Guilherme de Brito

GUILHERME DE BRITO BOLLHORST
(84 anos)
Compositor, Cantor, Pintor e Escultor

* Rio de Janeiro, RJ (03/01/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2006)

Guilherme de Brito Bollhorst foi um compositor brasileiro de samba. Nasceu no bairro de Vila Isabel, filho de Alfredo Nicolau Bollhorst e Marieta de Brito Bollhorst. Aos oito anos ganhou um cavaquinho e aos doze anos, com a morte do pai, largou os estudos e conseguiu um emprego na Casa Edison. A Casa Edison foi uma das primeiras gravadoras brasileiras, fundada em 1900 por Frederico Figner no Rio de Janeiro. Inicialmente apenas importava e revendia cilindros fonográficos, utilizados nos fonógrafos de Thomas Edison, e discos, utilizados nos gramofones de Emil Berliner, mas, em 1902, lançou o que é considerada a primeira música brasileira gravada no país, o lundu "Isto é Bom" do compositor Xisto Bahia na voz de Baiano.

Com o tempo, Guilherme de Brito, passou a utilizar mais o violão. Já tinha uma boa produção de músicas quando, em 1955, o cantor Augusto Calheiros gravou um compacto com dois de seus sambas: "Meu Dilema" e "Audiência Divina". Ainda nos anos 1950, conheceu o seu grande parceiro, Nelson Cavaquinho.

A primeira parceria de Guilherme de BritoNelson Cavaquinho, foi um samba denominado "Garça"Guilherme de Brito fez a primeira parte e mostrou a Nelson Cavaquinho, que sem hesitar, fez a segunda parte do samba. Deu-se início a dupla mais poética e lírica da Música Popular Brasileira. A dupla Guilherme de BritoNelson Cavaquinho rendeu vários sucessos, dentre os quais, podemos destacar: A Flor e o Espinho, "Folhas Secas", "Pranto de Poeta", "O Bem e o Mal", "Quando Eu Me Chamar Saudade", entre outras.

Considerado por muitos como o grande poeta do samba, fez versos definitivos como "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor", de A Flor e o Espinho. Ou mesmo "Quando eu piso em folhas secas / Caídas de uma mangueira", de "Folhas Secas".

Guilherme de Brito gravou pela primeira vez em 1977. Atuou também como pintor, tendo sido premiado por seus quadros, e como escultor. Expôs no Japão, onde também lançou um CD.

Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho e Guilherme de Brito
Morte

Guilherme de Brito foi internado dia 2 de abril de 2006 com problemas respiratórios, teve um infarto e ficou em coma por 15 dias, morrendo dia 26 de abril de 2006, aos 84 anos, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Deixou a mulher Nena e dois filhos. Guilherme de Brito foi enterrado no mausoléu do compositor, no Cemitério do Catumbi.

Fonte: Wikipédia

Benedito Lacerda

BENEDITO LACERDA
(54 anos)
Compositor, Maestro e Flautista

* Macaé, RJ (14/03/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/02/1958)

Benedito Lacerda nasceu em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora. Filho da lavadeira Dona Lousada, Benedito sempre foi muito ágil em suas questões.

Aos 8 anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da banda Nova Aurora em sua cidade natal.

Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Benedito Lacerda cresceu num ambiente de muitos chorões e sambistas. Cresceu ao lado de Bide, Noel Rosa e Ismael Silva. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição.

Em 1922, ingressou na Polícia Militar, mas não abandonando suas atividades musicais. De 1923 a 1925, participou da banda do batalhão tocando bumbo, uma vez que não conhecia música na pauta. Nessa época, estudou música para valer e logo passou a tocar flauta na banda. Em pouco tempo no posto de flautista da corporação, passou numa prova, em 1925, em primeiro lugar para flautista de primeira classe, ao tocar toda a parte de flauta de "O Guarany", de Carlos Gomes. Obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Benedito Lacerda ficou cinco anos na carreira militar, e, em 1927 pediu baixa e mergulhou na música popular.

Em 1928, foi tocar com o grupo regional Boêmios da Cidade, acompanhando Josephine Baker, tocando em cinemas, orquestras de teatros, dancings e cabarés. Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz.

Ao findar os anos 20 e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro. O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa.

Como o Gente do Morro não vingou, Benedito Lacerda chamou Dino Sete Cordas, que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, além de atuar com êxito como compositor.

Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e sax com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito Lacerda fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Benedito Lacerda em parceiro de pérolas como "Sofres Porque Queres", "Naquele Tempo" e "Um a Zero", esta feita muito antes por ocasião do gol de Friedenreich no Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919. Mas o que importa é destacar os arranjos e contrapontos executados pela dupla, que revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.

Benedito Lacerda foi compositor de carnaval premiado e em 1942 foi um dos fundadores da União Brasileira de Compositores (UBC). Em 1947 transferiu-se para a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951.

Benedito Lacerda faleceu vitima de um câncer no pulmão, antes de completar 55 anos, num domingo de carnaval, ele que tanto sucesso obtivera em vários carnavais.

Benedito Lacerda e Pixinguinha
Principais Sucessos
(Ordem Alfabética)

  • 1939 - "A Jardineira", com Humberto Porto
  • 1949 - "A Lapa", com Herivelto Martins
  • 1949 - "Acerta o Passo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Acorda, Escola de Samba!", com Herivelto Martins
  • 1952 - "Acho-te Uma Graça", com Carvalhinho e Haroldo Lobo
  • 1947 - "Ainda me Recordo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Aliança Partida", com Roberto Martins
  • 1938 - "Amigo Infiel", com Aldo Cabral
  • 1937 - "Amigo Leal", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Boneca", com Aldo Cabral
  • 1939 - "Brasil", com Aldo Cabral
  • 1942 - "Carnaval da Minha Vida", com Aldo Cabral
  • 1946 - "Cheguei", com Pixinguinha
  • 1942 - "Chorei", com Pixinguinha
  • 1945 - "Coitado do Edgar!", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Despedida de Mangueira", com Aldo Cabral
  • 1949 - "Devagar e Sempre", com Pixinguinha
  • 1935 - "Dinorá", com José Ferreira Ramos
  • 1936 - "Duvi-d-o-dó", com João Barcellos
  • 1940 - "E o Vento Levou", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Ele e Eu", com Pixinguinha
  • 1946 - "Espanhola", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Espelho do Destino", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Eva Querida", com Luiz Vassalo
  • 1948 - "Falta um Zero no Meu Ordenado", com Ary Barroso
  • 1945 - "Fica Doido Varrido", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Ingênuo", com Pixinguinha
  • 1941 - "Lero-Lero", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Naquele Tempo", com Pixinguinha
  • 1949 - "Normalista", com David Nasser
  • 1939 - "Número Um", com Mário Lago
  • 1949 - "O Gato e o Canário", com Pixinguinha
  • 1947 - "Os Oito Batutas", com Pixinguinha
  • 1940 - "Pedro, Antônio e João", com Oswaldo Santiago
  • 1942 - "Pombo-Correio", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Proezas de Solon", com Pixinguinha
  • 1938 - "Professora", com Jorge Faraj
  • 1936 - "Querido Adão", com Oswaldo Santiago
  • 1944 - "Sabiá de Mangueira", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Segura Ele", com Pixinguinha
  • 1946 - "Seresteiro", com Pixinguinha
  • 1948 - "Seu Lourenço no Vinho", com Pixinguinha
  • 1946 - "Sofres Porque Queres", com Pixinguinha
  • 1949 - "Soluços", com Pixinguinha
  • 1946 - "Um a Zero", com Pixinguinha
  • 1936 - "Um Caboclo Abandonado (Rolinha Triste)", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Urubatã", com Pixinguinha
  • 1944 - "Verão no Havaí", com Haroldo Lobo
  • 1942 - "Voltei Pro Morro", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Vou Vivendo", com Pixinguinha