Deolindo Amorim

DEOLINDO AMORIM
(78 anos)
Jornalista, Sociólogo, Publicitário, Escritor e Conferencista Espírita

* Baixa Grande, BA (23/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/1984)

Deolindo Amorim foi um jornalista, sociólogo, publicitário, escritor e conferencista espírita brasileiro. Colaborou no Jornal do Commercio e em praticamente toda a imprensa espírita do país.

Deolindo Amorim nasceu no seio de uma família pobre e católica, vindo a tornar-se presbiteriano fervoroso. Rompeu com a sua igreja e permaneceu muitos anos sem definição filosófica ou religiosa. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país. Graduou-se em Sociologia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, tendo feito, ainda, outros cursos de nível superior. Tornou-se jornalista e, posteriormente, funcionário público, tendo galgado elevada posição funcional no Ministério da Fazenda.

Um de seus três filhos é o jornalista Paulo Henrique Amorim.

O Ativista Espírita

Por volta de 1935, já no Rio de Janeiro, passou a frequentar o Centro Espírita Jorge Niemeyer, onde entrou em contato com o acervo da Doutrina Espírita, mostrando-se profundo admirador das obras de Léon Denis.

Já em 1939 idealizou e promoveu o I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro em 15 de novembro. A importância da iniciativa pode ser avaliada considerando-se que, no plano externo, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial, e que, no plano interno, o Espiritismo era perseguido por setores da igreja Católica e pela polícia do Estado Novo.

Também esteve ao lado de Leopoldo Machado na promoção do I Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1948, e na criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas.

Privou da amizade de grandes vultos do Espiritismo no Brasil e no exterior, como, por exemplo, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Herculano Pires, Leôncio Correia e Humberto Mariotti.

Um dos mais ardorosos defensores das obras codificadas por Allan Kardec e profundo admirador de Léon Denis, foi presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.

Levou o Espiritismo ao meio universitário, proferindo bela conferência no Instituto Pinel da Universidade do Brasil, focalizando o tema: "O Suicídio à Luz do Espiritismo".

Umberto Mariotti e Deolindo Amorim
Em Defesa do Conceito de Espiritismo

Um dos problemas mais emergentes relativos ao bom entendimento da Doutrina Espírita, em meados do século XX, foi a constante tentativa de confundi-lo quer seja com o Candomblé, quer com a Umbanda, quer com as diversas doutrinas espiritualistas. As confusões eram muito grandes, principalmente com os cultos afro-brasileiros. A própria Federação Espírita Brasileira (FEB) pretendeu chamar de "Espiritismo" todas as práticas mediúnicas ou assemelhadas e de "Doutrina Espírita", os conceitos decorrentes da obra codificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luz sobre o assunto, em 1947 Deolindo Amorim publicou "Africanismo e Espiritismo", obra onde deixa clara a inexistência de ligações filosóficas, práticas ou doutrinárias entre o Espiritismo e as correntes espiritualistas apoiadas na cultura africana, trazida pelos escravos e que se converteram em vários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado a explanar didaticamente as bases da doutrina de Allan Kardec, escreveu "O Espiritismo e os Problemas Humanos" e o "O Espiritismo à Luz da Crítica", este último em resposta a um padre que escrevera uma obra criticando a Doutrina. Segui-se-lhes "Espiritismo e Criminologia", oriundo de uma conferência no Instituto de Criminologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Por fim, em 1958, lançou a obra "O Espiritismo e as Doutrina Espiritualistas", onde sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, simplesmente define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

Sobre a questão religiosa no Espiritismo, a sua posição foi a mesma de Allan Kardec. Citando as palavras do fundador, concluía que, como qualquer filosofia espiritualista, o Espiritismo tinha consequências religiosas, mas de forma alguma se tornava uma religião constituída.

Herculano Pires (sentado) com Deolindo Amorim no Instituto de Cultura Espírita do Brasil.
A Fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)

Tendo existido, no Rio de Janeiro, a Faculdade Brasileira de Estudos Psíquicos a que pertenceu e foi seu último presidente, quando a instituição se tornou insubsistente Deolindo Amorim promoveu a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), fundado em 07 /12/1957 e por ele dirigido até sua morte.

Quanto à questão da unificação do movimento, Deolindo Amorim nunca se ligou à Federação Espírita Brasileira, tendo mantido laços com a Liga Espírita do Brasil, entidade criada em 1927 por Aurino Barbosa Souto e da qual Deolindo Amorim foi o último 2º vice-presidente.

Em 1949, com a assinatura do "Pacto Áureo", a Liga Espírita do Brasil, que não tinha representatividade nacional, deixou de existir, transformando-se numa entidade federativa estadual. Atualmente, após várias denominações, é denominada União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ).

Deolindo Amorim foi contra o acordo, à época, referindo:

"Quando a Liga [Espírita do Brasil] aceitou o Acordo de 5 de outubro [de 1949], acordo que se denominou depois, Pacto Áureo, tomei posição contrária (...) votei contra a resolução, porque não concordei com o modo pelo qual se firmara esse documento. E o fiz em voz alta, de pé, na Assembleia, com mais doze companheiros que pensavam da mesma forma."

Obras
  • Africanismo e Espiritismo
  • Allan Kardec
  • Análises Espíritas
  • Doutrina Espírita
  • Espiritismo à Luz da Crítica
  • Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas
  • Espiritismo e Criminologia
  • Idéias e Reminiscências Espíritas (Documentário)
  • Ponderações Doutrinárias
  • Relembrando Deolindo Vol. 1
  • Relembrando Deolindo Vol. 2

Fonte: Wikipédia

Mangabinha

CARLOS ALBERTO MANGABINHA RIBEIRO
(73 anos)
Cantor, Compositor e Acordeonista

* Corinto, MG (16/03/1942)
+ Belo Horizonte, MG (23/04/2015)

Carlos Alberto Mangabinha Ribeiro foi um acordeonista, compositor, cantor, integrante do grupo musical Trio Parada Dura desde a sua primeira formação.

Trabalhou como bóia-fria no interior mineiro. Aos oito anos de idade começou a tocar a sanfona de oito baixos, apresentando-se em festas e forrós de sua região. Sua formação musical começou ainda na infância aprendendo a tocar a sanfona de oito baixos que pegava escondido de seu pai, seguindo a tradição musical em família de onde, musicalmente, sairia sua realização profissional através da música sertaneja, e, de onde varias parcerias seriam no Trio Parada Dura, o auge da sua carreira como músico e instrumentista.

Em 1950, passou a apresentar-se em festas e forrós, usando uma sanfona de 8 baixos.

Em 1970, mudou-se para Belo Horizonte e na capital mineira formou um trio juntamente com Gino & Geno com os quais lançou um LP.

Em 1973, mudou-se para São Paulo onde atuou na Rádio 9 de Julho. Nessa ocasião, atuou com Delmir & Delmon na primeira formação do Trio Parada Dura.


Em sua carreira solo gravou 21 LPs instrumentais como acordeonista nas gravadoras Chororó, Copacabana e Chantecler. Seus maiores sucessos como compositor foram "Furando o Couro", "Nova República", "Forró Número 2", "Chão Mato-Grossense", "Balaio de Gato" e "Com Amor e Com Carinho".

Em 1991, o Trio Parada Dura gravou de sua autoria as composições "Trovão Azul" (Mangabinha, Rossi e Alcino Alves), "Não Aceito Seu Adeus" (Mangabinha e Ronaldo Adriano), "Por Te Querer" (MangabinhaRossi e Alcino Alves), "Vestido Branco" ((MangabinhaRonaldo Adriano e Benedito Seviero), "Bebendo e Chorando" (Mangabinha e Ronaldo Adriano), "Adeus, Palavra Cruel" (MangabinhaAlcino Alves e Rosa Quadros), "Tentei Viver Sem Você" (MangabinhaAlcino Alves e Parrerito), "Me Guardando Pra Você" (Mangabinha Alcino Alves), "Coração Só Quer Você" (MangabinhaAlcino Alves e Rossi) e "Filho do Sertão" (Mangabinha Ronaldo Adriano).

Em 1992, o Trio Parada Dura se desfez e Mangabinha ficou cinco anos sem gravar.

Em 1997, retornou à carreira artística em nova formação do Trio Parada Dura.

Em 1999, a EMI na série Raízes Sertanejas lançou o CD "Mangabinha", com 20 sucessos do artista.

Atualmente Mangabinha gerenciava uma casa de festa com seu nome, mas não abandonou o acordeon e continuava tocando, mesmo com a recaída do sucesso conquistada pelo Trio Parada Dura.

Morte

Mangabinha morreu na manhã de quinta-feira, 23/04/2015, vítima de um infarto em decorrência de diabetes, em Belo Horizonte, MG.

Mangabinha estava internado no Hospital Socor desde o dia 13/04/2015 para tratar de diabetes, doença descoberta em 1982. Contudo, seu quadro de saúde piorou nos últimos dias após apresentar complicações médicas. O óbito foi confirmado por volta das 07:00 hs após ele sofrer um infarto.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Socor, a família do cantor não autorizou a divulgação do prontuário.

Discografia

  • 1999 - Mangabinha - Raízes Sertanejas (EMI, CD)
  • 1999 - Dois Amigos no Forró - Mangabinha e Nhozinho (Atração Fonográfica, LP)
  • 1996 - O Sanfoneiro Parada Dura (MM Gravações, LP)
  • 1992 - Forró Brilhante (Alvorada/Chantecler, LP)
  • 1991 - Mangabinha (Alvorada/Chantecler, LP)
  • 1990 - Pagodão do Mangaba (Copacabana, LP)
  • 1988 - Festa Sertaneja (Copacabana, LP)
  • 1987 - Força Maior (Copacabana, LP)
  • 1985 - Forró no Barcelona (Copacabana, LP)
  • 1984 - Puxa o Fole Tesouro (Copacabana, LP)
  • 1983 - Baixei o Guatambu (Copacabana, LP)
  • 1983 - Outro Regaço (Copacabana, LP)
  • 1981 - Aperreado no Forró (Copacabana, LP)
  • 1980 - O Tal Regaço (Copacabana, LP)
  • 1978 - O Forró do Mangabinha (Som/Copacabana, LP)
  • 1975 - Pisão no Calo (Chororó, LP)
  • 1974 - Pé de Bode (Chororó, LP)

Indicação: Miguel Sampaio