Márcia Maria

MÁRCIA MARIA BRISA
(68 anos)
Atriz

* Vitória, ES (05/02/1944)
+ São Paulo, SP (08/02/2012)

Márcia começou sua carreira como garota-propaganda na TV Record por volta de 1965, tornando-se depois apresentadora. Estreou como atriz em uma pequena participação na série Ceará Contra 007, escrita por Marcos César, vivendo a personagem Silvia, ao lado de comediantes como Ronald Golias, Durval de Souza, Jô Soares, Consuelo Leandro e Renato Corte Real.

Sua primeira telenovela foi A Última Testemunha, que estreou em agosto de 1968, na mesma TV Record, marcando o investimento pesado da emissora também na teledramaturgia. Era um original de Benedito Ruy Barbosa dirigido por Walter Avancini e com Suzana Vieira, Agnaldo Rayol, Lolita Rodrigues, Reny de Oliveira e Yvan Mesquita nos principais papéis.

No ano seguinte, Márcia Maria ganhava sua primeira grande oportunidade como atriz em Algemas de Ouro, outro original de Benedito Ruy Barbosa, que estreou em março de 1969 e que contava a história de um casal com o casamento em crise, interpretados por Lolita Rodrigues e Yvan Mesquita, que resolvia se separar, mas a idéia não era bem recebida pelos quatro filhos do casal (personagens vividos por Fulvio Stefanini, Márcia Maria, Reny de Oliveira e Roberto Bolant). A personagem Lene revelou a atriz para o público e crítica, e foi nesta telenovela que ela trabalhou, pela primeira vez, com o ator e diretor Adriano Stuart, que depois viria a ser seu marido.

A Consagração

A consagração junto ao público chegou na telenovela seguinte, As Pupilas do Senhor Reitor, adaptação de Lauro César Muniz para a obra do português Júlio Diniz, dirigida por Dionísio Azevedo.

Lançada em março de 1970 pela TV Record, a telenovela ficou quase um ano no ar, e foi um dos maiores sucessos da emissora no gênero. Márcia Maria interpretava uma das duas pupilas, Margarida, que após a morte do pai vai viver com sua meia-irmã Clara (vivida primeiro por Geórgia Gomide e depois por Maria Estela), filha de sua madrasta, que logo morre e deixa as duas sob responsabilidade do Padre Antônio, o senhor Reitor (or Dionísio). Margarida é prometida a Daniel das Dornas (papel que consagrou Agnaldo Rayol também como ator, que voltava à aldeia formado médico mas nem se lembrava mais da moça.

Em março de 1971, Márcia Maria teve um grande desafio: viver Veridiana, a principal personagem feminina de Os Deuses Estão Mortos, uma telenovela de Lauro César Muniz até hoje considerada pelos críticos de televisão como um dos melhores textos de telenovela.

Foi uma produção caprichada da TV Record, com elenco de peso. Era a história de duas famílias, que em 1889, diputavam a liderança política da cidade de Ouro Negro, uma delas republicana e a outra monarquista. Falava-se da abolição da escravatura e da iminente República.

A presença loira, bonita e talentosa de Márcia Maria chamava a atenção, e o diretor Fauzi Mansur a convidou para um dos principais papéis do filme Uma Verdadeira História de Amor. Foi sua estréia no cinema, tendo como galã Francisco Di Franco.

O sucesso de Os Deuses Estão Mortos rendeu mais um folhetim para a TV Record, a continuação da história de Lauro César Muniz, que levou o nome de Quarenta Anos Depois, e foi exibida a partir de dezembro de 1971. Márcia Maria ganhou um papel duplo: a avó Veridiana e a neta rebelde e alegre com o mesmo nome. Um desafio que lhe valeu reconhecimento e prêmios. Ao lado de Fulvio Stefanini, Paulo Goulart, Rolando Boldrin e Nathalia Thimberg, ela foi um dos grandes destaques da telenovela.

Em junho de 1972 a atriz estreava na TV Tupi, onde rapidamente se transformaria também em uma das estrelas da casa. A primeira telenovela foi Bel-Ami, de Ody Fraga e Teixeira Filho, onde vivia a personagem Hilda e disputava com a personagem de Elaine Cristina as atenções do galã, Adriano Reys, o Bel-Ami, um pobretão que acabava dominando toda uma sociedade. O ator Antônio Fagundes também estreava na TV Tupi nesta telenovela.

Foi em 1973 que ela participaria de um telenovela da autora Ivani Ribeiro. Márcia Maria brilhou no elenco de uma das telenovelas mais importantes da televisão brasileira, Mulheres de Areia, como a bela Andréia, personagem que no remake da Rede Globo foi vivida por Karina Perez. A telenovela ficou quase um ano no ar, de março de 1973 a fevereiro de 1974, e a canção Beautiful, interpretada pelo conjunto The Isley Brothers, era o seu tema na telenovela.

No ano seguinte, 1974, Márcia Maria fez parte do grande elenco de Os Inocentes, uma adaptação de Ivani Ribeiro para a TV Tupi da história clássica, A Visita da Velha Senhora, vivendo o segundo papel feminino da história, Marina. Neste mesmo ano ela voltou ao cinema em Gente Que Transa, de Sílvio de Abreu, vivendo a principal personagem feminina, Denise, ao lado de Carlos Eduardo Dolabella, Adriano Reys, Elke Maravilha e José Lewgoy. O filme, que na época não fez muito sucesso, é hoje considerado "cult" justamente por marcar a estréia de Sílvio de Abreu no cinema brasileiro.

Entre 1975 e 1978, Márcia Maria se tornou a heroína das telenovelas de Geraldo Vietri para a TV Tupi. Sempre tendo como par romântico o ator Jonas Mello, os dois conquistaram o público nas tramas Meu Rico Português, Os Apóstolos de Judas e João Brasileiro, o Bom Baiano.

Entre uma telenovela e outra, escrita por Geraldo Vietri, ela ainda fez uma participação especial na primeira versão de A Viagem, de Ivani Ribeiro, entrando quase no final da trama quando os personagens principais se encontram no "paraíso". Nesse período, ela também fez um filme dirigido por Geraldo Vietri, Uma Estranha Forma de Amar, ao lado de atores da TV Tupi, como Paulo Figueiredo, Berta Zemel, Jonas Mello, Sadi Cabral e Benjamin Cattan.

Em 1979, já vivendo uma crise financeira muito grande, a TV Tupi ainda encontraria fôlego para produzir a telenovela Dinheiro Vivo de Mário Prata, uma história que falava sobre os programas de televisão com perguntas e respostas que valiam prêmios para os inscritos. Márcia Maria interpretava a personagem feminina central, Flávia, contracenando com Ênio Gonçalves, Luiz Armando Queiroz, Sérgio Mamberti e a então novata Maitê Proença. Neste mesmo ano, fez mais uma incursão no cinema, deste feita no filme As Amantes de Um Homem Proibido, de José Miziara, ao lado de Nuno Leal Maia, mas sem grande repercussão.

A Década de 1980

A década de 1980 começa com um sucesso e um fracasso. O fracasso foi sua participação no filme As Intimidades de Analu e Fernanda, dirigida por José Miziara, ao lado de Ênio Gonçalves e Helena Ramos. Já o sucesso viria na TV Bandeirantes, onde Márcia Maria viveu Sofia na nova versão de A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro, novamente dirigida por Walter Avancini, um dos diretores com quem mais a atriz trabalhou na televisão. A telenovela chegou a ser reprisada em duas oportunidades pela emissora, tamanha a repercussão junto ao público.

Em 1982, ela viveu Dora na telenovela Campeão, exibida pela TV Bandeirantes, escrita por Jayme Camargo e Marcos Caruso, onde teve uma cena memorável onde imita a cena de Anita Ekberg no filme de Federico Fellini, A Doce Vida, quando toma banho em uma fonte. Depois da telenovela, se dedicou ao teatro e apresentou um programa feminino nas tardes da TV Record, o A Mulher dá o Recado.

A Década de 1990

Ela só voltou às telenovelas em Brasileiras e Brasileiros, pelo SBT, em 1990, dirigida mais uma vez por Walter Avancini. Sua personagem era Leonor, a dama de companhia da atormentada mulher de Ramiro, personagem vivido por Rubens de Falco. A telenovela foi um fracasso de audiência apesar do bom elenco, que tinha ainda Edson Celulari, Carla Camurati, Lucélia Santos, Fulvio Stefanini, Ney Latorraca e Isadora Ribeiro.

Ainda na década de 1990, apresentou o programa Festa Baile com Agnaldo Rayol, na TV Cultura. Fez teatro e gravou duas telenovelas: Por Amor e Ódio, na TV Record, em 1997, como a mãe de Isabela (Luciene Adami) e O Direito de Nascer, exibida pelo SBT apenas em 2001, como a Madre Teresa que cuida da personagem Maria Helena (Guilhermina Guinle) quando ela vai para o convento.

Márcia Maria faleceu em São Paulo em 8 de fevereiro de 2012, aos 68 anos.

Fonte: Wikipédia