Moacir Santos

MOACIR JOSÉ DOS SANTOS
(80 anos)
Professor, Arranjador, Compositor, Maestro e Instrumentista

* Vila Bela, PE (26/07/1926)
+ Los Angeles, EUA (06/08/2006)

Moacir Santos é considerado pelos críticos e pesquisadores musicais como um dos principais arranjadores e compositores brasileiros, aquele que renovou a linguagem da harmonia no país.

Nasceu em uma família simples no sertão de Pernambuco e antes de completar dois anos de idade foi morar com a mãe Julita e os 3 irmãos em Flores do Pajeú. Um ano depois, ficou órfão e foi adotado pela madrinha Corina, passando a viver, mais tarde, com a tutora Ana Lúcio.

Desde cedo, sua brincadeira preferida era a de imitar, com outros meninos, a banda de música de sua cidade. Improvisava a brincadeira utilizando-se de latinhas e pífanos. Presente em todos os ensaios da banda, foi eleito vigia, com a função de evitar que as crianças mexessem nos instrumentos e com o direito de experimentá-los. Sua inclinação para a música era tão forte que os músicos da cidade lhe presenteavam com instrumentos, como violão e flautim, que o menino tocava intuitivamente. Recebeu conhecimentos musicais de vários mestres de banda, como o mestre Paixão, enviado pela Brigada do Estado de Pernambuco.

Aos 14 anos de idade já era um dos integrantes da banda local, tocando saxofone, clarinete, pistom, banjo, violão e bateria. Nessa ocasião, decidiu fugir de casa em direção a uma cidade maior, com o propósito de expandir seu talento musical. Pegou carona com jovens caminhoneiros e rumou com eles para Alagoa de Baixo. Em seguida, começou sua vida de andarilho por várias cidades nordestinas, sempre procurando trabalho nas bandas de música e sendo bem acolhido pelos músicos locais.

Moacir Santos
Sua primeira oportunidade de apresentação no rádio ocorreu em 1943, no programa Vitrine, da Rádio Clube de Pernambuco.


No ano seguinte, ingressou na Banda da Polícia Militar da Paraíba, como sax-tenorista, tendo-se desligado como sargento músico de primeira classe.

Em 1945, Severino Araújo, líder da Orquestra Tabajara, que trabalhava na Rádio PRI-4, recebeu um convite para atuar no Rio de Janeiro. Com isso, houve a necessidade de se estruturar uma nova orquestra na qual o instrumentista foi convidado a participar. Ingressou, assim, na função de sax-tenorista e clarinetista da Jazz Band da Rádio PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba. Continuou compondo suas músicas e dois anos depois, já casado com Cleonice, foi nomeado regente da Orquestra.

Em 1948, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, por intermédio do músico Lourival de Souza, da Orquestra Tabajara, que o apresentou como o "fera do saxofone", começou a tocar no Clube Brasil Danças. Em seguida, ingressou na Rádio Nacional Rio de Janeiro, como sax-tenorista solista da Orquestra do Maestro Chiquinho, participando de todos os programas de envolvimento orquestral da emissora.

Estudou Teoria, Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição com Paulo Silva, José Siqueira, Virgínia Fiusa, Cláudio Santoro, João Batista Siqueira, Nilton Pádua, Guerra Peixe e Hans Joachim Koellreutter, de quem se tornou assistente.

Durante dois anos, morou em São Paulo, onde regeu a orquestra da TV Record, voltando logo em seguida para o Rio de Janeiro.

Em 1967 mudou-se para Los Angeles pois fora convidado para a estréia mundial do filme Amor no Pacífico, do qual havia sido compositor. Estabeleceu moradia fixa na região de Pasadena, na California, onde viveu compondo trilhas para o cinema e dando aulas de música.

Realizações da Carreira


Conhecido pelo seu virtuosismo, dominava o saxofone, o piano, a clarineta, a trompeta, o banjo, o violão e a bateria. Note-se que ele iniciou-se como tocador de clarinete aos 11 anos.

É tido como um dos maiores mestres da renovação harmônica da Música Popular Brasileira.

Foi parceiro de Vinicius de Moraes, e por esse foi homenageado na canção Samba da Bênção, com Baden Powell:

"Moacir Santos / tu que não és um só, és tantos / como este meu Brasil de todos os santos."

Foi assistente do compositor alemão Hans Joachim Koellreutter e professor de músicos como Baden Powell, Paulo Moura, João Donato, Nara Leão, Roberto Menescal, Sérgio Mendes e outros importantes nomes da música brasileira.

Em julho de 2006, ganhou o Prêmio Shell de Música.

Morte

Moacir faleceu em 18 de Julho de 2006, vitima de um Derrame Cerebral que havia sofrido há dois dias, uma semana depois de completar 80 anos.



Obras

O seu primeiro disco intitula-se Coisas, lançado em 1965 pela gravadora Forma. Já morando nos Estados Unidos lançou os discos The Maestro (1972), Saudade (1974) e Carnival Of The Spirits (1975) pelo selo Blue Note Records, e Opus 3 Nº 1 (1978) pelo selo Discovery.

Suas mais conhecidas composições são Coisa n. 5, Menino Travesso, Triste de Quem, Se Você Disser que Sim (com Vinicius de Moraes) e Nanã (com Mário Teles).

Em 2001 sua obra foi novamente lançada no Brasil através do álbum Ouro Negro com arranjos e produção de Mário Adnet e Zé Nogueira, e com participações especiais de grandes artistas como Milton Nascimento, Djavan, Ed Motta, Gilberto Gil, João Bosco, João Donato entre outros.

Em 2005 foi lançado um DVD com um show da Banda Ouro Negro gravado ao vivo no SESC Pinheiros em São Paulo, e um disco, pela Biscoito Fino, com várias composições do inicio da carreira do maestro, nunca antes gravadas chamado Choros & Alegria.


Visconde de Arari

ANTÔNIO LACERDA DE CHERMONT
(72 anos)
Militar e Fazendeiro

* Chaves, PA (16/10/1806)
+ Pará, PA (05/08/1879)

Foi um militar e fazendeiro proprietário de terras em Marajó, que alcançou a patente de comandante-superior da Guarda Nacional e a presidência da Província do Pará.

Antônio Lacerda de Chermont foi o primeiro Barão e Visconde com Grandeza de Arari.

Participativo nas políticas regionais, ajudou em obras de infra-estruturas como das estradas do Arsenal e das Mongubeiras, em 1851, além de ter financiado gastos públicos como a viagem de J. J. Brunet, diretor do Gabinete de História Natural do Ginásio da Província de Pernambuco, o qual se dirigira ao Pará para analisar as possibilidades hídricas do Rio Amazonas.

Filho do coronel Teodósio Constantino de Chermont Filho e de Inês Maria Aires, e irmão de Inês Antônia Miguela Chermont, casada com o comendador Antônio José de Miranda. Teve os seguintes filhos:


Títulos Nobiliárquicos e Honrarias


Barão de Arari

Título conferido por decreto imperial em 18 de maio de 1853. Faz referência ao Rio Arari, região onde o nobre possuía terras. Em tupi significa rio dos papagaios.

Visconde de Arari Com Honras de Grandeza

Título conferido por decreto imperial em 10 de setembro de 1867.


Fonte: Wikipédia

Câmara Cascudo

LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
(87 anos)
Escritor, Historiador, Antropólogo, Advogado, Jornalista e Professor

* Natal, RN (30/12/1898)
+ Natal, RN (30/07/1986)

Luís da Câmara Cascudo foi um historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Câmara Cascudo passou toda a sua vida em Natal, RN e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo Instituto de Antropologia leva seu nome.

Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive o "Dicionário do Folclore Brasileiro" (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: "Alma Patrícia" (1921), obra de estreia, e "Contos Tradicionais do Brasil" (1946). Estudioso do período das invasões holandesas no Brasil, publicou "Geografia do Brasil Holandês" (1956). Suas memórias, "O Tempo e Eu" (1971) foram editadas postumamente.

Câmara Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o Lobisomem.

Começou o trabalhou como jornalista aos 19 anos em A Imprensa, de propriedade de seu pai, e depois passou pelo A República e o Diário de Natal. Nos anos 60 já havia publicado quase 2000 textos.


Posições Políticas

Câmara Cascudo foi monarquista nas primeiras décadas do século XX e durante a década de 30 combateu a crescente influência marxista no Brasil. Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamada Intentona Comunista de 1935, quando Natal foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias marxistas da América Latina, Câmara Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da Ação Integralista Brasileira, o movimento nacionalista encabeçado por Plínio Salgado.

Desencantou-se rapidamente com o Integralismo, tal como outro famoso ex-integralista, Dom Hélder Câmara, e já durante a Segunda Guerra Mundial favoreceu os Aliados, demonstrando sua antipatia aos fascistas italianos e aos nazistas alemães.

Fiel ao seu pensamento anticomunista, não se opôs ao Golpe Militar de 1964, mas protegeu e ajudou a diversos potiguares perseguidos pelos militares. Muito contribuiu para a cultura na gestão do prefeito de Natal, Djalma Maranhão.


Cultura

A TV Brasil fez um programa chamado "O Teco Teco", em que o personagem se chama Cascudo, em homenagem a Câmara Cascudo, que é amigo de Betinho, personagem em homenagem a Alberto Santos Dumont.

Luis da Câmara Cascudo aparece no anverso da nota de 50.000 Cruzeiros


Obra

O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8.533 páginas, o que o coloca entre os intelectuais brasileiros mais profícuos, ao lado de nomes como Pontes de Miranda e Mário Ferreira dos Santos.

É também notável que tenha obtido reconhecimento nacional e internacional publicando e vivendo distante do eixo Rio-São Paulo.


  • 1921 - Alma Patrícia
  • 1923 - Histórias Que o Tempo Leva
  • 1924 - Joio - Crítica e Literatura
  • 1927 - Lopez do Paraguay
  • 1933 - Conde d’Eu
  • 1933 - O Homem Americano e Seus Temas
  • 1933 - Dois Ensaios de História
  • 1934 - Viajando o Sertão
  • 1936 - Em Memória de Stradelli
  • 1938 - O Doutor Barata
  • 1938 - O Marquês de Olinda e Seu Tempo
  • 1939 - Governo do Rio Grande do Norte
  • 1939 - Vaqueiros e Cantadores
  • 1944 - Antologia do Folclore Brasileiro
  • 1944 - Os Melhores Contos Populares de Portugal
  • 1945 - Lendas Brasileiras
  • 1946 - Contos Tradicionais do Brasil
  • 1947 - Geografia dos Mitos Brasileiros
  • 1947 - História da Cidade do Natal
  • 1949 - Os Holandeses no Rio Grande do Norte
  • 1951 - Anubis e Outros Ensaios
  • 1951 - Meleagro
  • 1952 - Literatura Oral no Brasil
  • 1953 - Cinco Livros do Povo
  • 1953 - Em Sergipe Del Rey
  • 1954 - Dicionário do Folclore Brasileiro
  • 1954 - História de Um Homem - (João Câmara)
  • 1954 - Antologia de Pedro Velho
  • 1955 - História do Rio Grande do Norte
  • 1955 - Notas e Documentos Para a História de Mossoró
  • 1955 - Trinta "Estórias" Brasileiras
  • 1956 - Geografia do Brasil Holandês
  • 1956 - Tradições Populares da Pecuária Nordestina
  • 1957 - Jangada
  • 1957 - Jangadeiros
  • 1957 - Rede de Dormir
  • 1958 - Superstições e Costumes
  • 1959 - Canto de Muro
  • 1961 - Ateneu Norte-Rio-Grandense
  • 1961 - Vida Breve de Auta de Souza
  • 1963 - Dante Alighieri e a Tradição Popular no Brasil
  • 1963 - História da Alimentação no Brasil
  • 1965 - História da República do Rio Grande do Norte
  • 1965 - Made In África
  • 1965 - Nosso Amigo Castriciano
  • 1966 - Flor dos Romances Trágicos
  • 1966 - Voz de Nessus
  • 1967 - Folclore no Brasil
  • 1967 - Jerônimo Rosado (1861-1930)
  • 1967 - Seleta, Luís da Câmara Cascudo
  • 1968 - Coisas Que o Povo Diz
  • 1968 - Nomes da Terra
  • 1968 - O Tempo e Eu
  • 1968 - Prelúdio da Cachaça
  • 1969 - Pequeno Manual do Doente Aprendiz
  • 1970 - Gente Viva
  • 1970 - Locuções Tradicionais no Brasil
  • 1971 - Ensaios de Etnografia Brasileira
  • 1971 - Na Ronda do Tempo
  • 1971 - Sociologia do Açúcar
  • 1971 - Tradição, Ciência do Povo
  • 1972 - Ontem
  • 1972 - Uma História da Assembleia Legislativa do RN
  • 1973 - Civilização e Cultura (2 Volumes)
  • 1973 - Movimento da Independência no RN
  • 1974 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. I)
  • 1974 - Prelúdio e Fuga do Real
  • 1974 - Religião no Povo
  • 1976 - História dos Nossos Gestos
  • 1976 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. II)
  • 1977 - O Príncipe Maximiliano no Brasil
  • 1977 - Antologia da Alimentação no Brasil
  • 1977 - Três Ensaios Franceses
  • 1977 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. III)
  • 1978 - Mouros e Judeus
  • 1978 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. IV)
  • 1981 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. V)
  • 1985 - Superstição no Brasil
  • 1989 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. VI.)

Fonte: Wikipédia