Erlon Chaves

ERLON CHAVES
(40 anos)
Maestro, Arranjador, Instrumentista, Disk Jockey, Ator, Compositor e Cantor

* São Paulo, SP (09/12/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/11/1974)

Ainda bem pequeno, demonstrou gosto pela música, chegando a apresentar-se na Rádio Difusora de São Paulo, em um programa infantil. Foi ator mirim no filme "Quase No Céu" (1949). Começou a estudar música aos 7 anos, matriculando-se no Conservatório Musical Carlos Gomes, onde se formou em piano em 1950. Estudou também canto com a professora Tercina Saracceni. Ainda na década de 1950, estudou harmonia, tendo sido orientado pelos maestros Luís Arruda Pais, Renato de Oliveira e Rafael Pugliese.

Ingressou na carreira artística, como pianista de casas noturnas, na década de 1950, quando teve a oportunidade de conhecer muitos músicos e a desenvolver técnica jazzística.

Como cantor, fez sucesso, com a versão de "Matilda", calipso criado por Harry Belafonte, no final dos anos 1950.

Trabalhou até meados dos anos 1960 na TV Excelsior de São Paulo, compondo uma sinfonia que tornou-se prefixo da emissora por muitos anos.

Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na TV Tupi e na TV Rio. Nesta emissora, chegou a exercer a função de diretor musical, sendo um dos responsáveis pela realização do I Festival Internacional da Canção em 1966, evento para o qual compôs um prefixo até hoje utilizado em versões mais atuais dos festivais da TV Globo.

No V Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo em 1970, regeu um coro de 40 vozes que posteriormente passou a atuar com o nome de Banda Veneno, acompanhando o cantor Jorge Ben. Fez sucesso com a música "Eu Também Quero Mocotó" (Jorge Ben) e seguiu carreira solo com grande êxito. Erlon Chaves foi acusado de assédio moral após uma cena em que é beijado por diversas loiras em apresentação na etapa internacional. Foi acusado pela ditadura militar brasileira. Neste festival estava presente o presidente da república, general Emílio Garrastazu Médici.

A imagem do povo brasileiro feliz seria veiculada para o mundo, em cores para a Europa e Estados Unidos. A ditadura militar brasileira não deixava dúvida, queria manter música e o espetáculo deste festival em prol da imagem que deveria ser painel para o mundo. Nesta época, Erlon Chaves estava namorando a então Miss Brasil de 1969, Vera Fischer.

Teve intensa atuação como arranjador, trabalhando em discos e shows de grandes nomes da música brasileira e internacional.

Em 1968, acompanhou Elis Regina em sua excursão a Paris, quando a cantora se apresentou no Olympia. Gravou com Paul Mauriat um LP contendo músicas brasileiras: "Águas de Março" (Tom Jobim e Paulo César Pinheiro), "Como Dois e Dois" (Caetano Veloso), "Construção" (Chico Buarque), "Dona Chica" (Dorival Caymmi) e "Testamento" (Toquinho e Vinícius de Moraes).

Em 1973, gravou pela Phillips o LP "As Dez Canções Medalha de Ouro", com destaque para "Casa no Campo" (Zé Rodrix e Tavito) e "Amada Amante" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos).

Erlon Chaves era amigo de Wilson Simonal, Jairzinho e de Carlos Alberto. Sempre estiveram juntos e se reuniam para conversar. Os dois últimos são campeões da Copa do Mundo de 1970, do México.

Erlon Chaves faleceu em 14/11/1974 vítima de infarto fulminante quando discutia (dizem que defendia) com um grupo de forma emocionada a polêmica em torno dos acontecimentos com o Wilson Simonal, aos 40 anos.


Discografia

  • 1959 - Em Tempo de Samba - Erlon Chaves e Sua Orquestra
  • 1965 - Sabadabada
  • 1965 - Alaíde Costa (Participação Como Arranjador)
  • 1971 - Banda Veneno
  • 1972-1974 - Banda Veneno Internacional

Coletânea

  • 1999 - Millennium: Erlon Chaves


Tema de Telenovela

  • 1966 - "O Sheik de Agadir" (TV Globo, autor da Música Tema)
  • 1966 - "Eu Compro Esta Mulher" (Música Tema)
  • 1970 - "Pigmalião 70" (TV Globo. Na trilha sonora da novela consta a participação de Erlon Chaves e Orquestra, nas músicas "Tema de Cristina", "Tema de Nando e Candinha" e "Povos", todas de autoria do maestro)


Tema de Filme

  • 1973 - "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa" (Renato Aragão e Dedé Santana)



Roberto Civita

ROBERTO CIVITA
(76 anos)
Empresário

* Milão, Itália (09/08/1936)
+ São Paulo, SP (26/05/2013)

Roberto Civita foi um empresário brasileiro, presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril, além de presidente da Fundação Victor Civita, editor da revista Veja e presidente do Conselho de Administração da Abril Educação. Foi casado com Maria Antônia Civita.

Em março de 2013, a revista estadunidense Forbes colocou Roberto Civita como o 258º homem mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 4,9 bilhões.

Filho de Victor Civita, fundador do Grupo AbrilRoberto Civita foi o criador da revista Veja e editor chefe da publicação desde o seu lançamento em 11 de setembro de 1968, além de editor da revista Playboy. Após a morte do pai, assumiu a presidência do Grupo Abril em 1990, quando se iniciou o período de intensa diversificação dos negócios da empresa.

Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.

Estudou Física Nuclear na Rice University, no Texas, e, depois de interromper o curso para diplomar-se em jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia, Roberto Civita conseguiu um estágio na editora Time Inc, que controlava as revistas Time, Life e Sports Illustrated. Durante um ano e meio, familiarizou-se com todos os setores da empresa, da redação à contabilidade. Roberto Civita também fez pós-graduação em Sociologia pela Universidade Columbia.

Em 1958, quando Victor Civita perguntou ao filho que acabara de voltar o que pretendia fazer, ouviu a resposta que apressaria a entrada da Abril no universo jornalístico:

"Quero fazer uma revista de informação semanal, como a Time, uma revista de negócios como a Fortune e uma revista como a Playboy"

O pai prometeu preparar a empresa para o passo audacioso, consumado em 11/09/1968, quando chegou às bancas a primeira edição de Veja. Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultaram no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas e Playboy. Mas nada o deixava mais emocionado que recordar a trajetória descrita pela primeira revista semanal de informação do Brasil. Foi ele quem a criou. E foi ele o primeiro e único editor de Veja, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.

"Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo", lembrava aos recém-chegados. "Veja existe para contar a verdade. A fórmula é muito simples. Difícil é aplicá-la o tempo todo". Sobretudo em ambientes hostis à liberdade de expressão, aprendeu Roberto Civita três meses depois do parto da revista.

Em 13/12/1968, a decretação do Ato Institucional n° 5 (AI-5) transformou o que era um governo autoritário numa ditadura militar sem disfarces. A capa da edição que noticiou o endurecimento do regime exibiu uma foto do general-presidente Arthur da Costa e Silva sentado, sozinho, no plenário do Congresso que o AI-5 havia fechado. Os chefes militares não gostaram da imagem, e ordenaram a apreensão de todos os exemplares. A essa violência seguiu-se a instauração da censura prévia, que só em meados da década seguinte deixaria de tolher os passos de Veja.

Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. "Você está se divertindo?", perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia. Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país. Para ele, o Brasil só conseguiria atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse o sistema educacional, modernizasse o capitalismo nativo, removesse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. "O que Veja defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis", repetia. Também essa fórmula parece simples. Difícil é colocá-la em prática. Foi o que o editor de Veja sempre soube fazer.

Fez parte do Conselho Superior do Instituto Verificador de Circulação e do Conselho Deliberativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, na qual idealizou o curso de pós-graduação em jornalismo e direção editorial. Também foi membro do Board Of Governors do Lauder Institute e o do Wharton Advisory Board.


Morte

Roberto Civita morreu no domingo, 26/05/2013, às 21:41 hs, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido à Falência Múltipla de Órgãos, depois de três meses internado para a correção de um aneurisma abdominal. Roberto Civita deixou a mulher Maria Antônia, os filhos do primeiro casamento Giancarlo, Roberta e Victor, além de seis netos e enteados. O velório aconteceu na segunda-feira, 27/05/2013, às 11:00 hs, no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

Títulos

  • 1997 - Commander Of The Order Of The Lion Of Finland (Governo Finlandês)
  • 1997 - Doutor Honoris Causa, Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero
  • 2002 - Grande Oficial da Ordem do Rio Branco (Governo Brasileiro)


Fonte: Wikipédia e Veja

Márcio Ribeiro

MÁRCIO RIBEIRO
(49 anos)
Ator, Humorista e Redator

* São Paulo, SP (12/05/1964)
+ Brasília, DF (29/05/2013)

Márcio Ribeiro trabalhou por 10 anos na TV Cultura no programa "Revistinha", "Rá-Tim-Bum" (1992 - primeira versão) e "X-Tudo" (1992). No SBT atuou na novela "Brasileiras e Brasileiros" (1990), no programa "Sem Controle" (2007) e protagonizou o "Camera Café" (2007). Na TV Bandeirantes trabalhou na "Escolinha Muito Louca" (2008) no personagem do Hugo Taxista. Na TV Globo atuou em "Sandy e Junior", escreveu quadros para o "Domingão do Faustão" onde participou como ator do elenco fixo do quadro "Retratos de Domingo", fez o Professor Homero em "Malhação" e recentemente estava no ar com "Caras de Pau" no personagem do Broncoli.

No cinema, o ator esteve nos filmes "Domésticas" (2001), direção de Fernando Meireles e Nando Olival, e "Romeu e Julieta", de Bruno Barreto. Participou também de "Alô", direção de Mara Mourão, "Os Ursos", direção de Kátia Lund, e "Um Dia... e Depois o Outro" direção de Nando Olival e Renato Rossi.

No teatro Márcio Ribeiro atuou em "Vestido de Noiva" de Nelson Rodrigues e direção de Márcio Aurélio, "Teledeum" com direção de Cacá Rosset, "Meu Nome é Pablo Neruda" direção de Gianfrancesco Guarnieri, "Corte Fatal" direção de Noemi Marinho e "Família Muda-se" direção Odilon Wagner.

Márcio Ribeiro também era bastante requisitado para comerciais de TV. Esteve em campanhas para marcas de sorvete, chocolate, lâminas de barbear e outros produtos. Como ator, ganhou prêmio no Festival de Cinema de Brasília (Candango, 1987) e no de Festival de Gramado,(Kikito, 1988). Também foi escolhido como melhor ator no Rio Cine Festival (Sol de Prata, 1988) e o Festival de Cinema do Maranhão (Prêmio Guarnicê).  Participou em mais de 150 filmes publicitários e campanhas de incentivo para várias empresas.


Morte

Márcio Ribeiro morreu aos 49 anos na madrugada de quarta-feira, 29/05/2013. A informação foi publicada no perfil oficial do ator no Facebook. Segundo o post, ele teve complicações cardíacas. Márcio Ribeiro estava em Brasília para participar do evento "7 Belos Convida", no Teatro dos Bancários, que ocorre às segundas e terças. Na segunda, ele se apresentou normalmente. Na terça-feira à tarde, passou mal. Ele foi levado ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o comediante morreu às 5:30 hs.

Logo após o anúncio da morte de Márcio Ribeiro, colegas atores e humoristas lamentaram o fato. Em seu perfil no Twitter, Marcelo Adnet referiu-se a Márcio Ribeiro como "mestre da comédia".

"Ficam as boas lembranças e as piadas na lata de um dos mestres da comédia pra nossa geração de comediantes! Marcio Ribeiro, porrrra! Saudade"
(Marcelo Adnet)

Na mesma rede social, o apresentador Marcelo Tas publicou:

"Marcio Ribeiro era o 'tio maluco', tipo fundamental e querido em qualquer familia. Daí encantar crianças de todas idades!"


Prêmios Como Ator

  • 1987 - Melhor ator Festival de Cinema de Brasília
  • 1988 - Melhor ator Festival de Cinema de Gramado
  • 1988 - Melhor ator Rio Cine Festival
  • Melhor ator Festival de Cinema de Guarnicê, Maranhão


Prêmios Na Televisão​

  • Rá-Tim-Bum (Elenco Fixo)
  • Melhor Programa Infantil
  • Medalha de Ouro, Festival de Nova York
  • X-Tudo (Dirigido por Renato Fernandez e Maisa Zak Zuk)
  • Prêmio Asitra
  • Reportagem para o "X-Tudo/Jamboree"
  • 1º Prêmio (República do Panamá)
  • Melhor Programa, Temática Infantil
  • Prêmio Qualidade Brasil 2001 International Quality Service
  • Melhor Programação do Ano no Dia Internacional da Criança da TV de 1997
  • Prêmio Emmy-Unicef
  • Melhor Programação do Ano no Dia Internacional da Criança da TV de 1998
  • Prêmio Emmy-Unicef
  • Melhor Programação de TV Pública do Planeta 1987
  • Prix Television Jeunesse
  • Melhor Programação do Ano no Dia Internacional da Criança da TV de 1999
  • Emissora e Programação, por 20 horas de programação com o tema: "O País Que Queremos"
  • Prêmio Emmy-Unicef


Fonte: Wikipédia e G1

Mauro Celso

MAURO CELSO
(38 anos)
Cantor e Compositor

☼ São José do Rio Pardo, SP (10/11/1951)
┼ Iguape, SP (15/04/1989)

Mauro Celso foi um conhecido cantor brasileiro, um marco importante da história da Música Popular Brasileira, com músicas como "Farofa-fá" (1975, num festival da canção) e "Bilu-Tetéia", nessa época residia em Osasco, na grande São Paulo.

Mauro Celso nasceu em 1951 na cidade de São José do Rio Pardo, em São Paulo. O cantor ficou famoso em 1975 após participar da segunda eliminatória do Festival Abertura, da TV Globo.

Enquanto cantava "Farofa-fá", o público do festival delirava com o ritmo alegre e cantavam simultaneamente a música despretensiosa de Mauro Celso. Os jurados não gostaram da letra de Mauro Celso, preferiram Carlinhos Vergueiro, com "Como Um Ladrão" e a música "Muito Tudo", de Walter Franco. O público que naquela noite de janeiro de 1975, lotou o Teatro Municipal de São Paulo, não sentiu nas músicas dos outros participantes, a mesma empolgação clara e vibrante de "Farofa-fá".

Mauro Celso foi lançado pela RCA Victor no mercado fonográfico cantando duas músicas de sua autoria em compacto simples. De um lado do disco a comestível "Farofa-fá", acompanhada por "Coceira" do Lado B, ambas com arranjos do maestro Daniel Salinas. Com a música "Farofa-fá", o cantor conquistou posição privilegiada dentre as dez músicas mais tocadas do Brasil, público de todas as idades e principalmente o público infantil. Ganhou as paradas do rádio e tornou-se famoso nacionalmente da noite para o dia, com uma letra que ele mesmo considerava simples e portanto popular. 

A gravadora RCA Victor, que já havia engordado com tanta farofa, lançou no mesmo ano, o LP de Mauro Celso. A nova música faria tanto sucesso quanto a primeira. As poucas pessoas que não gostaram de "Farofa-fá", se renderam ao sucesso contagiante de "Bilu-Tetéia", dançando alegremente nos bailes de carnaval.

"Bilu-Tetéia" foi lançada no segundo compacto (duplo) de Mauro Celso, contendo além de "Bilu-Tetéia", "Coisa Com Coisa" (Mauro Celso e João Barata), "Fumaçá" e "Coceira", que tentava pela segunda vez entrar no gosto do povo, mas foi rejeitada por se parecer tanto com a original "Farofa-fá".

O LP "Mauro Celso Para Crianças Até 80 Anos", veio envolto em alegria com 12 letras criativas e músicas contagiantes. Com direção artística de Osmar Zan e regências de Daniel Salinas, o LP trouxe ainda outros compositores além de Mauro Celso, que assinou a maioria. Gabino Correa, pai da cantora Júlia Graciela, assinou "Mikitila" e o compositor Joca de Castro participou como autor da música "Olhar de Jacaré". O disco foi bem sucedido em vendagens e execução. Além de "Bilu-Tetéia", a música "Coró-Cocó", narrando a história do galo carijó, caiu no gosto da criançada e conquistou as rádios do país. Pelo sucesso que fazia com suas músicas, recebia convites de todos os estados do Brasil para fazer apresentações

Morte

O autor de músicas alegres e que conquistou todos os públicos, em especial o público infantil da década de 70, morreu em 15/04/1989 amassado dentro dos destroços do carro que lhe conduzia ao encontro da mulher e do filho René.

Mauro Celso estava em São Paulo fazendo shows e trabalhando muito, quando interrompeu as atividades para matar a saudade da família que morava em Iguape, cidade do litoral paulista. Na companhia de um amigo, ele dirigia seu carro quando perdeu a direção na velha rodovia de Iguape. O carro de Mauro Celso capotou diversas vezes e ele teve morte instantânea. Assim, aos 38 anos de idade, morria o cantor e autor de hits como "Farofa-fá" e "Bilu-tetéia", músicas que ganharam as paradas do sucesso e estão cristalizadas na memória do povo brasileiro.

Na semana em que morreu, os amigos foram unânimes em afirmarem o caráter integro do cantor e sua fidelidade às amizades e à família. A música lhe proporcionou fama e dinheiro, mas não alterou a personalidade do artista alegre que sempre foi.

Indicação: Simone Cristina

Paulo Flores

PAULO FLORES
(59 anos)
Dublador

* Rio de Janeiro, RJ (21/12/1944)
Rio de Janeiro, RJ (12/05/2003)

Paulo Flores foi um dublador e começou a carreira no rádio, trabalhou muitos anos na Rádio MEC FM no Rio de Janeiro. Na dublagem entrou no início dos anos de 1970 na Herbert Richers S.A.

Entre seus personagens estão principalmente desenhos, como Taz em "Taz Mania" e no filme "Space Jam - O Jogo do Século", Brutus na dublagem dos anos 90 para o Cartoon Network, de Popeye, Simiano em "Thundercats", Tornado em "Silverhawks", a segunda voz do Rei Koopa em "Super Mario Bros", Rei Mufasa nos longas-metragens "O Rei Leão" e "O Rei Leão 2 - O Reino de Simba", Abelardo em "Esquadrão do Tempo", a primeira e mais marcante voz do Drº Jullius Hibbert, a primeira voz do Duffman, o saxofonista ídolo da Lisa, Murphy Gengivas Sangrentas e personagens secundários em "Os Simpsons", Prefeito Mitchell Tilton em "O Máskara", entre outros.

Em filmes fez os atores Michael Clark Duncan em "A Espera de Um Milagre", "Armageddon", "Demolidor - O Homem Sem Medo", a versão para aviões de "Meu Vizinho Mafioso", "O Escorpião Rei" e "Planeta dos Macacos", Samuel L. Jackson em "Máquina Quase Mortífera" e "Tempo de Matar", Ving Rhames em "Armadilha", "Con Air - A Rota da Fuga", "Missão: Impossível" (TV), "Missão: Impossível 2" (TV), "Pare - Senão Mamãe Atira", Terry Savalas em "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" e "Um Rally Muito Louco", Bill Cobbs em "Fantasmas do Passado", "Garantia de Vida" e "Lembranças de Outra Vida", entre outros.

Além disso fez outros filmes conhecidos como o Sargento Moses Hightower interpretado por Bubba Smith em "Loucademia de Polícia 3 - De Volta Ao Treinamento", "Loucademia de Polícia 4 - O Cidadão Se Defende" e "Loucademia de Polícia 6 - Cidade Sitiada", Sargento Stanley Parks interpretado por Blu Mankuma em "Robocop", Sargento Reed interpretado por Robert DoQui em "Robocop 2", Prefeito Mitchell Tilton interpretado por Ivory Ocean em "O Máskara", Sargento Al Powell interpretado por Reginald VelJohnson em "Duro de Matar" e "Duro de Matar 2", General Madine interpretado por Dermot Crowley nas primeiras dublagens de "Star Wars - Episódio V - O Império Contra-Ataca" e "Star Wars - Episódio VI - O Retorno de Jedi", Leon Jackson interpretado por Avery Brooks em "15 Minutos", Arlo Pear interpretado por Richard Pryor em "Mudança do Barulho", Steve Yeager interpretado por James Avery em "A Família Sol-Lá-Si-Dó", Charlie interpretado por Charles McGregor em "Banzé no Oeste", Big George interpretado por Stan Shaw em "Tomates Verdes Fritos", Barney interpretado por Frankie Faison em "O Silencio dos Inocentes", entre outros.

Em seriados foi a voz do Lord Zedd em "Power Rangers", "Power Ranger Zeo", "Power Ranger: O Filme" e "Turbo: Power Ranger 2", feito originalmente por vários dubladores, Salmoneus interpretado por Robert Trebor em "Hércules", Capitão Benjamin Lafayette Sisko interpretado por Avery Brooks em "Jornada Nas Estrelas - Nova Missão", entre outros.

Em novelas foi o Senhor Ayala, pai do Mario Ayala em "Carrossel", ator não com o nome não creditado na novela, Carlos interpretado por Luis Couturier em "Manancial", entre outros. 
  
Paulo Flores faleceu precocemente em 12/05/2003 aos 59 anos de idade, deixando um legado de mais de 30 anos de dublagem com uma versatilidade incrível, e com um vozeirão sem igual. Com toda a certeza seus trabalhos irão ser lembrados por muitas décadas e por todos aqueles que tiveram suas vidas marcadas pelos seus trabalhos.

Trabalhos

  • Taz em "Looney Tunes" (1980 / 1990 / 2000), "Taz-Mania" e "Space Jam - O Jogo do Século"
  • Brutus em "Popeye" (Fleischer Studios / Famous Studios - Anos de 1990)
  • Simiano em "Thundercats"
  • Tornado em "Silverhawks"
  • Aríete em "He-Man"
  • Rei Koopa (segunda voz) em "Super Mario Bros"
  • Rei Mufasa em "O Rei Leão" e "O Rei Leão 2 - O Reino de Simba"
  • Abelardo em "Esquadrão do Tempo"
  • Rei Goobot em "Jimmy Neutron - O Menino Gênio"
  • Vegiemon, Shogungekomon e Piedmon em "Digimon"
  • Dr. Jullius Hibbert (primeira voz) Duffman (primeira voz) e Murphy Gengivas Sangrentas em "Os Simpsons"
  • Bubbles em "Lilo e Stitch"
  • Caixa Alta em "Spiff e Hércules"
  • Geb em "Múmias Vivas"
  • Rastapopoulos em "As Aventuras de Tintin"
  • Rei Daku em "Shinzo"
  • Kokomon em "Digimon - O Filme"
  • Blob / Frederick J. Dukes e Pai da Jubilei em "X-Men" (Desenho - Anos 90)
  • Perceptor em "Transformers"
  • Prefeito Mitchell Tilton em "O Máskara" (Desenho)
  • Sr. Ayala em "Carrossel"
  • Michael Clark Duncan em "A Espera de Um Milagre", "Armageddon", "Demolidor - O Homem Sem Medo", "Meu Vizinho Mafioso", "O Escorpião Rei" e "Planeta dos Macacos"
  • B.P. Richfield em "Família Dinossauro"
  • Samuel L. Jackson em "Máquina Quase Mortífera" e "Tempo de Matar"
  • Ving Rhames em "Armadilha", "Con Air - A Rota da Fuga", "Missão: Impossível" (TV), "Missão: Impossível 2" (TV), "Pare - Senão Mamãe Atira"
  • Terry Savalas em "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" e "Um Rally Muito Louco"
  • Bill Cobbs em "Fantasmas do Passado", "Garantia de Vida" e "Lembranças de Outra Vida"
  • Lord Zedd em "Power Rangers" e "Power Ranger Zeo"
  • Lord Zedd em "Power Ranger: O Filme"
  • Lord Zedd em "Turbo: Power Ranger 2"
  • Capitão Benjamin Lafayette Sisko (Avery Brooks) em "Jornada nas Estrelas - Nova Missão"
  • Kubilai (Shozo Izuka) em "Sheider"
  • Aboo Seer (David Sterne) em "Sinbad Contra o Olho do Tigre"
  • Barney (Frankie Faison) em "O Silencio dos Inocentes"
  • Salmoneus (Robert Trebor) em "Hércules"
  • Senhor Wilson (segunda voz) em "Dennis, O Pimentinha" (Desenho)
  • Ed Mustapha "Big" (Albert Popwell) em "Sem Medo da Morte"
  • Locket (Bernie Casey) em "Conspiração Policia"
  • Agente Cooper (Beau Billingslea) em "Meu Querido Presidente"
  • Darryl, o Motorista da Limousine em "Uma Linda Mulher"
  • Charlie (Charles McGregor) em "Banzé no Oeste"
  • Big George (Stan Shaw) em "Tomates Verdes Fritos"
  • Hagar em "Super Robin Hood do Espaço"
  • Leon Jackson (Avery Brooks) em "15 Minutos"
  • Phillipe Moyez (Delroy Lindo) em "O Advogado do Diabo"
  • Arlo Pear (Richard Pryor) em "Mudança do Barulho"
  • Steve Yeager (James Avery) em "A Família Sol-Lá-Si-Dó"
  • Cyrus (Chi McBride) em "Os Espíritos"
  • General Madine (Dermot Crowley) em "Star Wars - Episódio V - O Império Contra-Ataca" (Primeira Dublagem) e "Star Wars - Episódio VI - O Retorno de Jedi" (Primeira Dublagem)
  • Chefe Nass (Brian Blessed) em "Star Wars - Episódio I - A Ameaça Fantasma"
  • Emmett Smith (Gerry Black) em "Cine Majestic"
  • Noble (Melvin Van Peebles) em "Velocidade Terminal"
  • Sargento Al Powell (Reginald VelJohnson) em "Duro de Matar" e "Duro de Matar 2"
  • Investigador (Trevor Bain) em "Filha da Luz"
  • Mack o Fazendeiro (Wayne Dehart) em "Um Mundo Perfeito"
  • Capitão Ben (Zaid Farid) em "Showtime - A Hora do Show"
  • Sam (Michael Clarke Duncan) em "Como Cães e Gato"
  • Prefeito Mitchell Tilton (Ivory Ocean) em "O Máskara"
  • Fifi Macaffee (Roger Ward) em "Mad Max"
  • Carlos (Luis Couturier) em "Manancial"
  • Sgt. Moses Hightower (Bubba Smith) em "Loucademia de Polícia 3 - De Volta Ao Treinamento", "Loucademia de Polícia 4 - O Cidadão Se Defende" e "Loucademia de Polícia 6 - Cidade Sitiada"
  • Sgt. Stanley Parks (Blu Mankuma) em "Robocop"
  • Sgt. Reed (Robert DoQui) em "Robocop 2"

Adelino Moreira

ADELINO MOREIRA DE CASTRO
(84 anos)
Cantor e Compositor

☼ Porto, Portugal (28/03/1918)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/05/2002)

Adelino Moreira de Castro foi um compositor luso-brasileiro. Entre suas obras destaca-se o grande sucesso "A Volta do Boêmio", primeiramente gravada por Nelson Gonçalves. Ele é um caso raro na história da Música Popular Brasileira. Um compositor que construiu a carreira com talento e cuidado e conseguiu manter um confortável padrão de vida, principalmente porque nunca parou de receber direitos autorais.

"Se qualquer compositor quiser ganhar dinheiro com música no Brasil, tem antes que me consultar. Eu sei vender discos. Eu faço músicas para vender. Eu faço o que o povo quer"
(Adelino Moreira - Anos 70)

Nascido na cidade do Porto, em Portugal, em 28 de março de 1918, Adelino Moreira de Castro chegou ao Brasil com apenas um ano de idade. O pai, comendador Serafim Sofia, era joalheiro e, em busca de vida melhor, instalou-se com toda a família na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Não demorou a prosperar e a mudar-se para Córregos, onde, segundo Adelino Moreira, "era dono de quase toda a cidade".


Estudou com um padre numa igreja do Morro do Pinto. Aos 12 anos, entrou na Escola São Bento, em Niterói, RJ. Cursou até o segundo ano científico, que abandonou para trabalhar com o pai. Não só se tornou exímio na ourivesaria, mas também se contagiou com o amor paterno pela poesia e pela música. Nessa época, Adelino Moreira tinha aulas de violão e guitarra portuguesa e tentava as primeiras composições.

Em 1936, casou com Maria da Conceição Barbosa, da qual se separaria em 1951. Em 1938, em Campo Grande, subúrbio carioca, começou a aprender bandolim, passando depois para guitarra portuguesa.

Em 1943, o comendador patrocinava o programa "Seleções Portuguesas", na Rádio Clube do Brasil. Dirigido pelo maestro Carlos Campos, professor de guitarra de Adelino Moreira, o programa logo passou a contar com a presença constante do futuro compositor, que interpretava fados e umas canções de sua autoria.

Em 1945, convidado por João de Barro, diretor artístico da Continental, gravou os fados "Olhos d'Alma" e "Anita", o samba "Mulato Artilheiro" e a marcha "Nem Cachopa, Nem Comida", todos de sua autoria. Em outro disco, interpretou "Manita" e "Adeus", ambas de Carlos Campos e Américo Morais.


Consciente de que aquelas 78 rotações ainda não significavam a entrada para o estrelato, Adelino Moreira voltou à oficina do pai e, em 1947, montou a própria ourivesaria. Só passou a se interessar pela carreira musical quando conquistou a independência financeira. No ano seguinte, foi para Portugal, onde se apresentou no Teatro Sá de Miranda e gravou, pela Pharlophon portuguesa, vários discos de música brasileira. Retornando ao Brasil, tinha uma certeza: não queria ser cantor. Mas se dedicaria com afinco à composição.

Em 1952, Adelino Moreira conheceu Nelson Gonçalves. Impressionado com o estilo do cantor, o compositor lhe entregou "Última Seresta" para ser gravada. Essa música inaugurava uma parceria que se estenderia por muitos anos e que faria de Nelson Gonçalves o principal intérprete de Adelino Moreira. Nos anos seguintes, o cantor lançaria os primeiros dois grandes êxitos do compositor: os sambas-canções "Meu Vício é Você", de 1955, e "A Volta do Boêmio", de 1956.

Na década de 60, Adelino Moreira e Nelson Gonçalves passaram também a compor juntos, surgindo, assim, vários sucessos, como o bolero "Fica Comigo Esta Noite" e os sambas-canções "Escultura" e "Êxtase".

Ainda nos anos 60, vários outros cantores gravaram músicas de Adelino Moreira, entre eles, Ângela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette e Orlando Silva.

"Eu compunha para todo mundo. Todos os cantores de sucesso gravavam coisas minhas. Eu fazia música de acordo com a necessidade. Se precisava fazer 36 músicas por ano, eu fazia!"
(Adelino Moreira)


Em 1966 alguns desentendimentos separaram Adelino Moreira de Nelson Gonçalves. A briga duraria até 1971, quando voltaram a trabalhar juntos. E, em meados da década de 70, além de continuar a compor.

De 1967 a 1969, atuou de disc-jockey na Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Em 1970 abriu uma churrascaria em Campo Grande, RJ, onde se apresentaram muitos cantores famosos. Em 1975 tornou-se empresário de Nelson Gonçalves.

Adelino Moreira faleceu no dia 07/05/2002, vítima de infarto do miocárdio em sua residência em Campo Grande, RJ. À época do falecimento era vice-presidente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), associação em que foi várias vezes presidente, como também do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD).

Fonte: Adelino Moreira
Indicação: Miguel Sampaio

Artur da Távola

PAULO ALBERTO MORETZSOHN MONTEIRO DE BARROS
(72 anos)
Advogado, Jornalista, Radialista, Escritor, Professor e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/01/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/05/2008)

Artur da Távola, o pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros, foi um advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Era apresentador de um programa de música erudita na TV Senado.

Iniciou sua vida política em 1960, no Partido Trabalhista Nacional (PTN), pelo estado da Guanabara. Dois anos depois, elegeu-se deputado constituinte pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Cassado pela ditadura militar, viveu na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968.

Tornou-se um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o líder da bancada tucana na assembléia constituinte de 1988, quando defendeu alterações nas concessões de emissoras de televisão para permitir que fossem criados canais vinculados à sociedade civil. No mesmo ano, concorreu, sem sucesso, à prefeitura do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) entre 1995 e 1997. Exerceu mandatos de deputado federal de 1987 a 1995 e senador de 1995 a 2003. Em 2001, foi por nove meses Secretário da Cultura na cidade do Rio de Janeiro.

Como jornalista, atuou como redator e editor em diversas revistas, notavelmente na Bloch Editores e foi colunista de televisão nos jornais Última Hora, O Globo e O Dia, sendo também diretor da Rádio Roquette Pinto. Publicou ao todo 23 livros de contos e crônicas.

Artur da Távola apresentava o programa "Quem Tem Medo de Música Clássica?", na TV Senado onde demonstrava sua profunda paixão e conhecimento por música clássica e erudita. No encerramento de cada programa, ele marcou seus telespectadores com uma de suas mais célebres frases:

"Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão!"

Seu compositor preferido era Vivaldi, a quem dedicou quatro programas especiais apresentando "Le Quattro Stagioni" em sua versão completa e executada pela Orquestra Filarmônica de Berlim. Também exibiu com exclusividade execuções da Orquestra Sinfônica Brasileira no Festival de Gramado nos anos de 2003 a 2007. Foi apresentador de um programa sobre música na Rádio MEC.

Morte

Artur da Távola morreu na tarde de sexta-feira, 09/05/2008, no Rio de Janeiro. A causa da morte, de acordo com a assessoria, foi um problema no coração. Ele já havia sido internado no hospital em 2007 para a colocação de marcapasso.

O corpo de Artur da Távola foi velado às 9:00 hs de sábado, 10/05/2008 na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Trabalhos Publicados

  • 1977 - Mevitevendo
  • 1978 - Alguém Que Já Não Fui
  • 1980 - Cada Um No Meu Lugar
  • 1981 - Ser Jovem
  • 1981 - Leilão do Mim
  • 1983 - Do Amor, da Vida e da Morte
  • 1983 - Do Amor, Ensaio de Enigma
  • 1984 - A Liberdade do Ver (Televisão em Leitura Crítica)
  • 1984 - O Ator
  • 1984 - Amor A Sim Mesmo
  • 1985 - Comunicação é Mito
  • 1986 - Calentura
  • 1988 - Maurice Ravel, Um Feiticeiro Sem Deus (Livro)
  • 1991 - Vozes do Rio (Opúsculo)
  • 1993 - Orestes Barbosa (Opúsculo)
  • 1994 - Arte de Ser
  • 1995 - Notícia, Hiper-Realismo e Ética (Opúsculo)
  • 1996 - A Telenovela Brasileira
  • 1996 - Diário Doido Tempo
  • 1996 - Raul de Leôni (Opúsculo)
  • 1996 - Sem Organização Partidária Não há Democracia (Opúsculo)
  • 1996 - Olimpíadas de 2004 (Opúsculo)
  • 1996 - Flamengo, 100 Anos de Paixão (Opúsculo)
  • 1997 - O Viço da Leitura (Opúsculo)
  • 1997 - Monteiro Lobato: O Imaginário (Opúsculo)
  • 1997 - Rio: Um Olhar de Amor
  • 1997 - Centenário da Morte de Brahms (Opúsculo)
  • 1997 - Cem Anos Sem Carlos Gomes (Opúsculo)
  • 1998 - 40 Anos de Bossa Nova
  • 1998 - A Cruz e Sousa em Seu Centenário (Opúsculo)
  • 1998 Mulher (Opúsculo)
  • 1998 - O Drama da Sexualidade Precoce (Opúsculo)
  • 1999 - Liberdade de Ser
  • 1999 - Rui Barbosa, A Vitória das Derrotas (Opúsculo)
  • 1999 - Ataulfo Alves 90 anos (Opúsculo)
  • 1999 - TITO MADI - O Acento Árabe do Canto no Brasil (Opúsculo)
  • 1999 - Trinta Anos Sem Jacob (Opúsculo)
  • 1999 - Nara Leão, o Canto da Resistência (Opúsculo)
  • 1999 - CPIs "Para Não Acabar Em Pizza" (Opúsculo)
  • 2000 - Em Flagrante
  • S/D - Publicação Não Disponível Para o Comércio
  • S/D - Poema Para Palavra


Fonte: Wikipédia

Gino Bianco

LUIGI EMILIO RODOLFO BERTETTI
(67 anos)
Piloto Automobilístico

* Turim, Itália (22/07/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/05/1984)

Luigi Emilio Rodolfo Bertetti, conhecido como Gino Bianco, foi um piloto de automobilismo ítalo-brasileiro que pilotou uma Maserati para a equipe Escuderia Bandeirantes. Ele imigrou para o Brasil quando ainda era criança. Participou de quatro grandes prêmios de Fórmula 1, sendo seu melhor resultado a 18ª colocação no Grande Prêmio da Inglaterra de 1952.

De todos os 27 pilotos brasileiros que participaram de pelo menos um Grande Prêmio de Fórmula 1, Gino Bianco é certamente o menos conhecido. Até o começo dos anos 80, praticamente não se falava nele. Reportagens escritas por gente competente chegaram a ignorar seu nome ao mencionar os brasileiros que correram na Fórmula 1 nos anos 1950.

Na verdade, Gino Bianco não era brasileiro nato. Ele nasceu em Turim, na Itália, em 22/07/1916, e tinha 12 anos quando sua família mudou-se para o Brasil, mais precisamente para o Rio de Janeiro. Nunca pediu naturalização, mas ao longo de sua carreira se apresentava como brasileiro.

Começou a trabalhar como mecânico de automóveis e depois abriu sua própria oficina. Ficava no número 35 da Rua Francisco Otaviano, que liga as praias de Copacabana e do Arpoador. Gino Bianco tinha 17 anos quando aconteceu a primeira corrida no Circuito da Gávea, em 1933. Seis anos depois, participou dela pela primeira vez, pilotando um Bugatti com motor Chrysler. No ano seguinte, pilotou um Fiat e abandonou por acidente. Mas desenvolveu amizade com outros pilotos e se manteve ligado ao automobilismo.

A Segunda Guerra Mundial, entretanto, paralisou o automobilismo em todo o mundo. O Brasil não foi exceção, ainda que algumas corridas ainda tivessem acontecido até o começo dos anos 1940, inclusive com carros movidos a gasogênio.

A guerra acabou em 1945 e as corridas voltaram a acontecer. O autódromo de Interlagos, o primeiro do Brasil, havia sido inaugurado em 1940, mas o Rio de Janeiro tinha um automobilismo muito mais movimentado que o de São Paulo. Por isso, vários paulistas, inclusive Chico Landi, abriram oficinas na então capital federal. Nessa época, Gino Bianco venceu várias corridas, principalmente de subida de montanha, e firmou-se como um dos principais pilotos do automobilismo nacional.

Em 1947, disputou o Grande Prêmio de Interlagos, uma prova internacional para carros de Grand Prix, que reuniu vários pilotos brasileiros e estrangeiros. Pilotando uma Maserati, Gino Bianco terminou em terceiro lugar, atrás das Alfa Romeo de Acchile Varzi, o vencedor, e Chico Landi, segundo colocado.

Em 1952, Chico Landi criou a Escuderia Bandeirantes, com três Maserati A6GCM, para disputar grandes prêmios na Europa. Gino Bianco acompanhou-o para ser um dos pilotos. Além dos dois brasileiros, a Escuderia Bandeirantes teve o uruguaio Heitel Cantoni e, em uma corrida, o argentino Alberto Crespo. Os carros dos brasileiros eram pintados de amarelo e tinham rodas verdes - era a pintura nacional exigida pela Fédération Internationale de l'Automobile (FIA). Não era uma equipe rica: inscreveu-se apenas em quatro GPs, às vezes com somente dois carros, e seu melhor resultado foi o 8º lugar de Chico Landi no Grande Prêmio da Itália.


Gino Bianco estreou no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone. Fez o 28º tempo (havia 32 inscritos) e terminou em 18º entre 22 pilotos que terminaram a corrida. Este seria seu melhor resultado na Fórmula 1. Depois, ele abandonou os GPs da Alemanha (motor quebrado na primeira volta), Holanda (câmbio) e Itália (motor). Gino Bianco participou ainda de uma prova extra-campeonato, o Grande Prêmio do Autódromo, em Monza, onde também abandonou.

Depois do Grande Prêmio da Itália, o último de 1952, Gino Bianco voltou ao Brasil pelo mesmo motivo que impediu Chico Landi de correr com mais freqüência na Europa: dinheiro. Naqueles tempos em que patrocínio era algo praticamente desconhecido, a renda dos dois era assegurada pelas atividades nas respectivas oficinas.

Gino Bianco ainda disputou algumas corridas no Brasil em 1953. Depois disso, pouco se sabe dele. Viveu no Rio de Janeiro até morrer no dia 08/05/1984, vítima de complicações no esôfago.

Fonte: WikipédiaGP Total

Nhá Chica

FRANCISCA DE PAULA DE JESUS
(85 anos)
Leiga, Religiosa e Beata

☼ Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, MG (1808)
┼ Baependi, MG (14/06/1895)

Francisca de Paula de Jesus, conhecida popularmente como Nhá Chica, foi uma leiga, religiosa e beata, filha e neta de escravos, nascida na Porteira dos Vilellas, fazenda em Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, a 13 km de São Del Rei, Minas Gerais, onde também foi batizada no dia 26/04/1810.

Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, no Sul do Estado de Minas Gerais. Veio acompanhada por sua mãe e por seu irmão, Teotônio. Dentre os poucos pertences, trouxeram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Em Baependi, Nhá Chica viveu até 14/06/1895, data de seu falecimento.

Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças, Francisca de Paula de Jesus, com 10 anos e seu irmão, com então 12 anos, Teotônio. Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca de Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de "Minha Sinhá" que quer dizer "Minha Senhora", e nada fazia sem primeiro consultá-la.

Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebeu de sua mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. Se dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração.


Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócios. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa", todavia em resposta para quem queria saber quem ela, realmente, era, respondia com tranquilidade: "... É porque eu rezo com fé!".

Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga.

Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o altar da antiga Capela.

Em 1954, a igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje o Instituto Nhá Chica (INC) acolhe mais de 150 crianças entre meninas e meninos.


A Igrejinha de Nhá Chica, depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o Santuário Nossa Senhora da Conceição que acolhe peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no Registro de Graças do Santuário, podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intercessão de Nhá Chica.

É considerada por muitos católicos como Santa, de modo que o processo de canonização tramitou no Vaticano.

Nhá Chica, já em vida, passou a ser aclamada pelo povo como a Santa de Baependi, por sua fé. O Processo Informativo Diocesano começou em 16/07/1993, tendo sido encerrado em 1995, quando foi para Roma. O Relator deste processo foi o padre José Luís Gutiérrez. A causa ficou parada até 1998, quando assumiram como postulador Frei Paolo Lombardo, Ordem dos Frades Menores (OFM), e como vice-postuladora irmã Célia Cadorin, mesma religiosa que atuou nas causas de Madre Paulina e Frei Galvão.

Desde 1991 é reconhecida como Serva de Deus, título que recebeu oficialmente da Congregação Para As Causas Dos Santos do Vaticano.

Em 18/06/1998 foi feito o reconhecimento dos restos mortais de Nhá Chica, na presença de autoridades eclesiásticas, de membros do Tribunal Eclesiástico Pela Causa de Beatificação de Nhá Chica, da Comissão Histórica e de médicos legistas. Ainda em 1998, o Tribunal Eclesiástico Pela Causa de Beatificação de Nhá Chica apresentou à Diocese de Campanha um provável milagre para ser enviado e analisado pelo Vaticano.

A Professora Ana Lúcia Meirelles Leite curada de doença cardíaca
A causa de Canonização de Nhá Chica aguardou desde 2007 o anúncio de sua beatificação. E em 2007 uma graça foi atribuída a Nhá Chica referente a professora Ana Lúcia Meirelles Leite, moradora de Caxambu, em Minas Gerais.

Ana Lúcia foi curada de um problema congênito muito grave no coração, sem precisar passar por cirurgia, apenas pelas orações a Nhá Chica. O fato se deu em 1995. A graça foi aceita pelo Vaticano, que analisou o pedido de beatificação.

O início da campanha pela canonização se deu em 1952. A instalação da Comissão em prol da beatificação teve início em 1989 e depois em definitivo foi instalada em 14/01/1992.

A publicação da Positio, documento que reúne todos os dados e testemunhos recolhidos durante a fase Diocesana, corresponde à primeira etapa do processo de beatificação e aconteceu no dia 30/10/2001. O documento seguiu para o Vaticano para ser apreciado pela Congregação Para As Causas Dos Santos.

Em 30/04/2004, os bispos brasileiros reunidos em sua 42ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) assinaram um documento pedindo pela beatificação de Nhá Chica. O documento que reuniu 204 assinaturas de Bispos de 25 Estados brasileiros foi encaminhado pela Diocese de Campanha ao então Papa João Paulo II.


No dia 08/06/2010, a Congregação Para As Causas Dos Santos deu parecer favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica.

No dia 14/01/2011, o Papa Bento XVI aprovou o decreto da Congregação Para As Causas Dos Santos sobre as virtudes heroicas da Serva de Deus. Nhá Chica pode receber o título de Venerável, estando assim mais próxima da beatificação.

Aguardou-se o reconhecimento, por parte da Santa Sé, do milagre da cura, atribuído à intercessão de Nhá Chica, da professora de Caxambu, Ana Lúcia Meirelles Leite que sofria de problemas cardíacos.

No dia 13/10/2011, a Comissão Médica da Congregação Para As Causas Dos Santos, depois de analisar o possível milagre da cura da professora Ana Lúcia, declarou que a cura não tem explicação científica.

Em 28/06/2012, o Papa Bento XVI autorizou a Congregação Para As Causas Dos Santos a promulgar o decreto de um milagre atribuído a intercessão da Venerável mineira.

Nhá Chica foi beatificada em 04/05/2013, em Baependi, MG, em cerimônia presidida pelo prefeito da Congregação Para As Causas Dos Santos, o cardeal Angelo Amato, representante da Santa Sé, que anunciou a data de 14/06 como a festa litúrgica em memória de Nhá Chica.

Morte

Nhá Chica faleceu na sexta-feira, 14/06/1895, aos 87 anos e foi sepultada somente no dia 18/06/1895, no interior da capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18/06/1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico Pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo.

Os restos Mortais de Nhá Chica se encontram hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são venerados pelos fiéis.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #NhaChica

Antero de Oliveira

ANTERO DE OLIVEIRA
(46 anos)
Ator

* Rio de Janeiro, RJ (1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/05/1977)

Antero de Oliveira foi um ator brasileiro. Sua estreia se deu em 1967, no filme "Cara a Cara", de Júlio Bressane. Na TV, seu primeiro trabalho foi em 1969, na novela "Um Gosto Amargo de Festa", pela TV Tupi. Nesse mesmo chamou a atenção da crítica ao protagonizar o filme "Matou a Família e Foi ao Cinema", no papel do filho assassino.

Na televisão, sua melhor participação foi na novela "Bandeira 2", onde viveu Quincas, personagem da parte pobre da trama, contracenado com Anecy Rocha.

Participou do programa "Chico City", do comediante Chico Anysio, onde fez vários personagens.

Antero de Oliveira faleceu vitimado pelo câncer, após ficar cerca de um mês internado.

Televisão

  • 1971 - Bandeira 2 ... Quincas
  • 1971 - O Crime do Silêncio
  • 1970 - Assim na Terra Como no Céu ... Mãozinha
  • 1969 - Um Gosto Amargo de Festa


Cinema

  • 1976 - A Noiva da Cidade
  • 1976 - Pedro Bó, o Caçador de Cangaceiros
  • 1972 - Sombra de Suspeita
  • 1971 - O Crime do Silêncio
  • 1971 - Em Família ... Roberto
  • 1970 - A Possuída dos Mil Demônios
  • 1969 - Tempo de Violência
  • 1969 - Matou a Família e Foi ao Cinema ... O Assassino
  • 1967 - Cara a Cara ... Raul


Outro Trabalhos

  • 1972 - Herança do Nordeste (Documentário) ... Narrador
  • 1970 - Paulicéia Fantástica (Documentário) ... Narrador
  • 1968 - Brasil Verdade (Documentário) ... Narrador


Fonte: Wikipédia

Qorpo-Santo

JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO
(54 anos)
Dramaturgo, Poeta, Jornalista, Tipógrafo e Gramático

* Triunfo, RS (19/04/1829)
+ Porto Alegre, RS (01/05/1883)

José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo, foi um dramaturgo, poeta, jornalista, tipógrafo e gramático brasileiro. Era natural da Vila do Triunfo, interior do Rio Grande do Sul.

Após o assassinato do pai em episódio que envolvia a Revolução Farroupilha, em uma emboscada no ano de 1839, partiu para Porto Alegre, a fim de estudar gramática e conseguir emprego na capital. Inicialmente trabalhou no comércio e a partir de 1850 habilitou-se ao exercício do magistério público.

Em 1851 fundou um grupo dramático e a partir de 1852 começou a escrever regularmente para jornais da sua província. Em 1855 deixou o magistério público e passou a lecionar em vários colégios, a fim de amparar sua mãe que estava doente, assumiu a direção do Colégio São João no ano de 1856. No mesmo ano casou-se com Inácia de Campos Leão e, em 1857, mudou-se com a família para Alegrete, cidade na qual fundou um colégio, adquirindo respeitabilidade como figura pública, escrevendo para jornais locais e ocupando ainda cargos públicos de delegado de polícia e vereador.

Em 1861, de volta a Porto Alegre, seguiu a carreira de professor e começou a escrever  "Ensiqlopédia ou Seis Mezes de Huma Enfermidade" em 1862, quando pareceu manifestar-se, os primeiros sinais de seus transtornos psíquicos, rotulados então sob o diagnóstico de monomania, sendo afastado do ensino e interditado judicialmente a pedido da própria esposa e filhos.

Fundamentou-se a alegação de monomania na sua "superexcitação de atividade cerebral", sobretudo na compulsão de "tudo escrever", conforme os familiares. De fato, somente no mês de maio de 1866, Qorpo-Santo escreveu 8 peças teatrais, o que é destacado por Guilhermino César.

Os médicos de Porto Alegre, então, divergiram sobre a sanidade mental de Qorpo-Santo. Este não aceitou pacificamente seu controvertido, então, enquadramento psiquiátrico, recorrendo ao Rio de Janeiro, e sendo examinado então por médicos daquela capital, os quais diferiram do diagnóstico de monomania, após o autor passar um mês no Hospício Pedro II, não endossando sua interdição judicial.

Apesar da liberação pelos médicos considerados os maiores especialistas em saúde mental da época, com um salvo conduto de João Vicente Torres Homem, médico pessoal do Imperador Dom Pedro II, o qual considerou que "o paciente goza de boa saúde mental", a interdição permaneceu, conforme despacho judicial de 1868 do juiz Correia de Oliveira em Porto Alegre.

Todavia, o estigma estava posto, e o autor se viu cada vez mais isolado. Se disse perseguido ideologicamente e deixou suas atividades jornalísticas em 1873 em função disto. Passou por dificuldades financeiras e teve que abandonar seu trabalho como escritor por algum tempo. Fechou seu jornal A Justiça, que circulava em Porto Alegre e Alegrete e, posteriormente, constituiu sua própria gráfica, em Porto Alegre, em 1877, na qual viabilizou e editou a produção da sua "Enciclopédia".

Qorpo-Santo morreu vítima de Tuberculose em 01/05/1883.


Obras

  • Ensiqlopèdia Ou Seis Meses De Uma Enfermidade
  • Certa Identidade Em Busca De Outra
  • Eu Sou A Vida Eu Não Sou A Morte
  • Um Credor Da Fazenda Nacional
  • As Relações Naturais
  • Hoje Sou Um; E Amanhã Sou Outro
  • Um Assovio
  • Um Parto
  • Hóspede Atrevido Ou O Brilhante Escondido
  • A Impossibilidade Da Santificação Ou A Santificação Transformada
  • Dois Irmãos
  • A Separação De Dois Esposos
  • La
  • Lanterna De Fogo
  • Marinheiro Escritor
  • Marido Extremoso
  • Mateus E Mateusa
  • Elias E Sua Loucura Bíblica


Sobre a Obra

Foram necessários quase 100 anos, a partir da publicação original dos textos do autor gaúcho do século XIX, José Joaquim de Campos Leão, nome ao qual o próprio autor acrescentou a alcunha de Qorpo-Santo (QS), para que sua obra conquistasse reconhecimento devido aos esforços de muitos intelectuais que assim o quiseram e para tal trabalharam, na década de 1960.

Alguns críticos datando desta republicação, destacando-se o editor de seu teatro completo, Guilhermino César, buscaram situá-lo como precursor de modernas tendências da arte teatral, a princípio o teatro do absurdo - na época, pretendendo atribuir-lhe a paternidade desta moderna corrente teatral - e mais tarde querendo situá-lo como antecessor do movimento surrealista, pelo nonsense constante em sua obra.

Divergindo daqueles intelectuais, Flávio Aguiar descreveu a época do relançamento das obras, muito bem recebido, com análise profunda, ao seu "Os Homens Precários", ainda na década de 1970, bem como a tendência dos intelectuais de glorificá-lo como um criador do tão famoso e moderno teatro do absurdo.

Enquanto Eudinyr Fraga, em trabalho datado aos anos 80, defende que Qorpo-Santo seja enquadrado como autor surrealista, por fazer uso constante em seu texto do chamado "automatismo psíquico", que caracterizaria aquela corrente estética:

"Suas personagens são sempre projeção dele próprio, e com ele muitas vezes se confundem, como observamos pelo conhecimento de sua biografia. Inclusive, deixam a categoria de personagens e assumem um tom discursivo, lamentando as infelicidades e as injustiças sofridas pelo criador. Por outro lado, não tem preocupações estéticas. Suas lamúrias estão sempre a um nível existencial, ou melhor, individual. Sua obra visa satisfazer uma necessidade interior que a expressão determina."

Hoje, Qorpo-Santo é visto como um indivíduo criativo e fora de seu tempo, não se propõe mais sua suposta intenção como inovador da estética, mas como um artista envolvido e dedicado intimamente à sua obra, tanto que, por vezes, sua mente invade os personagens liberando seu discurso como uma colagem desconexa da lógica da personagem.

Flávio Aguiar analisa em detalhe o teatro de Qorpo-Santo, e seus argumentos fogem à discussão sobre ser Qorpo-Santo o precursor não reconhecido de modernas tendências do teatro moderno. Para Aguiar, Qorpo-Santo constrói um teatro da paralisia, em que o pano de fundo da moralidade vigente é antagonizado pelo desenrolar dos acontecimentos, em atropelo da possível lógica de seus enredos. Nas peças de Qorpo-Santo o ritmo do tempo se mostra caótico demais para que dele possa nascer, "espontaneamente", qualquer conclusão lógica.

Cabe ressaltar que, à exceção destes dois autores citados acima, é perceptível a ausência de uma reflexão sobre a questão da loucura, a qual foi julgado em vida pelo jurídico de Porto Alegre e pelos maiores especialistas médicos da corte, no Rio de Janeiro, sobre os limites da normalidade psíquica, no universo textual deste autor. Segundo Flávio Aguiar, a "desrazão" seria perceptível no próprio texto de Qorpo-Santo.

Fonte: Wikipédia