Raul Seixas

RAUL SANTOS SEIXAS
(44 anos)
Cantor, Compositor e Produtor Musical

* Salvador, BA (28/06/1945)
+ São Paulo, SP (21/08/1989)

Raul Seixas foi um famoso cantor e compositor brasileiro, freqüentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS durante sua estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock Nacional" e "Maluco Beleza".

Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus mais de 20 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como "Let Me Sing, Let Me Sing".

Seu álbum de estreia, "Raulzito e Os Panteras" (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de "Krig-ha, Bandolo!" (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante".

Raul Seixas (Foto: Juan Luis Guerra)
Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "Contestador e Místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a "Sociedade Alternativa" apresentada em "Gita" (1974), influenciado por figuras como Aleister Crowley.

Raul Seixas se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim, e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso. Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como "Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" (1987) e "A Panela do Diabo" (1989), esse último em parceria com Marcelo Nova, e sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone Brasil promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas figurando a posição 19ª, encabeçando nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde seu "Krig-ha, Bandolo!" de 1973 atingiu a 12ª posição, demonstrando que o vigor musical de Raul Seixas continua a ser considerado importante hoje em dia.

Infância

Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de junho de 1945 numa família de classe média baiana que vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador. Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas. No mês de julho ele foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro do mesmo ano, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem.

Em 4 de dezembro de 1948, Raul Seixas ganhou um irmão, o único, Plínio Santos Seixas, com quem teria um bom relacionamento durante sua infância. Os estudos de Raul Seixas começaram em 1952, onde frequentou o curso primário estudando com a professora Sônia Bahia. Concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos.

O trágico percurso escolar de Raul Seixas se iniciaria em 1957, quando ele ingressou no ginásio Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2ª série por três anos. Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock'n roll - em seus primórdios - na loja Cantinho da Música. No mesmo ano, em 13 de julho, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão. Segundo a jornalista Ana Maria Bahiana, é através de Waldir Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla. Segundo Raul, o encontro com Waldir Serrão foi fantástico: "Me preparei todo, botei a gola pra cima, botei o topete, engomei o cabelo, e fiquei esperando ele, masclando chiclete".

O Elvis Rock Club era como uma gangue, que procurava brigas na rua, fazia arruaça, roubava bugigangas e quebrava vidraças. Embora Raul não gostasse muito disso, "ia na onda, pois o rock, pelo menos ao meu ver, tinha toda uma maneira de ser".

Então, a família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde ele alcançou a 3ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961. Ao que tudo indica, nessa época Raul Seixas começou a se interessar pela leitura. O pai de Raul Seixas amava os livros e possuía uma vasta biblioteca em casa. Tão logo decifrou o mistério das letras, o garoto pôs-se a ler os volumes que encontrava na biblioteca do pai Raul. Sendo assim, as histórias que lia na biblioteca fermentavam sua imaginação e, com os cadernos do colégio, fazia desenhos, criava personagens, enredos, para depois vender ao irmão quatro anos mais novo, que acabava ficando interessado e comprava os esboços. Segundo Raul, um dos personagens principais dessas histórias era um cientista maluco chamado Melô (algo como "amalucado"), que viajava para diversos lugares imáginarios como o Nada, o Tudo, Vírgula Xis Ao Cubo, Oceanos de Cores.

Segundo Raul, Melô era sua "outra parte, a que buscava as respostas, o eu fantástico, viajando fora da lógica em uma maquinazinha em que só cabia um só passageiro... Melô-eu". Plínio ficava horas ouvindo o irmão contar suas histórias, dentro do quarto dos dois, e Raul frequentemente encenava os personagens como um ator.

Raul e Plínio tinham algo em comum: adoravam literatura, mas odiavam a escola. Mais tarde, já maduro, Raul Seixas diria:

"Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la".

De um modo ou de outro, Raul Seixas precisava freqüentar a escola vez ou outra. Em uma determinada ocasião, o pai perguntou a Raul como ele ia na escola e pediu seu boletim. Raul mostrou um boletim falsificado, com todas as matérias resultando em um 10. O pai questionava se ele havia estudado, mas Maria Eugênia interrompia, dizendo algo como "Estudou nada, ficou aí ouvindo rock o tempo inteiro, essa porcaria desse béngue-béngue, de élvis préji, de líri ríchi e gritando essas maluquices". Os pais de Raul, como toda a geração da época, estranhavam o rock e ele não era muito bem vindo entre as famílias.

Os Panteras

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luiz Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Enquanto isso Raul junta-se a cena do rock que se formava em Salvador.

"Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão imitando Little Richard".

Com o passar com tempo a banda que chegou a ter diversos nomes, como Relampagos do Rock, formadas então pelos irmãos Délcio e Thildo Gama, passa por várias formações e em 1963, passa a se chamar The Panters, banda que agora já se tornara sensação de Salvador. A fama se espalha, e a banda é rebatizada pelo nome Os Panteras. Nessa época Raul casa-se com a americana Edith Wisner.

Em 1968, Raulzito e Os Panteras gravam seu primeiro e único disco, "Raulzito e Os Panteras". Assinando contrato com a gravadora Odeon, após encontrarem Chico Anysio e o rei Roberto Carlos, que os reconheceu nos corredores de uma grande gravadora. O disco no entanto não teria sucesso de critica nem de público. Eládio Gilbraz, um dos panteras, diria:

"De um lado havia a inexperiência de quatro rapazes, recém-chegados da Bahia, falando em qualidade musical, agnoticismo, mudança de conceitos e sonhos. Do outro lado, uma multinacional que só falava em comercial. Talvez não tenha sido o disco que o grupo imaginara, mas nosso sonho era gravar um disco."

A partir daí, Raulzito e Os Panteras passariam sérias dificuldades no Rio de Janeiro. Raul morava em Ipanema, e ia a pé até o centro da cidade para tentar divulgar suas músicas, não obtendo sucesso. Embora algumas vezes Os Panteras recebiam ajuda de Jerry Adriani, tocando assim como banda de apoio para o mesmo, que segundo Raul o deu muita experiência e o ajudou a descobrir como se comunicar, segundo ele, suas "músicas eram muito herméticas". Raulzito passaria então fome no Rio de Janeiro, como mais tarde escreveria em "Ouro de Tolo".

Yê-Yê-Yê Realista

Raul Seixas estava totalmente abalado pelo fracasso com Os Panteras, e a sua volta a Salvador. Escrevia ele:

"Passava o dia inteiro trancado no quarto lendo filosofia, só com uma luz bem fraquinha, o que acabou me estragando a vista [...] Eu comprei uma motocicleta e fazia loucuras pela rua".

No entanto a sorte começaria a mudar. Um dia, Raul conheceu na Bahia um diretor da CBS Discos. Mais tarde ele convidaria Raul para ser produtor da gravadora. Sem pensar duas vezes, Raul fez as malas, junto a Edith Wisner, e voltou para o Rio de Janeiro.

Raul voltou ao Rio de Janeiro para usar seus enciclopédicos conhecimentos de música como produtor fonográfico. Nos cadernos de composições de Raul começaria a ser alimentada uma revolução.

Esta seria a segunda chance de Raul, apostando no talento do amigo, Jerry Adriani convence o então presidente da CBS, Evandro Ribeiro, a dar a Raulzito um emprego de produtor. Raulzito trabalhou anonimamente por um bom tempo.

Raul Seixas após ter entrado na CBS, fez grandes aliados e amigos. Ainda em 1968, a dupla Os Jovens e a banda The Sunshines apostaram em suas letras. No entanto, Raul faria um grande amigo e parceiro: Leno, da dupla Leno e Lilian. "Raulzito sempre esteve 20 anos adiante de seu tempo e Leno o compreendia. Na verdade, sempre houve uma grande admiração mútua", diria Arlindo Coutinho, da relações públicas da CBS.

Em seu compacto duplo Papel Picado, lançado em 1969, Leno registrou "Um Minuto Mais", versão de Raulzito para "I Will" (nada a ver com a canção de Paul McCartney). Também não se pode esquecer de Mauro Motta, outro grande parceiro de Raul nesta fase.

Jerry Adriani decidiu convocar Raul para ser o produtor de seus discos. No álbum de 1969, aproveitou para gravar uma de suas músicas, "Tudo Que É Bom Dura Pouco". Naquela mesma época, outros ídolos da Jovem Guarda também apadrinharam Raul gravando suas letras como Ed Wilson, Renato e Seus Blue Caps e Odair José.

1970 marcou o início de uma fase muito ativa na carreira de Raul, como produtor da CBS. Primeiramente, suas composições passaram a ser gravadas pelos artistas do cast da gravadora. Passou o ano produzindo discos para Tony e Frankye, Osvaldo Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade enorme de músicas para os colegas da gravadora. Algumas de muito sucesso, como "Doce Doce Amor" (Jerry Adriani), "Ainda Queima a Esperança" (Diana) e "Se Ainda Existe Amor" (Balthazar).

Raul nessa época passa a ter um bom emprego de respeitado produtor, que conseguira lançar suas composições como hits na voz de outros cantores e produzir grandes artistas. Mas Raul não se conformava apenas com isso. Com o apoio de Sérgio Sampaio, Raul passa cada vez mais a realimentar os sonhos de quando ainda morava em Salvador, que era ser um cantor.

Ao lado de Leno, Raul participa do disco "Vida e Obra de Johnny McCartney", disco solo de Leno, em que ambos buscam novos caminhos e experimentações. Juntos assinam letras e composições. Foi o primeiro LP gravado em oito canais no Brasil. As letras do disco foram censuradas, e o mesmo não foi lançado na época.

Outro projeto mal sucedido seria a "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10" onde Raul Seixas deu inicio a produção de um projeto de ópera-rock, tendo as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista" era um disco anárquico, inspirado em Frank Zappa e o então cultuado disco "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles misturado a elementos brasileiros, como samba, chorinho, baião. O Movimento no entanto não dera certo.

Auge e Queda

No início dos anos 1970, Raul Seixas se interessou por um artigo sobre extraterrestres publicado na revista A Pomba e teve o seu primeiro contato com o escritor Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro musical.

No ano de 1973, Raul conseguiu um grande sucesso com a música "Ouro de Tolo" no álbum "Krig-ha, Bandolo!", uma música com letra quase autobiográfica, mas que debocha da Ditadura Militar e do Milagre Econômico.

O mesmo LP também continha outras músicas que se tornaram grandes sucessos, como: "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa" e "Al Capone".

Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão nacional como uma grande promessa de um novo compositor e cantor. Porém, logo a imprensa e os fãs da época foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.

No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a "Sociedade Alternativa", uma sociedade baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, onde a principal lei é "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei".

Em todos os seus shows, Raul divulgava a "Sociedade Alternativa" com a música de mesmo nome. A Ditadura Militar, então, através do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) prendeu Raul Seixas e Paulo Coelho, pensando que a "Sociedade Alternativa" fosse um movimento armado contra o governo. Depois de torturados, Raul e Paulo Coelho foram exilados para os Estados Unidos onde Raul Seixas teria supostamente se encontrado com John Lennon.

No entanto, o seu LP "Gita" gravado poucos meses antes, faz tanto sucesso que ambos voltaram ao Brasil. O álbum "Gita" rendeu a Raul Seixas um disco de ouro, após vender 600.000 cópias. Ainda neste ano, Raul separa-se de Edith Wisner, que vai para os Estados Unidos com a filha do casal, Simone.

Em 1975, casa-se com Glória Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs uma de suas músicas mais conhecidas, "Tente Outra Vez". O LP, porém, vendeu menos de 60 mil cópias.

Em 1976, Raul Seixas supera a má-vendagem do disco anterior com o disco "Há Dez Mil Anos Atrás" (Versão de uma música de Elvis Presley intitulada "I Was Born About Ten Thousand Years Ago"). Neste mesmo ano, nasce sua segunda filha, Scarlet.

Naquele final de década as coisas começaram a ficar ruins para Raul. A parceria com Paulo Coelho é desfeita. O cantor lança três discos pela WEA (hoje Warner Music Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica. "O Dia Em Que A Terra Parou", que continha canções como "Maluco Beleza" e "Sapato 36". "Mata Virgem", em 1978 e "Por Quem Os Sinos Dobram", em 1979.

Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto Andrade de Azevedo, geralmente creditado como Cláudio Roberto, com quem Raul compôs várias de suas canções mais conhecidas.

A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao consumo de álcool, que lhe causa a perda de 1/3 do pâncreas. Separa-se de Glória Vaquer, que vai embora para os Estados Unidos levando a filha Scarlet. Neste ano, conhece Tânia Menna Barreto, com quem passa a viver.

No ano de 1979, separa-se de Tânia. Começa então a depressão de Raul Seixas junto com uma internação para tratar do alcoolismo. Conhece Ângela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira.


Altos e Baixos

No ano de 1980, assina novamente contrato com a CBS (desta vez como cantor) lançando mais um álbum, "Abre-te Sésamo", que contém outros sucessos e têm as faixas "Rock das Aranhas" e "Aluga-se", ambas censuradas. Logo depois o contrato é rescindido.

Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika Seixas.

Em 1982 faz um show na Praia do Gonzaga, em Santos, reunindo mais de 150 mil pessoas. No mesmo ano, Raul apresenta-se bêbado em Caieiras, São Paulo, e é quase linchado pela platéia que não acredita que Raul é o próprio, mas um impostor.

Desde 1980 Raul Seixas estava sem gravadora e agora também sem perspectiva de um novo contrato. Mergulhado na depressão, Raul afunda-se nas drogas. Porém, em 1983, é convidado para gravar um disco pelo Estúdio Eldorado. Logo depois, Raul é convidado para gravar o especial infantil "Plunct, Plact, Zuuum" da Rede Globo, onde canta a música "Carimbador Maluco". O álbum "Raul Seixas" (1983), que continha a canção "Carimbador Maluco", dá à Raul mais um disco de ouro.

Em 1984 grava o LP "Metrô Linha 743" pela gravadora Som Livre. Mas depois Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação. Também em 1984 a Eldorado lança o disco "Ao Vivo - Único e Exclusivo".

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show em 1 de dezembro 1985, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.

Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi lançado somente no ano seguinte, devido ao alcoolismo. O disco "Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" faz grande sucesso entre os fãs, chegando a ganhar disco de ouro e estando presente até em programas de televisão, como o "Fantástico". Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira. A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova, fazendo uma participação no disco "Duplo Sentido", da banda Camisa de Vênus.

Um ano mais tarde, 1988, já separado de Lena Coutinho, faz seu último álbum solo, "A Pedra do Gênesis".

A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.


Canto Para Minha Morte

As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O disco foi intitulado de "A Panela do Diabo", que foi lançado pela Warner Music Brasil no dia 19 de agosto de 1989.

Dois dias depois, na manhã do dia 21 de agosto, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama pela sua empregada Dalva, por volta das 8:00 hs da manhã, vítima de uma Parada Cardiorrespiratória.

Seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma Pancreatite Aguda.

O LP "A Panela do Diabo" vendeu 150.000 cópias, rendendo a Raul Seixas um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira.

Após a Morte

Depois de sua morte, Raul Seixas permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como "O Baú do Raul" (1992), "Raul Vivo" (1993), "Se o Rádio Não Toca..." (1994) e "Documento" (1998).

Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como "Os Grandes Sucessos de Raul Seixas" (1993), a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como "As Profecias" (com uma versão ao vivo de "Rock das Aranhas") de 1991 e "Anarkilópolis" (com "Cowboy Fora da Lei nº 2") de 2003.

Sua penúltima mulher, Kika Seixas, já produziu um livro do cantor, "O Baú do Raul", baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte.

Em 2004, o canal a cabo Multishow promoveu um show especial de tributo a Raul, intitulado "O Baú do Raul: Uma Homenagem a Raul Seixas". O show, gravado na Fundição Progresso, Rio de Janeiro, e lançado em CD e DVD, contou com artistas como Toni Garrido, CPM 22, Marcelo D2, Gabriel, o Pensador, Arnaldo Brandão, Raimundos, Nasi, Caetano Veloso, Pitty e Marcelo Nova (os três últimos baianos, como Raul).

Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua fazendo sucesso entre novas gerações. Vinte anos depois de sua morte, o produtor musical Mazzola, amigo pessoal de Raul, divulgou a canção inédita gospel, censurada na década de 1970. A canção foi incluída na trilha sonora da telenovela "Viver a Vida", da Rede Globo.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RaulSeixas

8 comentários:

  1. Preciso contar sobre o único contato pessoal que tive com Raul. Eu trabalhava na av. Paulista e no final do dia alguns colegas estavam indo em uma loja de discos bem próximo, onde o Raul estava dando autógrafos. Eu fui junto, mas não tinha intenção de pegar autógrafo, mas estando com eles na fila, pensei, porque não pegar? Não achava papel e estava chegando minha vez, enfiei a mão no bolso e peguei uma nota de um cruzeiro, acho eu, e entreguei a ele. Com um sorriso ele escreveu, "Ao Valmir, pelo seu censo de valor"! Até hoje não tenho certeza se foi um elogio, ou se foi um puxão de orelha, rsss.

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  2. Raaaaul!!!! Raaaaaul!!!! Era o que "alguns" gritavam quando ele mencionava parar a música...No ano de 1981/82 poucos jovens de Brasília entre 15 e 18 anos de idade não conheciam as músicas de Raul Seixas. Tive a oportunidade de verificar isso num grande show realizado no Mané Garrinca onde muitos outros artistas participavam. O show começou às 17 horas e somente foi terminar ás 5 da manhã. Lembro-me de que cantava as músicas dele e alguns amigos ficavam me olhando abismados porque dominava todo o repertório. O grande baiano e conterrãneo sempre fez parte da minha história. A sua contribuição cultural foi de suma importância para o Brasil mesmo para aqueles que não eram fãs. Sua irreverência continua viva!!!!

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  3. RAUL VAI SEMPRE ESTAR ADIANTE DO NOSSO TEMPO. SERA SEMPRE EXEMPLO DE IGUALDADE SOCIAL E NAO APEGO A BENS MATERIAIS."TENHA FE EM DEUS, TENHA FE NA VIDA".OBRIGADO RAUL.

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  4. eu ja nasci sem o raul, mas eu conheci via youtube,televisão, enfim muitos lugares e acabei adorando a musica e a inspiração que ele me deu e me da.

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  5. Quando Raul se foi eu tinha apenas 10 anos. Não tive a chance de conhecê-lo pessoalmente mas tive o prazer de abraçar a sua filha, que é DJ, numa festa em que ela trabalhava. Por um momento pareceu que eu estava abraçando o próprio e pude perceber como esse contato com os fãs emociona a filha...Saudade eterna desse Monstro Sagrado da nossa música.

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  6. RAULZITO SEMPRE VIVA RAUL

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  7. Raul Seixas ou Maluco Beleza, grande talento como compositor e cantor, suas musicas são sempre lembradas e outros artistas vieram a gravar suas varias composições..........deixou saudades......

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  8. Acho que faltou dizer o quanto ele alavancou a carreira de Paulo Coelho.

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