67 e da Taça Brasil de 65 (Santos)

Jogos pela seleção brasileira: 34 (25 vitórias, 7 empates e uma derrota)

Títulos pela seleção: Copa do Mundo 1958, Taça Bernardo O'Higgins 1959 e Taça Atlântico 1960.

Morreu vítima de um Ataque Cardíaco.

Fonte: Wikipédia

Vanda Lacerda

VANDA LACERDA
(77 anos)
Atriz

* Rio de Janeiro, RJ (10/09/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/07/2001)

Fez estudos no conservatório de música, época em que participa do teatro universitário. Os anos 40 serão fundamentais na carreira dessa talentosa atriz, que leva sua arte também para o rádio e para o cinema.

Estreou nas telas em 1944, no filme "Gente Honesta", de Moacyr Fenelon, cineasta com quem roda mais dois filmes, "Vidas Solitárias" e "Fantasma Por Acaso".

Na década de 50 privilegia seus trabalhos no teatro – veículo onde durante sua trajetória brilha em peças de Jorge Andrade e Nelson Rodrigues, entre outros -, voltando ao cinema, e também estreando em novelas, nos anos 60.

A partir daí emenda um clássico atrás do outro, atuando em filmes inesquecíveis e de primeira linha do cinema brasileiro: "A Falecida" e "São Bernardo", de Leon Hirszman; "Cara a Cara" e "Matou a Família e Foi ao Cinema", de Júlio Bressane.

Não bastasse sua importância como atriz, Vanda Lacerda foi também uma militante da classe artística de primeira grandeza. Ao presidir, em segunda gestão, o Sated-RJ, Sindicato dos Artistas e Técnicos, ela teve a alegria de ver, finalmente, a regulamentação profissional da categoria de ator.

Depois de passar quase toda a década de 80 longe do cinema, Vanda Lacerda volta às telas como protagonista, ao lado de Jofre Soares, do episódio "Bolo", de José Roberto Torero, do filme "Felicidade É...".

Na televisão passou pelas emissoras Globo e Manchete e participou de novelas importantes como "Assim na Terra como no Céu"; "Uma Rosa com Amor"; "O Espigão"; "Anjo Mau"; "Sinal de Alerta"; "Tudo ou Nada"; "Memorial de Maria Moura"; "A Próxima Vítima" ; "Quem é Você?" e "Torre de Babel".

Filmografia

Posta Restante (1997)
Felicidade É... (1995)
Álbum de Família (1981)
Insônia (1980)
O Sol dos Amantes (1979)
Vida Vida (1977)
A Estrela Sobe (1974)
Tati, A Garota (1973)
São Bernardo (1971)
Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)
Cara a Cara (1967)
A Falecida (1965)
Fantasma por Acaso (1946)
Vidas Solitárias (1945)
Gente Honesta (1944)

Televisão

Luna Caliente (1999) ... Maria
Torre de Babel (1998) ... Eglantine
Quem É Você? (1996) ... Anita
A Próxima Vítima (1995) ... Tia Anunciata
Memorial de Maria Moura (1994) ... Francisca
Você Decide (1992) (Episódio: Justiça de Deus)
Meu Marido (1991) ... Edith
Abraçar as Árvores (1990) ... Júlia
Tudo ou Nada (1986) ... Ema Barroso
Ciranda, Cirandinha (1978) ... Isabel
Sinal de Alerta (1978) ... Melinda
Anjo Mau (1976) ... Alzira
O Espigão (1974) ... Urânia Camará
Medéia (1973)
Uma Rosa com Amor (1972) ... Joana
Minha Doce Namorada (1971) ... Joana
Assim na Terra Como no Céu (1970) ... Marieta
Demian, o Justiceiro (1968) ... Sumitra

A atriz faleceu aos 77 anos, de Edema Pulmonar, e estava em plena temporada nos palcos cariocas com o espetáculo "Mulher Sem Pecado", um original de Nelson Rodrigues.

Fonte: Wikipédia e Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Flora Geny

EUGÊNIA TORTEJADA JACOB
(62 anos)
Atriz

* São Paulo, SP (19/04/1929)
+ São Paulo, SP (22/12/1991)

Flora Geny era a filha mais jovem de uma família numerosa. Seus pais, Francisco Tortejada e Maria Llaret Tortejada, imigraram de Barcelona, chegando ao Brasil nos anos 20 do século XX.

Desde menina revelou pendores para as artes, gostando muito de cantar. De fato, foi como cantora que ela iniciou sua carreira artística, chegando a trabalhar como crooner de orquestras, animando bailes carnavalescos.

Mas logo ela descobriu que sua verdadeira vocação era a interpretação, passando a trabalhar em rádios teatros. E quando a TV Tupi deu início às suas transmissões, ela integrou o elenco daquela emissora, realizando diversos trabalhos como atriz e também adaptando textos. Entre seus trabalhos mais importantes da época, estão "Olhos Mortos de Sono" de Tchecov e "Ralé" de Máximo Gorki, ambos adaptados para o "TV de Vanguarda". Também fez o papel de Scherazade de "Mil e Uma Noites".

Casada com Dionísio Azevedo, estrelou os dois primeiros longa-metragens que ele dirigiu: "Chão Bruto" (1958) e "O Anjo Assassino" (1965).

Em meados da década de 60, Flora Geny saiu da TV Tupi e foi para a TV Excelsior. Ali conheceu grandes momentos como atriz. Trabalhou na telenovela "Redenção" (1966), a mais longa da televisão brasileira, e estrelou a telenovela "A Outra Face de Anita" (1964) de Ivani Ribeiro, uma das telenovelas mais populares da época.

Também fez a marcante vilã da primeira versão de "A Grande Viagem" (1965), da mesma autora, dirigida por Walter Avancini, com Regina Duarte. Em fins dos anos 60, Flora Geny era uma das atrizes mais populares da televisão brasileira.

Em 1969, com o falecimento do seu filho caçula Noel Marcos Jacob, Flora Geny retirou-se por um longo tempo da vida artística, passando a dedicar-se à sua família, à religiosidade e a trabalhos sociais. Voltou a atuar esporadicamente. Fez uma participação na telenovela "Os Imigrantes" da TV Bandeirantes, em 1981, e "Pão Pão, Beijo Beijo" da TV Globo, em 1982. Também atuou na peça "Gata em Teto de Zinco Quente", (1978) de Tennessee Williams, e "Vampíria" (1987), escrita por seu filho Dionisio Jacob.

Fonte: Wikipédia