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Maximiano da Fonseca

MAXIMIANO EDUARDO DA SILVA FONSECA
(78 anos)
Militar

☼ São José das Taboas, RJ (06/11/1919)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/04/1998)

Maximiano Eduardo da Silva Fonseca (Ordem Militar de Avis e Ordem do Infante D. Henrique) foi um militar da Marinha do Brasil, nascido em São José das Taboas, Estado do Rio de Janeiro, em 06/11/1919.

Atingiu o posto de almirante-de-esquadra e é o patrono do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, criado por ele.

Tendo cursado a Escola Naval entre 1937 e 1941, durante o curso mostrou especial entusiasmo pelas matérias ligadas à navegação, instrumentos náuticos e hidrografia. Foi ,assim, natural a escolha da sua especialidade: a Hidrografia.

Foi promovido a segundo-tenente em 16/10/1942, a primeiro-tenente em 30/06/1944 e a capitão-tenente em 09/05/1946.

Fez o curso de Hidrografia e Navegação Para Oficiais em 1949.

Em 1952, na Amazônia, ainda sem dispor de equipamentos eletrônicos de posicionamento, o então capitão-tenente Maximiano da Fonseca realizou admiráveis trabalhos como Comandante do NHi Rio Branco, chefiando a comissão que executou o levantamento hidrográfico e produziu as cartas náuticas que permitiram a abertura do Canal Norte do Amazonas a navios de grande porte. Posteriormente, teve decisiva participação na escolha do equipamento de posicionamento Raydist, o qual, a partir de 1955, acelerou substancialmente a execução do Plano Cartográfico Brasileiro.

Por merecimento obteve as promoções a capitão-de-corveta em 15/03/1953, capitão-de-fragata em 11/07/1958 e a capitão-de-mar-e-guerra em 18/08/1965. Posteriormente, em 31/12/1969, ascendeu a contra-almirante, vice-almirante em 31/03/1974 e a almirante-de-esquadra em 25/11/1976.

Recebeu, em janeiro de 1958, como imediato, o NHi Sírius, construído no Japão. Em setembro do mesmo ano, assumiu o comando do navio, no qual voltou a realizar levantamento na Barra Norte do Rio Amazonas. No comando do NHi Canopus, em 1963, completou o levantamento da costa sul do Brasil e iniciou o dos Abrolhos.

Como Comandante do CAMR elaborou o planejamento para recuperação e melhoramento da sinalização náutica no Brasil que consubstanciou-se como o primeiro plano de longo prazo para a atividade, servindo de base para a elaboração da parte do Plano Diretor da Marinha pertinente à sinalização náutica.

Em 1979, o já então almirante-de-esquadra Maximiano da Fonseca assumiu a pasta da Marinha. Na área da Hidrografia, além da incorporação de novos meios flutuantes, foram adquiridos novos equipamentos, notadamente o Sistema de Automação Cartográfica, que veio colocar a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) no mesmo nível dos melhores serviços hidrográficos. Sua ação culminou com a transferência da DHN para a Ponta da Armação, o que vem permitindo, hoje, a contínua expansão da Diretoria e de suas organizações militares subordinadas.

A Sinalização Náutica foi outro setor para o qual o ministro deu permanente atenção. Ao deixar a pasta contávamos com 414 faróis e faroletes, destes, nada menos de 116 haviam sido acrescentados na sua gestão.

Dentre os exemplares serviços que o almirante Maximiano da Fonseca prestou à Marinha, à Hidrografia Brasileira e suas pesquisas, cabe ainda lembrar seu entusiasmo e apoio as Operações Antárticas, desde a aquisição do Navio Polar Thala Dan (Barão de Teffé 1982), seguida pela Primeira Expedição à Antártica e da instalação de nossa base na Ilha Rei George, por ocasião da Segunda Expedição.

A 22/09/1981 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis e a 18/05/1983 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.

Após ser transferido para a Reserva da Marinha, exerceu o cargo de diretor da Petrobrás, de 30/04/1985 a 10/06/1991.

Em sua homenagem, em junho de 1998, o terminal da Ilha Grande da Petrobrás teve o seu nome alterado para Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca.

Maximiano da Fonseca foi Ministro da Marinha no governo João Baptista Figueiredo, de 15/03/1979 a 21/03/1984. Nesse período, a Marinha adquiriu 40 dos 272 apartamentos do Hotel St. Paul, construído pelo seu genro Paulo Octávio e Sérgio Naya.

Na Escola de Guerra Naval fez os seguintes cursos:
  • 1956 - Preliminar de Comando
  • 1959 - Comando
  • 1962 - Superior de Comando.

Entre as suas realizações destacam-se:
  • Implementação do Programa Nuclear da Marinha;
  • Implementação do Programa Antártico Brasileiro;
  • Criação do Corpo Auxiliar Feminino da Marinha;
  • Transferência do 5° Distrito Naval para a cidade de Rio Grande;
  • Dinamização da Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR);
  • Construção de diversas embarcações da Armada em estaleiros nacionais;
  • Criação do Quadro de Artífices para Praças.


Publicações
  • Plano de Recuperação e Ampliação da Sinalização Náutica
  • O Problema do Pessoal Para Sinalização Náutica - Sua Solução
  • Plano Para o Estabelecimento de Serviços Regionais de Hidrografia do Norte e Nordeste
  • O Que Segura Este País


Sandro

SANDRO ROGÉRIO FERREIRA DAS NEVES
(31 anos)
Cantor

☼ Santa Fé do Sul, SP (1969)
┼ Goiânia, GO (14/12/2000)

Sandro Rogério Ferreira das Neves foi um cantor sertanejo brasileiro da dupla Sandro & Gustavo.

Paulista, nascido em Santa Fé do Sul, Sandro começou a carreira na dupla Sandro & Saulo e depois gravou um disco solo com músicas evangélicas. Em 1990 começou a se apresentar ao lado do cunhado Gustavo Coutinho Borges.

Sandro & Gustavo lançaram um CD no início de 2000 no programa do Faustão na TV Globo, estourando a partir de então em todo o Brasil. O disco de estreia da dupla vinha puxado pelo sucesso "A Garagem da Vizinha", com letra de duplo sentido, trazendo ainda as inéditas e românticas "Prá Não Morrer de Amor", "Por Amor", e a regravação de "Prá Te Esquecer Não Dá", de Zezé Di Camargo.

A dupla estava com o repertório pronto para iniciar a gravação do segundo CD. O primeiro disco vendeu mais de 150 mil cópias e o sucesso "A Garagem da Vizinha" foi regravado pelo forrozeiro Frank Aguiar, o que valeu para a dupla o primeiro Disco de Ouro. Em outubro de 2000 gravaram um vídeo-clipe.

Morte

Sandro faleceu na quinta-feira, 14/12/2000, aos 31 anos, vítima de hepatite C no Instituto Neurológico de Goiânia. Sandro havia descoberto a doença há cinco meses e teve morte cerebral atestada no domingo. O cantor estava internado desde quinta-feira, 07/12/2000, com um coágulo no cérebro e era mantido vivo por equipamentos.

Todas as funções de seu corpo cessaram por volta das 20h30 de quinta-feira, 14/12/2000. Sandro sofria de hepatite C e há cinco meses havia se afastado de seu parceiro na tentativa de superar a doença.

O Parceiro


Gustavo seguiu carreira solo e chegou a se apresentar no programa do Faustão como artista solo, um bom tempo depois da morte do parceiro.

Sem um grande investimento por trás, o cantor começou tudo do zero novamente e saiu para a estrada como se fosse um artista em começo de carreira.

Em 2008 Gustavo gravou seu primeiro DVD, com releituras de canções gravadas durante sua parceria com Sandro, em um trabalho bem mais focado na música romântica. Apesar do perfil escolhido, algumas canções de duplo sentido se mantiveram no repertório, inclusive uma inédita chamada "Ela Vai Me Dar'', que foi utilizada como música de trabalho desse projeto. Em suas apresentações atuais, o repertório de Gustavo é baseado nesse DVD.

Ruthinéa de Moraes

RUTHINÉA DE MORAES DA SILVA
(68 anos)
Atriz

☼ Rio de Janeiro, RJ (01/06/1930)
┼ São Paulo, SP (24/07/1998)

Ruthinéa de Moraes foi uma atriz brasileira. Intérprete de forte temperamento dramático, presente sobretudo em peças que apresentam tipos brasileiros bem marcados, papéis que ela representa com desenvoltura.

Já graduada em letras, formou-se como atriz e diretora pela Escola de Arte Dramática (EAD).

Fez sua estréia profissional em 1958, no espetáculo duplo "A Lição" e "A Cantora Careca", ambas de Eugéne Ionesco, dirigido por Luís de Lima, produção do Teatro Maria Della Costa (TMDC).

A seguir, fez com Sérgio Cardoso "Nu Com Violino", de Noel Coward, na Companhia Nydia LiciaSérgio Cardoso.

De volta ao Teatro Maria Della Costa, em 1959, fez "Gimba" de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de Flávio Rangel. Embarcou com a Companhia para Portugal, atuando nas peças de repertório do conjunto: "Society em Baby Doll", de Henrique Pongetti, com direção de Milton Moraes; "Moral em Concordata", de Abílio Pereira de Almeida e "A Alma Boa de Set-Suan", de Bertolt Brecht, as duas últimas dirigidas por Flaminio Bollini.

De volta a São Paulo, participou do Teatro de Arena, em 1960, atuando em "Revolução na América do Sul", de Augusto Boal, sob a direção de José Renato Pécora. No mesmo ano, subiu ao palco em "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, dirigido por Walmor Chagas para o Núcleo Experimental do Teatro Cacilda Becker (TCB).


Ainda em 1960, contratada pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), integrou as montagens da casa, iniciando em "A Semente", novo texto de Gianfrancesco Guarnieri e, em 1961, "A Escada", de Jorge Andrade, e "Almas Mortas", de Nikolai Gogol; e em 1962, "A Morte de um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, direções de Flávio Rangel em seu período como diretor artístico do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

Em 1963, está na bem-sucedida montagem de "Os Ossos do Barão", de Jorge Andrade, conduzida por Maurice Vaneau.

Com a Companhia de Ruth Escobar, participou das encenações de "Soraia Posto 2", de Pedro Bloch, em 1965 e que lhe valeu os prêmios Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), de melhor atriz -, e "Os Trinta Milhões do Americano", de Eugene Labiche, em 1966, ambas direções de Jô Soares.

Paralelamente, está no elenco do Teatro Popular do Sesi (TPS), em "A Sapateira Prodigiosa", de Federico García Lorca, em 1965 e, em 1966, em "O Avarento", de Molière, ambas com direção de Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007).

Em 1967 Ruthinéa de Moraes faz o papel de Neuza Sueli, a protagonista de "Navalha na Carne", texto de Plínio Marcos que atrai todas as atenções. Notabilizando-se nesse desempenho cheio de fúria e densidade dramática, recebeu o Prêmio Molière de melhor atriz. No mesmo ano, novamente de Plínio Marcos, está em "Homens de Papel", direção de Jairo Arco e Flexa, ao lado de Maria Della Costa.


Em 1968, integrou o elenco de "Cordélia Brasil", de Antônio Bivar, direção de Emílio Di Biasi.

Voltou ao Teatro Popular do Sesi em "Memórias de um Sargento de Milícias", de Joaquim Manuel de Macedo, em 1970; "Senhora", de José de Alencar, em 1971 e "Um Grito de Liberdade", de Sérgio Viotti - em que é premiada com o Governador do Estado de São Paulo de melhor atriz -, em 1972, todas dirigidas por Osmar Rodrigues Cruz.

Um novo destaque ocorreu no ano de 1973, ao lado de Yolanda Cardoso, em "A Dama de Copas" e o "Rei de Cuba", original de Timochenco Wehbi, dirigido por Odavlas Petti.

A partir de então sua carreira torna-se irregular, integrando produções de melhor qualidade em "As Avestruzes", de Micheline Bourday, direção de Irene Ravache, em 1979 e "Vejo Um Vulto na Janela", "Me Acudam Que Sou Donzela", de Leilah Assumpção, no mesmo ano.

"Campeões do Mundo", de Dias Gomes, e direção de Antônio Mercado, conta com sua presença em 1980, assim como a encenação de Aderbal Freire-Filho para "Moço em Estado de Sítio", de Oduvaldo Vianna Filho, em 1982.

Sua carreira registra ainda ativas participações em cinema, televisão e rádio.

A excelente performance de Ruthinéa de Moraes foi flagrada pelo crítico Décio de Almeida Prado:

"A interpretação de 'Navalha na Carne' também possui maior profundidade do que parece. À primeira vista percebemos apenas a perfeitíssima adequação dos atores aos seus papéis [...]. Adequação física, no modo de andar, gesticular, adequação vocal, adequação psicológica. Tudo parece espontâneo, instintivo. Somente mais tarde começamos a perceber que a suposta naturalidade é produto de uma cuidadosa elaboração [...] os três modulam com grande virtuosismo todas as nuanças que vão do naturalismo até o expressionismo."

Ruthinéa de Moraes faleceu aos 68 anos em São Paulo, no dia 24/07/1998, vítima de um ataque cardíaco.

Filmografia

Televisão
  • 1998 - Fascinação
  • 1997 - Canoa do Bagre ... Cândida
  • 1997 - A Filha do Demônio (Minissérie)
  • 1996 - Antônio dos Milagres
  • 1996 - Irmã Catarina (Minissérie)
  • 1993 - Sonho Meu ... Alcinéia
  • 1985 - Uma Esperança no Ar
  • 1984 - Santa Marta Fabril (Minissérie)
  • 1983 - Vida Roubada
  • 1983 - A Ponte do Amor
  • 1982 - Conflito
  • 1982 - Seu Quequé
  • 1982 - Destino
  • 1982 - Sétimo Sentido
  • 1982 - Pic Nic Classe C ... Olga
  • 1980 - Chega Mais ... Cacilda
  • 1979 - Cara a Cara ... Isméria
  • 1978 - O Direito de Nascer
  • 1977 - Éramos Seis ... Zulmira
  • 1977 - Um Sol Maior ... Yeda
  • 1976 - Tchan! A Grande Sacada
  • 1976 - O Julgamento ... Adelaide
  • 1975 - Meu Rico Português ... Ida Flag
  • 1974 - O Machão - Um Exagero de Homem ... Leonor
  • 1973 - O Conde Zebra ... Sincerina
  • 1973 - Rosa-dos-Ventos
  • 1972 - Vitória Bonelli ... Néia
  • 1972 - Signo da Esperança ... Deolinda
  • 1970 - O Meu Pé de Laranja Lima
  • 1970 - As Asas São para Voar
  • 1969 - Dez Vidas ... Costureira
  • 1969 - A Menina do Veleiro Azul
  • 1968 - A Pequena Órfã
  • 1967 - Presídio de Mulheres ... Rosa
  • 1967 - Yoshico, um Poema de Amor
  • 1967 - O Pequeno Lord


Cinema
  • 1966 - Três Histórias de Amor (Episódio: "A Construção - Amor na Cidade")
  • 1968 - Anuska, Manequim e Mulher
  • 1971 - Lua-de-Mel e Amendoim
  • 1971 - A Marca da Ferradura
  • 1972 - A Marcha
  • 1972 - Os Três Justiceiros
  • 1974 - O Marginal
  • 1974 - As Mulheres Sempre Querem Mais
  • 1974 - Pensionato de Mulheres
  • 1975 - O Predileto
  • 1976 - Senhora
  • 1976 - Tiradentes, o Mártir da Independência
  • 1976 - A Noite da Fêmeas
  • 1976 - Possuídas pelo Pecado ... Isaura
  • 1980 - Ato de Violência
  • 1981 - O Homem que Virou Suco
  • 1982 - Sete Dias de Agonia
  • 1983 - Janete
  • 1983 - Nasce Uma Mulher
  • 1984 - O Baiano Fantasma
  • 1984 - Transa Brutal
  • 1987 - O Dia do Gato
  • 1997 - A Grande Noitada


Bandido da Luz Vermelha

JOÃO ACÁCIO PEREIRA DA COSTA
(55 anos)
Criminoso

☼ Joinville, SC (24/06/1942)
┼ Joinville, SC (05/01/1998)

João Acácio Pereira da Costa, conhecido como Bandido da Luz Vermelha, foi um notório criminoso brasileiro nascido em Joinville, SC, em 24/06/1942. Era pobre e, aos 8 anos, perdeu o pai, tuberculoso. Sua mãe desapareceu pouco depois com dois filhos. Eram quatro irmãos. Ele e o mais velho foram deixados com o tio.

Estudou até o 3º ano primário e, aos 17 anos, semi-analfabeto, já era conhecido nos meios policiais da cidade por ter furtado mais de trinta bicicletas. Foi preso aos 18 anos, por roubar um jipe. Fugiu da cadeia em 1963 e se instalou em São Paulo. Chegou em São Paulo ainda na adolescência, fugindo dos furtos que praticara em Santa Catarina.

Foi morar em Santos, SP, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço. Na verdade, levava uma vida pacata no lugar que escolheu pra morar, praticando seus crimes em São Paulo e voltando incólume para Santos.

Sem documentos, não poderia trabalhar mesmo que tivesse vontade e continuou vivendo entre marginais. Sua especialidade era assaltar mansões. Numa época em que alarmes eram raridade, usava macaco de automóvel para arrombar as grades, desligava a chave geral de energia elétrica e escalava com a lanterna na mão.

Durante quinze meses entre 1966 e 1967, praticou 141 crimes, todos confessados. Destes, 120 são atribuídos pela polícia ao Homem-Macaco, seu primeiro apelido. O Bandido da Luz Vermelha nasceu no final de sua curta carreira. Numa noite, entrou em uma casa em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, onde a dona e a empregada dormiam. João Acácio as acordou e pediu que abrissem o cofre. Até então, assaltava sem interromper o sono das vítimas. Pegou dinheiro, jóias e, na saída, beijou a mão das mulheres.


No dia seguinte, deliciou-se com as manchetes: "Assalto à americana", dizia uma delas. Na reportagem, era chamado de Bandido da Luz Vermelha, a tradução para o português do pseudônimo de Caryl Chessman, condenado na Califórnia em 1948 à câmara de gás, por crime sexual e sequestro, e executado em 1960.

O original se destacava pela inteligência, fez sua própria defesa no tribunal e se tornou conhecido como o símbolo contra a pena de morte, abolida na Califórnia 12 anos depois de sua execução.

João Acácio aprovou a comparação e comprou uma lâmpada vermelha para sua lanterna.

"Eles gostaram, me deram a idéia e eu repeti. Fiz outros assaltos assim. Os jornais mesmo é que me deram a idéia de ser o Luz Vermelha"
(João Acácio afirmou em uma entrevista para o jornal Última Hora)

O Bandido da Luz Vermelha era apresentado como mulherengo, galanteador, de personalidade violenta, que roubava para praticar orgias em Santos. A realidade era diferente. O homem a quem vendia o que roubava, Walter Alves de Oliveira, o Caboré, era seu parceiro amoroso.

João Acácio foi abandonado pelo cúmplice. Um promotor que acompanhava a rotina dos presos na cadeia relata que o Bandido da Luz Vermelha ignorou as centenas de cartas de mulheres com proposta de namoro. Casou-se com o cozinheiro Bernardino Marques, que cumpria pena por ter matado a sogra. Quando o cozinheiro deixou a prisão, João Acácio não teve outros relacionamentos, mergulhando num ciclo de surtos psicóticos, e chegou a ser internado no manicômio judiciário.

João Acácio gostava do que lia nos noticiários e alimentou o mito. Em junho de 1967, matou um empresário em São Paulo apenas para desmentir uma versão da polícia, que havia prendido um homem e o apresentara como o Bandido da Luz Vermelha. Em depoimento à Segunda Vara do Júri, contou que estava em Santos quando soube da falsa notícia pela televisão, viajou para a capital e foi até a casa de um industrial, John Szaraspatak, e o matou na frente do filho.

À medida que a cobertura dos jornais se intensificava, ele tornava-se mais violento. No auge da fama, ele assaltou um sobrado no Ipiranga. A vítima, que sobreviveu por milagre, entrou em pânico quando soube que o bandido deixaria a prisão.

Prisão

João Acácio foi preso em 08/08/1967 na cidade de Curitiba, PR, e foi condenado por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos, com uma pena de 351 anos, 9 meses e três dias de prisão. Nunca ficou comprovado que João Acácio cometeu estupro ou que teve relações sexuais com suas vítimas.

Após cumprir os 30 anos previstos em lei, foi libertado na noite do dia 26/08/1997 e retornou para a cidade de Joinville, SC, mantendo uma certa popularidade, pois tinha obsessão em vestir roupas vermelhas e quando alguém lhe pedia um autógrafo, ele simplesmente escrevia a palavra: "Autógrafo".

Quando preso, o Bandido da Luz Vermelha chegou a dizer que mataria essa pessoa um dia. Hoje ela tem 52 anos e três filhos. Sua irmã conta que o Bandido da Luz Vermelha matou o guarda-noturno e entrou na casa, onde a vítima se encontrava com a empregada. Subiu ao seu quarto e a acordou com a lanterna. Queria dinheiro. Levou a garota para baixo e deu-lhe dois socos. Mesmo zonza, ela conseguiu pegar um cinzeiro e atirar no algoz, que teve o nariz quebrado. O Bandido da Luz Vermelha deu-lhe três tiros. Na época, Acácio contou que havia tentado estuprar a moça. A versão dela é outra. O bandido a agrediu porque, tentando puxar conversa, ela o aconselhou a mudar de vida.


Chamava a atenção de juízes e promotores um traço da personalidade do Bandido da Luz Vermelha: Ele confessava os crimes como se estivesse contando vantagens. Apesar de condenado por quatro homicídios, disse ao juiz que havia matado "uns quinze". Dos 88 processos pelos quais foi condenado, nenhum esteve ligado a crime sexual, apesar da fama.

Chegou a posar nu para um jornal de Santa Catarina, que acabou desistindo de publicar as fotos. O advogado de Acácio, José Luiz Pereira, tentou vender à imprensa a possibilidade de realizar um ensaio fotográfico do ex-presidiário sem roupa.

Quando deixou a prisão, o Bandido da Luz Vermelha foi para uma casa de dois quartos tendo que dormir no sofá da sala. Pedia dinheiro ao primeiro que via e era uma celebridade entre as crianças da vizinhança, para as quais deu como suvenires até pregos nos quais pendurava suas roupas na prisão.

Depois de analisar o laudo psiquiátrico de Acácio feito quando ele foi preso e o outro, escrito pouco antes de sair, o psiquiatra Claudio Cohen, professor de medicina legal da Universidade de São Paulo (USP), arriscou um diagnóstico do criminoso: Acácio seria um limítrofe, patologia catalogada no Código Internacional de Doenças. Não tem a personalidade formada e, por isso, age de acordo com a expectativa das pessoas. Era instável emocionalmente e de sexualidade confusa. Aparentava ser esquizofrênico, mas demonstrava inteligência ao criar métodos de assalto. Dentro desse quadro, agia como um homem bom enquanto dele se esperava ser bom.

Morte

Era difícil arriscar um palpite sobre como Acácio seria depois de sair de 30 anos de prisão. Sendo assim, Nelson Pinzegher matou o Bandido da Luz Vermelha em legítima defesa. Foi um pescador que matou o Bandido da Luz Vermelha com um tiro de espingarda que o atingiu próximo ao olho esquerdo.

O fato ocorreu na noite de 05/01/1998 em Joinville, SC. O pescador atirou no ex-presidiário para defender um irmão, Lírio, que o Bandido da Luz Vermelha tentava matar com uma faca.

João Acácio foi encontrado morto dentro da casa em que residia, na praia da Vigoreli, no bairro Cubatão. Ele estava caído em cima do tapete e tinha uma faca na mão. Conforme o médico legista, Nelson Quirino, João Acácio foi ferido com um tiro na cabeça e outro na clavícula.

Anteriormente, Nelson Pinzegher e  o Bandido da Luz Vermelha já tinham se desentendido porque o ex-detento assediava sexualmente a mãe, mulher e filhas do pescador.

Nelson Pinzegher fugiu ao flagrante, apresentou-se dias depois e respondeu ao processo em liberdade. Foi absolvido pelo Tribunal do Júri de Joinville, apesar de ter sido denunciado por crime qualificado. A própria promotoria pediu a absolvição por legítima defesa de terceiro, que era exatamente a tese da defesa.

O sepultamento de João Acácio Pereira da Costa, ocorreu no Cemitério São Sebastião, no bairro Iririú. O velório foi na própria capela do cemitério. Curiosos, crianças, primos e até o irmão de João Acácio, Joaquim Pereira, do balneário de Coroados, em Guaratuba, PR, acompanharam o sepultamento.

Mesmo tendo acompanhado o funeral, o irmão de João Acácio, Joaquim Pereira e nem o tio dele, José Pereira da Costa, se responsabilizaram pelo sepultamento, que acabou sendo realizado pelo conselho local de saúde do bairro Cubatão. Segundo o presidente do conselho, Claudio Bernardes, a Secretaria do Bem Estar providenciou o caixão e a empreiteira Rosa Leite cedeu o túmulo.

"O velório deveria ser realizado na capela do Cubatão, mas a igreja católica se recusou a aceitar Luz Vermelha porque ele não era membro da igreja", falou Claudio Bernardes. A secretária paroquial da Igreja Senhor Bom Jesus, Maria da Silva Pereira se justificou: De acordo com ela, a matriz não recebeu nenhuma encomenda de funeral.

O velório de João Acácio foi tranquilo e acompanhado por muitas pessoas. Ao lado do caixão, a prima dele, Maria de Jesus Lopes, chorava. O irmão de João Acácio, calado, disse que não queria falar sobre a morte. Além dos parentes, curiosos e principalmente crianças, faziam questão de ficar ao redor do caixão.

Cultura Popular

Sua vida de crimes inspirou o filme "O Bandido da Luz Vermelha" de 1968, do cineasta Rogério Sganzerla, em que foi vivido pelo ator Paulo Villaça. Apesar de ser um filme verídico, o final foi alterado para que o seu personagem cometesse suicídio. Também foi tema do programa "Linha Direta Justiça", da TV Globo.

O Bandido da Luz Vermelha virou música nas mãos do grupo de rock Ira! em "Rubro Zorro", que abre o terceiro disco "Psicoacústica" (1988) e a faixa ainda possui algumas falas do filme de Rogério Sganzerla. O cantor de horrorcore, Patrick Horla, também fez uma citação de sua personalidade como base para a canção "O bandido da Lupa Vermelha".

Bandido da Luz Vermelha foi satirizado pelos humoristas do programa "Hermes & Renato", da MTV, onde fez um clipe com "Demo Lock MC", uma sátira de Satanás.

"Luz Nas Trevas - A Volta do Bandido da Luz Vermelha", é a sequência do primeiro filme de Rogério Sganzerla e foi um dos selecionados para a competição internacional do 63º Festival de Locarno, na Suíça. O filme tem direção de Ícaro Martins e Helena Ignez, viúva de Rogério Sganzerla, estrelado pelo cantor Ney Matogrosso, tendo sido rodado em 2009 e estreou em 2010.

Aurélio de Lyra Tavares

AURÉLIO DE LYRA TAVARES
(93 anos)
Militar e Presidente doo Brasil

* João Pessoa, PB (07/11/1905)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/11/1998)

Aurélio de Lyra Tavares foi um general de exército brasileiro, membro da junta provisória que governou o Brasil durante sessenta dias, de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969.

Aluno da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, formou-se também em direito e em engenharia.

Aurélio de Lyra Tavares nasceu na cidade da Paraíba (atual João Pessoa), na Paraíba, em 07/11/1905. Militar, fez parte do Estado-Maior do Exército, onde foi encarregado de organizar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e comandou o 4º Exército pelo período de governo de Castelo Branco

Foi Comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), entre 28 de setembro de 1966 e 13 de março de 1967. Em seguida, foi ministro do Exército no governo Costa e Silva, de 1967 a 1969.

Exerceu o cargo de presidente da República numa junta composta pelos ministros Augusto Hamann Rademaker Grünewald, da Marinha, Aurélio de Lyra Tavares, do Exército, e Márcio de Souza e Mello, da Aeronáutica, em 31/08/1969, quando o presidente Artur da Costa e Silva foi afastado devido a uma trombose cerebral. A nomeação da junta composta por militares foi feita pelo Alto Comando das Forças Armadas, que temia a abertura do Congresso e suspensão dos atos institucionais que vigoravam.

Este período teve grande conturbação política, incluindo o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick no Rio de Janeiro, em 04/09/1969, pelos movimentos rebeldes Ação Libertadora Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário 8 (MR-8). Entre outras exigências, os militantes exigiam a libertação de presos políticos. O governo atendeu a condição dos sequestradores e libertou 15 pessoas em troca do embaixador.


Após o episódio, o governo militar decretou mais dois atos institucionais, o AI-13, que estabeleceu a pena de banimento em caso de ameaça à segurança do Estado e o AI-14, que instituiu a pena de morte e prisão perpétua para casos de guerra revolucionária ou subversiva.

Em outubro de 1969, a junta militar editou o AI-16, que extinguiu o mandato do presidente Costa e Silva e de seu vice Pedro Aleixo e criou um calendário para a nova eleição presidencial. Numa manobra política para acabar com a oposição à indicação do general Emílio Garrastazu Médici, foi instituído ainda o AI-17, que mandava para a reserva os militares considerados ameaçadores à coesão das forças armadas.

Ainda com o objetivo de reprimir os movimentos de esquerda, a junta editou a emenda constitucional número 1 ao AI-5, um dos mais populares dos atos, que foi criado em 1967 instituindo a censura, através da qual aumentavam os poderes punitivo e repressivo do Estado. 

Em 22/10/1969, o Congresso Nacional foi reaberto para eleger Emílio Garrastazu Médici como presidente e Augusto Hamann Rademaker Grünewald, como vice.

Amante das letras, Aurélio Lyra  dirigiu, durante seu período no Colégio Militar, a revista literária "A Inspiração", dos alunos do colégio. A literatura e a poesia eram, ao lado do Exército, a grande paixão do general. Um pouco antes de assumir o cargo de embaixador, em abril de 1970, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), ganhando a disputa contra o poeta Lêdo Ivo

Augusto Rademaker, Márcio de Souza Mello e Aurélio de Lyra Tavares
No dia de sua nomeação para a Academia Brasileira de Letras, uma festa foi organizada na casa de seu irmão, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Brincou com os jornalistas presentes e, ao ser questionado se iria tomar parte da "revolução da linguagem", tentou fugir da pergunta, mas acabou respondendo de forma bem humorada: "Lá vem você com revolução. Mas que revolução? Está bem, pronto, vou tomar, sim".

Na mesma ocasião afirmou ser um romântico e contou que havia jogado como meia-direita do Fluminense, numa época em que, pelos jogos, "só se ganhava uma garrafa de gasosa".

Aurélio Lyra publicou 17 livros, a grande maioria versando sobre historiografia militar. Nos dois volumes de o "O Brasil de Minha Geração", de 1976 e 1977, contou a história da "revolução" e da ditadura, atendo-se, no entanto, a uma mera cronologia dos fatos. Também escreveu poesias, sob o pseudônimo "Adelita", formado pela combinação das primeiras sílabas de seu nome e sobrenomes.

Após voltar da França, recusava-se sistematicamente a conceder entrevistas sobre questões políticas. Dizia que, depois "daquilo" (AI-5), havia morrido para outras coisas.

"Dedico minha vida à Academia Brasileira de Letras e ao Instituto Histórico, nada mais"

Depois de compor a junta militar, foi embaixador do Brasil em Paris, de 1970 a 1974. Foi ainda o autor da letra da "Canção da Engenharia" do Exército Brasileiro.

Aurélio Lyra teve duas filhas. Sobre a neta que vivia na Bahia com a mãe, disse, uma vez, "avô é pai com mel" e reclamou da saudade. Fazia caminhadas regulares na orla de Copacabana, bairro onde morou pela maior parte de sua vida.

Aurélio de Lyra Tavares faleceu no Rio de Janeiro, em 18/11/1998, aos 93 anos de idade vítima de uma parada cardíaca.

Obras
  • 1931 - Domínio Territorial do Estado
  • 1942 - História da Arma de Engenharia
  • 1951 - Quatro Anos na Alemanha Ocupada
  • 1955 - Território Nacional
  • 1965 - Temas da Vida Militar
  • 1965 - A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil
  • 1968 - Além dos Temas da Caserna
  • 1973 - A Independência do Brasil na Imprensa Francesa
  • 1973 - A Amazônia de Júlio Verne
  • 1976 - O Brasil de Minha Geração
  • 1977 - O Brasil de Minha Geração
  • 1978 - Brasil-França ao Longo de Cinco Séculos
  • 1981 - Crônicas Ecléticas
  • 1981 - Vilagran Cabrita e a Engenharia de Seu Tempo
  • 1982 - Reminiscências Literárias
  • 1984 - O Centenário de Augusto dos Anjos
  • 1985 - Nosso Exército, Essa Grande Escola
  • 1987 - Aristides Lobo e a República


E muitas outras conferências e discursos sobre temas militares.

Luiz Bandeira

LUIZ BANDEIRA
(74 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Produtor Fonográfico e Rádio-Ator

* Recife, PE (25/12/1923)
+ Recife, PE (22/02/1998)

Luiz Bandeira foi um cantor, compositor, violonista e produtor fonográfico pernambucano, nasceu em 25/12/1923, no Recife, PE. Passou parte de sua infância em Maceió, AL, onde participou de grupos de repentistas nas freiras locais.

Iniciou sua carreira artística no programa de Abílio de Castro, "Valores Desconhecidos", na Rádio Clube de Pernambuco em 1939, ingressando logo depois para o cast profissional daquela emissora, incentivado pelo maestro Nelson Ferreira, então diretor-artístico da emissora, e pelos compositores Capiba e Carnera.

Naquela rádio foi violonista, radioator, cantor e compositor, inclusive fazendo também frevos para propaganda, além de integrar o conjunto vocal Garotos da Lua, formado por Inaldo Vilarim, Ernani Reis, José Rabelo, Madeirinha e Djalma Torres.

Em 1942 ingressou como cantor para a Orquestra de Nelson Ferreira, apresentando-se no carnaval e nas festas dos clubes sociais do Recife. Em 1948 transferiu-se para o Rádio Jornal do Commercio, onde foi arranjador do conjunto vocal As Três Marias, (Maria Thereza, Maria do Amparo e Maria Luiz Oliveira), de grande sucesso na época, trabalhando ainda como cantor e corretor de publicidade.


Em 1950 fixou residência no Rio de Janeiro, levado por Caribé Rocha, onde estreou no Copacabana Palace, passando a cantar com o conjunto de Moacir Silva. Em 1955 compôs "Na Cadência Do Samba", também conhecida como "Que Bonito É", que foi por muitos anos executada como tema de jogos de futebol exibidos por um  jornal de cinema, o famoso "Canal 100", e dois anos depois "O Apito No Samba", que veio a receber posteriormente letra de Luís Antônio.

Para o carnaval de 1956 fez sucesso com "Madeira De Lei", samba em parceria com Renato Araújo, gravado por Heleninha Costa. Para o ano seguinte, já com saudade de sua terra, estourou nas paradas com "Recado à Olinda".

Para o Carnaval do Recife compôs, em 1957, "É De Fazer Chorar", gravado por Carmélia Alves em 1957 (Copacabana nº 5699, Matriz 1725), que tinha na outra face o frevo instrumental, "Carabina", também de autoria do próprio Luiz Bandeira.

A distância do Recife foi sempre uma preocupação constante, como pôde expressar nos seus frevos que se transformaram em verdadeiros cartões postais da sua cidade como é o caso de "Voltei Recife", frevo canção de 1959, seguindo-se de "Novamente" em 1967.


Em 1979 foi vencedor do primeiro Frevança - Encontro Nacional do Frevo, com o frevo-canção "Linha De Frente", gravado por Claudionor Germano (Cactus LP 9999), figurando no mesmo ano no disco "O Bom Do Carnaval" (CID 4077), com os frevos "Recife Meu Amor" e "Linha De Frente".

Voltando a residir no Recife, a partir de 1984, colocou no ano seguinte, melodia na letra do então governador Gustavo Krause, "Fogo Do Galo", frevo canção de grande sucesso em homenagem ao Clube de Máscaras Galo da Madrugada. No mesmo ano, em 09/12, fez um recital no Teatro Valdemar de Oliveira, dentro do programa "Encontro Às Segundas", onde acompanhado pelo maestro Edson Rodrigues, apresentou toda sua obra de compositor até aquela data.

Em 1985 voltou a ser o vencedor na categoria de melhor interprete e de melhor frevo canção, no 7º Frevança - Encontro Nacional do Frevo e do Maracatu, com o frevo de sua autoria, "Dina", interpretado por ele mesmo.

No Recife procurou resgatar sua obra com a publicação dos discos, "Voltei Recife" (Polydisc 512.404.117), em 1985, e "Como Sempre Fui - 50 Anos De Vida Artística" (Intuição 804.405), em 1991.

Em 1998, foi homenageado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), com o CD "Luiz Bandeira - Sua Música e Seus Amigos" (Seleto 199.003.058), uma produção musical de Edson Rodrigues, responsável por todos os arranjos, na qual estão gravadas as composições suas.

Além de músicas carnavalescas, também é autor de sucessos gravados por Luiz Gonzaga"Onde Tu Tá, Neném", por Clara Nunes"Viola De Penedo", e muitos outros nomes da música popular brasileira.

Fonte: O Nordeste
Indicação: Miguel Sampaio

Moraes Sarmento

RUBENS SARMENTO
(75 anos)
Radialista, Locutor e Apresentador de TV

* Campinas, SP (14/12/1922)
+ São Paulo, SP (22/03/1998)

Moraes Sarmento nasceu em Campinas, SP no dia 14/12/1922 onde iniciou a carreira de radialista em 1937, na Rádio Educadora. Teve a primeira experiência como locutor em serviços de alto-falantes da cidade. Mas foi em Uberlândia, MG, que, aos 16 anos de idade, em 1941, trabalhou como locutor profissional.

Na década de 40 atuou em diversas cidades do interior de São Paulo como São José do Rio Preto, Araçatuba, entre outras. Nesse período, ia constantemente a São Paulo tentar a sorte em alguma emissora, até que em 1944, pelas mãos de Roberto Côrte-Real, ingressou na Rádio Cultura, cujos estúdios ficavam na Avenida São João. Ali, com a experiência adquirida em Campinas, em programas de auditório, passou a comandar o famoso programa da época, "Cirquinho do Simplício".

Foi incentivado por Manuel de Nóbrega de quem se tornou secretário particular.

Wilma Santochi Sarmento e Moraes Sarmento
Esta é a ultima foto dos dois, quando ele recebeu o Titulo de Cidadão Paulistano
Moraes Sarmento tornou-se cidadão honorário das cidades paulistas de Atibaia, Brotas, Osasco, Tatuí, Torrinha, recentemente Cidadão Paulistano, e Ouro Fino, em Minas Gerais.

Após um período de muito sucesso na Rádio Cultura, esteve no Rio de Janeiro onde atuou na Rádio Tamoio e na Rádio Tupi. Retornou a São Paulo para ficar, por nove anos, na antiga Rádio São Paulo.

Foi porém a partir de maio de 1958 que, atendendo a convite, ingressou na Rádio Bandeirantes, onde, por 22 anos consecutivos, teve um programa que levava seu nome, no qual pode realizar aquilo que sempre almejou: irradiar, essencialmente, a música brasileira, preservando de forma singular, a memória  musical de nossa terra. Nesse programa, teve também a oportunidade de lutar pela preservação da fauna e flora do nosso país, sendo por isso, agraciado com a Comenda e Medalha Marechal Rondon e Couto de Magalhães pela Sociedade Geográfica Brasileira.

Moraes Sarmento com Dorival Caymi na Rádio Bandeirantes
Por sua luta pela preservação de bandas de música, despertou a atenção de prefeitos de inúmeras cidades do interior paulista, incentivando-os com a construção  de coretos em praças públicas locais.

Foi presidente da Federação das Escolas de Samba de São Paulo, oportunidade em que organizou grande desfile de escolas de samba no Anhangabaú. O sucesso do evento foi tão grande que, o então prefeito Faria Lima, em 1967, através de decreto, resolveu oficializar o carnaval de São Paulo.

Foi presidente da Associação de Amparo aos Animais, sendo, em sua gestão construída a sede própria da entidade.

Moraes Sarmento recebeu vários troféus, entre os quais o Prêmio Roquette Pinto, por duas vezes, e o Prêmio Governador do Estado, tendo como justificativa o melhor programa de música brasileira e a preservação da memória musical do país.

O ex-governador Laudo Natel, Moraes Sarmento e Nelson Goncalves no seu programa da Radio Bandeirantes
Em 1996, em seu programa na Rádio Bandeirantes, fez memorável campanha visando homenagear o cantor Vicente Celestino com um disco de ouro que pesava cerca de meio quilo. A entrega do disco foi feita em famoso programa da TV Record, ao qual compareceram grandes cantores da época como Orlando Silva, Carlos Galhardo, Gilberto Alves, Osny Silva, Cyro Monteiro, Elizeth Cardoso, os quais costumava prestigiar em seu programa.

Moraes Sarmento esteve no ar por 60 anos, sempre prestigiando nossos grandes cantores e a música popular brasileira em sua fase de ouro.

Durante 11 anos consecutivos apresentou, na TV Cultura, o programa "Viola Minha Viola".

Em 1987, recebeu aquela que considerava ser sua maior homenagem: Participou em carro aberto no desfile de carnaval e teve sua vida contada e cantada no samba enredo da Escola de Samba Mocidade Alegre.

Moraes Sarmento foi fundador da Lira Musical Pedro Salgado, nome que homenageia o grande compositor de músicas específicas para banda de música. Apresentou também, com grande sucesso, na TV Tupi, o programa "Praça Moraes Sarmento".

Na Rádio Bandeirantes, além de seu programa noturno, que durou 22 anos, lançou "Almoço à Brasileira" com audiência absoluta no horário, ocasião em que reabilitou o samba, em franca decadência na época.

Moraes Sarmento foi casado com Wilma Santochi Sarmento e teve uma filha chamada Marisa Sarmento Edwards. Era avô de Marcelo e Gabriela, e bisavô de Victor, Marina, Luccas e David Miguel.

Moraes Sarmento faleceu em São Paulo, no dia 22/03/1998, vítima de um aneurisma abdominal.

Fonte: Registros de família gentilmente cedidos por Marisa Sarmento Edwards.

Leda Zepellin

LEDA FAIABELLO
(38 anos)
Dançarina

* Rio de Janeiro, RJ (11/01/1960)
+ (1998)

O nome verdadeiro da Leda Zepellin era Anna Maria de Angelo Ribeiro, carioca, nascida na Penha em 11/01/1960. No ano de 1979 estreou no programa do Chacrinha, na TV Bandeirantes, aos 19 anos.

Pequena em estatura, era dona de um rosto perfeito e de curvas fenomenais. Apareceu nua em várias revistas masculinas e concedeu diversas entrevistas como chacrete. Seus pais eram falecidos e Leda Zepellin fora criada pelos tios.

Ela se considerava uma mulher realista, ultra-aberta e assumida. Não se preocupava com o futuro, buscava viver intensamente o aqui e agora, pois desde pequena foi colocada de frente com a realidade da vida e, isso a marcou demais.


Gostava de ler Cassandra Rios e Vinícius de Moraes, além de ouvir Maria Bethânia, Joann Baez e principalmente Gilberto Gil. Seu maior sonho era ser mãe e, por motivo de gravidez, afastou-se do programa do Chacrinha em janeiro de 1983. Retornou em março de 1984, deixando definitivamente o programa em 14/07/1984.

Teve uma breve passagem no Clube do Bolinha, num único programa, e saiu de cena. Com toda sua beleza e carisma, Leda Zepellin marcou toda uma geração.

Faleceu em 1998, deixando inconsoláveis seus eternos fãs.

Fonte: As Chacretes

Marisa Fully Coelho

MARISA FULLY COELHO
(36 anos)
Modelo, Atriz e Miss Brasil 1983

* Manhumirim, MG (1962)
+ Manhuaçu, MG (23/11/1998)

Marisa Fully Coelho foi uma modelo e atriz brasileira, eleita Miss Brasil em 11 de junho de 1983 no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, representando o estado de Minas Gerais. Para conquistar o título, ela derrotou outras 26 candidatas de todo o país.

Representante oficial do Brasil no concurso Miss Universo, realizado no dia 11 de julho de 1983 em St. Louis, Estados Unidos, ela não conseguiu se classificar entre as 12 semifinalistas do concurso, vencido pela neozelandesa Lorraine Downes.


O Caminho Para o Miss Brasil

Como Miss Minas Gerais, Marisa representou a cidade de Manhumirim, repetindo o feito de Monica Tanus Paixão, eleita em 1980. Não era a primeira vez que Marisa tentava ir para o Miss Brasil. Em 1979, perdeu o título de Miss Minas Gerais e, consequentemente, o direito de suceder outra mineira, Suzana Araújo dos Santos, na disputa do título nacional. O grande salto só ocorreria em maio de 1983, quando a candidata de Manhumirim arrebatou a coroa estadual num ginásio lotado da Associação Atlética Banco do Brasil, em Belo Horizonte.

No concurso municipal de 1979, Marisa sucedera a sua irmã Patrícia.


Miss Brasil 1983

No dia 11 de junho, Marisa disputou a 30ª edição do concurso de Miss Brasil, a terceira promovida pelo SBT. Nas provas de traje de gala, plástica e simpatia, a mineira perdeu para as candidatas de Mato Grosso do Sul, Denize Dermidjan, e do Rio Grande do Sul, Rejane Heiden, segunda e terceira colocadas no resultado final.

Na contagem de pontos, Marisa derrotou a candidata gaúcha por um ponto de diferença (96 a 95). Entre os jurados que elegeram a quarta Miss Brasil de Minas Gerais estavam personalidades como a apresentadora Xuxa e a vencedora do certame de 1981, Adriana Alves de Oliveira.

Concursos Internacionais

Antes de participar do Miss Universo 1983, Marisa representou o Brasil na primeira edição do concurso Miss Sudamérica (extinto), em Lima, Peru. Ficou em segundo lugar.


Carreira Artística e Compromissos

Após o concurso, Marisa participou de vários programas do SBT e chegou a atuar na novela "Vida Roubada" (1983), exibida pela rede paulista. Também foi jurada de algumas etapas estaduais do Miss Brasil 1984.

Vida Após o Reinado

No dia 2 de junho de 1984, Marisa passou o título para a paulista Ana Elisa Flores. Após o reinado, participou de júris de concursos de beleza em seu Estado e concedeu algumas entrevistas para emissoras locais. Dias antes de sua morte, Marisa planejava retornar às telenovelas e fazia cursos de interpretação.


Morte

No dia 23 de novembro de 1998, Marisa saiu da casa de uma de suas irmãs na cidade de Manhumirim, MG, com as filhas e retornava para a sua cidade de Manhuaçu, MG, quando o carro que dirigia, um Chevrolet S10, colidiu com um Chevrolet Kadett no trecho mineiro da rodovia BR-262. Marisa chegou a ser socorrida e removida para um hospital de Belo Horizonte, MG, mas já chegou sem vida, como noticiou o jornal Estado de Minas.

A morte interrompeu os planos de Marisa Fully Coelho em voltar a ser atriz. Ela deixou duas filhas: Paula, do casamento com Pedro, sobrinho do escritor Fernando Sabino, e Laura, com o compositor Carlos Colla. Marisa Fully Coelho foi enterrada em sua cidade natal.

O irônico é que, duas semanas antes, no enterro do amigo Nicolau Neto, o então coordenador do Miss Minas Gerais, Marisa deu sua última entrevista numa televisão, para o programa "Point", da TV Catuaí: "Eu só espero que Deus me deixe aqui quietinha porque ainda tenho muito o que fazer!".

Fonte: Wikipédia