IRINEU MARINHO COELHO DE BARROS
(49 anos)
Jornalista
* Niterói, RJ (19/07/1876)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/08/1925)
Irineu Marinho Coelho de Barros era filho do empreiteiro de obras João Marinho Coelho de Barros e de Edwiges de Souza Barros, neto paterno de João Marinho da Silva Macedo e Cláudia Genebres e materno de Domingos Marinho da Silva e Maria Luíza Coelho.
Em 1891 ingressou no colégio de William Cunditt, o Liceu Popular de Niterói, tendo entre seus colegas o romancista Lima Barreto. Lá, fundou o Grêmio Literário Silvio Romero e os jornais A Pena e O Ensaio. Iniciou sua colaboração regular no jornal O Fluminense. Numa época na qual todos assinavam por pseudônimos, nunca deixou de assinar I. Marinho.
Por sempre ser identificado em seus artigos, por causa de uma defesa que fez em favor dos parnasianos, provocou uma briga com os colegas de redação, que na época lhe deram três conselhos: que deixasse o Liceu, onde nada aprendia; que deixasse a imprensa, já que não sabia escrever coisas descentes; e que fosse plantar batatas, porque não dando certo como jornalista, poderia encontrar sucesso neste tipo de agricultura.
Com a Revolta da Armada, em 1893, interrompeu os estudos e fixou-se no Rio de Janeiro, trabalhando como revisor do Diário de Notícias, fundado e dirigido por Ruy Barbosa. Passou dali para a Gazeta de Notícias, onde foi revidor, repórter de polícia, secretário de redação e finalmente diretor. Passou por todas as funções, desde repórter até diretor. Trabalhou por um tempo também no jornal A Tribuna.
Em 1903, casou-se com a filha de italianos Francisca Pisani, a Dona Chica, e tiveram seis filhos: Roberto, Heloísa, Ricardo, Hilda, Helena (que faleceu no primeiro ano de vida) e Rogério. Irineu Marinho trabalhava duramente para sustentar e educar seus filhos com jornadas de até quinze horas diárias. Trabalhou no prestigiado jornal A Notícia e tinha como colegas Arthur Azevedo e Olavo Bilac.
Deixou a Gazeta de Notícias e fundou em 1911 o jornal A Noite, lançado a 18 de julho. Primeiro vespertino do Rio de Janeiro, do qual era um dos acionistas, e cuja quota de 25 contos de réis era, segundo algumas histórias, proveniente de empréstimos feitos por amigos. Em 1913, seus desafetos da Brasil Railway Co. conseguiram infiltrar um representante na sociedade - Geraldo Rocha.
O vespertino se notabilizou pela defesa das causas nacionalistas, combatendo os trustes internacionais que estendiam seus tentáculos sobre o Brasil. Essa linha o levou a simpatizar por manifestações que lhe renderam a prisão por quatro meses. Libertado, fez longa viagem à Europa, com a mulher e os cinco filhos, aproveitando para conhecer técnicas e equipamentos gráficos mais aperfeiçoados.
Durante sua ausência, Geraldo Rocha, amigo e sócio, convocou uma assembléia de acionistas de A Noite e aumentou seu capital na sociedade obscuramente, deixando Irineu Marinho, o fundador do jornal, reduzido à condição de sócio minoritário e expurgado da empresa. Graças ao auxílio de companheiros e profissionais do jornal, reagiu ao golpe e, levando os fiéis e bons companheiros com ele fundou O Globo, um novo e moderno vespertino, que circulou pela primeira vez a 29 de julho de 1925.
Menos de um mês depois da inauguração, no banheiro de casa, sofreu um Ataque Cardíaco que o matou. Surpreendido pelo ataque cardíaco de seu fundador, o jornal sobreviveu graças a dedicação do seu editor chefe, Euricles de Matos. Foi Euricles de Matos quem preparou os filhos varões de Irineu Marinho, Roberto, Rogério e Ricardo Marinho, para assumir o lugar do pai, transformando O Globo no órgão-líder de um dos maiores complexos de comunicação do mundo.
O mundo deu voltas e da lembrança ingrata por parte da turma do jornal O Fluminense, restou uma placa de bronze colocada na Rua Irineu Marinho, em Niterói, patrocinada pelo veículo. O fundador de O Globo, já vitorioso com o jornal A Noite, nunca mediu despesas para melhorar seu jornal, mas para ele, continuava a almoçar numa pensão de sobrado na rua Uruguaiana, modesta no tempero e no preço, que guarda até hoje uma foto de Irineu Marinho na parede.
No dia 17 de Junho de 1971 o então Governador do Estado do Rio de Janeiro Geremias Fontes construiu em sua homenagem o então Colégio Estadual Irineu Marinho situado no Município de Duque de Caxias, no bairro Centenário.
Fonte: Wikipédia e Entrevistando