Carolina Cardoso de Menezes

CAROLINA CARDOSO DE MENEZES CAVALCANTI
(83 anos)
Pianista e Compositora

* Rio de Janeiro, RJ (27/05/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/12/1999)

Carolina teve suas primeiras lições de piano com seus pais, Osvaldo Cardoso de Menezes e Dona Sinhá. A partir dos 13 anos, passou a estudar o instrumento com Zaíra Braga, aperfeiçoando-se posteriormente com os professores Gabriel de Almeida e Paulino Chaves. Teve também a oportunidade de conhecer Chiquinha Gonzaga, com quem teve algumas aulas.

Formou-se pelo Instituto Nacional de Música em teoria musical e solfejo, seguindo os estudos em harmonia com seu primo Newton Pádua.

Tornou-se famosa graças ao rádio, onde começou em 1930 e tocou como pianista contatada de várias emissoras, como a Rádio Tupi, Rádio Educadora e Rádio Mayrink Veiga. Nas rádios, acompanhava como instrumentista os mais célebres cantores da época ou como integrante de formações instrumentais ou orquestras.

Lançou também inúmeros discos solo. O primeiro em 1931, com composições de grandes artistas nacionais, além de suas próprias composições. Sua última gravação lançada comercialmente foi realizada em 1999.

Era especialista em choros e sambas, executando-os em arranjos considerados ousados e modernos para a época. Incorporou diversos ritmos, do foxtrot ao rock'n roll, apresentando-se até no ano de sua morte.

Pouco antes de morrer, revelou-se "desapontada" por não haver sido convidada para exibir-se na minissérie de TV Chiquinha Gonzaga, da Rede Globo.

Morreu de causas naturais em sua casa, no bairro do Méier, aos 83 anos, e foi seputada no Cemitério de São João Batista.

Discografia

  • 1997 - Preludiando (Accoustic CD)
  • 1989 - Fafá & Carolina - Fafá Lemos e Carolina Cardoso de Menezes (Eldorado LP)
  • 1986 - Os Pianeiros - Aloysio de Alencar, Carolina Cardoso de Menezes e Antônio Adolfo (LP)
  • 1961 - Carolina e o sucesso (Odeon LP)
  • 1960 - Carolina no Samba (Helium Discos LP)
  • 1958 - Covardia / Patrícia (Odeon 78)
  • 1958 - Tapete Mágico (Odeon LP)
  • 1957 - Despedida de Mangueira / Maria, Maria (Odeon 78)
  • 1957 - Samba no Rio / Brasil Rock (Odeon 78)
  • 1957 - Teleco Teco (Odeon LP)
  • 1956 - Se Acaso Você Chegasse / Atômico (Odeon 78)
  • 1956 - Lembrando o Carnaval I) / Lembrando o Carnaval II (Odeon 78)
  • 1956 - Linda Morena-Lourinha-Pastorinhas / Pierrô Apaixonado-Malmequer-Jardineira (Odeon 78)
  • 1955 - Pianista de Mafuá / Luva de Veludo (Odeon 78)
  • 1955 - Ai Que Saudades da Amélia / Maria Boa (Odeon 78)
  • 1955 - Um Yankee em Ipirapuera / Derrapando na Gávea (Odeon 78)
  • 1955 - Cabelos Brancos / Camisa Listrada (Odeon 78)
  • 1955 - Sucessos em Desfile nº 2 (Odeon LP)
  • 1955 - Lembrando Carmen Miranda (Odeon LP)
  • 1954 - Uma Farra em Campo Grande / Vem Cá Meu Amor (Odeon 78)
  • 1954 - Piano Maluco de Carolina / Coquetel nº 1 (Odeon 78)
  • 1954 - Seleção de Viras / Sinceridade (Odeon 78)
  • 1954 - Tenebroso (Sinter 78)
  • 1954 - Sucessos em Desfile nº 1 (Odeon LP)
  • 1953 - Fla-Flu / Rapadura (Odeon 78)
  • 1953 - Brejeiro / Escorregando (Sinter 78)
  • 1953 - Um Domingo no Jardim de Alah / Tenderly (Sinter 78)
  • 1952 - Nossa Amizade / Beijos de Amor (Sinter 78)
  • 1952 - No Crepúsculo / Ternamente (Sinter 78)
  • 1951 - Baionando / Expressinho (Sinter 78)
  • 1951 - Luar de Paquetá / Malandrinho (Sinter 78)
  • 1950 - Pombo Correio / Regressando (Sinter 78)
  • 1944 - Rato, Rato / Fala Bandolim (RCA Victor 78)
  • 1944 - Dor de um Coração / Os Patinadores (RCA Victor 78)
  • 1943 - Amor-Cielito Lindo / Jalousie (RCA Victor 78)
  • 1943 - Tico Tico no Fubá / Carinhoso (RCA Victor 78)
  • 1943 - Un Peu D'Amour / Amoreuse (RCA Victor 78)
  • 1943 - Amapola / Marai-la-ó (RCA Victor 78)
  • 1942 - Potpourri de Melodias / Eu Sou do Barulho (Odeon 78)
  • 1942 - Maria Elena / Amoroso (RCA Victor 78)
  • 1942 - Melodias de Franz Lehar / Tangerine (RCA Victor 78)
  • 1941 - Palpite Infeliz / Agora é Cinza (RCA Victor 78)
  • 1941 - Helena!...Helena!... / Aurora (Columbia 78)
  • 1939 - É Bom Para / Juro / Não Tenho Lágrimas / Tenha Pena de Mim (RCA Victor 78)
  • 1935 - Novidade / Caboclinha (Odeon 78)
  • 1934 - Comigo é Assim / Preludiando (Odeon 78)
  • 1933 - I Have Money / My Sweet Haven (Odeon 78)
  • 1931 - Good Bye / Eu Passo (Parlophon 78)
  • 1931 - Foi Um Sonho / Ela me Trata Bem (Parlophon 78)
  • 1931 - Comigo Mesma / Tempos Que Se Foram (Parlophon 78)

Fonte:  Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e Miguel Sampaio

Álvaro Alvim

ÁLVARO FREIRE DE VILALBA ALVIM
(65 anos)
Médico Radiologista

☼ Vassouras, RJ (16/04/1863)
┼ Rio de Janeiro, RJ (21/05/1928)

Álvaro Freire de Vilalba Alvim foi um médico radiologista, pioneiro da radiologia brasileira, nascido em Vassouras, RJ, no dia 16/04/1863.

Era filho de Carlos Freire Villalba y Alvim e de Mariana Amélia de Carvalho. Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1887. Seguiu, em 1896 para a França, onde se especializou em Física Médica e trabalhou na equipe de Madame Marie Curie, francesa considerada pioneira nos estudos do Raio-X.

De regresso ao Brasil, instalou um consultório de fisioterapia no Rio de Janeiro, com os modernos aparelhos que trouxera da Europa, e tornou-se um dos pioneiros da fisioterapia no Brasil. Fundou e dirigiu a Assistência às Crianças Pobres, o Instituto de Eletricidade e o Instituto de Eletrologia e Radiologia.


Vivendo no Rio de Janeiro, foi um dos primeiros a residir no bairro de Ipanema. Comprou vários terrenos na região, e construiu sua residência onde hoje funciona a Casa de Cultura Laura Alvim, nome de sua filha mais nova, apaixonada pelas artes.

Álvaro Alvim fez as radiografias das xifópagas Rosalina e Maria, operadas por Eduardo Chapot Prévost.

Álvaro Alvim foi membro titular da Academia Nacional de Medicina. Foi pioneiro da eletroterapia, da radiologia e da radioterapia no Brasil. A ele se deve a aplicação prática, no Brasil, das descobertas de Wilhelm Conrad Röntgen, processos e equipamentos desenvolvidos com Madame Marie Curie.

Suas pesquisas com materiais radiativos fizeram com que se contaminasse e adoecesse. Foi perdendo os dedos, um a um, em ambas as mãos em virtude de lesões ocasionadas pelos Raios X e o Rádio. Pouco antes de falecer, já com uma mão amputada, foi condecorado com a Medalha Humanitária, pelo presidente Artrur Bernardes.

Álvaro Alvim é considerado o Mártir da Ciência Brasileira.

Fonte:  Wikipédia

Cecília Meireles

CECÍLIA BENEVIDES DE CARVALHO MEIRELES
(63 anos)
Poetisa, Pintora, Professora e Jornalista

* Rio de Janeiro, RJ (07/11/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/11/1964)

Cecília Meireles é considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de Dona Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó Dona Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Concluiu seus primeiros estudos - curso primário - em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias,
Espectros. Seguiram-se "Nunca Mais..." e "Poema dos Poemas" (1923) e "Baladas Para El-Rei" (1925).

Casou-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas:  Maria Elvira, Maria Mathilde e
Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos. Publicou, em Lisboa, Portugal, o ensaio O Espírito Vitorioso, uma apologia do Simbolismo. Seu marido, Fernando Correia Dias comete suicídio em 1935. Cecília Meireles casa-se, em 1940,  com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo. Proferiu, em Lisboa e Coimbra, Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, lecionou Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na
Universidade do Distrito Federal, hoje UFRJ. Publicou, em Lisboa, Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colaborou ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela
Academia Brasileira de Letras, ao seu livro "Viagem", em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publicou, em 1939 e 1940, em Lisboa, Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista Ocidente. Em 1940, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, tornou-se sócia honorária do
Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.

Aposentou-se em 1951 como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na
Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro.

Em 1952, tornou-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realizou numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Tornou-se sócia honorária do
Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953. Em Délhi, Índia, no ano de 1953, foi agraciada com  o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebeu o Prêmio de Tradução / Teatro, concedido pela
Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962. No ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome foi dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo, em 1963.

Faleceu no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebeu, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, foi inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.

Em 1965,  foi agraciada com o
Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denominou Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, tornou-se nome de rua no Jardim Japão.

Em 1974, seu nome foi dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo. Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, foi lançada pelo
Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989. Em 1991, o nome da escritora foi dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo.

O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor
Sílvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.

Traduziu peças teatrais de
Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino,
Luiz Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa.  Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."
 

Fonte:  Releituras