Telma Lipp

RICARDO FRANCO
(42 anos)
Modelo, Atriz, Jurada e Transexual

☼ São Paulo, SP (1962)
┼ São Paulo, SP (24/12/2004)

Deodoro Ricardo Nascimento, mais conhecido por Thelma Lipp, foi uma modelo, atriz e transformista nascida em São Paulo, SP, em 1962.

Sucesso nos anos 80 e 90, Telma Lipp foi jurada do quadro "Eles e Elas", do Clube do Bolinha, e atuou em diversas peças de teatro, filmes, além de posar nua em revistas eróticas masculinas, como a Playboy.

Apesar de não ser uma mulher cisgênera, Telma Lipp foi, no auge de sua beleza, considerada uma musa, ao lado de Xuxa, Luiza Brunet e Roberta Close, tendo sido portanto uma das belezas mais celebradas do Brasil.

Desde criança Telma Lipp já era fisicamente muito feminina e sempre contou com o apoio da família, tanto que seu nome social, Telma, foi dado por sua própria mãe.

Aos 16 anos, ela já causava admiração e fascínio por sua beleza e feminilidade, mesmo sem o uso de hormônios artificiais.


Foi no começo da década de 80 que Telma Lipp surgiu como uma resposta paulistana à transexual carioca Roberta Close, então em evidência na mídia. Ambas chegaram a disputar, durante toda a década, capas de revistas de todo o Brasil. Roberta Close fazia o tipo "mulher fatal", enquanto Telma Lipp o tipo "garotinha", ambas contudo de belezas extraordinárias. A surpreendente beleza abriu-lhe portas, trouxe fama, admiração, amigos e tudo aquilo que um rosto e um corpo belos, acompanhados de inteligência, podiam trazer.

No teatro, Telma Lipp atuou em "Terezinha de Jesus" e "Filhas da Mãe", ambas de Ronaldo Ciambroni, além de "Mil e Uma Noites". Na televisão, Telma Lipp foi jurada efetiva do quadro "Eles & Elas" do Clube do Bolinha na TV Bandeirantes. Fez também participações em vários programas de entretenimento, como o Programa da Hebe.

A fama a catapultou para o filme "Dores de Amor", de Pierre-Alain Meier e Matthias Kälin, e a tornou personagem de inspiração de "Thelma", de Pierre-Alain Meier. Por causa desse filme, foi convidada a participar do Festival de Locarno, Suíça, na avant-première do filme "Thelma".

Na mídia impressa, foi capa da Playboy e da Transex, bem como apareceu em entrevistas e editoriais de O Estado de S. Paulo, Contigo!, Close, Nova Cosmopolitan (editoriais), WE inglesa. Telma Lipp participou ainda de diversas campanhas publicitárias para a mídia brasileira.

Fenômeno Drag Queen e Síndrome

Após brilhar em toda década de 80, Telma Lipp se viu nocauteada pelo fenômeno Drag Queen da década de 90. Foi quando o ostracismo bateu à sua porta. Sem trabalho e sem dinheiro ela buscou a prostituição. Sua vida já não tinha o mesmo glamour de seu tempo de celebridade do mundo artístico.

Concomitantemente, ela começou a sofrer de síndrome do pânico, enclausurando-se durante cinco anos em seu apartamento a maior parte do tempo. Para fugir da síndrome, Telma Lipp buscou as drogas, o que agravou ainda mais seus problemas.

Auxiliada pelo Programa Para Dependentes Químicos do Coronel Ferrarini, no final da década de 90, em São Paulo, ela conseguiu vencer o vício, onde se tornou então uma porta-voz na luta para a recuperação de drogados.

Teve então um breve momento de retomada da carreira, ao fazer algumas peças e teatro e televisão, o que lhe trouxe de volta um pouco de confiança e auto-estima.

Breve Retorno e Recaída

Em 1987, os cineastas suíços Pierre-Alain Meier e Matthias Källin vieram ao Brasil para filmar "Dores de Amor", filme-documentário sobre a vida das travestis brasileiras em São Paulo. Participaram do filme várias travestis, tanto as que já eram da cena artística como as que faziam prostituição.

Durante a produção, o diretor Pierre-Alain não resistiu a beleza e feminilidade de Telma Lipp e se apaixonou. Contudo, não houve reciprocidade por parte dela. Mesmo assim, pouco tempo depois, o cineasta faria o filme "Thelma", ambientado na Grécia, que conta a história de um homem comum que se apaixona por uma transexual. A produção foi lançada mundialmente em 2001.

Em 2001, Telma Lipp foi convidada a fazer parte do casting do filme "Carandiru", de Hector Babenco, no qual faria o papel de uma travesti presidiária de nome Lady Di. Entretanto, apesar de ter participado dos ensaios com os outros atores e de ter feito laboratório por meses, sua indicação foi preterida por motivos de marketing. Em seu lugar, entrou o ator Rodrigo Santoro.

Esse foi um golpe duro para Telma Lipp, que já estava fragilizada e tentando se recuperar. Contudo, o fato de ser transgênero tornou sua vida muito difícil.

Já inveteradamente viciada em drogas, sobretudo o crack e a cocaína, em agosto de 2003 ela foi internada em uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Atibaia, interior de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro de 2004.

Volta ao Anonimato e Morte

Após se recuperar, decidiu que não queria mais uma vida de agitação e flashes. Cortou os cabelos e foi para a mesa de cirurgia para retirar as próteses de silicone. Decidiu se mudar com a família para o Jaçanã, bairro paulistano onde passou sua infância.

Vivendo pacatamente, fazia planos para a nova vida, quando, repentinamente, na manhã de 09/11/2004 acordou com o lado esquerdo do corpo paralisado. Era uma neurotoxoplasmose, doença degenerativa que, com o tempo, paralisa órgãos do corpo.

Foi internada durante um mês e voltou para casa, mas faleceu vítima de insuficiência pulmonar em decorrência da neurotoxoplasmose, no dia 24/12/2004, na véspera de Natal.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Yuri S.

Gilberto Marmorosch

GILBERTO MARMOROSCH
(74 anos)
Ator e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/02/1944)
┼ Rio de Janeiro, RJ (29/01/2019)

Gilberto Marmorosch foi um radialista e ator nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 04/02/1944.

De origem Judaica, Gilberto Marmorosch, o famoso garoto propaganda da cerveja Bohemia, começou como ator profissional em 1971, aos 27 anos, quando fez a premiada peça "Um Violinista No Telhado", desde então não parou mais.

Fez várias peças, dentre elas, "Aluga-se Um Namorado", de 1993, durante 6 meses no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana.

Como radialista, comandou durante 10 anos um programa. Foi também editor, diretor e apresentador da Rádio Bandeirantes, Rádio Imprensa e Rádio Relógio.

Gilberto Marmorosch também possui algumas honrarias, recebeu diploma por serviços comunitários prestados à cidade de Niterói, RJ. Recebeu a Medalha Tiradentes pelos serviços prestados ao radioamadorismo.


Em 1997, recebeu a Medalha Leila Diniz, em Niterói.

Em 2013/2014, recebeu, consecutivamente, o Prêmio Paula Goodarth - Gatas de Vison na categoria personalidade do humor.

Na televisão, participou dos programas "Caça Talentos", da apresentadora Angélica, "Você Decide", "Zorra Total", "Em Família" (2014), onde interpretou o Seu Hamilton e outras participações em várias novelas também da TV Globo. A última foi no papel de Gilmar em "Pega Pega" (2017).

Gilberto Marmorosch fez participações também na TV Record.

No teatro, entre outros espetáculos, participou das peças "Yentl" e "Brasil de Janeiro a Janeiro". No cinema brilhou em "Made In China" (2015), ao lado de Regina Casé.

Gilberto Marmorosch era casado com Hinda Marmorosch.

Morte

Gilberto Marmorosch faleceu na terça-feira, 29/01/2019, aos 74 anos, vítima de câncer, no Rio de Janeiro, RJ. Ele vinha, desde 2018, lutando para manter a vida. Operado de um câncer, voltou para o Unimed - Unidade Hospitalar da Barra da Tijuca, ainda em dezembro de 2018 com complicações. Mantido por aparelhos, Gilberto Marmorosch não resistiu mais e veio a falecer.

O sepultamento ocorrerá na quarta-feira, 30/01/2019, no Cemitério Israelita do Cajú, às 13h00.

Nas redes sociais, amigos prestaram homenagem aquele que "era de bem com a vida". Assim Gilberto Marmorosch era, carinhoso com os amigos e fãs, fazendo todos rirem em sua presença. Ele completaria 75 anos no dia 04/02/2019.

Carreira

Televisão
  • 2017 - Pega Pega ... Gilmar
  • 2016 - Haja Coração ... Adolfo
  • 2016 - Êta Mundo Bom! ... Padre Juvêncio
  • 2014 - Gentalha ... Velho do Antiquário
  • 2014 - Adorável Psicose ... Velhinho
  • 2014 - Em Família ... Seu Hamilton
  • 2011 - Insensato Coração ... Mendonça
  • 2010 - Malhação ... Agostinho
  • 2009 - Viver a Vida ... Benício
  • 2009 - Cama de Gato ... Elias
  • 2008 - Toma Lá, Dá Cá ... Barafun
  • 2007 - Ciranda de Pedra ... Padre Américo
  • 2006 - JK ... Padre Eustáquio
  • 2005 - Linha Direta ... Elizabeto Ribeiro Gonçalves
  • 2000 - Aquarela do Brasil ... Jakob
  • 1996 - Caça Talentos ... Bóris Lugossi

Cinema
  • 2014 - Made In China ... Bernard
  • 2014 - Operação X ... Francisco
  • 2013 - Bovarius Flavus ... Mímico
  • 2010 - Viver Outra Vez ... Tião
  • 2003 - Oswaldo Cruz - O Médico do Brasil ... Presidente Rodrigues Alves

Fonte: Wikipédia e Surgiu
Indicação: Miguel Sampaio

Turcão

ANTÔNIO PETRUS KALIL
(93 anos)
Banqueiro do Jogo do Bicho

☼ (18/03/1925)
┼ Niterói, RJ (28/01/2019)

Antônio Petrus Kalil, apelidado de Turcão foi um operador da loteria ilegal no Rio de Janeiro, conhecido como o Jogo do Bicho.

Os operadores são conhecidos como contraventores, ou seja, aqueles que desrespeitam a lei, bicheiros ou banqueiros. Os negócios de Turcão são baseados em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Seu irmão, José Petrus Khalil ou Zinho, controlou o jogo do bicho no centro da cidade do Rio de Janeiro, e atuou como porta-voz dos bicheiros.

Turcão expandiu seus negócios para o Estado de Pernambuco, no Nordeste do Brasil, que levantou protestos entre os operadores de jogo local. Ele estava fazendo R$ 500.000,00 por mês em 2002. Ele garantia os jogos de high stakes para os operadores de jogo no pequeno no Estado.

Turcão tinha envolvimento em escolas de samba e foi patrono da escola de samba Estácio de Sá, nos anos 90. Além disso seu filho, Marcelo, foi patrono da Cubango.

Turcão, ao lado de figurões do samba, estava no banco dos réus por conta da Operação Furacão que havia marcado na Justiça do Rio de Janeiro para fevereiro de 2019, o julgamento em 2ª instância da cúpula da contravenção no Estado.


Ao todo serão 23 réus, entre os quais Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, que foi presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), Antônio Petrus Kalil, o Turcão, e Aniz Abraão David, o Anísio, patrono e presidente de honra da Beija-Flor, de Nilópolis, na Baixada Fluminense.

A família de Turcão sempre teve influência em áreas de Niterói e São Gonçalo, além dos municípios de Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim, Saquarema e Araruama, na Região dos Lagos.

Devido à idade, Turcão, já há alguns anos, não estava mais à frente do jogo do bicho e seguia em liberdade.

Turcão, assim como o Capitão Guimarães e Anísio, são apontados como líderes da contravenção no Rio de Janeiro nas décadas dos anos 80 e 90. Eles foram condenados em 1ª instância a 48 anos e 8 meses de prisão, e aguardam em liberdade o juri.

Além dos bicheiros, também respondem ao processo um grupo de empresários, advogados e policiais. Se as condenações forem mantidas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o Ministério Público Federal (MPF) vai pedir que os réus voltem imediatamente para a cadeia.

A Operação Furacão foi deflagrada em abril de 2007, quando foram presos 25 acusados de envolvimento com a chamada máfia dos caça-níqueis que atuava no Estado.

Morte

Turcão faleceu na segunda-feira, 28/01/2019, aos 93 anos, em Niterói, RJ. Ele estava internado num hospital de Niterói, com pneumonia.

O sepultamento ocorreu na terça-feira, 29/01/2019, no Cemitério Parque da Colina.

Fonte: Wikipédia e A Tribuna

Lourdes Castro

LOURDES AMARAL CASTRO
(83 anos)
Cantora e Compositora

☼ Bauru, SP (1928)
┼ Jarinu, SP (30/08/2011)

Lourdes Amaral Castro foi uma cantora nascida em Bauru, no interior do Estado de São Paulo, em 1928. Lourdes Amaral ficou famosa na década de 40, ao fazer dupla com a irmã Maria de Jesus Castro, eram as Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.

O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.

A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.

Irmãs Castro

As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.

Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.

Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.

Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.

De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.


O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".

Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.

A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.

Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.

Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.


No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho"Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).

De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).

Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.

A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".

Maria Castro faleceu aos 92 anos de idade, em 23/01/2019.

Morte

Lourdes Castro Cardoso, faleceu na manhã de teça-feira, 30/08/2011, aos 83 anos, no Hospital Municipal de Jarinu, após um sofrer um infarto agudo do miocárdio. O Corpo da cantora foi velado no Velório Municipal da cidade e o enterro aconteceu na quarta-feira, 31/08/2011, às 13h30, no cemitério da cidade.

Indicação: Miguel Sampaio
#famososquepartiram #lourdescastro #irmascastro

Maria Castro

MARIA DE JESUS CASTRO
(92 anos)
Cantora e Compositora

☼ Itapeva, SP (1926)
┼ São Paulo, SP (23/01/2019)

Maria de Jesus Castro foi uma cantora nascida em Itapeva, no interior do Estado de São Paulo, em 1926. Ela era a primeira voz do Duo Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.

O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.

A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.

Irmãs Castro

As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.

Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.

Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.

Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.

De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.


O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".

Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.

A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.

Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.

Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.


No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho"Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).

De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).

Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.

A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".

Lourdes faleceu aos 83 anos de idade, em 30/08/2011, vítima de um infarto agudo do miocárdio.

Morte

Maria Castro faleceu na quarta-feira, 23/01/2019, em São Paulo, SP, aos 92 anos.

Fonte: Sertanejo Bão
Indicação: Miguel Sampaio
#famososquepartiram #mariacastro #irmascastro

Diva Tosca

TOSCA IZABEL QUERZÉ ROULIEN
(23 anos)
Atriz, Dançarina e Violinista

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/12/1909)
┼ Hollywood - Los Angeles, Estados Unidos (27/09/1933)

Diva Tosca foi uma atriz e dançarina nascida na Rua Itapiru, no bairro de Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro, em 04/12/1909. Era esposa do ator brasileiro Raul Roulien.

Aos 8 anos de idade, seus pais a enviaram para um colégio interno em Santiago, no Chile, para que ela tivesse uma educação primorosa. A menina, influenciada pelas freiras do colégio, sonhava em ser freira também, mas abandonou a ideia quando foi enviada para à Itália em 1921, aos 12 anos de idade, para morar com uns tios.

Lá, Tosca tomou aulas de piano e violino, e em 1926 ela mudou-se com eles para os Estados Unidos, onde passou a fazer aulas de dança na academia do famoso Ned Wayburn.

Em 1927, aos 17 anos de idade, ingressou no elenco do musical "Rose Marie" (1927), nos palcos da Broadway. Era um pequeno papel, mas em uma peça importante, que teve como espectadores as estrelas Gloria Swanson e Ala Nazimova, com quem Diva Tosca chegou a conversar nos bastidores.

Em 1927 ela retornou ao Brasil, e ingressou na companhia de Margarida Max, estreando nos palcos brasileiros na opereta "Flôrsinha" (1927). Depois foi contratada pelo português António Macedo, ingressando na sua Companhia de Bailados, que se apresentava no Theatro República.

Diva Tosca visitando a cantora Lydia Lindgreen, durante sua estada nos EUA - (The Decatur Herald, 13/12/1926)
Foi no República em que ela conheceu o ator Raul Roulien. Antiga criança prodígio dos palcos brasileiros do começo do século XX, Raul Roulien havia morado muitos anos em Buenos Aires, onde tornou-se astro dos palcos, trabalhando inclusive ao lado de Carlos Gardel.

De volta ao Brasil, Raul Roulien tornou-se um dos maiores galãs do teatro brasileiro, sendo o ídolo de muitas adolescentes da época. Ele contratou Diva Tosca para sua companhia, a Films Scenicos, que se apresentava nos palcos do Theatro Lyrico.

Com Raul Roulien, Diva Tosca atuou em peças de sucesso como "O Irresistível Roberto" (1930) e "O Perfume do Passado" (1930). Nos palcos, ela dançava, atuava, declamava e tocava violino, uma artista completa.

Diva Tosca sonhava em ser estrela de cinema e seu primeiro contato com a grande tela foi quando atuou em um comercial, ou reclame como chamavam na época, de um perfume, que era exibido antes das sessões no Cinema Serrador.

Em 1930 ela estreou no cinema atuando em "As Armas" (1930), dirigido por Octavio Gabus Mendes, pai de Cassiano Gabus Mendes, interpretando a doce e ingênua Rosa.

E. G. Moura e Diva Tosca em "As Armas"
Raul Roulien era um grande sucesso no Brasil, mas vendo que antigos colegas dos palcos portenhos, como Mona Maris, estavam fazendo sucesso em Hollywood, resolveu tentar a sorte na terra do cinema. Diva ToscaRaul Roulien namoravam, e ela o acompanhou na empreitada.

Eles se casaram em Nova York, no dia 06/07/1931, mas o casamento foi mantido em segredo, afinal um galã não podia decepcionar as fãs, sendo casado.

Raul Roulien estreou no cinema em "Eran Trece" (1931), uma versão em espanhol de um sucesso de Charlie Chan. Mas a Fox gostou do ator latino, e o contratou. Fizeram-no operar as orelhas, que eram proeminentes, e começaram a promovê-lo como "O novo Rudolph Valentino".

Ao lado de Janet Gaynor, a primeira vencedora do Oscar, Raul Roulien estrelou "Delicius" (1931), onde vivia Sacha, um personagem romanceado baseado no compositor George Gershwin. O filme fez muito sucesso, e Raul Roulien entrou para o primeiro time de Hollywood.

Foi Raul Roulien quem juntou a dupla Fred Astaire e Ginger Rogers pela primeira vez, em "Flying Down To Rio" (1933), e quem primeiro viu o talento da ainda Rita Cansino em "Piernas de Sieda" (1935). Ela mais tarde tornaria-se uma grande estrela, já chamada de Rita Hayworth. Ele também fez par romântico com a jovem Gloria Stuart em "It's Great To Be Alive" (1933). Anos mais tarde, Gloria Stuart voltaria aos holofotes como a Rose, idosa, em "Titanic" (1997).

Morte

Raul Roulien havia chegado lá, e Diva Tosca havia deixado a carreira temporariamente, para auxiliar o marido. O casal vivia feliz, enviando notícias para as revistas de cinema brasileiras, contando seu sonho americano realizado.

Porém, em 23/09/1933 o sonho acabou bruscamente. Raul Roulien e Diva Tosca saíam dos estúdios da Fox, quando um carro em alta velocidade avançou sobre eles, atingindo em cheio Diva Tosca, que acabou morrendo a caminho do hospital. O carro era dirigido por John Huston.

John Huston, que mais tarde tornaria-se cineasta, era então um ex figurante que iniciava na carreira como roteirista. Mas era filho de Walter Huston, um popular ator, muito influente em Hollywood.

John Huston estava bêbado, e meses antes, em fevereiro do mesmo ano, já havia atropelado a atriz Zita Johann, protagonista de "The Mummy" (1932). Zita Johann sobreviveu, mas ficou longos meses no hospital, o que prejudicou muito sua carreira.

Fred Astaire e Raul Roulien
Raul Roulien foi chamado pela Fox, que pediu para ele deixar o caso para lá. Como compensação, lhe ofereceram o papel principal em "The Garden Of Allah" (1936), um dos primeiros filmes coloridos feitos em Hollywod, e estrelado por Marlene Dietrich. Mas ele não aceitou o acordo, e o papel acabou indo para Charles Boyer.

Raul Roulien processou John Huston, pedindo uma indenização milionária. John Huston contou com a melhor equipe de advogados que Hollywood podia pagar, enquanto Raul Roulien, um brasileiro, lutou como podia. Raul Roulien venceu o processo, mas o juiz reduziu a indenização para apenas 5 mil dólares.

Por ter enfrentado o sistema, Raul Roulien teve sua carreira destruída em Hollywood. Ele então retornou ao Brasil, onde tornou-se um importante artista do cinema, teatro e televisão, falecendo no dia 08/09/2000, com quase 100 anos de  idade.

Diva Tosca foi sepultada no Grand View Memorial Park, Seção KA, Nível 6, Túmulo 70. O Grand View Memorial Park é um cemitério histórico localizado em Glendale, Califórnia, nos Estados Unidos.

Fonte: Memórias Cinematográficas e Find a Grave
Agradecimento Especial: Yuri S., por sua indicação biográfica e contribuição.
#famososquepartiram #divatosca

Miúcha

HELOÍSA MARIA BUARQUE DE HOLANDA
(81 anos)
Cantora e Compositora

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1937)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/12/2018)

Heloísa Maria Buarque de Holanda, mais conhecida como Miúcha, foi uma cantora e compositora nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/11/1937.

Filha de Sérgio Buarque de Holanda, historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim, pintora e pianista. É também irmã do cantor e compositor Chico Buarque e das também cantoras Ana de Holanda e Cristina Buarque. É mãe da cantora Bebel Gilberto, fruto de seu casamento com o compositor João Gilberto e tia da atriz Silvia Buarque, também e ex-cunhada da atriz Marieta Severo.

Miúcha nasceu no Rio de Janeiro, mas sua família mudou-se para São Paulo quando ela tinha apenas 8 anos. Ainda criança formou um conjunto vocal com seus irmãos, incluindo Chico Buarque. Sua casa era frequentada por Vinicius de Moraes e outros compositores.

Nos anos 1960, ganhou do governo francês uma bolsa de estudo em História da Arte. Matriculou-se na Sorbonne e na École du Louvre. Nessa época, viajou pela Itália e Grécia com dois amigos e o violão, tocando pelas cidades por onde passava. A experiência resultou em uma apresentação no bar La Candelaria, em Saint Germain, onde atuava Violeta Parra, que convidou João Gilberto para ouvir a cantora brasileira que interpretava bossa nova. Pouco tempo depois, mudou-se para Nova York e casou-se com João Gilberto, com quem teve a filha Bebel Gilberto, que se tornaria também cantora.

Tom Jobim, Miúcha, Vinícius de Moraes e Toquinho
Iniciou sua carreira artística em 1975, onde fez sua primeira gravação profissional como cantora participando do disco "The Best Of Two Worlds", de João Gilberto e Stan Getz, lançado em Nova York. Ainda nesse ano, atuou no Newport Jazz Festival, apresentou-se em shows com Stan Getz e gravou a faixa "Boto" no LP "Urubu", de Tom Jobim

Após este lançamento, Miúcha tornou-se parceira de Tom Jobim em dois discos, de 1977 e 1979, e fez parte do espetáculo organizado por Aloysio de Oliveira junto com Vinicius de MoraesTom Jobim e Toquinho. O espetáculo ficou em cartaz durante um ano no Canecão, Rio de Janeiro, seguiu para apresentações internacionais na América do Sul e na Europa, e deu origem a gravação "Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha Gravado Ao Vivo No Canecão" (1977).

Em 1977, gravou, com Tom Jobim, o álbum "Miúcha e Antônio Carlos Jobim", com destaque para as faixas "Maninha", composta especialmente para ela pelo irmão Chico Buarque, "Pela Luz Dos Olhos Teus" (Vinicius de Moraes) e "Vai Levando" (Chico Buarque e Caetano Veloso).

Em 1979, gravou, com Tom Jobim, o LP "Miúcha & Tom Jobim", contendo, entre outras, "Triste Alegria" (Miúcha), "Falando De Amor" (Tom Jobim) e "Dinheiro Em Penca" (Tom Jobim e Cacaso). O disco contou com a participação de Ron Carter e com arranjos de Claus Ogerman.

Chico Buarque e Miúcha
Em 1980, lançou o LP "Miúcha", que contou com arranjos de João Donato e com a participação de sua filha Bebel Gilberto, na faixa "Joujoux Et Balangandans" (Lamartine Babo), e também de João Gilberto (violão), nas faixas "All Of Me" (Gerald Marks e Seymour Simons) e "O Que É, O Que É" (Bororó e Evagrio Lopes). Constam, ainda, do repertório duas músicas de sua autoria: "Todo Amor" e "Segura A Coisa", essa última hino do bloco de mesmo nome do Carnaval de Olinda, mais tarde regravada pela cantora com a Banda do Maestro Duda.

Em 1989, apresentou-se, com o compositor João de Barro (Braguinha) e o conjunto Coisas Nossas, no musical "Yes, Nós Temos Braguinha", criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin. O espetáculo foi montado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para a entrega do Prêmio Shell de 1989 a Braguinha, e percorreu todo o Brasil. Nesse mesmo ano, gravou mais um LP intitulado "Miúcha", que contou com a participação especial de Pablo Milanés e Sua Banda, em gravação realizada em Cuba. Registrou no disco quatro parcerias de Guinga e Paulo César Pinheiro, "Chorando As Mágoas", "Por Gratidão", "Non Sense" e "Porto de Araújo", além de "Para Viver", versão de sua autoria para a canção "Para Vivir" (Pablo Milanés), entre outras músicas. Ainda em 1989, o jornal francês Le Monde incluiu dois de seus discos entre os sete melhores de música brasileira do ano.

Em 1999, lançou o CD "Rosa Amarela", com arranjos de Maurício Carrilho e J. Moraes, registrando as canções "Cabrochinha" (Paulo César Pinheiro e Maurício Carrilho), "João E Maria" (Chico Buarque e Sivuca), "De Você Eu Gosto" (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), "A Mesma Rosa Amarela" (Carlos Pena Filho e Capiba), "Doce De Coco" (Hermínio Bello de Carvalho e Jacob do Bandolim), "Pressentimento" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Santo Amaro" (Luiz Claudio Ramos, Franklin da Flauta e Aldir Blanc), "Assentamento" (Chico Buarque), "Por Causa Desta Cabocla" (Ary Barroso e Luiz Peixoto), "Choro Bandido" (Chico Buarque e Edu Lobo), "Valsa De Uma Cidade" (Ismael Netto e Antônio Maria), "Só O Tempo" (Paulinho da Viola) e "Querelas Do Brasil" (Aldir Blanc e Maurício Tapajós).O disco foi lançado inicialmente no Japão, após shows realizados pela cantora nesse país, e, em seguida, no Brasil, pela BMG Brasil.


Em 2002, lançou o CD "Miúcha.compositores", com produção musical de José Milton e arranjos de João Donato, Francis Hime, Cristóvão Bastos, Leandro Braga, Eduardo Souto Neto e Hélvius Vilela. Constam do repertório do disco as canções "Pode Ir" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), o samba-canção "Quando A Lembrança Não Vem" (Música de João Donato e letra de Tom Jobim), "Canção Inédita" (Edu Lobo e Chico Buarque), que inclui uma citação a Tchaikovsky feita pelas cordas de Cristóvão Bastos, "Fox e Trote" (Guinga e Nei Lopes), "Tomara" (NovelliMaurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), "Cor De Cinza" (Noel Rosa), "E Daí" (Miguel Gustavo), "Solidão" (Tom Jobim e Alcides Gonçalves), "Lembre-se" (Moacir SantosVinicius de Moraes), "Refém Da solidão" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), "Vento" (Cristóvão Bastos e Abel Silva), "A Dor A Mais" (Fancis Hime e Vinicius de Moraes), faixa que inclui uma citação a "Medo De Amar" (Vinicius de Moraes), e "Você, Você" (Guinga e Chico Buarque), faixa que contou com a participação de Guinga, ao violão, e "Tempo De Amar" (Miúcha e João Donato). Ainda em 2002, trabalhou na produção de um documentário de Nelson Pereira dos Santos sobre seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda.

Em 2003, sua gravação com Tom Jobim da música "Pela Luz Dos Olhos Teus", lançada em 1977 no disco "Miúcha e Antônio Carlos Jobim", foi tema de abertura da novela "Mulheres Apaixonadas" da TV Globo. Nesse mesmo ano, lançou o CD "Miúcha Canta Vinicius & Vinicius - Música e Letra", contendo exclusivamente obras nas quais Vinicius de Moraes é autor da música e da letra: "Tomara", "Ai Quem Me Dera", "Saudades Do Brasil Em Portugal", "Medo De Amar", "Serenata Do Adeus", "Valsa De Eurídice", "Teleco Teco", "Tempo Será", "Pela Luz Dos Olhos Teus", "Encontro À Tarde", "Canção De Nós Dois""Cem Por Cento", "Georgiana" e "Quem For Mulher Que Me Siga". Eduardo Souto Neto, Cristóvão Bastos, Helvius Vilela e Leandro Braga assinaram os arranjos do disco, que contou com a participação de Chico Buarque, Bebel Gilberto, Zeca Pagodinho, Daniel Jobim, Toquinho e Yamandú Costa, entre outros artistas.


Lançou, em 2007, o CD "Outros Sonhos", dedicado a Tom Jobim, Chico BuarqueVinicius de Moraes. No repertório, "Uma Palavra" (Chico Buarque), "Outros Sonhos" (Chico Buarque), "Você Vai Ver" (Tom Jobim), "Chansong" (Tom Jobim), "Fotografia" (Tom Jobim), "Eu Te Amo / Dis-moi Comment" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Anos Dourados" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Quando Tu Passas Por Mim" (Vinicius de Moraes e Antônio Maria), "Amei Tanto / Pra Que Chorar" (Baden Powell e Vinicius de Moraes), "Desalento" (Chico BuarqueVinicius de Moraes), "Gente Humilde" (Garoto, Chico BuarqueVinicius de Moraes), "Olha Maria" (Tom Jobim, Chico BuarqueVinicius de Moraes) e "Todo O Sentimento" (Cristóvão Bastos e Chico Buarque). Também nesse ano, foi co-roteirista de um documentário sobre Antônio Carlos Jobim, dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

Em 2008, lançou o disco "Miúcha Com Vinicius / Tom / João". Como parte da coleção da Sony "Bossa Nova 50 Anos", o CD trouxe a voz da cantora em interpretações de clássicos de Vinicius de MoraesTom Jobim e João Gilberto como "Samba Do Avião", "Águas De Março", "Falando De Amor", "Minha Namorada", "Triste Alegria" e "Izaura".

Em 2015, saiu pela Biscoito Fino, "Miúcha Ao Vivo No Paço Imperial", resultado da gravação de um show realizado em 2000, no Rio de Janeiro. Acompanhada pelo pianista Cristovão Bastos e também na companhia de Guinga e Francis Hime, cantou "Na Batucada Da Vida", "Pra Que Mentir", "Carta Ao Tom", "O Amor Em Paz", "Pela Luz Dos Olhos Teus", "Falando De Amor", "Maninha", "João e Maria", "Chansong", "Querida", "Anos Dourados", "Todo O Sentimento", "Resposta Ao Tempo", "Catavento E Girassol", "Valsa Rancho", "Pressentimento", "Deixa / Tem Dó".

Morte

Miúcha faleceu às 17h30 de quinta-feira, 27/12/2018, aos 81 anos, vítima de parada respiratória, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, RJ, onde se tratava de um câncer de pulmão.

O sepultamento ocorreu na sexta-feira, 28/12/2018, no Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1976 - The Best Of Two Worlds - Stan Getz e João Gilberto
  • 1977 - Miúcha & Antônio Carlos Jobim
  • 1977 - Tom/Vinicius/Toquinho/Miúcha - Gravado Ao vivo No Canecão
  • 1977 - Os Saltimbancos
  • 1979 - Miúcha & Tom Jobim
  • 1979 - Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Toquinho e Miúcha - Musicalmente Ao vivo Na Itália
  • 1980 - Miucha
  • 1989 - Miúcha
  • 1999 - Vivendo Vinicius Ao Vivo - Baden Powell, Carlos Lyra, Miúcha e Toquinho
  • 1999 - Rosa Amarela
  • 2002 - Miúcha.compositores
  • 2003 - Miúcha Canta Vinicius & Vinicius - Música e Letra
  • 2007 - Miúcha Outros Sonhos
  • 2008 - Miúcha Com Vinícius / Tom / João
  • 2015 - Miúcha Ao Vivo No Paço Imperial

Fonte: Wikipédia e Dicionário Cravo Albin da MPB
#FamososQuePartiram #Miúcha

Sérgio de Carvalho

SÉRGIO MAGALHÃES DE CARVALHO
(69 anos)
Produtor Musical

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/10/1949)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/01/2019)

Sérgio Magalhães de Carvalho foi um produtor musical nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 03/10/1949.

Irmão de Mú Carvalho (Tecladista, compositor e produtor musical), Dadi (Baixista, compositor e cantor) e Heloisa Tapajós (Pesquisadora de MPB). Primo, pelo lado paterno, de Beto Carvalho (Radialista e produtor musical) e Guti Carvalho (Produtor musical). Tio de Daniel Carvalho (Músico e produtor musical). Primo, pelo lado materno, do pianista Homero Magalhães e de seus filhos músicos Homero Magalhães Filho, Alain Pierre, Alexandre Caldi e Marcelo Caldi.

Entre 1965 e 1970, integrou grupos musicais amadores, atuando como baterista. Ingressou na Faculdade de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1971, deixando o curso três anos depois para se dedicar integralmente à atividade de produtor musical.

Iniciou sua carreira profissional em 1972, como produtor musical contratado pela PolyGram, tendo permanecido na gravadora até 1981.

Em 1974, produziu um projeto com Leon Russell e músicos brasileiros, gravado nos estúdios RCA.

Polygram Discos Anos 70
Em 1975, produziu duas faixas do artista Mick Jagger, gravadas no Brasil para um projeto solo.

Em 1976 foi responsável pela criação do grupo "A Cor do Som", integrado por Dadi, Mú Carvalho, Armandinho, Gustavo e Ary Dias. Ainda neste ano criou a série "Música Popular Brasileira Contemporânea" (PolyGram), que abriu importante espaço para a música instrumental brasileira.

Em 1978, atuou como diretor musical de dois especiais de Chico Buarque: "Fados Tropicais", para a Rádio Televisão Portuguesa, em Lisboa, e "Cálice", para a TV Bandeirantes.

Em 1981 realizou estágio de produção musical e gravação no Trafalgar Record Studios, em Roma.

De 1981 a 1994, exerceu a função de produtor musical contratado da TV Globo, tendo sido responsável por diversos especiais e trilhas de novelas da emissora. Atuou, também, como produtor de discos autônomo, realizando trabalhos para diversas gravadoras, e também como produtor musical de trilhas sonoras para cinema.

Gravação da Cor do Som, 1981.
Entre 1972 e 1994, assinou a produção musical dos discos:
  • Chico Buarque"Calabar, O Elogio Da Traição", "Sinal Fechado", "Meus Caros Amigos", "Cálice", "Vida", "Joana, A Francesa", "Os Saltimbancos", "A Ópera Do Malandro" e "Chico Em Español".
  • Caetano Veloso e Chico Buarque: "Caetano E Chico Juntos E Ao Vivo" (1972) e "Ao Vivo Com Convidados" (1986).
  • Chico Buarque e Milton Nascimento: "Cio Da Terra".
  • Fafá de Belém"Banho De Cheiro".
  • Emílio Santiago: "Emílio", "O Canto Crescente", "Guerreiro Coração" e "Amor De Lua".
  • Edu Lobo: "Camaleão" e "Tempo Presente".
  • Gal Costa.
  • Elba Ramalho.
  • Luiz Melodia: "Pérola Negra".
  • Quinteto Violado: "A Feira" e "A Missa Do Vaqueiro".
  • Nara Leão: "Meu Primeiro Amor".
  • Simone: "Delírios, Delícias".
  • Léo Jaime: "Direto Do Meu Coração Pro Seu".
  • João Bosco: "Bosco".
  • Francis Hime: "Essas Parcerias" e "Clareando".
  • Altamiro Carrilho: "Antologia Do Chorinho".
  • MPB-4: "Lindo Balão Azul" e "Caminhos Livres".
  • Quarteto Em Cy.
  • Nara Leão e MPB-4: "Música Popular Infantil".
  • Guilherme Lamounier: "Um Toque De Amor" e "Enrosca".
  • A Cor do Som: "Magia Tropical".
  • MPB-4 e Quarteto Em Cy: "Vinicius De Moraes, A Arte Do Encontro".
  • Zizi Possi: "Pedaço De Mim".
  • Raul Seixas: "Há Dez Mil Anos Atrás" e "Raul Rock Seixas".
  • Mercedes Sosa: "San Vicente".
  • Ana Belém: "Ana Em Rio".

Dentre tantos outros cantores, totalizando 102 álbuns produzidos.

Sérgio de Carvalho assinando contrato com Lobão.
Como produtor musical da TV Globo, dirigiu diversos especiais de artistas, como Roberto Carlos, destacando-se 10 especiais de Natal do cantor, Rita Lee ("Saúde"), "Chico Buarque & Caetano Veloso" (Série de 12 programas com a participação de vários artistas brasileiros, como Tom Jobim, Gal Costa, Maria Bethânia, Elza Soares, Pablo Milanês, Sílvio Rodrigues, Mercedes Sosa, Jorge Benjor ("Energia"), Djavan ("Facho De Luz"), Elba Ramalho ("Coração Brasileiro"), Luiz Gonzaga ("Danado De Bom"), Blitz ("Contra O Gênio Do Mal"), Baby e Pepeu ("Masculino/Feminina"), Ivan Lins ("Juntos"), Leandro & Leonardo (Série de especiais e especial na Disney World), Simone ("Raio De Luz"), David Bowie, StingCyndi Lauper, dentre outros.

Ainda na TV Globo, assinou a direção musical do Festival dos Festivais e dos projetos Canta Brasil I e II, e a produção musical das transmissões dos eventos Hollywood Rock e Free Jazz Festival, além de ter realizado a produção musical de trilhas sonoras, e seus respectivos discos, de novelas e minisséries, como "Fera Radical", "Bambolê", "O Primo Basílio" e "O Salvador Da Pátria"

Como produtor musical de trilhas sonoras para cinema, participou dos filmes "Joana, A Francesa", de Cacá Diégues, "Vai Trabalhar, Vagabundo" e "Se Segura, Malandro", ambos de Hugo Carvana, "A Noiva Da Cidade", de Alex Viany, "Certas Palavras Com Chico Buarque", de Maurício Beru, "Eu Te Amo", de Arnaldo Jabor, "O Cavalinho Azul", de Eduardo Escorel, e "Sole Nudo", do diretor italiano Tonino Cervi

De 1994 a 1997, exerceu a função de diretor artístico da gravadora BMG, onde, com um cast de 43 artistas, foi responsável por 97 discos de músicos como Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Elba Ramalho, Joanna, Zé Ramalho, Grupo Raça, Roupa Nova, José Augusto, Amado Batista, Eliana, Engenheiros do Hawaii, Gian & Giovani, Chiclete Com Banana, Lulu Santos, Fábio Jr., Fagner, entre outros. Nesse período contratou, além de outros, o grupo de samba Os Morenos e o grupo de pop-rock Pato Fu, consolidados posteriormente como expoentes desses segmentos.


Em 1996, além de responsável pela direção artística da gravadora, produziu o CD "Bebadosamba", de Paulinho da Viola, que valeu ao compositor e cantor seu primeiro disco de ouro e o Prêmio Sharp em cinco categorias: Melhor Disco, Melhor Música, Melhor Arranjo, Melhor Cantor e Melhor Capa.

Ainda na BMG, desenvolveu a carreira do grupo Só Pra Contrariar, que atingiu a vendagem de seis milhões de cópias em quatro discos produzidos nesse período, com destaque para o CD "Só Pra Contrariar-97", primeiro disco de diamante triplo da história da indústria fonográfica brasileira, por ter atingido a vendagem recorde de três milhões de CDs.

Em 1997, transferiu-se para a Universal Music, que então iniciava suas atividades no Brasil, com a tarefa de montar um cast de artistas locais, exercendo o cargo de diretor artístico. Nessa gravadora, consolidou a carreira da dupla Claudinho & Buchecha, cujo disco "A Forma" foi contemplado com um disco de diamante (Um milhão de cópias vendidas), além de ter sido responsável pelos CDs de Ed Motta "Manual Prático", contemplado com seu primeiro disco de platina, e "Remix E Aperitivos", disco de ouro. Contratou o conjunto Os Morenos, que também recebeu ali seu primeiro disco de ouro, e o cantor Wando, disco de ouro com "Palavras Inocentes", além de Elza Soares, Bezerra da Silva e Lobão.

Em 1999, assinou a produção musical do CD "Claudinho & Buchecha Ao Vivo", sendo indicado para o Grammy Latino na categoria Melhor Produtor.

Após a fusão da Universal com a PolyGram, em janeiro de 1999, permaneceu na mesma função, assinando a direção artística de discos de Ney Matogrosso, Zizi Possi, É O Tchan , Netinho, Os Morenos, Claudinho & Buchecha, Banda Beijo, Grupo Raça Negra, As Meninas, Alcione e João Gilberto.


Em 2002, retornou à BMG, produzindo uma série de dezesseis discos do programa "Fama" (TV Globo) e, a partir deste projeto, permaneceu nessa gravadora como consultor de A&R, participando da produção de diversos artistas, como Ana Carolina, Danny CarlosTitãs, entre outros.

Em 2005, como produtor autônomo, foi responsável pelos seguintes projetos: "Rock'n'road All Night" (CD) e "Rock'n'road Live" (CD e DVD), de Danni Carlos, "Alexia Bomtempo" (CD), "Bem Demais" (CD), de Gláucia Nasser, e "A Cor Do Som Acústico" (CD e DVD), do grupo A Cor do Som. No final desse mesmo ano, assumiu a Gerência de A&R da BMG Music Publishing.

Paralelamente ao seu trabalho na editora, continuou exercendo a atividade de produtor musical, tendo sido responsável, em 2006, pelo CD "Rock'n'road Movies", de Danni Carlos.

Ao longo de sua trajetória profissional, como produtor musical e diretor artístico, sua atuação na indústria fonográfica gerou uma participação da vendagem de mais de 38 milhões de discos e um total de 86 discos de ouro, 29 discos de platina, 20 discos de platina duplo, 12 discos de Platina triplo, 2 discos de diamante, 1 disco de diamante duplo e 1 disco de diamante triplo, e ainda o prêmio Grammy da 43ª edição da Academia Norte Americana, na categoria Best World Music Álbum, pelo CD "Voz e Violão", de João Gilberto.

Sérgio de Carvalho era membro votante da National Academy Of Recording Arts & Sciences (Naras) e da Latin Academy Of Recording Arts & Sciences (Laras), responsáveis pelos Prêmios Grammy.

Morte

Sérgio de Carvalho faleceu no sábado, 26/01/2019, aos 69 anos e a causa da morte não foi informada. O velório ocorreu no domingo, 27/01/2019, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro, das 10h00 às 15h00, na Capela 5. Às 16h00, ocorreu uma cerimônia de despedida no crematório São Francisco Xavier, no Caju.

Comunicado da família:

"Queridos amigos,
É com enorme tristeza que a família comunica o falecimento do Sérgio de Carvalho, uma das pessoas mais incríveis que já passaram por este plano."

#FamososQuePartiram # SergioDeCarvalho