Mãe Hilda Jitolu

HILDA DIAS DOS SANTOS
(86 anos)
Iyálorixá

* Salvador, BA (06/01/1923)
+ Salvador, BA (19/09/2009)

Hilda Dias dos Santos, a mãe Hilda Jitolu, era Iyálorixá do Candomblé Jeje. Nasceu no dia 06/01/1923, na cidade de Salvador.

Casou-se com o alfaiate e fiscal da prefeitura, Valdemar Benvindo dos Santos, no dia 06/09/1950, tendo 5 filhos. O primeiro deles, Antônio Carlos dos Santos Vovô, presidente fundador do Bloco Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, é também Ogãn de Obaluaê da Casa o Ilê Axé Jitolu. A segunda filha Hildete Santos Lima, fundadora e diretora do Ilê Aiyê, é também Ekédi de Oxum da Casa. O terceiro filho Vivaldo Benvindo dos Santos, fundador e diretor do Ilê Aiyê,  é também Ogãn da Casa, confirmado, e filho de Logum Edé. A quarta filha foi Hildemária Georgina dos Santos, filha de Oxossi "In Memorian" e a quinta é Hildelice Benta dos Santos, diretora da Escola Mãe Hilda -, filha de Oxalá e recebeu o cargo de mãe de santo do Terreiro Ilê Axé Jitolu após o falecimento de Mãe Hilda.

O Pai de Santo da Iyalorixá Hilda Jitolu era da nação Gegê Mahin, chamava-se Cassiano Manoel Lima, sua Digina era do Gegê Mahin, cujo terreiro era localizado na Caixa Dágua. A Iyalorixá Constância da Rocha Pires, Mãe Tança, filha de Nanã, cuja Digina era Ajauci, continuou os trabalhos das obrigações de Mãe Hilda Jitolu.  O nome Jitolu foi dado a Mãe Hilda no dia 24/12/1942.


O Terreiro Ilê Axé Jitolu foi fundado no dia 06/01/1952. A primeira festa do ano é de Oxalá, realizada sempre no mês de janeiro. Em seguida vem a festa para Obaluaê, realizada no dia 16/08. Depois, no mês de setembro, acontece a festa do Caboclo Tupyassu.

A ação social da Iyalorixá Mãe Hilda Jitolu se desenvolve em vários domínios de produção político-cultural. Foi, e é decisiva, a sua contribuição para a linha filosófica de trabalho do Ilê Aiyê. Nacionalmente, Mãe Hilda, criou uma escola de alfabetização, em 1988, que leva seu nome, abrindo as portas do Terreiro para que os filhos das Filhas de Santo e os da comunidade, pudessem estudar e assim, terem um rumo na vida. Ela também incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares, em Alagoas. A partir de 1995, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê começou a atuar além das instâncias educativas do Bloco - nas escolas públicas do bairro da Liberdade - sempre a partir dos ensinamentos de Mãe Hilda: preservar e expandir os valores da cultura africana no Brasil.

No carnaval de 2004, o Bloco Ilê Aiyê a homenageou com o tema "Mãe Hilda: Guardiã da Fé e da Tradição Africana", em comemoração aos 30 anos do Ilê Aiyê.

Era Mãe Hilda quem comandava a cerimônia religiosa que antecede o desfile do Ilê Aiyê no sábado de carnaval. Da sacada de sua casa, ela presidia um rito para abrir os caminhos e reverenciar os orixás. A cerimônia terminava com a soltura de pombos brancos por todos os diretores do Ilê Aiyê e pela rainha eleita pelo bloco como a beleza do ano, a Deusa de Ébano.


Morte

Sua morte aconteceu na manhã de sábado, 19/09/2009, aos 86 anos, em um hospital de Lauro de Freitas, Salvador, com problemas cardíacos. Em ritual próprio do candomblé denominado de axexe, a Ialorixá Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual do bloco afro Ilê Aiyê, foi sepultada na manhã de domingo, dia 20/09/2009, no Cemitério Jardim da Saudade.

Filhos de santo ligados ao Terreiro Ilê Axé Jitolu permaneceram em vigília durante a noite velando o seu corpo, por volta das 8:00 hs, se reuniram em torno do caixão para entoar os cânticos e dar início ao cortejo fúnebre.

O Governador Jaques Wagner no velório de Mãe Hilda
Orixás incorporados acompanhavam o cortejo, que seguiu até a entrada da Rua do Curuzu no bairro da Liberdade. A cerimônia continuou no Cemitério Jardim da Saudade e, por volta das 10:30 hs, foi sepultada na presença de inúmeras pessoas, todas vestidas de branco.

O prefeito João Henrique esteve no sepultamento e decretou três dias de luto oficial em Salvador. O governador Jaques Wagner também esteve no terreiro e prestou homenagens a Mãe Hilda.


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