Walter Wanderley

WALTER JOSÉ WANDERLEY MENDONÇA
(54 anos)
Organista

* Recife, PE (12/05/1932)
+ San Francisco, Estados Unidos (04/09/1986)

Foi um organista brasileiro. Foi casado com a cantora Isaura Garcia.

Já famoso no Brasil no fim dos anos 50, o organista pernambucano Wanderley, influenciado por Tony Bennett, se mudou com seu trio para os Estados Unidos em 1966, e lançou seu primeiro single, Samba de Verão (Summer Samba), de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, alcançando o segundo lugar nas paradas e vendendo mais de um milhão de cópias.

Teve reconhecimento internacional pelo trabalho realizado com a cantora Astrud Gilberto, com a qual dividiu os créditos de A Certain Smile, A Certain Sadness e, daí em diante, consolidou uma carreira no meio jazzístico californiano.

Não mais voltaria ao Brasil e faleceu vítima de Câncer em setembro de 1986.


Discografia

  • 1959 - Festa Dançante
  • 1960 - Eu, você e Walter Wanderley
  • 1961 - Sucessos Dançantes em Ritmo de Romance
  • 1961 - Walter Wanderley
  • 1962 - Samba é Samba Com Walter Wanderley
  • 1962 - O Sucesso é Samba
  • 1963 - Samba no Esquema de Walter Wanderley
  • 1963 - Walter Wanderley e o Bolero
  • 1963 - O Samba é Mais Samba Com Walter Wanderley
  • 1964 - Órgão, Sax e Sexy-Walter Wanderley e Portinho

Fonte: Wikipédia

Yolanda Pereira

YOLANDA PEREIRA
(90 anos)
Miss Brasil

* Pelotas, RS (16/10/1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/09/2001)

Era filha de Lídio Alves Pereira e Branca Conceição, foi casada com Homero Souto de Oliveira e do casamento tiveram três filhos.

Foi a primeira brasileira a conquistar o título de Miss Universo, em 1930, embora este título não seja reconhecido oficialmente pela Miss Universe Organization nem tenha qualquer ligação com ele.

A história do título vem dos anos 20 do século passado, quando existia um concurso internacional de beleza nos Estados Unidos chamado International Pageant of Pulchritude (Desfile Internacional de Beleza) e concedia o título de "Miss Universo" à vencedora.

Esta edição de 1930 foi realizada paralelamente no Brasil, criada por brasileiros, ao mesmo tempo da edição norte-americana, que era realizada em Galveston, no Texas. Ele foi motivado por uma revolta de brasileiros com a não-classificação de Olga Bergamini, a brasileira participante do concurso de 1929, o que os levou a criar seu próprio evento. Este concurso, assim como o de Galveston, porém, não faz parte das estatísticas, não é oficializado pelo Miss Universe Organization, nem tem qualquer relação com ele. Oficialmente o Brasil possui apenas duas Misses Universo (assim como os Estados Unidos só possuem sete), Ieda Maria Vargas em 1963 e Martha Vasconcellos, eleita em 1968.

Concurso

A primeira etapa das conquistas de Yolanda, o título de miss Pelotas, foi conquistado através do sufrágio popular, tendo ela sido a candidata mais votada, com 4.202 votos. Em Porto Alegre, concorrendo com as demais candidatas, sagrou-se Miss Rio Grande do Sul, em concurso patrocinado pelo extinto jornal Diário de Notícias.

Na então capital federal, o Rio de Janeiro, embora não alimentasse esperanças de vitória, ela foi escolhida como a Miss Brasil.

O concurso internacional, à parte do de Galveston, foi realizado no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, com o nome de International Beauty Contest.

O país tinha seus jurados em desvantagem, e o resultado final estava na dependência dos jurados europeus, sendo que a favorita era a Miss Portugal. Mas a escolhida foi Yolanda e em agosto de 1930 (algumas fontes indicam o dia 7 de setembro) Yolanda foi proclamada Miss Universo. O parecer da comissão julgadora levou em conta quesitos como beleza, graça, equilíbrio, proporção, formas e distinção. Os jurados também estiveram atentos ao tipo étnico e à visão do conjunto.

O promotor do concurso era o vespertino carioca A Noite, a quem Yolanda concedeu a primeira entrevista, falando de sua surpresa pelo resultado. Disse que não esperava, que não alimentava tal ambição, e que apenas se preocupava com o desejo de desempenhar da melhor maneira possível o papel de Miss Brasil.

Yolanda morreu aos 90 anos em sua casa, no Rio de Janeiro, devido a complicações decorrentes de uma Infecção Respiratória.




Eduardo Wandenkolk

EDUARDO WANDENKOLK
(64 anos)
Militar e Político

* Rio de Janeiro, RJ (29/06/1838)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/09/1902)

Filho do almirante João Maria Wandenkolk, Barão de Araguari no Brasil, e de Gregória Martina Gomensoro, falecida um ano antes da concessão do título nobiliárquico.

Era irmão de José Eduardo Wandenkolk, capitão de mar e guerra reformado, em 1870, que alguns confundem como sendo seu pai.

Tendo alcançado o posto de almirante, foi ministro da marinha do governo de Deodoro da Fonseca e senador da República de 1890 a 1900. Foi reformado pelo marechal Floriano Peixoto em 1892, após ter assinado o Manifesto dos 13 Generais. Foi detido e mandado para Tabatinga, no alto Amazonas, junto com outros presos políticos.

Após ter os seus direitos restabelecidos foi nomeado chefe do Estado-Maior da Armada em 1900.

Faleceu durante operação de Câncer na Garganta.

Barros Carvalho

ANTÔNIO DE BARROS CARVALHO
(67 anos)
Jornalista, Político e Latifundiário

* Palmares, PE (12/02/1899)
+ Recife, PE (03/09/1966)

Antônio de Barros Carvalho, mais conhecido como Barros Carvalho, foi um proprietário de terras e político brasileiro. Foi deputado federal e senador pelo estado de Pernambuco.

Primeiros Anos

Filho de José de Carvalho e Albuquerque e Francisca de Barros Carvalho, formou-se pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Recife, mas desde cedo interessou-se por assuntos econômicos, financeiros e fiscais, área onde se especializou.

Proprietário de terras em Palmares, foi fiscal do imposto de consumo, em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e mais tarde superintendente de fiscalização dos impostos federais.

Foi assessor técnico do ministro da fazenda Artur de Sousa Costa, de 1934 a 1945, tendo elaborado diversos projetos, como a Lei do Solo, do Imposto de Renda e do Imposto de Vendas e Consignações.

Durante o Estado Novo, foi redator do Diário de Pernambuco e diretor do Jornal Pequeno. Mais tarde, colaborou com o Estado de Minas e o Diário de São Paulo, como jornalista.

Carreira Política

Filiado à União Democrática Nacional, elegeu-se primeiro suplente de deputado federal por Pernambuco em dezembro de 1945, ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados entre dezembro de 1945 e dezembro de 1947.

Em 1950, elegeu-se deputado federal pela coligação UDN-PTB-PR-PRP-PL.

Pelo grande prestígio que tinha entre os trabalhadores, foi convidado por Getúlio Vargas a ingressar no PTB. Aceitando o convite, foi reeleito por seu novo partido em 1954, pela coligação PTB-PST.

Em outubro de 1958, elegeu-se senador e ao mesmo tempo reelegeu-se deputado federal, optando pelo cargo de senador.

Em 1960, foi nomeado Ministro da Agricultura por Juscelino Kubitschek, ficando no cargo até o fim do mandato presidencial, em janeiro de 1961.

Acompanhou João Goulart na visita à República Popular da China em agosto de 1961, quando da renúncia de Jânio Quadros. Permaneceu com o vice-presidente em Paris, durante o desenrolar da crise, retornando com o mesmo em setembro, entrando pelo Rio Grande do Sul, com o apoio do então governador Leonel Brizola, que liderava a Campanha da Legalidade.

Foi contrário ao AI-4, de 2 de setembro de 1961, que estabelecia o parlamentarismo no país, mas apoiou o ato como forma de dar posse a João Goulart. Defendeu então a antecipação do referendo sobre o sistema de governo, que acabou sendo aprovada na votação de setembro de 1962, sendo enfim realizado o referendo em 6 de janeiro de 1963, ocasião em que a população decidiu pelo retorno ao sistema presidencialista.

Foi líder do PTB no Senado Federal de 1962 a 1965 e líder da maioria (PTB e PSD) em 1963 e 1964.

Era tio de Marcos Freire, que foi senador por Pernambuco entre 1975 e 1983, presidente da Caixa Econômica Federal e ministro da Reforma Agrária, e tio-avô de Luís Freire, que foi deputado federal por Pernambuco em 1987 – 1988 e prefeito de Olinda de 1989 a 1992.

Fonte: Wikipédia

Brecha

MOACIR BERNARDES BRIDA
(63 anos)
Jogador de Futebol e Técnico

* Itajobi, SP (12/07/1948)
+ Catanduva, SP (03/09/2011)

Jogador de futebol e treinador de times brasileiros nos anos 60, 70 e 80. Irmão do também futebolista Roberto Brida (ex-jogador e treinador do Juventus), Brecha foi um dos grandes ídolos do Juventus.

Início de Carreira

Brecha iniciou a carreira aos 17 anos, quando jogou no Catanduva Esporte Clube, em 1965. Permaneceu no clube até 1967, transferindo-se para o Barretos Esporte Clube. Em janeiro de 1968, Brecha foi contratado pelo Clube Atlético Juventus, onde tornou-se um dos maiores nomes da história do clube. Jogou ao lado de seu irmão, Roberto Brida, no Juventus, permanecendo até setembro de 1972. Em seguida, foi vendido ao Anderlecht, da Bélgica. Após sete meses em território europeu, retornou ao Brasil e logo foi contratado pelo Santos Futebol Clube.

Santos

No clube da Vila Belmiro, Brecha atuou entre 1972 e 1976, jogando ao lado do Rei Pelé. Por 10 meses, entre 1975 e 1976, passou usar a camisa 10 do Santos Futebol Clube, a camisa de Pelé, quando este transferiu-se para o clube americano Cosmos.

Brecha jogou também no Guarani, novamente no Juventus, Grêmio de Esportes Maringá, Comercial (MS), Mixto, Botafogo de Ribeirão Preto, Grêmio Catanduvense, Brasília, Sertãozinho e novamente no Grêmio Catanduvense, onde encerrou a carreira em 1990, aos 42 anos de idade – o jogador mais velho em campo.

Após pendurar as chuteiras, Brecha também atuou como técnico de futebol. Comandou o Sertãozinho (1990); Grêmio Catanduvense (1991); Seleção Brasileira de Futebol Rápido (1995); Centro Esportivo e Educacional Nakazawa (equipe japonesa em Atibaia); Seleção Brasileira de Futebol Rápido (1997) (campeão na Argentina) e por fim no Operário de Campo Grande (1999-2000).

Brecha também foi comentarista esportivo da TVO (Televisão Opinião de Catanduva), durante o Campeonato Paulista de Futebol de 1994, além de colunista esportivo no jornal O Regional, de Catanduva, durante a Copa do Mundo de 1998 e Copa do Mundo de 2002, no Notícia da Manhã e na Revista Maxxi’s durante as Copa do Mundo de 2006 e Copa do Mundo de 2010.

Entre 1991 e 2001 manteve a popular Escolinha de Futebol do Brecha, logo depois dedicando-se como professor de futebol na prefeitura de São Paulo, prefeitura de Catanduva e prefeitura de Ariranha.

Casado com Regina Fátima Boso Brida desde 1974, teve três filhos, o jornalista e crítico de cinema Felipe Boso Brida, a professora Aline Boso Brida e o advogado Daniel Boso Brida, e três netos, Mayara, Laura e Caio.

Homenagens

Incentivador do esporte, Brecha foi um jogador de extrema popularidade e carisma. Ao longo da carreira, recebeu inúmeras homenagens em todo o país, como "Oscar" do futebol, o Troféu Chuteira de Ouro, concedido pela Rádio e TV Bandeirantes em 1972, no mesmo ano em que recebera Ademir da Guia.

Outras Homenagens
  • 1983 - Troféu Flávio Adauto – Atleta-Símbolo Nacional
  • 1999 - Troféu Juventus: Melhores jogadores
  • 2003 - Troféu Honra Comunitária: Grupo de Poesia Guilherme de Almeida – Catanduva
  • 2006 - Troféu Esportista do Ano – Ariranha/SP
  • 2010 - Troféu Juventus: Moleque Travesso

Recebeu também diversas menções honrosas durante os Campeonatos Paulista de 1971 e 1973, Torneio Laudo Natel em 1974 e Torneio Governador Roberto Santos (Bahia) em 1975.

Faleceu no dia 03/09/2011 (sábado) vítima de um Tumor Cerebral (diagnosticado há um ano e meio, já havia passado por uma cirurgia). O velório aconteceu após às 13h30 no Cemitério Jardim Monsenhor Albino onde seu corpo foi sepultado às 17:00hs.

Percy Aires

PERCY AIRES LOESH
(60 anos)
Ator

* São Paulo, SP (28/01/1932)
+ São Paulo, SP (03/09/1992)

Percy Aires começou sua carreira artística no rádio em 1952, tendo estreado na TV Tupi em seguida e posteriormente contratado pela Rede Globo. Em 1957, atuava no TV de Vanguarda que, entre outros, apresentou Doze Homens Furiosos, uma adaptação de Walter George Durst.

Em sua passagem pela TV Record na década de 70, participou da novela O Espantalho, de Ivani Ribeiro, ao lado de Jardel Filho e Nathalia Thimberg.

No cinema, atuou em O Santo Milagroso em 1966, ao lado de Dionísio Azevedo e Leonardo Vilar.

Em 1988, participou de dois filmes do grupo humorístico Os Trapalhões: Os Heróis Trapalhões e Os Heróis Trapalhões - Uma Aventura na Selva.

Era pai de Patrícia Aires, que ficou conhecida em 1968 por sua atuação na novela A Pequena Orfã, um dos maiores sucessos do gênero e que também virou filme estrelado pela própria atriz.

Em sua passagem pelo TV de Comédia, na TV Tupi, onde encenou ao vivo a peça Os Maridos Atacam de Madrugada, em 1959, Percy foi vítima de um incidente curioso: numa das cenas, o ator aparecia sentado numa cadeira com a atriz Carmen Marinho no colo. Ela levantou-se e tornou a sentar e, nesse movimento, o pé da cadeira dobrou, levando Percy ao chão com os cinquenta e poucos quilos de Carmen sobre ele. Diante das câmeras, que registraram o flagrante, Percy não se deu por embaraçado e exclamou: "Nesta casa tudo acontece!"

Participou de mais de 40 telenovelas, tendo se destacado em Brega e Chique, onde fazia o papel do marido autoritário da personagem interpretada por Neuza Amaral, numa vaga alusão ao estilo do presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, e em Roda de Fogo, ambas da TV Globo.

O ator faleceu aos 60 anos, vitimado por uma hemorragia interna provocada por problemas no estômago.


Samuel Wainer

SAMUEL WAINER
(68 anos)
Jornalista

☼ São Paulo, SP (16/01/1912)
┼ São Paulo, SP (02/09/1980)

Samuel Wainer foi fundador, editor-chefe e diretor do jornal Última Hora. Foi casado com a modelo e jornalista Danuza Leão. Nasceu em São Paulo, SP, no dia 16/01/1912. Era filho de Jaime Wainer e de Dora Wainer.

Embora formado em farmácia, jamais exerceu a profissão. Começou sua carreira de jornalista ainda estudante, no Diário de Notícias. Em 1938, após o golpe do Estado Novo (10/11/1937), fundou a revista mensal Diretrizes. Transformada, em 1941, em semanário, Diretrizes adotou uma linha de oposição ao regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas, tendo diversas edições apreendidas.

Em 1944, Diretrizes publicou uma entrevista de Lindolfo Collor, na qual o ex-ministro do trabalho afirmava esperar que o fim da guerra contra o nazismo na Europa fosse acompanhado pelo término da ditadura no Brasil. Em conseqüência, o suprimento de papel ao jornal foi suspenso. Obrigado a retirá-lo de circulação, Samuel Wainer partiu para o exílio, primeiro no Chile e depois nos Estados Unidos, onde trabalhou como correspondente de O Globo.


Com o fim do Estado Novo em 29/10/1945, retornou ao Brasil e reabriu Diretrizes.

Em 1947 vendeu o jornal e em seguida foi contratado pela cadeia dos Diários Associados.

Em fevereiro de 1949, quando a sucessão presidencial de Eurico Gaspar Dutra estava em pleno andamento, viajou ao Rio Grande do Sul com o objetivo de realizar reportagens sobre a produção de trigo. Aproveitou a ocasião para tentar uma entrevista com o ex-presidente Getúlio Vargas, que vinha evitando dar declarações aos jornais. Recebido por Getúlio Vargas, obteve permissão para publicar nos jornais dos Diários Associados uma entrevista na qual Getúlio Vargas afirmava: "Voltarei como líder de massas!".

Lançado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Getúlio Vargas ganhou as eleições de 1950. Para romper o cerco imposto pela grande imprensa do país, Getúlio Vargas começou a pensar num jornal que, sem ser do governo, pudesse defender suas iniciativas, e escolheu Samuel Wainer para viabilizá-lo.

Samuel Wainer e Getúlio Vargas
Com financiamentos concedidos pelo banqueiro Válter Moreira Sales, Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e pelo industrial Ricardo Jafet, presidente do Banco do Brasil, Samuel Wainer adquiriu o parque gráfico da empresa Érica e o prédio onde ele estava instalado. Oferecendo esses bens ao Banco do Brasil como garantia, conseguiu um empréstimo para constituir a Empresa Editora Última Hora S.A.

A Última Hora circulou pela primeira vez em junho de 1951 e seis meses depois já era o vespertino de maior circulação no Rio de Janeiro.

Em março de 1952, o jornal começou a circular em São Paulo. A imprensa anti-Vargas desfechou uma campanha contra Samuel Wainer, acusando-o de favoritismo nas transações que efetuara com o Banco do Brasil. Liderada pela Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, a campanha assumia cada vez maior agressividade. Carlos Lacerda chegou a afirmar que Samuel Wainer era estrangeiro, o que o impediria de possuir ou dirigir qualquer órgão de imprensa no país, e que ele teria forjado uma certidão de nascimento, tendo incorrido assim em crime de falsidade ideológica.

Em abril de 1953, foi instituída uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias. Em junho, depondo perante a CPI, Samuel Wainer recusou-se a mencionar os nomes de seus financiadores. Em setembro as conclusões da CPI foram desfavoráveis a Samuel Wainer, mas a situação não evoluiu.


Em 23/08/1954, no auge da crise que culminaria com o suicídio de Getúlio VargasSamuel Wainer recebeu um pedido do presidente para que no dia seguinte a manchete da Última Hora fosse "Só Morto Sairei do Catete!" e foi com esta manchete que o jornal circulou em 24 de agosto.

Após a morte de Getúlio VargasSamuel Wainer manteve a Última Hora numa linha de cerrada oposição ao novo presidente, João Café Filho. O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) recebeu integral apoio da Última Hora, que defendeu a construção de Brasília, uma das suas iniciativas mais polêmicas.

Durante o governo de Jânio Quadros, o jornal apoiou algumas iniciativas no campo da política externa, como a aproximação com os países socialistas. Após a renúncia de Jânio Quadros (25/08/1961), a Última Hora defendeu a posse do vice-presidente João Goulart, que na ocasião sofreu uma tentativa de veto por parte dos ministros militares. Durante o governo João Goulart, o jornal manteve-se sempre ao lado do presidente, apoiando suas propostas de reformas de base.


Após o Golpe Militar de 31/03/1964, Samuel Wainer teve seus direitos políticos suspensos. Exilando-se na França, voltou ao Brasil em 1967 e reassumiu a direção da Última Hora. Vendeu o jornal em 1972. Trabalhou em diferentes órgãos da imprensa brasileira até o final da década de 70.

Samuel Wainer foi casado três vezes e do matrimônio com Danuza Leão teve três filhos.

Faleceu em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, vítima de uma parada cardiorrespiratória, no dia 02/09/1980, aos 68 anos.

Vladimir Herzog

VLADO HERZOG
(38 anos)
Jornalista, Professor e Dramaturgo

* Osijek, Croácia (27/06/1937)
+ São Paulo, SP (25/10/1975)

Foi um jornalista, professor e dramaturgo nascido na Croácia (à época ainda parte do Reino da Iugoslávia), mas naturalizado brasileiro. Vladimir também tinha paixão pela fotografia, atividade que exercia por conta de seus projetos com o cinema. Passou a assinar Vladimir por considerar seu nome muito exótico nos trópicos.

Vladimir tornou-se famoso pelas consequências que sofreu devido às suas conexões com a luta comunista contra a ditadura militar, autodenominada movimento de resistência contra o regime do Brasil, e também pela sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Sua morte causou impacto na ditadura militar brasileira e na sociedade da época, marcando o início de um processo pela redemocratização do país. Segundo o jornalista Sérgio Gomes, Vladimir Herzog é um "símbolo da luta pela democracia, pela liberdade, pela justiça".

Primeiros Anos

Herzog nasceu na cidade de Osijek, em 1937, na Iugoslávia (atual Croácia), filho de um casal judeu, Zigmund e Zora Herzog. Com o intuito de escaparem do Estado Independente da Croácia (estado fantoche controlado pela Alemanha Nazista e pela Itália Fascista), o casal decidiu emigrar, com o filho, para o Brasil, na década de 1940.

Educação e Carreira

Herzog se formou em filosofia pela Universidade de São Paulo em 1959. Depois de formado, trabalhou em importantes órgãos de imprensa no Brasil, notavelmente no O Estado de São Paulo. Nessa época, resolveu passar a assinar Vladimir ao invés de Vlado pois acreditava que seu nome verdadeiro soava um tanto exótico no Brasil. Vladimir também trabalhou por três anos na BBC de Londres.

Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Também foi professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e, nessa época, também atuou como dramaturgo, envolvido com intelectuais de teatro. Em sua maturidade, Vladimir passou a atuar politicamente no movimento de resistência contra a Ditadura Militar no Brasil de 1964-1985, como também no Partido Comunista Brasileiro.

Prisão e Morte

Em 24 de outubro de 1975 - época em que Vladimir já era diretor de jornalismo da TV Cultura - agentes do II Exército  o convocaram para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (que era proibido pela ditadura).

No dia seguinte, Vladimir compareceu ao pedido. O depoimento de Vladimir era dado por meio de uma sessão de tortura. Ele estava preso com mais dois jornalistas, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, que confirmaram o espancamento.

No dia 25 de outubro, Vladimir foi encontrado enforcado com a gravata de sua própria roupa. Embora a causa oficial do óbito, divulgada pelo governo ditatorial da época, seja suicídio por enforcamento, há consenso na sociedade brasileira de que ela resultou de tortura, com suspeição sobre servidores do DOI/CODI, que teriam posto o corpo na posição encontrada, pois as fotos exibidas mostram Vladimir enforcado.

Porém, nas fotos divulgadas há várias inverossimilhanças. Uma delas é o fato de que ele se enforcou com um cinto, coisa que os prisioneiros do DOI/CODI não possuíam. Além disso, suas pernas estão dobradas e no seu pescoço há duas marcas de enforcamento, o que mostra que supostamente sua morte foi feita por estrangulamento. Na época, era comum que o governo militar ditatorial divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam perecido por "suicídio", o que gerava comentários irônicos de que Vladimir e outras vítimas haviam sido "suicidados pela ditadura".

Pós-Morte

Vladimir era casado com a publicitária Clarice Herzog, com quem tinha dois filhos. Com a morte do marido, Clarice passou por maus momentos. Com medo e opressão, teve que contar para os filhos pequenos o que havia ocorrido com o pai. A mulher, três anos depois, conseguiu que a União fosse responsabilizada, de forma judicial, pela morte do esposo. Ainda sem se conformar, ela diz que "Vlado contribuiria muito mais para a sociedade se estivesse vivo".

Gerando uma onda de protestos de toda a imprensa mundial, mobilizando e iniciando um processo internacional em prol dos direitos humanos na América Latina, em especial no Brasil, a morte de Vladimir impulsionou fortemente o movimento pelo fim da Ditadura Militar Brasileira. Após sua morte, grupos intelectuais, agindo em jornais e meios de comunicação, e grupos de atores, no teatro, como também o povo, nas ruas, se empenharam na resistência contra a ditadura do Brasil.

Diante da agonia de saber se Vladimir havia se suicidado ou se havia sido morto pelo Estado, criaram-se comportamentos e atitudes sociais de revolução. Em 1976, por exemplo, Gianfrancesco Guarnieri escreveu Ponto de Partida, espetáculo teatral que tinha o objetivo de mostrar a dor e a indignação da sociedade brasileira diante do ocorrido. Segundo o próprio Guarnieri:

"[...] Poderosos e dominados estão perplexos e hesitantes,impotentes e angustiados. Contendo justos gestos de ódio e revolta, taticamente recuando diante de forças transitoriamente invencíveis. Um dia os tempos serão outros. Diante de um homem morto, todos precisam se definir. Ninguém pode permanecer indiferente. A morte de um amigo é a de todos nós. Sobre tudo quando é o Velho que assassina o Novo."

Legado

Em 2009, mais de 30 anos após a morte de Vladimir, surge o Instituto Vladimir Herzog. O instituto destina-se a três objetivos:

  • Organizar todo o material jornalístico sobre a história de Vladimir, como meio de auxílio a estudantes, pesquisadores e outros interessados em sua vida e obra;
  • Promover debates sobre o papel do jornalista e também discutir sobre as novas mídias;
  • Ser responsável pelo Prêmio Jornalistico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que premia pessoas envolvidas no jornalismo e na promoção dos direitos humanos. 

Fonte: Wikipédia

Lélia Abramo

LÉLIA ABRAMO
(93 anos)
Atriz e Militante Política

☼ São Paulo, SP (08/02/1911)
┼ São Paulo, SP (09/04/2004)

Lélia Abramo foi uma importante atriz, sindicalista e militante política brasileira, nascida em São Paulo, SP, no dia 08/02/1911.

Filha dos imigrantes italianos, Afra Yole Scarmagnan, natural de Monselice e de Vicenzo Abramo, nascido em Torraca, Lélia Abramo viveu na Itália entre os anos de 1938 e 1950, tendo sofrido as privações da Segunda Guerra Mundial. Junto aos seus irmãos, o artista plástico Lívio AbramoBeatriz Abramo, os jornalistas Athos AbramoFúlvio Abramo e Cláudio Abramo.

Fez parte de uma família que teve grande presença na história brasileira, tanto na militância política como na arte. Sua mãe Afra Yole era filha de Bartolomeu Scarmagnan, militante anarco-sindicalista e organizador da Greve Geral de 1917 em São Paulo.

Participou dos primeiros momentos de fundação da Oposição de Esquerda no Brasil, sempre se assumindo como uma simpatizante do trotskismo junto com Mário Pedrosa.


Eduardo Maffei, militante comunista registra participação de Lélia Abramo na Frente Única Antifascista (FUA) trocando tiros com os integralistas na Praça da Sé, em 1934. Em suas memórias Lélia Abramo afirma ter apenas portado "pedaços de pau".

Lélia Abramo foi também militante e fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo assinado a ata de fundação com Mário Pedrosa, Manuel da Conceição, Sérgio Buarque de Holanda, Moacir Gadotti e Apolônio de Carvalho.

Foi uma personalidade presente em diversos momentos da vida política brasileira, como as Diretas Já.

Participou de 27 telenovelas, 14 filmes e 23 peças de teatro, tendo convivido com grandes nomes do teatro paulista, como Gianni Ratto e Gianfrancesco Guarnieri , com quem estreou nos palcos em 1958 em "Eles Não Usam Black-Tie".

Na TV é lembrada pela matriarca Januária Brandão em "Pai Herói" (1979), Mama Vitória em "Pão Pão, Beijo Beijo" (1983) e Bibiana na minissérie "O Tempo e o Vento" (1985).


Sua militância política custou-lhe a carreira televisiva, pois passou a ser ignorada pela TV Globo, em razão de ter assumido a presidência do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do estado de São Paulo, a partir de 1978, tendo sido a primeira chapa de oposição a tornar-se vitoriosa dentro do período iniciado pela Ditadura Militar Brasileira de 1964.

Esta eleição ganhou as principais páginas dos jornais paulistas da época, apesar da intensa censura, tendo como seus companheiros de diretoria Renato Consorte, Dulce Muniz, Cláudio Mamberti, Robson Camargo, entre outros.

A editora da Fundação Perseu Abramo lançou sua autobiografia em 1997, intitulada "Vida e Arte - Memórias de Lélia Abramo".

Antonio Candido descreve Lélia Abramo:

"Nunca vergou a espinha, nunca sacrificou a consciência à conveniência e desde muito jovem se opôs à injustiça da sociedade. Que sempre rejeitou as vias sinuosas e preferiu perder empregos, arriscar a segurança, sofrer discriminações para poder dizer a verdade e agir com seus pontos de vista…"
(Prefácio Vida e Arte - Memórias de Lelia Abramo)

Lélia Abramo faleceu em São Paulo, SP, no dia 09/04/2004, aos 93 anos, vítima de uma embolia pulmonar.

Carreira

Teatro
  • 1958 - Eles Não Usam Black-Tie ... Romana
  • 1958 - A Mulher do Outro
  • 1959 - Gente Como a Gente
  • 1960 - Mãe Coragem e Seus Filhos
  • 1961 - Raízes
  • 1961 - Pintado de Alegre
  • 1961 - Oscar
  • 1961 - O Rinoceronte
  • 1962 - Yerma
  • 1962 - As Visões de Simone Machard
  • 1963 - Os Ossos do Barão
  • 1964 - Vereda da Salvação
  • 1965 - Os Espectros
  • 1968 - Lisístrata
  • 1968 - Agamenon
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1975 - Ricardo III
  • 1977 - Pozzo em Esperando Godot
  • 1978 - Hospí(cio)tal
  • 1985 - A Mãe

Televisão
  • 1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão ... Lúcia
  • 1990 - Fronteiras do Desconhecido
  • 1986 - Mania de Querer ... Margô
  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Bibiana
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo ... Mama Vitória
  • 1982 - Avenida Paulista ... Bebel
  • 1979 - Pai Herói ... Januária Brandão
  • 1976 - O Julgamento ... Felícia
  • 1975 - Um Dia, o Amor ... Lucinha
  • 1973 - Os Ossos do Barão ... Bianca Ghirotto
  • 1972 - Uma Rosa Com Amor ... Amália
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1971 - Nossa Filha Gabriela ... Donana
  • 1970 - O Meu Pé de Laranja Lima ... Estefânia
  • 1970 - As Bruxas ... Chiquinha
  • 1969 - Dez Vidas
  • 1968 - O Terceiro Pecado
  • 1967 - Paixão Proibida
  • 1966 - Redenção ... Carmela
  • 1966 - Calúnia ... Sarah
  • 1965 - Um Rosto Perdido ... Irmã Rosa
  • 1965 - Os Quatro Filhos
  • 1964 - Prisioneiro de um Sonho
  • 1964 - João Pão
  • 1963 - Gente Como a Gente
  • 1961 - A Muralha

Cinema
  • 1994 - Mil e Uma
  • 1992 - Manôushe
  • 1983 - Janete
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1979 - Maldita Coincidência
  • 1975 - Joanna Francesa
  • 1974 - O Comprador de Fazendas
  • 1970 - Beto Rockfeller
  • 1970 - Cleo e Daniel
  • 1968 - O Quarto
  • 1967 - O Caso dos Irmãos Naves
  • 1967 - O Anjo Assassino
  • 1964 - Vereda de Salvação
  • 1960 - Cidade Ameaçada

Prêmios

  • 1958 - Saci
  • 1958 - APCA
  • 1958 - Governador do Estado
  • 1958 - Círculo Independente de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro
  • 1958 - Associação Brasileira de Críticos Teatrais
  • 1964 - Roquete Pinto
  • 1975 - Associação Paulista de Críticos de Arte
  • 1976 - Governador do Estado de Melhor Atriz

Fonte: Wikipédia

Álvaro Paes Leme

ÁLVARO PAES LEME DE ABREU
(72 anos)
Jornalista e Comentarista

* São Paulo, SP (31/08/1912)
+ São Paulo, SP (01/09/1984)

Jornalista esportivo, comentarista da Rádio Panamericana (atual Jovem Pan) e TV Record. Cobriu várias Copas do Mundo de Futebol. Fundou e ensinou na Escola de Árbitros da Federação Paulista de Futebol.

Tem um filho, Álvaro José, jornalista e locutor esportivo e é avô de Fernanda Paes Leme, atriz da Rede Globo.

Faleceu um dia após completar 72 anos, no dia 01/09/1984.

Fonte: Projeto VIP

Menezes Direito

CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO
(66 anos)
Jurista

* Belém, PA (08/09/1942)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/09/2009)

Bacharel em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1965, ali obteria em 1968 o título de doutor e posteriormente se tornaria também professor.

Nos anos 70 foi assessor do então ministro da educação Ney Braga e entre 1979 e 1980, chefe de gabinete do prefeito do Rio de Janeiro Israel Klabin, ocupando o cargo interinamente por dois curtos períodos.

Presidiria a Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro e seria diretor do Banco do Estado do Rio de Janeiro antes de lançar-se candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições de 1982, não logrando êxito.

Presidiria a Casa da Moeda do Brasil de 1985 a 1987, quando foi convidado pelo então governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, a ser Secretário Estadual de Educação.

Magistratura

Ao deixar a Secretaria foi designado por Moreira Franco a Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 1989 pelo quinto constitucional. Tornou-se ministro do Superior Tribunal de Justiça empossado em 27 de junho de 1996, permanecendo até sua nomeação a ministro do Supremo Tribunal Federal em 2007.


Atuação no Supremo Tribunal Federal

Indicado em 28 de agosto de 2007 pelo Presidente da República para integrar o Supremo Tribunal Federal na vaga do ministro Sepúlveda Pertence, seu nome foi aprovado pelo Senado Federal com 61 votos a favor, 2 contra e uma abstenção, sendo empossado em 5 de setembro de 2007.

Considerado um jurista conservador, de formação católica, costumava a pedir vistas em processos importantes como no processo que pedia a declaração de inconstitucionalidade do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas no Brasil, e da demarcação das terras indígenas da reserva Raposa Serra do Sol.

Faleceu em 1 de setembro de 2009 vítima de complicações devido a um Tumor no Pâncreas.

Fonte: Wikipédia

Helena Silveira

HELENA SILVEIRA
(71 anos)
Escritora e Jornalista

* São Paulo, SP (09/12/1912)
+ São Paulo, SP (31/08/1984)

Filha de Alarico Silveira e Dinorá Ribeiro, foi uma escritora e jornalista conhecida pela coluna que mantinha na Folha de São Paulo, Helena Vê TV, dedicada à crítica dos programas e artistas de televisão. Pertencente a uma família de escritores, era irmã de Dinah Silveira de Queiroz e prima de Rachel de Queiroz, as duas primeiras mulheres a serem aceitas na Academia Brasileira de Letras.

Natural de São Paulo, Helena passou a infância em Casa Branca e em Batatais, fazendo seus estudos na capital. Viajou para a Europa e cursou a Comédie-Française. Ingressou no Correio da Manhã em 1941 e, em 1945, lançava seu primeiro livro, A Humanidade Espera.

Helena chegou a viver no Líbano e na Líbia, onde arrumou inspiração para escrever Damasco e Outros Caminhos (1957).

De sua viagem à China, criou Os Dias Chineses (1961). É de sua autoria dezenas de livros, onde também se destacam Mulheres Frequentemente (1945), Na Selva de São Paulo (1966) e Sombra Azul.

Além da literatura, Helena dedicava-se ao teatro, escrevendo a peça No Fundo do Poço em 1950, junto ao marido, Jamil Almansur Haddad. A peça A Torre, também de 1950, ganhou o prêmio do Departamento de Cultura.

Helena participou de movimentos contra a censura e liberdade de informação, tendo também aderido à causa feminista.

Lolita Rodrigues e Helena Silveira
Durante a fase final do casamento de Ayrton Rodrigues e Lolita Rodrigues, Helena Silveira foi solidária a Lolita quando, no programa Almoço Com as Estrelas, de 1982, ela participou do quadro Para Quem Você Tiraria o Chapéu. Entre os chapéus colocados, havia um com o nome de Lolita. A jornalista pegou o chapéu, disse palavras elogiosas a respeito da amiga, com insinuações entre suas frases. Quando o quadro chegou ao fim, despediu-se de Lolita com beijos e abraços e, quanto a Ayrton Rodrigues, simplesmente ignorou-o.

Helena Silveira faleceu aos 71 anos, em 31 de agosto de 1984.

José Meirelles

JOSÉ MEIRELLES PASSOS
(62 anos)
Jornalista

* (1949)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/08/2011)

José Meirelles foi correspondente de O Globo em Washington por duas décadas, voltando ao Brasil em 2009.

O jornalista participou de coberturas em mais de 40 países, cobrindo conflitos com a Guerra das Malvinas, as duas guerras de invasão do Iraque e a invasão do Panamá pelos Estados Unidos. Ganhou os Prêmios Esso, Prêmio Vladimir Herzog, SIP (Sociedade Interamericana da Imprensa), entre outros.

José Meirelles também é autor de A Noite dos Generais: Os Bastidores do Terror Militar na Argentina, sobre o julgamento, em 1985, das três juntas militares que governaram a Argentina entre 1976 e 1982.

"O livro é sobre esse lado que as reportagens não tinham como revelar, com os bastidores dos generais na prisão", disse sobre a obra, em uma entrevista para o site da ABI (Associação Brasileira da Imprensa).

Na entrevista, ele declarou sua definição de jornalismo: "Um trabalho que me dá prazer, que me ensina algo todos os dias. Ele me dá chances de ver a história de perto, de registrá-la, de aprender a viver. A profissão me leva a conhecer o mundo, algumas vezes do lado do avesso".

Em 1981 e 1983 ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria Revista em matérias para a Revista IstoÉ.

O jornalista José Meirelles Passos, ex-correspondente do Jornal O Globo em Washington (EUA) e em Buenos Aires (Argentina), pela Revista Veja, morreu vítima de Câncer, aos 62 anos.

Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi enterrado no Cemitério São João Batista.

Deixou duas filhas e dois netos.