Medeiros Neto

ANTÔNIO GARCIA DE MEDEIROS NETO
(60 anos)
Político e  Fazendeiro

☼ Alcobaça, BA (14/08/1887)
┼ Itaberaba, BA (13/02/1948)

Antônio Garcia de Medeiros Netto foi um político brasileiro nascido em Alcobaça, BA, no dia 14/08/1887. Foi discípulo e amigo de Ruy Barbosa.

Medeiros Neto era formado em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia em 1908, foi o primeiro advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia.

Em 25/03/1919, enquanto discursava em praça pública em defesa de Ruy Barbosa, que era então candidato à Presidência da República, foi vítima de um atentado a bala, que o feriu no pulmão direito. A família guarda ainda hoje a bala.

Foi eleito deputado estadual por três vezes e deputado federal por quatro vezes, mas não tomou posse, devido a embargos políticos. Elegeu-se deputado federal para a Assembleia Constituinte de 1933 pelo Partido Social Democrático (PSD), partido do qual fora um dos fundadores em 1932. Na Assembleia Constituinte, foi líder da maioria.

Após a promulgação da Constituição de 1934, foi eleito senador e foi escolhido como presidente do Senado Federal de 29/04/1935 até 10/11/1937, quando teve seu mandato cassado pelo golpe do Estado Novo.

Após a cassação, passou a se dedicar à vida de fazendeiro e pecuarista e voltou a advogar em causas especiais. Nesse período foi também membro fundador do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e presidente da regional do partido na Bahia.

Medeiros Neto teve papel crucial na criação do Instituto de Resseguros do Brasil, empresa mista que manteve durante quase 70 anos o monopólio na área de resseguros no país.

Em 1945, depois da redemocratização do país, apoiou Eurico Gaspar Dutra na candidatura deste à Presidência da República.

Concorreu ao governo da Bahia no pleito de 1946 e foi preterido em favor de Octavio Mangabeira (UDN-PSD), embora tenha obtido 60% dos votos dos eleitores da capital baiana.

Antônio Garcia de Medeiros Neto faleceu em sua fazenda Morro de Pedra, em Itaberaba, BA, no dia 13/02/1948, aos 60 anos de idade. Deixou cinco filhos de seu casamento com Carola Helena Rodenburg de Medeiros Netto.

Dez anos depois, em 1958, o distrito de Água Fria, no município de Alcobaça, emancipou-se e recebeu o nome de Medeiros Neto, em homenagem ao senador alcobacense.

Fonte: Wikipédia

Eliezer Gomes

ELIEZER GOMES
(58 anos)
Ator

☼ Conceição de Macabu, RJ (02/04/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1979)

Eliezer Gomes foi um dos grandes atores negros do cinema brasileiro, nascido em Conceição de Macabu, RJ, no dia 02/04/1920.

Eliezer Gomes teve uma infância pobre, órfão aos 16 anos de idade, trabalhou como comerciário e estivador. Depois foi funcionário público estadual. Ele era protestante e cantor da Igreja Presbiteriana de Madureira. Até então jamais havia aparecido no cinema, foi escolhido num concurso nacional. 

Uma de suas mais célebres atuações foi no papel de Tião Medonho, no filme "O Assalto ao Trem Pagador" (1962), um dos filmes de maior bilheteria da história do cinema nacional. Na estréia, foi assistido por mais de um milhão de pessoas, apenas na cidade do Rio de Janeiro.

Um ano depois, em 1963, participou das filmagens do célebre "Ganga Zumba - Rei dos Palmares" (1964), filme dirigido por Cacá Diegues e com a participação de Cartola e de Dona Zica da Mangueira.

Foi de Conceição de Macabu a Cannes quase por um acaso: Um desconhecido lhe aconselhou a se candidatar ao papel do memorável Tião Medonho. Sua interpretação de Tião Medonho em "O Assalto ao Trem Pagador" rendeu os prêmios de Melhor Ator no Festival de Cinema da Bahia e no V Festival de Cinema de Curitiba, e de Melhor Revelação no Troféu Cinelândia.

Em 1975, Eliezer Gomes levou o Kikito de melhor ator por "O Anjo da Noite".

Eliezer Gomes faleceu aos 58 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Assalto ao Trem Pagador
Carreira

Cinema
  • 1962 - O Assalto ao Trem Pagador
  • 1964 - Ganga Zumba
  • 1964 - O Beijo
  • 1965 - Choque de Sentimentos
  • 1965 - Crônica da Cidade Amada
  • 1965 - Os Vencidos
  • 1966 - Gern Hab’ Ich Die Frauen Gekillt (Não creditado)
  • 1966 - Samba
  • 1967 - Operação Paraíso
  • 1967 - Palmeiras Negras
  • 1967 - Perpétuo Contra o Esquadrão da Morte
  • 1967 - Tarzan e O Grande Rio (Não creditado)
  • 1968 - Chegou a Hora, Camarada!
  • 1968 - Na Mira do Assassinato
  • 1969 - Carnaval de Assassinos
  • 1969 - Sete Homens Vivos ou Mortos
  • 1970 - Faustão
  • 1971 - O Homem das Estrelas
  • 1973 - Joanna Francesa ... Gismundo
  • 1974 - O Anjo da Noite

Prêmios
  • 1962 - Melhor Ator do Festival de Cinema da Bahia - "O Assalto ao Trem Pagador"
  • 1962 - Revelação no V Festival de Cinema de Curitiba - "O Assalto ao Trem Pagador"
  • 1962 - Revelação no Troféu Cinelândia - "O Assalto ao Trem Pagador"
  • 1975 - Kikito de Melhor Ator - "O Anjo da Noite"

Fonte: Wikipédia

Zé da Luz

SEVERINO DE ANDRADE SILVA
(60 anos)
Alfaiate e Poeta

☼ Itabaiana, PB (29/03/1904)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1965)

Severino de Andrade Silva, mais conhecido como Zé da Luz, nascido em Itabaiana, PB, no dia 29/03/1904.

Severino de Andrade Silva foi "alfaiate de profissão" e um dos maiores poetas populares do Brasil. Marcou o imaginário nordestino com a genialidade de seus poemas e foi comparado ao também "poeta matuto" Patativa do Assaré.

Suas poesias são declamadas nas feiras, nas porteiras, na beirada das estradas, nas ruas e manguezais, se encontra na boca do povo, de quem tomou emprestada a voz, para dividi-la em forma de rima e verso. Perdeu-se do seu autor pois em livro não se encontra.

Seus poemas têm a cor do nordeste, o cheiro do nordeste, o sabor do nordeste. Às vezes trágico, às vezes humorado, às vezes safado. Quase sempre telúrico como a luz do sol do agreste.

Zé da Luz é tido como um dos realizadores da poesia matuta. Ele consagrou-se no folheto e na cantoria e também mostrou sua força diante da poesia tida como erudita. Por vezes, ele foi reverenciado como um poeta que trouxe na sua poesia, as vozes caladas do sertão, de Itabaiana e da Paraíba.

Com esta perspectiva de enaltecer a sua terra natal, expôs sentimentos de saudades, de homem forte, daquele que tem a coragem de mostrar publicamente, em versos e críticas sociais.

O paraibano Zé da Luz foi caracterizado como um autor que apresenta aspectos do romantismo, do lirismo, buscando, para além da crítica, uma estética para a sua construção literária.

Zé da Luz publicava suas obras em forma de literatura de cordel. Algumas poesias de sua autoria são: "Brasi Caboco", "A Cacimba", "As Flô de Puxinanã", "Ai! Se Sêsse!", "A Terra Caiu No Chão", "Confissão de Cabôco", entre outros.

Confira um trecho de "Brasil Caboco":

O que é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasi da capitá.
É um Brasi brasilêro
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!

A seguir as poesias "As Flô de Puxianã" "Ai! Se Sêsse!":

Bastos de Andrade e seu irmão Zé da Luz - Rio de Janeiro, 1959.
As Flô de Puxinanã
(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!


Ai! Se Sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!