25/08

JOÃO MARQUES
(84 anos)
Locutor

☼ (1933)
┼ Brasília, DF (25/08/2017)

João Marques foi um dos grandes locutores do país e do início do rádio em Brasília.

João Marques mudou-se do Rio de Janeiro para Brasília em 1961 e passou por diversas emissoras, como a Rádio Nacional, Rádio Educadora, Rádio Alvorada e a Rádio Senado, onde atuou até 2009.

João Marques apresentou o Jornal do Senado, dentro do programa "A Voz do Brasil", pela primeira vez em 1974. Ficou 35 anos como titular do posto. Com a criação da Rádio Senado, em 1997, liderou o time de locutores da emissora. Também emprestou sua voz marcante a diversos programas premiados da Rádio Senado, como o "Brasil 500 Anos".


O primeiro diretor da Rádio Senado, Silvio Hauagen, lembra que João Marques foi o responsável pela primeira transmissão da emissora, em 29/01/1997:
"O João Marques foi a primeira voz a surgir na programação da Rádio Senado. João Marques é um nome que dispensa maiores comentários, conhecido nacionalmente. Não há quem desconheça a voz do João Marques."
Tendo se aposentado em 2003 como servidor efetivo do Senado, não demorou muito para que João Marques voltasse a comandar "A Voz do Brasil", desta vez como terceirizado. O afastamento definitivo só veio mesmo em 2009, com a realização de concurso público na área de locução para a Rádio Senado. Naquela ocasião, João Marques saudou os novos locutores concursados que tomavam posse.
"Gente, vocês estão fazendo a partir de agora aquilo que eu sempre sonhei, ser locutor de rádio. Eu agradeço muito a Deus por ter tido essa oportunidade nessa empreitada. Parabéns!"
João Marques e o operador Wellington Araújo na Rádio Senado FM, 2000.
Morte

João Marques faleceu na sexta-feira, 25/08/2017, aos 84 anos. Ele estava internado por conta de uma pneumonia e teve um infarto. João Marques deixou esposa e quatro filhos.

O velório de João Marques aconteceu no sábado, 26/08/2017, a partir de 12h00 no cemitério Campo da Esperança, Capela 6 e o sepultamento às 17h00, em Brasília, DF.

A diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado (SECOM), Angela Brandão, lamentou o falecimento do locutor em nota de pesar e registrou sua contribuição como servidor e locutor da emissora:
"Mesmo aposentado do Senado Federal, João Marques continuou trabalhando na Casa até 2009, exercendo sempre com brilhantismo e competência a apresentação de programas jornalísticos e culturais. Uma personalidade inteligente, afável e gentil, Joãozinho, como era carinhosamente chamado pelos colegas, vai deixar uma saudade enorme em todos aqueles que tivemos a oportunidade de com ele conviver. É uma perda irreparável para o Rádio no Brasil."

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #JoaoMarques

Álvaro de Moya

ÁLVARO DE MOYA
(87 anos)
Jornalista, Escritor, Produtor, Ilustrador e Diretor de Cinema e Televisão

☼ São Paulo (1930)
┼ São Paulo, SP (14/08/2017)

Álvaro de Moya foi um jornalista, escritor, produtor, ilustrador e diretor de cinema e televisão. É considerado por alguns como o maior especialista em histórias em quadrinhos do Brasil.

Alvaro de Moya era filho de um coronel reformado da antiga Força Pública do Estado de São Paulo, de nome Salvador, e de Dona Amélia. Irrequieto, tenaz, inteligente e vivo, Alvaro de Moya não gostava muito de estudar. Quando o pai perguntava: "Você quer ser engenheiro, médico ou advogado?", ele respondia: "Quero ser desenhista de histórias em quadrinhos!", para desespero do pai.

Por volta dos 10 e 12 anos, outra paixão dominou o menino: o cinema. Assistia uma sessão atrás da outra, nada o satisfazia. Também gostava de ler. Lia de tudo e sabia um pouco de tudo. Uma vez, porém, ouviu na escola, uma frase que passou a ser seu lema: "Res, non verba" (Ação, e não palavras).

Na verdade a primeira paixão de Álvaro de Moya foi pelo desenho. E esse seu amor pelo desenho e pelo cinema, o levou para a televisão. Foi através de um telefonema a Walter George Durst, que Álvaro de Moya, bastante jovem, se entrosou com aquele grupo também jovem, que preparava a novidade: lançar a televisão no Brasil.


Conheceu e gostou não só de Walter George Durst, mas de Cassiano Gabus Mendes, Silas Roberg e Dionisio Azevedo. E coube a ele fazer a história de inauguração da PRF3-TV, a primeira emissora da América Latina.

Irrequieto que era, logo conseguiu uma bolsa e foi para os Estados Unidos, para ver de perto tanto a televisão, como seu amor maior: a história em quadrinho. E conseguiu muita coisa. Esteve com personalidades e aprendeu detalhes que mais tarde trouxe para o Brasil. De volta casou-se com a atriz Anita Greiss, com quem teve 2 filhos.

Acompanhando Demerval Costa Lima, ex diretor geral das Emissoras Associadas, Álvaro de Moya foi para a TV Paulista, que mais tarde transformou-se em TV Globo, e na emissora foi seu braço direito.

Foi diretor de TV, criativo e original, e no corte de imagens, era imbatível. A seguir foi para a TV Excelsior, que a seu ver, criou a verdadeira televisão brasileira moderna, com grade de programação vertical e horizontal. Aí formou, ao lado de Cyro Del Nero, a dupla que fixou a imagem daquela televisão, e foi Álvaro de Moya que conseguiu uma coisa nova na televisão: a pontualidade, que até então não existia. Naquela época os programas entravam no ar, mais ou menos às tantas horas.


Álvaro de Moya esteve também na TV Bandeirantes, e outra vez em uma missão importante: Colocar no ar a emissora. Escolheu o dia 13 de maio, já que a televisão seria, em São Paulo, o canal 13. E conseguiu a façanha, tendo ficado 72 horas sem comer e dormir, só trabalhando.

Na TV Cultura sua missão foi angariar apoio da iniciativa privada, àquela emissora estatal. Além disso Álvaro de Moya foi, por 20 anos, professor da Universidade de São Paulo (USP), na matéria Comunicação.

Professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos organizadores da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, junto com Jayme Cortez, entre outros, em 1951, na cidade de São Paulo. Além de ser a primeira exposição de quadrinhos da história do Brasil, foi de ineditismo também para o mundo.

Álvaro de Moya representou o Brasil em vários congressos sobre quadrinhos no mundo, como em Roma, Buenos Aires, Nova York e em Lucca, um dos principais do mundo.


Correspondente da revista Wittyworld, dos Estados Unidos, foi colaborador de enciclopédias editadas na França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Escolhido pela Universidade La Sapienza, de Roma, foi o único representante da América Latina em evento realizado na Itália, visando discutir o centenário dos comics books.

Fez também charges e ilustrações com temáticas nacionalistas. Na Editora Abril, fez capas para as revistas em quadrinhos Disney: O Pato Donald e Mickey. Produziu quadrinizações de "A Marcha", de Afonso Schmidt, para a Editora Brasil América, "Macbeth" de William Shakespeare para a Editora Outubro e a biografia de Zumbi dos Palmares para Editora La Selva.

Em 1970, lançou o livro "Shazam!", o livro não se resume apenas a fazer um pesquisa sobre a história das histórias em quadrinhos, mas conta com a colaboração de especialistas que debatem acerca da influência pedagógica e psicológica dos quadrinhos e a sua influência na cultura, tratando as histórias em quadrinhos não somente como puro entretenimento, mas sim como um meio de comunicação que merece atenção por parte dos acadêmicos.

Em 1976, traduziu e fez o prefácio para a edição brasileira de "Para Ler o Pato Donald" de Ariel Dorfman e Armand Mattelart, publicada pela editora Paz e Terra.

Morte

Álvaro de Moya faleceu no fim da tarde de segunda-feira, 14/08/2017, em São Paulo, SP, aos 87 anos. Ele estava internado desde o último dia 05/08/2017 no Hospital São Paulo, quando sofreu, em casa, um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Álvaro de Moya foi encontrado pelo filho no banheiro de casa.

Livros
  • 1970 - Shazam!
  • 1993 - História da História em Quadrinhos
  • 1996 - O Mundo de Walt Disney
  • 2001 - Anos 50 - 50 Anos
  • 2002 - Vapt Vupt
  • 2003 - Histórias em Quadrinhos no Brasil
  • 2004 - Gloria In Excelsior
  • 2006 - O Tico-Tico 100 Anos - Centenário da Primeira Revista de Quadrinhos do Brasil.
  • 2012 - A Reinvenção dos Quadrinhos
  • 2013 - Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil
  • 2016 - Sketchbook Custom
  • 2017 - Eisner / Moya - Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial


Fonte: Wikipédia