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Bambina Bucci

BAMBINA BUCCI
(88 anos)
Locutora, Rádio-Atriz, Produtora de Programas, Política e Umbandista

☼ Batatais, SP (10/06/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/2009)

Banbina Bucci  foi uma locutora, rádio-atriz, produtora de programas, política e umbandista brasileira, descendente de italianos, nascida em Batatais, SP, no dia 10/06/1920.

Viúva de Atila Nunes Pereira, de quem se tornou braço direito e companheira inseparável na década de 40, em 1948 nasceu seu único filho, Átila Nunes Filho, deputado desde 1970, maciçamente votado pelos umbandistas.

Inteligência viva, temperamento nervoso, agitado, Bambina Bucci fez o ginasial no Rio de Janeiro, completou seus estudos na terra bandeirante e diplomou-se na Escola Normal de sua terra natal.

Ingressou no rádio em 1940. Locutora, rádio-atriz, produtora de programas, umbandista convicta e dotada de grande facilidade de escrever, produziu dezenas de preces e poemas, destacando-se "Mensagem da Fé", "Oração do Enfermo", "Prece ao Alto", "Mensagem de Oxalá", "Prece do Cruzeiro das Almas", "Oração à Mãe de Jesus", "Gratidão", "Creio em Deus", "Meditação", "Procura a Tua Luz", "Oração dos Cegos", "Caboclo da Mata", "Sete Penas Brancas", "Mensagem de Lázaro" e "Prece do Presidiário".

A metapsíquica sempre exerceu grande fascínio sobre Bambina Bucci que, possuindo dons extraordinários de vidência-auditiva, prestou bons serviços aos que a procuravam imbuídos de fé. Grande parte de sua vida foi dedicada ao estudo do sobrenatural e dos fundamentos do espiritismo em todas as suas formas, principalmente no que tange ao culto religioso da Umbanda. Seu espírito de curiosidade, entretanto, levou-a a voltar, também, suas atenções ao esoterismo e até mesmo ao agnosticismo, doutrina que declara o absoluto inacessível ao espírito humano.

Vereadora eleita e reeleita por 16 anos para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, autora de dezenas de leis municipais que garantiram a igualdade religiosa, Bambina Bucci produziu e apresentou durante três décadas o "Programa Melodias de Terreiro", o mais antigo programa do rádio brasileiro, hoje produzido e apresentado pelo seu filho, o deputado Átila Nunes Filho e pelo seu neto, Átila Nunes Neto, na Rádio Metropolitana AM 1090, do Rio de Janeiro, podendo ser acessado na primeira rádio web de Umbanda do Brasil: a Rádio Melodias de Terreiro.

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #BambinaBucci

Victor Siaulys

VICTOR SIAULYS
(72 anos)
Empresário, Advogado, Conferencista e Escritor

☼ São Paulo, SP (30/05/1936)
┼ São Paulo, SP (19/03/2009)

Victor Siaulys foi um empresário brasileiro nascido em São Paulo, SP, no dia 30/05/1936.

Filho de imigrantes lituanos, Victor Siaulys cresceu na capital paulista e começou a trabalhar ainda jovem ajudando seu pai no dia-a-dia da feira.

Estudando à noite, passou a trabalhar em um banco, depois em uma emissora de rádio até ser contratado como propagandista na Winthrop. Em seguida, foi para a Squibb, onde conheceu seus futuros sócios, Adalmiro Dellape Baptista e Antonio Gilberto Depieri. Nessa época, iniciou o curso de Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo mas destacou-se trabalhando como propagandista em empresas farmacêuticas. Mudou-se para o laboratório Sintofarma, onde começou sua experiência com desenvolvimento de produtos.

Em 1965, criou com Adalmiro Dellape BaptistaAntonio Gilberto Depieri e Raphael Dellape Baptista, a Prodoctor, para comercializar os produtos da Sintofarma.

Em 1966, compraram juntos um pequeno laboratório chamado Aché. Na divisão de funções, assumiu o desenvolvimento e marketing dos produtos.

Em 1978, nasceu sua terceira filha, Lara, com deficiência visual.

No Aché, Victor Siaulys, passou comandar a área de Recursos Humanos e investir nas ações de Responsabilidade Social. Como presidente do Conselho de Administração do Aché, vislumbrava novos negócios para a empresa, com destaque para os medicamentos fitoterápicos.

Sob sua liderança, a Aché Laboratórios, de capital 100% nacional, tornou-se um dos maiores laboratórios do país.

Em homenagem à filha que nasceu cega, criou junto com a esposa Mara em 1991 a entidade filantrópica Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, de apoio a inclusão educacional e social da pessoa com deficiência visual.

Victor Siaulys foi conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e escreveu o livro "Mercenário ou Missionário", pela editora da Laramara.

Morte

Em 2006, Victor Siaulys descobriu uma leucemia, seu quarto câncer. Os anteriores foram de tireoide, pele e próstata. Em 2008, passou por um transplante de medula.

Victor Siaulys faleceu às 19h30 de quinta-feira, 19/03/2009, no Hospital Albert Einsten, em São Paulo, SP, onde estava internado há 30 dias, lutando contra seu quarto câncer, aos 73 anos,  vítima de complicações causadas por um transplante de medula.

A luta de Victor Siaulys contra o câncer era pública. Em uma de suas internações ele escreveu uma mensagem, que foi enviada aos amigos mais próximos e acabou se tornando um viral, ficando conhecida via internet.

O corpo foi velado no Hospital Albert Einstein. O cortejo rumo ao Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, saiu às 15h00, onde ocorreu uma cerimônia de corpo presente celebrada pelo amigo e mentor Frei Beto e logo em seguida o corpo foi cremado.

Ana Helena Berenger

ANA HELENA BERENGER PEÇANHA
(48 anos)
Atriz e Artista Plástica

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/02/1961)
┼ Los Angeles, Estados Unidos (29/07/2009)

Ana Helena Berenger Peçanha, conhecida como Ana Helena Berenger, foi uma atriz e artista plástica brasileira Nascida no Rio de Janeiro. Formou-se em jornalismo na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, mas não chegou a exercer a profissão, interessando-se logo pela carreira artística.

Atuou no cinema, na televisão e no teatro em todo o mundo, atuando inclusive em produções de outros países.

Enquanto esteve em Paris, Ana Helena estudou arte no Museu do Louvre. Apaixonada pelas cores, tornou-se artista plástica e foi morar em Los Angeles, deixando a carreira de atriz.

Ana Helena Berenger morreu vítima de um câncer de mama, em Los Angeles, no dia 29/07/2009.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Fausto Canova

FAUSTO AUGUSTO BATTISTETE
(78 anos)
Radialista, Musicólogo e Cantor

* Marília, SP (28/11/1930)
+ Avaré, SP (03/01/2009)

Fausto Canova tinha os dois quesitos fundamentais de um bom apresentador, conta Zuza Homem de Mello, amigo do radialista, historiador e crítico de música. Primeiro: possuía profundo conhecimento musical. Segundo: tinha uma bela voz.

O vozeirão de Fausto Augusto Battistete contribuiu, inclusive, para seu casamento com a mulher com quem viveu boa parte da vida. Sônia era fã de seus programas - e, ambos, de Dick Farney.

Como ela tinha um amigo na mesma emissora de Fausto Canova, conseguiu o contato do radialista, conheceram-se e passaram a namorar.

"Grande nome da Era do Rádio dos anos 50 e 60", como o descreve Zuza Homem de Mello, Fausto Canova passou pela Rádio ExcelsiorRádio BandeirantesRádio Jovem PanRádio Cultura.

Fanático por música americana e música instrumental brasileira, arriscou-se como crooner, mas não levou adiante. O nome Canova, da família da mãe, ele adotou apenas profissionalmente.

Natural de Marília, SP, "gostava mesmo era de São Paulo", contou a sobrinha. Tinha tantos discos em casa que era obrigado a vender alguns para conseguir guardar todos.


Morte

Sozinho em São Paulo e com suspeita de Mal de Alzheimer, mudou-se para Avaré, levado pelo sobrinho. Viúvo havia cerca de quatro anos, Fausto Canova morreu no sábado, 03/01/2009, aos 78 anos, em Avaré, SP, após sofrer uma parada cardíaca. Ele não deixou filhos.

Milton Neves Fala de Fausto Canova

Eu, Milton Neves, trabalhei na mesma emissora que Canova por quase dez anos. Chegando à Rádio Jovem Pan AM pelas mãos do saudoso e genial Fernando Luiz Vieira de Mello, em 1972, conheci Fausto Canova que era o apresentador titular do "Show da Manhã". Ele teve vários produtores como Chico de Assis, Marino Maradei e Leda Cavalcanti e, ao microfone, era um professor de música.
Mas também adorava futebol. Parecidíssimo com Jorge Andrade, ex-lateral-esquerdo do Internacional, RS, Fausto Canova foi também narrador esportivo da TV Tupi por certo período, durante os anos 70.
Grande Canova, que Deus o tenha!


Luiz Fabiano

JAYR CAMPOS RODRIGUES
(67 anos)
Cantor e Compositor

* Tupã, SP (06/05/1942)
+ São Paulo, SP (18/12/2009)

Luiz Fabiano, nome artístico de Jayr Campos Rodrigues, foi um cantor e compositor brasileiro.

Aos 14 anos, um menino chamado Jayr Rodrigues começou como crooner de uma orquestra em Tupã, cidade a 514 km de São Paulo.

Luiz Fabiano começou a ser conhecido depois do II Festival da Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em 1966. Ele descobriu que havia na praça um cantor com o mesmo nome e que também havia começado como crooner no interior. O outro, um tal de Jair Rodrigues de Oliveira, consagrou-se naquele 1966 ao cantar "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros.

No começo de sua carreira foi crooner da orquestra de Silvio Mazzuca. Em 1967, Tony Campello lhe deu a chance de fazer um Compacto Simples na gravadora Odeon com as músicas "Não Adianta Brigar" e "25 Horas Por Dia"

Jayr Rodrigues, então, trocou o Rodrigues pelo Campos, mas foi só com o nome artístico de Luiz Fabiano que ficou conhecido nas décadas de 60 e 70.

Em 1969, lançou o primeiro LP, que continha o hit "Meu Bem, Ao Menos Telefone". Uma de suas composições, "Você Me Pediu", acabou sendo gravada por Roberto Carlos para o disco "San Remo 1968" (1976).

Erasmo Carlos também gravou uma obra sua, "Meu Disquinho", em 1968. O cantor participou de um programa do Sílvio Santos e, nos anos 80, de duas novelas da TV Globo. Como empresário, foi dono da Real Vídeo, rede que chegou a ter 24 locadoras de filmes, mas que faliu com a chegada da Blockbuster, como conta o sobrinho Roberto.

Luiz Fabiano continuou compondo e produzindo discos de outros artistas. Ultimamente, era assessor do vereador Agnaldo Timóteo (PR), seu grande amigo.

Morte

Luiz Fabiano morreu na sexta-feira, 18/12/2009, às 16:40 hs, áos 67 anos, no Hospital Heliópolis, em São Paulo, vítima de um câncer no intestino. O sepultamento aconteceu no sábado, 19/12/2009, às 14:00 hs, no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo. Ele deixou três filhos.

Discografia


  • 1967 - Luiz Fabiano (Compacto Odeon 7B-232)
  • 1968 - Luiz Fabiano (Compacto Odeon 7B-293)
  • 1969 - Luiz Fabiano (Compacto Beverly)
  • 1969 - Luiz Fabiano (LP Beverly BLP-9009)
  • 1972 - Luiz Fabiano (Compacto Continental CS-50.400)

Mãe Hilda Jitolu

HILDA DIAS DOS SANTOS
(86 anos)
Iyálorixá

* Salvador, BA (06/01/1923)
+ Salvador, BA (19/09/2009)

Hilda Dias dos Santos, a mãe Hilda Jitolu, era Iyálorixá do Candomblé Jeje. Nasceu no dia 06/01/1923, na cidade de Salvador.

Casou-se com o alfaiate e fiscal da prefeitura, Valdemar Benvindo dos Santos, no dia 06/09/1950, tendo 5 filhos. O primeiro deles, Antônio Carlos dos Santos Vovô, presidente fundador do Bloco Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, é também Ogãn de Obaluaê da Casa o Ilê Axé Jitolu. A segunda filha Hildete Santos Lima, fundadora e diretora do Ilê Aiyê, é também Ekédi de Oxum da Casa. O terceiro filho Vivaldo Benvindo dos Santos, fundador e diretor do Ilê Aiyê,  é também Ogãn da Casa, confirmado, e filho de Logum Edé. A quarta filha foi Hildemária Georgina dos Santos, filha de Oxossi "In Memorian" e a quinta é Hildelice Benta dos Santos, diretora da Escola Mãe Hilda -, filha de Oxalá e recebeu o cargo de mãe de santo do Terreiro Ilê Axé Jitolu após o falecimento de Mãe Hilda.

O Pai de Santo da Iyalorixá Hilda Jitolu era da nação Gegê Mahin, chamava-se Cassiano Manoel Lima, sua Digina era do Gegê Mahin, cujo terreiro era localizado na Caixa Dágua. A Iyalorixá Constância da Rocha Pires, Mãe Tança, filha de Nanã, cuja Digina era Ajauci, continuou os trabalhos das obrigações de Mãe Hilda Jitolu.  O nome Jitolu foi dado a Mãe Hilda no dia 24/12/1942.


O Terreiro Ilê Axé Jitolu foi fundado no dia 06/01/1952. A primeira festa do ano é de Oxalá, realizada sempre no mês de janeiro. Em seguida vem a festa para Obaluaê, realizada no dia 16/08. Depois, no mês de setembro, acontece a festa do Caboclo Tupyassu.

A ação social da Iyalorixá Mãe Hilda Jitolu se desenvolve em vários domínios de produção político-cultural. Foi, e é decisiva, a sua contribuição para a linha filosófica de trabalho do Ilê Aiyê. Nacionalmente, Mãe Hilda, criou uma escola de alfabetização, em 1988, que leva seu nome, abrindo as portas do Terreiro para que os filhos das Filhas de Santo e os da comunidade, pudessem estudar e assim, terem um rumo na vida. Ela também incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares, em Alagoas. A partir de 1995, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê começou a atuar além das instâncias educativas do Bloco - nas escolas públicas do bairro da Liberdade - sempre a partir dos ensinamentos de Mãe Hilda: preservar e expandir os valores da cultura africana no Brasil.

No carnaval de 2004, o Bloco Ilê Aiyê a homenageou com o tema "Mãe Hilda: Guardiã da Fé e da Tradição Africana", em comemoração aos 30 anos do Ilê Aiyê.

Era Mãe Hilda quem comandava a cerimônia religiosa que antecede o desfile do Ilê Aiyê no sábado de carnaval. Da sacada de sua casa, ela presidia um rito para abrir os caminhos e reverenciar os orixás. A cerimônia terminava com a soltura de pombos brancos por todos os diretores do Ilê Aiyê e pela rainha eleita pelo bloco como a beleza do ano, a Deusa de Ébano.


Morte

Sua morte aconteceu na manhã de sábado, 19/09/2009, aos 86 anos, em um hospital de Lauro de Freitas, Salvador, com problemas cardíacos. Em ritual próprio do candomblé denominado de axexe, a Ialorixá Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual do bloco afro Ilê Aiyê, foi sepultada na manhã de domingo, dia 20/09/2009, no Cemitério Jardim da Saudade.

Filhos de santo ligados ao Terreiro Ilê Axé Jitolu permaneceram em vigília durante a noite velando o seu corpo, por volta das 8:00 hs, se reuniram em torno do caixão para entoar os cânticos e dar início ao cortejo fúnebre.

O Governador Jaques Wagner no velório de Mãe Hilda
Orixás incorporados acompanhavam o cortejo, que seguiu até a entrada da Rua do Curuzu no bairro da Liberdade. A cerimônia continuou no Cemitério Jardim da Saudade e, por volta das 10:30 hs, foi sepultada na presença de inúmeras pessoas, todas vestidas de branco.

O prefeito João Henrique esteve no sepultamento e decretou três dias de luto oficial em Salvador. O governador Jaques Wagner também esteve no terreiro e prestou homenagens a Mãe Hilda.


Muíbo Cury

MUHIB CURY
(80 anos)
Ator, Apresentador, Locutor, Cantor, Compositor, Radialista e Dublador

* Duartina, SP (15/01/1929)
+ São Paulo, SP (26/12/2009)

Muhib Cury, mais conhecido como Muíbo Cury ou Muíbo César Cury, foi um ator, compositor, radialista e dublador brasileiro.

Disseram ao descendente de libaneses Muhib Cury que, com aquele nome, ele não faria sucesso no rádio. A primeira iniciativa tomada pelo rapaz foi abrasileirar o Muhib, cujo significado é "amado", segundo a filha Adriana, para Muíbo.

Mesmo assim, para alguns, a solução nada resolvia, pois o nome continuava ruim. Aí ele incluiu o César na história. Resultado: ficou conhecido de várias maneiras como César Cury, Muíbo Cury ou Muíbo César Cury.

Estreou em 1949, na Rádio Clube de Marília. No início dos anos 50 o jovem nascido em Duartina, SP, começou como contrarregra na Rádio Bandeirantes, fazendo os barulhinhos para as radionovelas. Na emissora, trabalhou até o fim da vida. Apresentava o programa "Arquivo Musical" e o "Jornal em Três Tempos", ao lado de Chiara Luzzati e Paulo Galvão.

Da esquerda para a direita: Muíbo Cury, Sérgio Galvão, Wanderley Cardoso, Fernando Solera e Altemar Dutra
Também passou pela Rádio América, Rádio São Paulo, e Rádio Cultura, onde fez por 10 anos um programa de música sertaneja de raiz, uma de suas paixões. Integrou a dupla Barreto & Barroso e foi coautor da canção "João de Barro". Muíbo Cury compôs também marchinhas de carnaval. 

Atuou em telenovelas na TV Tupi e TV Bandeirantes. Seus últimos trabalhos televisivos foram uma participação em "Memórias de um Gigolô" e num comercial da Skol, no Natal de 1993.

Muíbo Cury era casado com Dalva, moça que o ouvia no rádio antes de conhecê-lo no madureza (espécie de supletivo). Teve 4 filhos e 2 netas.

Muíbo Cury morreu no Hospital São Luiz, sábado, dia 26/12/2009, onde estava internado em decorrência problemas cardíacos. O enterro aconteceu no domingo, 27/12/2009, às 11:00 hs, no Cemitério da Lapa.

Dublagens

  • Caçador Kaura em "Flashman"
  • Mantor do Diabo (primeira voz) em "Lion Man"
  • Fozzie em "Muppet Show" e "Os Muppets Conquistam Nova York"
  • Prefeito White em "Doug"
  • Participações nos Episódios 17 e 22 de "Samurai X"

Fonte: Wikipédia e Folha de S.Paulo
Indicação: Reginaldo Monte

Tia Doca da Portela

JILÇÁRIA CRUZ COSTA
(76 anos)
Tecelã, Empregada Doméstica, Cantora, Compositora e Pastora da Velha-Guarda da Portela

* Rio de Janeiro, RJ (20/12/1932)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/01/2009)

Jilçária Cruz Costa, conhecida como Tia Doca da Portela, nasceu em 20/12/1932, trabalhou como tecelã, empregada doméstica e chegou a vender sopa para se sustentar. Um dos baluartes da Portela, Tia Doca fez de tudo na escola: puxou corda (antigamente as escolas eram limitadas por cordões, como os blocos baianos de hoje em dia), foi da ala dos compositores, destaque, diretora da ala das baianas e integrante da diretoria. Tia Doca era uma das Pastoras da Portela (Vozes femininas do samba, que puxam enredos, cantam em rodas e também fazem shows). 

"Só não carreguei tijolo nem joguei bola com o Paulo da Portela. De resto, fiz de tudo para ajudar a minha escola!"
(Tia Doca da Portela)

E olha que nem era para ela ter esse amor todo pela azul-e-branco. Sua família era da Serrinha. Tia Doca era prima de Dona Ivone Lara. Sua mãe, Dona Albertinha, foi a primeira porta-bandeira da Prazer da Serrinha e só parou de desfilar quando a escola acabou em 1947.

Seguindo os passos da mãe, Tia Doca já era, aos 14 anos, porta-bandeira da Unidos da Congonha, em Vaz Lobo. Seu mestre-sala era Benício, que mais tarde formaria par com Wilma Nascimento na Portela.

"Eu nunca traí a minha escola. E olha que a Império Serrano foi fundada no meu quintal."
(Tia Doca da Portela)

A vida não foi mole para Tia Doca. Mãe de onze filhos, sendo nove homens e duas mulheres, ela perdeu oito. Restaram apenas as duas moças e um rapaz.

A entrada de Tia Doca na Portela foi em 1953, após seu casamento com o compositor Altair Costa, filho do compositor Alvarenga. Em 1970, entrou para a Velha Guarda por sugestão de Alberto Lonato e teve como examinadores Alvaiade e Armando Santos, vindo a substituir a lendária Tia Vicentina.

Tia Doca era muito ligada a Clara Nunes, que promoveu diversas rodas de samba no quintal da sambista. Como compositora, Tia Doca é autora do partido-alto "Temporal", por ela gravado num disco ao lado de Monarco, e do samba "Orgulho Negro", em parceria com o filho Jadilson Costa, gravado por Jovelina Pérola Negra.

Tia Doca ficou famosa por ser dona de uma das mais famosas rodas de samba da cidade. Há mais de 30 anos, a sambista abria o quintal de sua casa para promover o famoso "Pagode da Tia Doca", em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, que serviu de berço para diversos artistas, entre eles Zeca Pagodinho. Dudu Nobre também frequentou o pagode desde os 5 anos. O repertório da tradicional roda de samba virou CD em 2000.


Tia Doca chegou a gravar com Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Marisa Monte, que produziu em 2008 o documentário "O Mistério do Samba", com Tia Doca como uma das personagens.

No dia 17/01/2009, minutos antes da Portela iniciar seu segundo ensaio na Marquês de Sapucaí, a notícia de que Tia Doca teria morrido se espalhou como rastro de pólvora. Um mal-entendido que só foi desfeito algumas horas depois, na madrugada do dia 18/01/2009. Um susto! Ela, de fato, se internou após um Acidente Vascular Cerebral no Hospital Carlos Chagas. Um aviso, talvez. Uma semana depois, no dia 25/01/2009, vítima de um infarto, morria Tia Doca da Portela.

"Uma das matriarcas do samba... uma celebridade de verdade, simples e humilde"

Essas palavras da mangueirense Leci Brandão dão o tom do legado de Tia Doca para a Portela e para o samba. Uma mulher realizadora, bem-sucedida, que portou, desde sempre, a bandeira de resistência do samba.

Seu corpo foi velado a partir das 7:00hs do dia 26/01/2009, na quadra da Portela, em Madureira. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério de Irajá.

Dom David Picão

DAVID PICÃO
(85 anos)
Bispo Católico

* Ribeirão Preto, SP (18/08/1923)
+ Santos, SP (30/04/2009)

Dom David Picão nasceu em Ribeirão Preto, SP, no Bairro de Vila Tibério, aos 18/08/1923. Filho primogênito do casal Joaquim Ramos Picão e Maria da Piedade Picão, de uma família de sete irmãos.

Fez os estudos iniciais na Escola Primária das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição e no 3º Grupo Escolar de Vila Tibério. Ingressou no 1º ano ginasial da Associação de Ensino de Ribeirão Preto, em 1936, e logo no ano seguinte seguiu para o Seminário Diocesano da Imaculada, em Campinas, onde prosseguiu seus estudos de Humanidades até 1941.

Em 1947, em Roma, terminou Teologia e estudou Direito Canônico na Universidade Gregoriana. Recebeu a ordenação sacerdotal na "Chiesa del Gesú", em Roma, em 10/10/1947.

Na Arquidiocese de Ribeirão Preto, para onde retornou em 1950, exerceu os cargos de professor e diretor espiritual do Seminário Diocesano Maria Imaculada, chanceler do Arcebispado (1950-1960), procurador da Mitra  Arquidiocesana.

Em 14/05/1960, foi eleito Bispo da nova Diocese de São João da Boa Vista, SP, sendo ordenado bispo em 31/07/1960, na Catedral de Ribeirão Preto, SP, pela manhã. À tarde, tomou posse na nova Diocese.

Em 11/05/1963 foi transferido para Santos, SP, como Bispo Coadjutor,  com direito à sucessão, tomando posse em 22 de junho do mesmo ano.

Tendo Dom Idílio José Soares renunciado à Diocese de Santos, Dom David assumiu o governo diocesano em 13/12/1966.  Tornou-se bispo emérito da Diocese de Santos em 26/07/2000.

Durante sua função como bispo, foi presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), São Paulo; membro da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB e responsável pelo setor de Comunicação Social da CNBB; Membro da Comissão de Educação do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM); Promotor Nacional do Apostolado do Mar; Assistente Nacional do Movimento Vida Ascendente.

Dom David Picão faleceu no dia 30/04/2009 no Hospital São Lucas em Santos.



Barrosinho


JOSÉ CARLOS BARROSO
(65 anos)
Compositor e Trompetista

* Campos dos Goytacazes, RJ (08/07/1943)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/03/2009)

José Carlos Barroso foi um compositor e instrumentista brasileiro idealizador do Maracatamba, que mistura maracatu com samba.

Barrosinho, nasceu em Campos dos Goytacazes, filho do saxofonista Benedito Gomes Barroso. Começou a estudar música aos 6 anos de idade e aos 8 a tocar trompete.

Chegou no Rio de Janeiro no início dos anos 60, onde vivenciou suas primeiras experiências profissionais nas orquestras de baile e gafieiras, com Mestre Severino, Mestre Cipó e Paulo Moura. Este convívio lhe deu a habilidade de embalar as pessoas com seu som dançante. Após as orquestras, Barrosinho tocou em bandas menores onde havia espaço para o improviso e assim desenvolveu suas aptidões de instrumentista e solista.

Barrosinho fez parcerias com músicos como Raul de Souza, Edson Machado, SivucaOderban Magalhães.

No início dos anos 70, convidado por Oderban, integrou o "Grupo Abolição", liderado por Dom Salvador. Com a ida de Dom Salvador para Nova York, formou a legendária Banda Black Rio com Oderban Magalhães e outros talentosos instrumentistas. Esta banda é até hoje uma referência musical, por ter abrasileirado o som americano quando antes se fazia o inverso. Ainda nos anos 70  acompanhou artistas como Gerson King Combo e Tim Maia. Assim como bons músicos do cenário "Soul Black Brasil" da época, fez parte de uma das formações da Banda Vitória Régia que acompanhava o cantor Tim Maia.

Possuidor de musicalidade rara, sendo um notável arranjador vocal, que tem em suas fontes a soul music estadunidense e o lendário Cassiano.

Participou em 1988 do disco "Alma Negra", com Tony Tornado, Tony Bizarro, Luiz Vagner e Lady Zu, onde ele interpreta a música "Raízes".

Ativo defensor da conscientização do negro na sociedade, procura elevar com a sua música, a importância da cultura negra no Brasil.

A memória das experiências musicais e sociais vividas na cidade do Rio de Janeiro durante sua carreira caracteriza este músico incomum, que optou por um caminho autêntico sem cair em padronizações. Barrosinho buscou sua própria linguagem. Como depoimento, constitui uma expressão criativa e personalizada da música instrumental brasileira, assim também, como uma manifestação profundamente brasileira do jazz universal.

Barrosinho (Foto: Cristiana Miranda)
Morte

Barrosinho morreu no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, vítima de Falência Múltipla de Órgãos. Barrosinho tinha 65 anos, e estava internado há 20 dias.

O corpo foi velado na capela do Cemitério São João Batista, Riode janeiro, e o enterro ocorreu às 17:00 hs de quinta-feira, (05/03/2009), no mesmo local.

Fonte: Wikipédia

Daniel Pádua

DANIEL PÁDUA
(29 anos)
Programador, Ativista Digital, Hacker e Músico

* Vila Velha, ES (22/01/1980)
+ Brasília, DF (20/11/2009)

Daniel Pádua, também conhecido como Dpadua, ficou conhecido internacionalmente ao criar em 2002 o BlogChalking. Foi um dos idealizadores e articuladores da rede MetaReciclagem, uma rede auto-organizada e diversas vezes premiada que propõe a desconstrução da tecnologia para a transformação social, e cuja criação se deu por uma troca de emails na lista de discussão do projeto Metá:fora em 2002.

O Despertar Nartisan

Em 2003, ainda no Metá:fora, Daniel Pádua escreveu o "Manifesto Nartisan", contração de networks' artisan, ou artesão de redes. Filosofia emergente de ação social, o manifesto cita o despertar como a hora de se agir por conta própria, de perceber que os instrumentos para tecer a rede foram conquistados há tempos, mas que agora são oferecidos como uma forma de controle. Então a necessidade, impulsionada pelo inconformismo, "acende a fagulha da criatividade, e o artesão enxerga instrumentos alternativos dispersos pelo espaço, ignorados pela autoridade/controle. E através suas técnicas improvisadas faz acontecer o que busca."

BlogChalking

Motivado pela vontade de encontrar pessoas vizinhas que, como ele, "usam diariamente a internet e escrevem seus pensamentos", Daniel Pádua criou o conceito pioneiro de agregação de redes sociais BlogChalking, que permite a classificação geográfica de blogs. Foi então ao topo do ranking do Daypop, destacado pelo Blogdex e indicado para o Third Annual Weblog Awards em 2003 na categoria Best Meme. Daniel Pádua era o único brasileiro a concorrer nesta edição.

Trabalho no Governo Brasileiro

Em 2004, Daniel Pádua começou a trabalhar no Ministério da Cultura, onde iniciou a aplicação do conceito de Xemelê junto à equipe de manutenção do portal público da entidade.

Em maio de 2008, passou a integrar a equipe de multimídia da Empresa Brasil de Comunicação. Desenvolveu a arquitetura de informação, desenho e implementação da ferramenta Wordpress, em conjunto com o programador Walter Cruz, para os websites de cobertura integrada da Empresa Brasil de Comunicação: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pequim, Eleições 2008, Carnaval 2009 e do Fórum Social Mundial de Belém do Pará.

Ainda na Empresa Brasil de Comunicação, durante o processo de produção do website Eleições 2008, desenvolveu a idéia inicial de uma ferramenta que permitisse a integração dos resultados da apuração com a tela da TV, ferramenta esta que substituiu o uso de gerador de caracteres, agilizando a cobertura dos resultados pela TV Brasil. No segundo turno das eleições 2008 o painel foi liberado no site para o público de casa interagir com a cobertura eleitoral. Depois de preencher nome, estado e cidade de procedência, o espectador escolhia os números de apuração de uma cidade que gostaria de ver no telão ao vivo da TV Brasil, interferindo, de forma inédita, no conteúdo de uma emissora de TV brasileira.

Ainda em 2009, participou da equipe que originou o Blog do Planalto, iniciativa inédita no Palácio do Planalto, projetada para dar mais visibilidade às decisões políticas da Presidência da República Brasileira.

Música

Daniel Pádua também era músico. Ao se mudar para Brasília, passou a fazer parte do grupo de samba pisado chamado Seu Estrelo E O Fuá Do Terreiro, contemplado pelo Prêmio Culturas Populares 2007 promovido pelo Ministério da Cultura. Uma reportagem sobre o grupo foi veiculada no Jornal Nacional do dia 9 de dezembro de 2006.

Morte

Daniel Pádua faleceu em 20 de novembro de 2009, em decorrência de um Câncer Ósseo (Osteossarcoma) que evoluiu até lhe atingir os pulmões. Seu corpo foi velado e cremado em Belo Horizonte, cidade onde viveu boa parte de sua vida.

A sua morte foi citada em vários veículos de comunicação e também por companheiros de trabalho e ativismo pela rede. Após sua morte, camisetas com seu ícone foram criadas como forma de homenagem.

O Ministério da Cultura, por meio da Carta da Cultura Digital Brasileira, dedicou o Fórum da Cultura Digital Brasileira a ele:

"Este fórum é dedicado ao amigo, companheiro e construtor de imaginários Daniel Pádua, que partiu na manhã do dia 20 de novembro, dia de Zumbi e da Cultura Digital Brasileira."

Ele também foi homenageado na abertura da 8ª Oficina de Inclusão Digital por Alfredo Manevy, Secretário Executivo do Ministério da Cultura, e por Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev.

Fonte: Wikipédia

Augusto Boal

AUGUSTO PINTO BOAL
(78 anos)
Diretor, Dramaturgo e Ensaista

* Rio de Janeiro, RJ (16/03/1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/05/2009)

Augusto Pinto Boal foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social. Suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Nas palavras de Augusto Boal:

"O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'."

O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas sobretudo por suas teses do Teatro do Oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.

Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro "Jogos Para Atores E Não Atores" trata de um sistema de exercícios (monólogos corporais), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.

Apesar de existirem milhares grupos e centros de estudos sobre o Teatro do Oprimido no mundo (mais de 50 países nos cinco continentes), apenas o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro é reconhecido como o ponto de referência mundial da metodologia. Localizado na Avenida Mem de Sá nº 31, bairro da Lapa, Rio de Janeiro, o CTO foi fundado em 1986 e dirigido por Augusto Boal até o seu falecimento, em maio de 2009.


Família e Estudos

Augusto Boal nasceu no subúrbio da Penha, Rio de Janeiro. Filho do padeiro português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto, desde os nove anos dirigia peças familiares, com seus três irmãos. Aos 18 anos estudou Engenharia Química na antiga Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, e paralelamente escrevia textos teatrais.

Na década de 50 enquanto realizava estudos em nível de Ph.D em Engenharia Química, na Columbia University, em Nova York, estudou dramaturgia na School of Dramatics Arts, também na Columbia University, com John Gassner, professor de Tennessee Williams e Arthur Miller. Na mesma época, assistia às montagens do Actors Studio.

Teatro de Arena

De volta ao Brasil, em 1956, passou a integrar o Teatro de Arena de São Paulo, a convite de Sábato Magaldi e José Renato. O Teatro de Arena tornou-se uma das mais importantes companhias de teatro brasileiras, até o seu fechamento, no fim da década de 1960.

Sua primeira direção é "Ratos e Homens", de John Steinbeck, que lhe valeu o prêmio de revelação de direção da Associação Paulista de Críticos de Artes, em 1956. Seu primeiro texto encenado foi "Marido Magro, Mulher Chata", uma comédia de costumes.

Depois de uma série de insucessos comerciais e diante da perspectiva de fechamento do  Teatro de Arena, a companhia decidiu investir em textos de autores brasileiros. Superando as expectativas "Eles Não Usam Black-Tie", de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato, tornou-se um grande sucesso, salvando o Teatro de Arena da bancarrota. O grupo ressurgiu, provocando uma verdadeira revolução na cena brasileira, abrindo caminho para uma dramaturgia nacional.

Para prosseguir na investigação de um teatro voltado para a realidade do Brasil, Augusto Boal sugeriu a criação de um Seminário de Dramaturgia que se tornou o celeiro de vários novos dramaturgos. As produções, fruto desses encontros, comporiam o repertório da fase nacionalista do conjunto nos anos seguintes. Sob direção de Augusto Boal o Teatro de Arena apresentou "Chapetuba Futebol Clube", de Oduvaldo Vianna Filho, 1959, segundo êxito nessa vertente.


Arena e Oficina

Depois de dirigir em 1959 "A Farsa Da Esposa Perfeita", de Edy Lima, Augusto Boal apresentou "Fogo Frio", de Benedito Ruy Barbosa, em 1960, uma produção conjunta entre o Teatro de Arena e o Teatro Oficina, através da qual orientou um curso de interpretação. Dirigiu também, para o Teatro Oficina  "A Engrenagem", adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul Sartre.

Em 1961, Antônio Abujamra dirigiu um outro texto de Augusto Boal, "José, do Parto à Sepultura", com os atores do Teatro Oficina, que estreou no Teatro de Arena. No mesmo ano, o espetáculo "Revolução na América do Sul" estreou, com direção de José Renato. Augusto Boal tornou-se um dos mais importantes dramaturgos do período.

Em 1962, o Teatro de Arena iniciou nova fase: a nacionalização dos clássicos. José Renato deixou a companhia e Augusto Boal tornou-se líder absoluto e sócio do empreendimento. Encerrou-se a leva de encenações dos textos produzidos no Seminário de Dramaturgia.

Em 1963 encenou "O Noviço", de Martins Pena e "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams, no Teatro Oficina, em colaboração com grandes artistas do teatro brasileiro, tais como o cenógrafo Flávio Império e Eugenio Kusnet, responsável pela preparação dos atores. Ainda desta fase são "O Melhor Juiz, O Rei", de Lope de Vega e "Tartufo", de Molière, produções de 1964.

Depois do golpe militar, Augusto Boal dirigiu no Rio de Janeiro o show "Opinião", com Zé Keti, João do Vale e Nara Leão, depois substituída por Maria Bethânia. A iniciativa surgiu de um grupo de autores, Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, ligados ao Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes, posto na ilegalidade. O grupo pretendia criar um foco de resistência política através da arte. De fato evento foi um sucesso e contagiou diversos outros setores artísticos. O Opinião 65, exposição de artes plásticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), surgiu na sequência, aglutinando os artistas ligados aos movimentos de arte popular. Esse é o nascedouro do Grupo Opinião.


Musicais

A partir do "Opinião", Augusto Boal iniciou o ciclo de musicais no Teatro de Arena, com Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, apresentando "Arena Conta Zumbi" (1965), primeiro experimento com o sistema curinga onde oito atores se revezavam, fazendo todas as personagens. O sucesso de público abriu caminho para "Arena Conta Bahia", com direção musical de Gilberto Gil e Caetano Veloso, e Maria Bethânia e Tom Zé no elenco.

Em seguida, foi encenado "Tempo de Guerra", no Teatro Oficina, com texto de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, poemas de Bertolt Brecht e vozes de Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia, sob a direção de Augusto Boal.

No ano seguinte, foi a vez do espetáculo "Arena Conta Tiradentes", centrado em outro movimento histórico de luta nacional, a Inconfidência Mineira. Também uma aplicação do sistema curinga, a peça não propõe retratar os fatos de forma ortodoxa e cronológica, mas criar conexões com fatos, tipos e personagens que se referem constantemente ao período pré e pós-1964.

A Primeira Feira Paulista de Opinião, concebida e encenada por Augusto Boal no Teatro Ruth Escobar, foi uma reunião de textos curtos de vários autores - um depoimento teatral sobre o Brasil de 1968. Estão presentes textos de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Gianfrancesco Guarnieri, Jorge Andrade, Plínio Marcos e do próprio Augusto Boal. O diretor apresentou o espetáculo na íntegra, ignorando os mais de 70 cortes estabelecidos pela censura, incitando a desobediência civil e lutando arduamente pela permanência da peça em cartaz, depois de sua proibição.


Exílio

Com a decretação do Ato Institucional Nº 5, em fins de 1968, o Teatro Arena viajou para fora do país, excursionando, entre 1969 e 1970 pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Augusto Boal escreveu e dirigiu "Arena Conta Bolívar". Em seu retorno, com uma equipe de jovens recém-saídos de um curso no Teatro Arena, criaou o Teatro Jornal - 1ª Edição, experiência que aproveitou técnicas do Agitprop e do Living Newspaper, grupo norte-americano dos anos 30 que trabalhava com dramatizações a partir de notícias de jornal.

A "Resistível Ascensão De Arturo Ui", de Bertolt Brecht, foi a última incursão de Augusto Boal no sistema curinga, que entretanto não acrescentou grandes novidades na linguagem do grupo.

Em 1971, Augusto Boal foi preso e torturado. Na sequência, decidiu deixar o país, com destino à Argentina, terra de sua esposa, a psicanalista Cecília Boal. Lá permaneceu por cinco anos e desenvolveu o Teatro Invisível. Naquele mesmo ano, "Torquemada", um texto seu sobre a Inquisição, foi encenado em Buenos Aires.

Em 1973, foi para o Peru, onde aplicou suas técnicas num programa de alfabetização integral e começou a fazer o Teatro Fórum. Em 1974, seu texto "Tio Patinhas E A Pílula"  foi encenado em Nova York.

No Equador, desenvolveu, com populações indígenas, o Teatro Imagem. Esse período foi representado por Augusto Boal em seu texto "Murro Em Ponta De Faca".

Mudou-se para Portugal, onde permaneceu por dois anos. Ali, com o grupo A Barraca, realizou a montagem "A Barraca Conta Tiradentes", 1977. Lá também escreveu "Mulheres De Atenas", uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com músicas de Chico Buarque.

Finalmente, a partir de 1978 estabeleceu-se em Paris, onde criou um centro para pesquisa e difusão do Teatro do Oprimido, o Ceditade (Centre d'étude et de diffusion des techniques actives d'expression). Lá, com ajuda de sua esposa desenvolveu um teatro mais interiorizado e subjetivo, o Arco-íris do Desejo (Método Boal de Teatro e Terapia).

Enquanto isso, em São Paulo, no ano de 1978, Paulo José dirigiu, para a companhia de Othon Bastos, "Murro Em Ponta De Faca", texto em que Augusto Boal enfocou a vida dos exilados políticos.

Augusto Boal visitou o Brasil em 1979 para ministrar um curso no Rio de Janeiro, retornou, no ano seguinte, juntamente com seu grupo francês, para apresentar o Teatro do Oprimido, já consagrado em muitos países.

Em 1981, promoveu o I Festival Internacional de Teatro do Oprimido. Voltou ao Brasil definitivamente em 1986, instalando-se no Rio de Janeiro, onde iniciou o plano piloto da Fábrica de Teatro Popular, que tinha como principal objetivo tornar acessível a qualquer cidadão a linguagem teatral, e criou o Centro do Teatro do Oprimido.


Homenagem

Uma das canções de Chico Buarque é uma carta em forma de música - uma carta musicada que ele fez em homenagem a Augusto Boal, que vivia no exílio em Lisboa, quando o Brasil estava sob a ditadura militar. A canção "Meu Caro Amigo", dirigida a ele, foi gravada originalmente no disco "Meus Caros Amigos" (1976).

Augusto Pinto Boal é Patrono da Presidente da Academia de Letras do Brasil (Piracicaba, SP). A primeira escritora a imortalizar Augusto Boal em Academia de Letras foi a escritora Branca Tirollo aos 12 de agosto de 2009 na cidade de Piracicaba, SP.

Teatro Popular

Augusto Boal preconizava que o teatro deve ser um auxiliar das transformações sociais e formar lideranças nas comunidades rurais e nos subúrbios. Para isto organizou uma sucessão de exercícios simples, porém capazes de oferecer o desenvolvimento de uma boa técnica teatral amadora, auxiliando a formação do ator de teatro.

Nobel

Augusto Boal foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008, em virtude de seu trabalho com o Teatro do Oprimido.

Em março de 2009, foi nomeado pela Unesco embaixador mundial do teatro.

Morte

Augusto Boal morreu por volta das 2:40 hs do dia 2 de maio de 2009, aos 78 anos, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, por Insuficiência Respiratória. Augusto Boal sofria de Leucemia.

Sobre a Importância de Augusto Boal Para o Teatro

Suas ideias, adotadas em diversas iniciativas em todo o mundo, renderam-lhe um reconhecimento que pode ser expresso nos seguintes comentários, que figuram no seu livro "Teatro Do Oprimido e Outras Poéticas Políticas" (ISBN 85-2000-0265-X):

"Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro alegre e instrutivo. Uma forma de terapia social. Mais do que qualquer outro homem de teatro vivo, Boal está tendo um enorme impacto mundial."
(Richard Schechner, diretor de The Drama Review)

"Augusto Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislawski."
(The Guardian)


Prêmios

  • 1962 - Prêmio Padre Ventura, melhor diretor - São Paulo;
  • 1963 - Prêmio Saci, melhor diretor, São Paulo;
  • 1965 - Prêmio Saci, São Paulo;
  • 1959-1965 - Vários prêmios de Associações de Críticos de Teatro do Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e São Paulo;
  • 1965 - Prêmio Molière pelo espetáculo "A Mandrágora" de Machiavel, Brasil;
  • 1967 - Prêmio Molière pela criação do "Sistema Curinga", Brasil;
  • 1971 - Obie Award para o melhor espetáculo Off-Broadway. Latin American Fair Of Opinion, EUA;
  • 1981 - Officier Des Arts Et Des Lettres - Ministère de la Culture, França;
  • 1981 - Prémio Ollantay, de Creación y Investigación Teatral, Celcit, Venezuela;
  • 1994 - Prêmio Cultural Award da cidade de Gävle, Suécia;
  • 1994 - Medalha Pablo Picasso da Unesco;
  • 1995 - Outstanding Cultural Contribution - Academy Of The Arts - Queensland University of Technology, Austrália;
  • 1995 - Prix Cultural - Institut Für Jugendarbeit - Gauting, Baviera;
  • 1995 - The Best Special Presentation - Manchester News, UK;
  • 1996 - Doctor Honoris Causa In Humane Letters, University of Nebraska, EUA;
  • 1996 - Tradita Innovare, Innovata Tradere, University of Göteborg, Suécia;
  • 1997 - Lifetime Achievement Award, American Theatre Association in Higher Education, Athe, EUA;
  • 1997 - Prix Du Mérite, Ministère de la Culture do Egito
  • 1998 - Premi D'Honor, Institutet de Teatre, Barcelona, Espanha;
  • 1998 - Premio de Honor, Instituto de Teatro, Ciudad de Puebla, México;
  • 1999 - Honra ao Mérito. União e Olho Vivo,  Brasil;
  • 2000 - Proclamation Of The City Of Bowling Green, Ohio, EUA;
  • 2000 - Doctor Honoris Causa in Fine Arts, Worcester State College, EUA;
  • 2000 - Montgomery Fellow, Dartmouth College, Hanover, EUA;
  • 2001 - Nominated (For July, 2001) Doctor Honoris Causa In Literature, University of London, Queen Mary, UK;
  • 2001 - International Award For Contribution Of Development Of Drama Education „Grozdanin kikot“.
  • 2002 - Baluarte do Samba, homenagem da Escola de Samba Acadêmicos da Barra da Tijuca;
  • 2005 - Comendador, Governo Federal, Brasil;
  • 2008 - Crossborder Award For Peace And Democracy.Irlanda;

Livros Publicados em Português

  • 1967 - Arena Conta Tiradentes - São Paulo: Sagarana
  • 1973 - Crônicas De Nuestra América - São Paulo: Codecri
  • 1975 - Técnicas Latino-Americanas De Teatro Popular: Uma Revolução Copernicana Ao Contrário - São Paulo: Hucitec
  • 1975 - Teatro Do Oprimido E Outras Poéticas Políticas - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1977 - Jane Spitfire - Rio de Janeiro: Codecri
  • 1978 - Murro Em Ponta De Faca - São Paulo: Hucitec
  • 1979 - Milagre No Brasil - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1980 - Stop: Ces’t Magique - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1986 - Teatro De Augusto Boal. Vol. 1 - São Paulo: Hucitec
  • 1986 - Teatro De Augusto Boal. Vol. 2 - São Paulo: Hucitec
  • 1986 - O Corsário Do Rei - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1990 - O Arco-Íris Do Desejo: Método Boal De Teatro E Terapia - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1992 - O Suicida Com Medo Da Morte - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1996 - Teatro Legislativo - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1996 - Aqui Ninguém É Burro! - Rio de Janeiro: Revan
  • 1998 - Jogos Para Atores E Não-Atores - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 2000 - Hamlet E O Filho Do Padeiro - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 2003 - O Teatro Como Arte Marcial - Rio de Janeiro: Garamond, 2003
  • "A Estética do Oprimido". Rio de Janeiro, 2009, numa parceria entre a Funarte, o Ministério da Cultura e a Editora Garamond.

Existem também diversos livros publicados em alemão, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, inglês, norueguês e sueco.

Fonte: Wikipédia