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Tibiriçá

TIBIRIÇÁ
(122 anos)
Índio Brasileiro

* Brasil (1440)
+ São Paulo de Piratininga, SP (25/12/1562)

É impossível falar da fundação de São Paulo sem mencionarmos um dos mais importantes líderes indígenas de São Vicente, o índio Tibiriçá.

Tibiriçá
foi o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José de Anchieta. Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Affonso, em homenagem ao fundador de São Vicente.

Sua data de nascimento é calculada em 1440. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo.

"Maioral" ou "Vigilância da Terra", na língua Tupi, Cacique guaianás ou tupi, sendo divergentes nesse ponto as opiniões dos historiadores. Chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que salientaram durante a colonização do Brasil, o primeiro como inimigo e o segundo como grande colaborador dos jesuítas.

Tibiriça teve muitos filhos com a índia Potira: Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí e M'bicy (Flôr da Árvore) ou Bartira. Esta viria a desposar João Ramalho, de quem Tibiriçá era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando estes chegaram a São Vicente. Mais tarde, após viver mais de quarenta anos com João Ramalho, foi batizada como Izabel Dias e casada, pelo jesuita Manoel da Nóbrega.

Em 1554 na missão católica de Itapetininga, onde hoje é o município de São Paulo. Nesse cenário, índios tupiniquim, padres jesuítas e colonizadores portugueses protagonizaram uma história cheia de contradições, guerras e escravizações. 


O cacique Tibiriçá, chefe da nação tupiniquim, teve participação decisiva na obra de fundação da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554. Para isso colaborou com os jesuítas Manoel da Nóbrega, Manoel de Paiva e José de Anchieta.

Nem todos os tupiniquim, no entanto, aceitavam a presença dos portugueses nos aldeamentos indígenas. A parte desse povo que colaborou com os colonizadores era comandada por Tibiriçá, enquanto a parte que opôs acirrada resistência ao projeto português foi chefiada por Araraig, irmão de Tibiriçá. O grupo de Araraig passou a fazer oposição aos portugueses, obrigando o grupo de João Ramalho a se refugiar no povoado de Itapetininga (São Paulo), abandonando a Vila de Santo André.

O conflito entre índios e colonizadores desencadeou um levante, naquilo que ficou conhecido como "Guerra de Piratininga" - um episódio quase ignorado pela história oficial. Por dois dias, o grupo tupiniquim liderado por Araraig cercou  Itapetininga (São Paulo).

Quando Tibiriçá foi procurado por seu sobrinho Jagaonharo, como emissário dos Tamoios (Tamoio não é tribo, mas significava "os antigos donos da terra"), para defende-la e a eles mesmos, da ocupação e da captura de escravos índios pelos portugueses, para que reconsiderasse sua posição a favor dos portugueses e se aliasse aos seus irmãos indígenas, foi traído pelo tio que "em confissão" junto a José de Anchieta contou o plano dos Tamoios para atacar a vila de Itapetininga (São Paulo).   José de Anchieta levou, o que deveria ser segredo de confessionário, aos chefes portugueses e quando do encontro armado entre eles.  

Tibiriçá deu aos jesuítas a maior prova de fidelidade a 9 de Julho de 1562,  e não 10 como habitualmente se escreve, quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu com bravura o ataque à vila de São Paulo efetuado pelos índios tupis, guaianás e carijós, chefiados por seu sobrinho, filho de Piquerobi, Jagoanharo, no ataque conhecido como "O Cerco de Piratininga"Tibiriçá matou o sobrinho com uma espada quando este vacilou em matá-lo no entrevero.

Túmulo do índio Tibiriçá ao lado dos primeiros Bispos de São Paulo (Cripta da Catedral da Sé)
Fundação da Vila de São Paulo

Em Itapetininga onde já existia um colégio, acompanhou Manuel da Nóbrega e José de Anchieta na obra da fundação de São Paulo, e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual Rua de São Bento era por esse motivo chamada primitivamente de Martim Affonso (nome que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio.

Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de Parnaíba. Hoje é a cidade de Santana do Parnaíba.

Túmulo de Tibiriçá na cripta da catedral - "Fundador e Conservador da Casa de Piratininga"
Morte

Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562, como atesta José de Anchieta em sua carta enviada a Diogo Laínez, em decorrência de uma peste que assolou a aldeia. Segundo alguns historiadores tratava-se da Peste Negra.