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Elsie Houston

ELSIE HOUSTON-PÉRET
(40 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (22/04/1902)
+ Nova York, Estados Unidos (20/02/1943)

Elsie Houston-Péret foi uma soprano brasileira. Elsie Houston era filha de James Franklin Houston, um dentista estadunidense do Tennessee que se estabeleceu no Rio de Janeiro em 1892, e de Arinda Galdo, uma carioca descendente de portugueses da Ilha da Madeira.

Diva Lírica

Tendo iniciado na adolescência e na Europa seus estudos de canto lírico (foi aluna da soprano Lilli Lehmann, na Alemanha), em 1922, Elsie Houston conheceu o maestro e compositor Luciano Gallet, de quem tomou o gosto por harmonizar canções folclóricas em estilo erudito. Nos anos seguintes, fez amizade com expoentes do Movimento Modernista, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Pagu, Manuel Bandeira e Murilo Mendes.

Em 1927, já era reconhecida internacionalmente como um grande nome do canto lírico, apresentando-se em Paris ao lado de Arthur Rubinstein e Villa-Lobos na Maison Gaveaux, e no ano seguinte em Praga, no I Congresso Internacional das Artes Populares.

Foi também durante sua passagem por Paris em 1927 que Elsie Houston conheceu e casou-se com o poeta surrealista e militante trotskista Benjamin Péret. Entre 1929 e 1931, o casal residiu no Brasil, e Benjamin Péret incentivou a esposa a pesquisar o folclore e as religiões afro-brasileiras, o que fizeram durante viagens pelo Norte e o Nordeste do Brasil em 1929. A colaboração foi prolífica. Em 1930, enquanto Benjamin Péret contribuía com a Revista de Antropofagia e publicava os estudos "O Almirante Negro" e "Candomblé e Macumba"Elsie Houston lançava, em Paris, o livro "Chants Populaires du Brésil", e no ano seguinte, o ensaio La musique, la danse et les cérémonies populaires Du Brésil. Neste período, ela ainda gravou várias canções folclóricas com arranjos próprios.

Em 1931, nasceu o filho dos Péret, a quem o pai deu o estranho nome de Geyser (Satan chegou a ser cogitado, mas convenceram-no a descartar a ideia. No mesmo ano, o casal, hostilizado pelo regime anti-comunista de Getúlio Vargas, é obrigado a deixar o Brasil rumo à França. Geyser foi deixado no Brasil, aos cuidados da avó materna. Na França, o casal Péret pareceu ter se distanciado progressivamente, em boa parte, supõe-se, graças ao gênio rude e intransigente do poeta, difícil de tolerar mesmo entre seus colegas surrealistas. Benjamin Péret partiu em 1936 para lutar na Guerra Civil Espanhola e lá se envolveu com uma mulher mais jovem, a pintora hispano-mexicana Remedios Varo. Em 1937, por este e/ou outros motivos, Elsie Houston decidiu mudar-se para Nova York.

Cantora da Noite

Em má situação financeira, Elsie Houston havia cantado na noite parisiense e lá desenvolveu uma performance que nada mais era do que um ritual de macumba estilizado. Ao mudar-se para Nova York, passou a apresentar-se em boates sofisticadas da cidade, como o Le Ruban Bleu e o Rainbow Room, atraindo atenções pelo exotismo da cerimônia de vudu (como a entendiam os norte-americanos) e por seus notáveis dotes vocais, que já foram comparados aos de um pássaro da selva. Segundo escreveu um repórter da Time Magazine, iluminada por um círculo de velas, ela "batia num tambor" e "cantava invocações a Iemanjá, deusa do Brasil (sic), Ogum, deus da guerra e a Exú, o demônio (sic)".

Apesar de seus problemas anteriores com o governo brasileiro, e sem atingir a dimensão de uma Carmen Miranda, Elsie Houston também parece ter atuado como uma "embaixatriz" dentro do espírito da "Política de Boa Vizinhança" que então imperava entre os Estados Unidos e seus vizinhos sul-americanos. Entre 1939 e 1940, ela apresentou um programa semanal de rádio pela NBC, a "Fiesta Pan Americana", onde divulgava a música brasileira.

Apesar de ter rompido com Benjamin Péret e de nem mesmo citar publicamente seu nome (para a já citada matéria da Time Magazine, ela justificou isso declarando que "ele era anti-nazista e ainda vivia em Paris"), Elsie Houston aparentemente ainda se considerava casada com o poeta. Todavia, isso não a impediu de manter um romance com o conde belga Marcel Courbon.

Caso Encerrado?

Na tarde de 20 de fevereiro de 1943, Elsie Houston foi encontrada morta em seu apartamento na elegante Park Avenue. Segundo informou ao New York Times o detetive William Chaplain, da polícia de Nova York, tratava-se de um "aparente suicídio". O corpo foi encontrado por Marcel Courbon, citado na reportagem como um "amigo", na cama, "totalmente vestido", mas sem sapatos. Ao lado do corpo, um vidro de pílulas para dormir, vazio, e dois "bilhetes de suicida" escritos em francês: um endereçado à irmã, Mary "Maria" Pedrosa, que residia em Washington D.C., e outro ao próprio Marcel Courbon.

Nas notas, Elsie Houston afirma estar "terrivelmente confusa" e acrescentava: "por favor, não deixe ninguém saber disso". É motivo de especulação o que ela não queria que ninguém soubesse. Falou-se que sua carreira estava em declínio, posto que o Rainbow Room havia fechado as portas pouco depois da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e que outras "embaixatrizes exóticas", como Olga Coelho, haviam tomado o seu lugar na preferência do público.

Outra hipótese levantada é que ela, uma pesquisadora séria, odiava a vida em Nova York e as performances que tinha de fazer para sobreviver. Ou então que jamais se recuperou da separação de Benjamin Péret. Ou mesmo que Marcel Courbon a desprezava. E até mesmo que ela foi assassinada num complô stalinista. Provavelmente, jamais se descobrirá o verdadeiro motivo por trás do suposto suicídio de Elsie Houston.

Elsie Houston por Mário de Andrade

Em 1943, Mário de Andrade escreveu um obituário para a cantora, em cuja introdução se lê:

"Era uma cantora esplêndida. Possuía técnica larga, auxiliada por uma inteligência excepcional em gente do canto. Tão excepcional que Elsie Houston conseguia vencer as vaidades, reconhecer suas pequenas deficiências técnicas e os limites naturais da sua voz. E era um gozo dos mais finos a gente perceber a habilidade com que ela escolhia programas ou disfarçava os escolhos ocorrentes no meio duma canção."

Discografia

  • 1930 - Morena Cor De Canela / Saudades da Bahia (Columbia)
  • 1930 - Vou Prá Bahia / Coração Das Muié (Columbia)
  • 1930 - Tristeza (Januário de Oliveira) / Macumbagelê (Columbia)
  • 1930 - O Barão Da Bahia / Cadê Minha Pomba Rola (Columbia)
  • 1930 - Aluga-se Um Coração / Cheguei! (Columbia)
  • 1930 - Puxa O Melão, Sabiá! / Coco Dendê Trapiá-Ai Sabiá Da Mata (Columbia)
  • 1930 - Eh! Jurupanã / Aribu (Columbia)
  • 1932 - Capote Do Mangô É Teu / Vejo A Lua No Céu (RCA Victor)
  • 1996 - Rare Recording Of Songs From Brazil, Russia And The United States (Sanctus)
  • 2004 - Elsie Houston - A Feminilidade do Canto (Atração Fonográfica)

Publicações

  • 1930 - Chants Populaires Du Brésil (Paris: Librairie Orientaliste Paul Geuthner)

Fonte: Wikipédia

Padre Eustáquio

HUMBERTO VAN LIESHOUT
(52 anos)
Padre

* Aarle Rixtel, Holanda (03/11/1890)
+ Belo Horizonte, MG (30/08/1943)

Humberto van Lieshout, que mais tarde seria conhecido como o venerável Padre Eustáquio, nasceu no dia 3 de novembro de 1890, em Aarle Rixtel, na Holanda. Passou o final de sua vida no bairro Celeste Império, vizinho ao Jardim Montanhês, celebrando Missas na Capela Cristo Rei, única igreja existente nas proximidades dos bairros Celeste Império, Villa Minas Gerais e Progresso (atual bairro Padre Eustáquio).

Andava por toda a região, atendendo pessoas e resumindo sua missão em duas palavras: "Saúde e Paz", numa atitude de fé e amor ao próximo.

Em 10 de dezembro de 1913, Padre Eustáquio iniciou o noviciado canônico, em Tremelo, na Bélgica. Fez votos temporários de pobreza, castidade e obediência como religioso da Congregação dos Sagrados Corações, no dia 27 de janeiro de 1915, tendo feito os votos perpétuos três anos mais tarde.

A 10 de agosto de 1919, após cursar filosofia e teologia em seminários da Congregação, foi ordenado sacerdote por Dom Henrique Hopmans, bispo da diocese holandesa de Breda. Desse ano até agosto de 1924, trabalhou como auxiliar do mestre de noviços, vigário paroquial em Roelofarendsveen, tendo exercido, em 1920, o ministério sacerdotal em Maassluis, nas proximidades de Roterdam, cuidando de grande comunidade de famílias belgas que, em 1914, tiveram que deixar sua pátria, por causa da invasão alemã.

Em agosto de 1924, por ordem dos superiores, chegou à comunidade da Congregação em Miranda de Ebro, na Espanha, a fim de aprender a língua espanhola, pois fora nomeado missionário na América do Sul, juntamente com os padres Gil van den Boorgart e Matias van Rooy. Em 22 de abril do ano seguinte, os três deixaram o porto de Amsterdam com destino ao Rio de Janeiro.

No dia 15 de julho de 1925, Padre Eustáquio e seus irmãos de Congregação chegaram em Romaria, no Triângulo Mineiro, onde assumiram a pastoral do santuário episcopal e da Paróquia de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja, Paróquia de São Miguel de Nova Ponte e Paróquia de Santana de Indianópolis, todas na Arquidiocese de Uberaba. A Padre Eustáquio, coube a função de vigário paroquial com prioridade de serviços de atendimento às comunidades da sede paroquial de Nova Ponte e de todas as suas capelas.

Em 26 de março de 1926, tornou-se reitor do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, pároco das três paróquias citadas e da Paróquia de Iraí de Minas e assumiu, também, as responsabilidades de conselheiro da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil.

Ao ministrar suas orientações pessoais ações curativas de enfermidades físicas Padre Eustáquio falava da disposição de Deus em curar as pessoas integralmente e, sempre que possível, indicava medicamentos naturais de aquisição fácil e uso seguro. Para tanto, seguia, com critério, as orientações medicamentais do "Manual de Medicina no Campo", um compêndio de medicina natural e de primeiros socorros que ele sempre carregava consigo, no bolso da batina ou com seus objetos religiosos, numa pequena valise de couro.

Era comum vê-lo consultar o manual, após ter dado alguma bênção ou antes de fazer a indicação de algum medicamento. Com freqüência, costumava-se vê-lo coletando folhas e raízes cujas serventias medicamentosas costumava testar em casa. Muitas pessoas que necessitavam de ajuda, na falta de farmacêutico ou médico, procuravam Padre Eustáquio.

De Romaria, foi transferido para Poá em São Paulo, onde continuou seu trabalho, incentivando lideranças religiosas existentes. Também fazia bênçãos, entre elas a da água no reservatório e nas pias de água benta, à entrada da igreja. Com o passar do tempo, os fiéis começaram a levar para a igreja garrafas de água para ser abençoadas. Com a notícia de fatos referentes a bênçãos do Padre Eustáquio seguidas de curas, o aglomerado de pessoas começou a aumentar em Poá. Por causa do transtorno, foi enviado para Araguari e ficou um tempo em reclusão, mantendo comunicação por carta com outras pessoas, principalmente seu amigo Padre Gil.

A 12 de fevereiro de 1942, Padre Eustáquio regeu a Paróquia de Ibiá, até ser transferido para Belo Horizonte em 7 de abril do mesmo ano. Chegou na capital mineira sem alarde, já que era nacionalmente venerado como santo e taumaturgo. Porém, a despeito da discrição, logo nos primeiros dias muitas pessoas o procuraram pedindo bênçãos e curas, na Capela Cristo Rei, no bairro Celeste Império.

Como a Capela Cristo Rei, matriz provisória, era muito distante do convento dos frades franciscanos, onde os padres dos Sagrados Corações se hospedavam, por praticidade, Padre Eustáquio alugou uma casa a apenas um quilômetro da capela.

Em 9 de setembro de 1942, o então prefeito da capital, Juscelino Kubitschek, que se considerava beneficiado por milagre conseguido por intercessão do Padre Eustáquio, doou à paróquia um terreno onde foi construída a Igreja dos Sagrados Corações, cuja pedra fundamental foi abençoada por Dom Cabral. Nesse dia, após a cerimônia, Padre Eustáquio disse a alguns membros da Comissão Pró-Construção da Matriz: "Não verei o fim da guerra. Comecei a igreja, mas não a terminarei".

Em 1943, de 18 a 21 de agosto, durante o retiro que pregava às alunas do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, Padre Eustáquio demonstrou aparência abatida e cansaço. No dia seguinte, repousou em seu quarto, febril e trêmulo.

Na manhã do dia 23, ainda febril e mais abatido, dirigiu-se à igreja, como fazia todos os dias, para rezar a missa. Ao final, dirigiu-se à sacristia, onde se sentou em um banco e desfaleceu.

Os médicos Américo Souza Gomes, Olinto Orsini de Castro, Alfredo Balena e Otávio Coelho Magalhães o examinaram, mas não houve dúvida no diagnóstico: Tifo Exantemático, devido a uma picada de carrapato.

Padre Eustáquio permaneceu ali, rezando, embora dissesse que não sobreviveria. Recebeu o sacramento dos enfermos, mas chamava ansiosamente pelo amigo Padre Gil. Enquanto o aguardava, fez a renovação dos votos religiosos, pressentindo que a morte estava perto.

As freiras, os médicos e os enfermeiros emocionaram-se vendo seu olhar irradiar-se quando ele repetia cada palavra da seguinte fórmula que Padre Hermenegildo lhe ditava, com lentidão e clareza:

"Eu, Eustáquio, conforme as Constituições, Estatutos e Regras, renovo os meus votos de pobreza, castidade e obediência como irmão da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, em cujo serviço quero viver e morrer. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"

Depois, a sós com seus dois confrades, disse em tom de alívio e de espera:

"Graças a Deus, estou pronto! Mas como demora o Padre Gil!"

No dia 30 de agosto, Padre Gil conseguiu chegar para ver o amigo. Vendo-o à porta, Padre Eustáquio, em esforço heróico, tentou erguer-se do leito. Com voz serena, disse-lhe: "Padre Gil, Graças a Deus!" e desfaleceu-se, derradeiramente. No dia seguinte, Belo Horizonte amanheceu de luto. A imprensa divulgava, incessantemente, notícias sobre seu falecimento.

Padre Eustáquio faleceu no Sanatório Minas Gerais, atual Hospital Alberto Cavalcanti, Belo Horizonte.

Após sua morte, foi atribuída a ele a cura de um Câncer de um devoto, constatada clinicamente e comprovada cientificamente. Esse relato consta no processo para sua beatificação, iniciado em 1997. Outros casos de curas e milagres também são relatados por várias pessoas.

Padre Eustáquio costumava dizer que sua vocação era "amar e fazer amar a Deus".

Foi beatificado em 15 de junho de 2006 pelo Papa Bento XVI.

Dom José Gaspar

JOSÉ GASPAR D'AFONSECA E SILVA
(42 anos)
Bispo e Arcebispo

* Araxá, MG (06/01/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1943)

Foi um sacerdote católico brasileiro, décimo quarto bispo e segundo arcebispo de São Paulo.

Estudos

Realizou seus primeiros estudos na terra natal, tendo sido preparado para a primeira comunhão por sua própria mãe. Aos onze anos, entrou para o internato no Colégio de São Luís em Itu. Entrou para o seminário em 1916, tomando então a batina. Fez os cursos universitários, Filosofia e Teologia, no Seminário Provincial em São Paulo e no Colégio Pio-Latino Americano, em Roma. Graduou-se na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e fez doutorado em Direito Canônico.

Presbiterado

Foi ordenado, aos 22 anos, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, em São Paulo, a 12 de agosto de 1923. Foi ordenado padre secular para a diocese de Uberaba, transferindo-se para o clero de São Paulo em 1929.

De 1927 a 1933 foi coadjutor na Paróquia da Consolação, professor e vice-reitor do Seminário Provincial de São Paulo. De 1934 a 1937 foi reitor do Seminário Central da Imaculada Conceição, no Ipiranga. Foi também membro do Conselho Administrativo da Arquidiocese, de 1932 a 1934, e examinador pró-sindical na Arquidiocese em 1932.

Episcopado

Foi nomeado bispo titular de Barca e auxiliar de São Paulo a 23 de fevereiro de 1935, aos 34 anos. Foi sagrado bispo, na igreja de Santa Cecília, em São Paulo, no dia 28 de abril de 1935, sendo sagrante principal o seu arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva, e consagrantes: Dom Antônio Colturato (Ordem dos Frades Menores Capuchinhos), bispo de Uberaba, e Dom Gastão Liberal Pinto, bispo coadjutor de São Carlos.

A 29 de julho de 1939, aos 38 anos, o Papa Pio XII, o nomeou para arcebispo de São Paulo, sucedendo o arcebispo falecido. Tomou posse a 17 de setembro de 1939 e recebeu o pálio a 6 de janeiro de 1941. Dom José Gaspar foi arcebispo de São Paulo até 27 de agosto de 1943, quando veio a falecer, aos quarenta e dois anos, no Rio de Janeiro, num desastre de avião, no qual também faleceu o jornalista Casper Líbero.

Foi homenageado na zona central de São Paulo com a Praça Dom José Gaspar.

Atividade e Contribuições

Em 1939, Dom José Gaspar reorganizou a comissão das obras da catedral, lançou a ideia de congressos regionais precedidos de semanas eucarísticas. Reorganizou os serviços eclesiásticos de caráter jurídico e administrativo. Fundou três escolas apostólicas e um curso propedêutico para o Seminário Central da Imaculada Conceição, em 1940. Participou de vários congressos e reuniões eclesiásticas. Inaugurou cursos e a União Social Arquidiocese. Atendendo às necessidades das almas, criou novas paróquias e as dividiu em decanatos, procurando dar uniformidade nas linhas de ação dos padres. Para melhorar a formação do clero, criou o curso propedêutico no seminário. Implantou na arquidiocese as diretrizes romanas para a modernização da Igreja no Brasil.

Praça Dom José Gaspar

A 20 de março de 1941 recebeu o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Filosofia de São Bento. Ingressou na Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Permanece obscuro o episódio ocorrido em 26 de novembro de 1942 em que Dom José Gaspar encabeçou uma carta circular, subscrita por outros bispos, proibindo os livros do então padre Huberto Rohden, da Cruzada da Boa Imprensa, que era um empreendimento da Ação Católica liderada na época por Alceu Amoroso Lima e com o apoio oficial e pessoal do Cardeal-Primaz do Brasil, Dom Sebastião Leme.

Em 1942 empreendeu o IV Congresso Eucarístico Nacional, incentivando a participação dos leigos. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vice-presidente desse instituto a partir de 25 de janeiro de 1942, membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1943.

Fonte: Wikipédia

Casper Líbero

CÁSPER LÍBERO
(54 anos)
Jornalista

☼ Bragança Paulista, SP (02/03/1889)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1943)

Cásper Líbero foi um jornalista nascido em Bragança Paulista, SP, no dia 02/03/1889. Filho de Honório Líbero, médico e político republicano, e de Zerbina de Toledo Líbero, senhora muito respeitada em Bragança Paulista, Cásper Líbero, mudou-se para a cidade de São Paulo.

Aos 19 anos, formou-se bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Como advogado trabalhou apenas por dois anos. Foi procurador da Fazenda do Mato Grosso.

Um pouco antes, trabalhou como responsável pela sucursal do jornal O Estado de S. Paulo no Rio de Janeiro, até então capital brasileira. Com 21 anos, na cidade de São Paulo, criou a Agência Americana, agência pioneira em notícias 100% nacionais.

Aos 23 anos, fundou juntamente com outros parceiros, o jornal Última Hora, o qual teve grande circulação na cidade do Rio de Janeiro.


Então, aos 29 anos, no dia 14/07/1918, Antônio Augusto de Covello, o terceiro dono do jornal A Gazeta, resolve vendê-lo a Cásper Líbero. Este tornou-se diretor e proprietário, modernizando-o e transformando-o em um dos maiores órgãos de imprensa da época. Para esse fim, importou rotativas da Alemanha, substituiu o telégrafo pelo teletipo e implantou novas técnicas de gravura, composição e impressão gráfica - a primeira em cores, no Brasil. Paralelamente, implantou, uma nova dinâmica no transporte e distribuição do jornal, possibilitando que os exemplares chegassem às mãos dos leitores em tempo recorde.

E conseguiu organizá-lo de maneira a obter lucros, mas promovendo um jornalismo correto e ético. Porém, o sucesso do jornal A Gazeta ainda não era o bastante. Ele pretendia criar um complexo de comunicação.

Por ser apaixonado por esportes, ele então idealizou A Gazeta Esportiva, que começou pequeno, como apenas uma coluna, depois virando o jornal mais importante de esportes da América Latina.

Cásper Líbero, foi um dos líderes da revolução de 32, e este ato foi tão importante, que o mesmo está enterrado no obelisco do Ibirapuera, junto dos 4 mortos no dia 23 de maio (MMDC).

MMDC é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23/05/1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista de 1932.


Após a revolução, Cásper Líbero se exilou nos Estados Unidos e logo depois na França.

Em 1934, criou a versão sonora de A Gazeta, na Rádio Cruzeiro do Sul onde passava no programa "Grande Jornal Falado d’A Gazeta".

Em 1939, inaugurou o Palácio da Imprensa, como viria a ser chamada a sede própria do jornal A Gazeta na antiga Rua da Conceição, atual Avenida Cásper Líbero. Foi o primeiro edifício erguido no país com as características apropriadas para redação, gravura, composição, impressão e distribuição de um jornal.

Cásper Líbero como apaixonado por esportes e grande incentivador de várias modalidades, criou a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre que acontece todo ano no dia 31 de dezembro. Também criou a Prova Ciclística de 9 de Julho, a qual homenageia a Revolução Constitucionalista de 1932. Além de outros eventos como a Travessia de São Paulo a Nado, que acontece no Rio Tietê e os Jogos Universitários Brasileiros.

A década de 40 é muito marcante na história de Cásper Líbero, pois em 1943, ele investiu no rádio, assim adquirindo a Rádio Educadora Paulista, atual Gazeta AM, que era a rádio pioneira em São Paulo. Ela foi sucesso de público e de crítica por ter uma programação musical muito refinada, considerada uma escola para músicos.

Cásper Líbero presidiu, entre 1940 e 1941, a Federação Nacional da Imprensa (FENAI - FAIBRA).

Morte

Em 27/08/1943, Cásper Líbero viajava no avião "Cidade de São Paulo", da VASP, que se chocou contra a Torre da Escola Naval, próximo à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O acidente foi fatal, matando não só o jornalista, como os outros passageiros. O Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar também estava no vôo.

Antes de sua morte, Cásper Líbero escreveu um testamento para o assegurar que seus bens deveriam ser destinados à criação de uma fundação com os fins de, se utilizando de uma educação de qualidade e de meios de comunicação, poder construir uma sociedade mais justa e desenvolvida. E de acordo com sua vontade, presente no próprio testamento, um complexo de comunicações que é administrado atualmente pela Fundação Cásper Líbero. Este complexo que reúne atualmente a TV Gazeta, Rádio Gazeta AM e FM, os jornais A Gazeta e A Gazeta Esportiva, a Faculdade Cásper Líbero e o Grupo Cidadania Empresarial.

A Fundação Cásper Líbero administra seus bens, e atendendo à sua vontade, criou a primeira escola de Jornalismo do país, a Faculdade Cásper Líbero. A TV Gazeta, que já fazia parte dos seus planos, também foi um dos legados que foram deixados.

Cásper Líbero encontra-se sepultado no Obelisco de São Paulo, onde repousam os restos mortais dos heróis da Revolução de 1932.

Fonte: Wikipédia