Zizinho

THOMAZ SOARES DA SILVA
(80 anos)
Jogador de Futebol

* São Gonçalo, RJ (14/09/1921)
+ Niterói, RJ (08/02/2002)

Thomaz Soares da Silva nascido em 14/09/1921, foi um dos mais refinados jogadores de futebol de todos os tempos, terceiro a alcançar o estrelato brasileiro e quarto na galeria dos maiores de todos os tempos. Virou o ídolo de Pelé quando jogou pelo São Paulo e foi o segundo brasileiro a ser reconhecido mundialmente. Seu azar foi, além de jogar em uma época em que a televisão de certa forma não existia, haver perdido a copa de 1950 realizada no Brasil.

Zizinho foi um craque que não conseguiu incluir no currículo o título da Copa do Mundo, mas que foi eleito o craque de um Mundial, e que conseguiu algo especial: ser o grande ídolo do Rei Pelé.

Zizinho nasceu em São Gonçalo, Rio de janeiro, em 14/09/1921 e rapidamente teve reconhecido o seu talento nos gramados. Em 1939, com 18 anos, fez um treino no Flamengo e encarou o desafio de entrar no lugar de Leônidas da Silva, craque da Copa disputada na França um ano antes. E o jovem não se intimidou: marcou três gols e foi imediatamente aprovado pelo treinador Flávio Costa. E foi um dos destaques do rubro-negro na conquista do tricampeonato carioca em 1942, 1943 e 1944.

No clube, disputou 318 jogos e marcou 145 gols. Mas deixou a Gávea de forma traumática. Já um dos principais jogadores do país e titular absoluto da Seleção Brasileira, foi negociado com o Bangu pouco antes da Copa de 1950. O presidente do Flamengo na época, Dario de Mello Pinto, teria dito que nenhum jogador rubro-negro era inegociável. Diante disso, o patrono do clube de Moça Bonita, Guilherme da Silveira, teria perguntado qual seria o valor para contratar Zizinho. E bancou a pedida, criando uma saia-justa para Dario de Mello Pinto, que não conseguiu voltar sua palavra.

E rapidamente, o Flamengo percebeu o erro que havia cometido. Em 20/08/1950, em jogo da segunda rodada do Carioca, Zizinho comandou o Bangu na goleada por 6 a 0 sobre o Flamengo. Com um gol do Mestre Ziza, assim apelidado pelo fino trato com a bola no pé.

Zizinho ficou no Bangu até 1957, quando já veterano, aos 36 anos, foi contratado pelo São Paulo. E o meia mostrou mais uma vez a sua categoria, sendo peça-chave para que o tricolor conquistasse o título paulista daquele ano.

Castilho e Zizinho
Em 1958, se transferiu para o Audax Italiano, pelo qual encerrou a carreira em 1962.

Pela Seleção Brasileira, Zizinho estreou em 18/01/1942, contra a Argentina, no Campeonato Sul-Americano disputado no Uruguai. Em 53 jogos, marcou 30 gols.

Foi campeão sul-americano em 1949, mas não conseguiu obter o tão sonhado título mundial. Com um problema no joelho esquerdo, só estreou no terceiro jogo do Brasil na Copa de 1950, contra a Iugoslávia. E foi decisivo para que a Seleção vencesse a partida por 2 x 0, um gol dele, e avançasse para a fase final.

Após brilhar com o time nas goleadas sobre a Suécia (7 x 1) e Espanha (6 x 1), teve que amargar a decepção da derrota para o Uruguai na decisão, em um Maracanã superlotado. Decepção que seria eterna.

Após o jogo, desorientado, como admitiu tempos depois, caminhou a pé do Maracanã até a Praça XV, para pegar a barca para Niterói, onde morava. Um trajeto de oito quilômetros.

Uma tristeza eterna. Que resistia mesmo 50 anos depois do fatídico 16 de julho. Em 2000, durante entrevista para a Rede Globo, pediu para interromper a conversa ao se emocionar lembrando a partida. A amargura era tanta que evitava falar com jornalistas em épocas de Mundial. Sabendo que o assunto Copa de 1950, fatalmente, seria mencionado.

Zizinho faleceu em 08/02/2002 vítima de problemas cardíacos.

Fonte: Globo Esporte (Blog memória E.C.)
Indicação: Miguel Sampaio